2020 – Entre a vida e a morte, a politicagem, por Cleiton Leite Coutinho

Politicagem que tem sido a tônica do enfrentamento desde o início da pandemia no país.

2020 – Entre a vida e a morte, a politicagem, por Cleiton Leite Coutinho

O ano 2020 deveria ter sido marcado pelo avanço nas políticas sociais e de retomada da economia, com geração de emprego e renda para o nosso povo.

No entanto, a crise ampliada, a partir da pandemia que tomou conta do mundo mostrou o quanto a população do planeta está a deriva, no tocante à média dos governantes.

A total incapacidade de diálogo por parte das autoridades nos diversos níveis não só no nosso país, mais em vários países do mundo é assustador e ao mesmo tempo revelador.

Os principais jornais já noticiam a marca absurda de guerra, que o mundo registrou de mais de 1,5 milhão mortes causadas pelo novo coronavírus, conforme dados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que acompanha a evolução de casos em tempo real.

Entre os países com mais óbitos liderados pelos Estados Unidos com mais de 342 mil, segue Brasil: 193 mil, Índia: 148 mil, e México: 124 mil.

Esse quadro assusta pelo que os próprios números apontam. São milhares de vidas perdidas de homens, mulheres, idosos, jovens, e crianças, todas interrompidas abruptamente e quase já se tornando “comum” e “tolerável”.

Não é comum e nem tolerável, que os países que apresentam os maiores índices de contaminação e mortes pela COVID 19, também possuem em sua grande maioria maus governantes, líderes que negam a gravidade da pandemia e podemos ir mais além, genocidas!

As principais potências do planeta já deveriam ter se reunido e acertado protocolos de preservação a vida, que é o maior bem a ser tutelado por qualquer governo sério.

Contudo, o que assistimos é cada um por si e pessoas morrendo em respiradores ou pela falta de vagas em hospitais, enquanto profissionais da saúde trabalham diuturnamente arriscando suas vidas e de suas famílias para amenizar a situação caótica.

No Brasil até hoje não existe um protocolo sério dialogado pelo Ministério da Saúde, com os estados e municípios.

Aqui no Brasil, com o aval dos principais setores da sociedade que determinam a lógica de mercado foi priorizada a economia em benefício desses setores, ao invés da vida. Idiotas e ignorantes, não sabem que na roda seletiva que esbajam o dinheiro gotejando sangue de milhares de brasileiros, não poderão salvar a própria vida e de seus familiares, mas a ganância e a sede de poder falam mais alto.

Somente no nosso estado, assistimos o Plano São Paulo do Governador João Dória ceifar milhares de vidas. Um plano que considera a necessidade do mercado, ignora à situação real da pandemia no estado e faz de conta que busca combater os seus efeitos, na prática, o que se tem de fundo é pura politicagem.

Politicagem que tem sido a tônica do enfrentamento desde o início da pandemia no país. O Governador João Dória e o Presidente Jair Bolsonaro, em virtual disputa de 2022 mandam para a vala todos os dias milhares de vida e não podemos mais aceitar isso. Chega!

O judiciário de forma vergonhosa se esconde na fragilidade política de indicações seculares e em decisões medíocres e articuladas,  enquanto entidades do campo progressista, como: ABJD (Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia), APEOESP, SASP e outras buscam manejar ações para furar esse bloqueio e amenizar os efeitos da irresponsabilidade genocida que tomou conta do nosso país.

Isso tudo ocorre na contramão do desenvolvimento social e econômico, provocando o aumento da desigualdade social, quebra de empresas e aprofundamento de uma crise sem precedentes, que será ampliada com o fim do Auxílio Emergencial, retroagindo o país para décadas de atraso.

A cada minuto que passa dessa omissão, pessoas morrem e vamos afundando nesse quadro. Temos uma encruzilhada: ou as autoridades públicas agem com medidas rigorosas de isolamento social e buscam trabalhar a vacina em massa para atingir ao conjunto da população global salvando vidas, ou seguiremos rumo ao genocídio sem precedentes praticado pelo Estado em prejuízo da humanidade.

Cleiton Leite Coutinho. Advogado, dirigente do SASP, membro da ABJD e Presidente do PT de São Bernardo do Campo – SP.

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