Invasão do Congresso foi viabilizada por ato golpista de Torres, diz interventor na segurança do DF

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Segundo Cappelli, Torres sabotou o sistema de segurança da capital federal ao esvaziar a secretaria de segurança e sair do Brasil

O interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Ricardo Cappelli, afirmou nesta terça-feira (10) que a invasão de terroristas bolsonaristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, foi viabilizada por um ato de sabotagem do ex-secretário da Segurança Pública do DF, Anderson Torres.

No último domingo (8), a democracia brasileira foi colocada à prova por criminosos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam os resultados da eleição presidencial que elegeu Lula (PT). Em uma tentativa de golpe, os terroristas invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto. 

Segundo Cappelli, Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, sabotou o sistema de segurança da capital federal ao mudar todo o comando da secretaria e viajar para os Estados Unidos. 

“Volto a dizer: a responsabilidade central no domingo foi a falta de comando. Foi uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro de Bolsonaro Anderson Torres, que deixou a secretaria sem direção, sem liderança e fugiu para o exterior”, disse o interventor em entrevista à CNN Brasil. 

Cappelli ainda comparou o sistema de segurança do DF entre a festa da posse de Lula, em 1 de janeiro, e no final de semana das invasões.

“No dia 1º, tivemos uma posse com milhares de pessoas e uma operação de segurança extremamente exitosa. O que mudou para o último domingo, dia 8, foi que, no dia 2, Anderson Torres assumiu a Secretaria de Segurança, exonerou todo o comando e viajou. Se isso não é sabotagem eu não sei o que é”, ressaltou. 

Ainda no domingo, Torres foi exonerado do cargo pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao STF a prisão dele.

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“O que aconteceu não ficará impune”

Já em entrevista à Rádio Gaúcha, também nesta terça-feira, Cappelli reforçou que as ações golpistas não foram espontâneas e sim planejadas e financiadas por pessoas “que atentam contra o Estado democrático de direito”.

“O que podemos adiantar no momento é que o que aconteceu não foi algo espontâneo, de uma mobilização coletiva, não. O que aconteceu foi algo estruturado, planejado, financiado por pessoas que atentam contra o Estado democrático de direito”, disse. 

O interventor também  reiterou que todos os participantes serão identificados e responsabilizados pelo terrorismo. 

“O que aconteceu foi algo planejado, estruturado, financiado por empresários e todos serão identificados e punidos. O povo brasileiro pode ter certeza que o que aconteceu no domingo não ficará impune”, destacou. 

Após o decreto de intervenção federal no DF, centenas de bolsonaristas já foram presos. Nesta tarde, um novo balanço com o número de presos no ginásio da Academia de Polícia Federal será divulgado.

2 Comentários

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  1. O governo só não pode perder a agenda e virar “delegacia de polícia” , era para para o sr Haddad estar no noticiário, ele sumiu. Creio que a ideia original da invasão era ocupar os prédios e parar a administração , estão fazendo o jogo dos caras.
    Retomar a pauta.

  2. Non sequitur:

    Sobre a invasão ao Planalto, um golpista vindo de Santa Catarina afirmou que “um comandante do Exército falava para que os manifestantes fizessem uso de uma saída de emergência, convidando-os a sair, mas na sequência a tropa de choque da PMDF chegou e deu voz de prisão ao declarante e também a outros indivíduos”.

    Ele disse também que “tentou evitar que infiltrados danificassem o local ou que machucassem pessoas, tendo inclusive se colocado entre a tropa de choque e os manifestantes”.

    O Golpista Terrorista afirma que tentou evitar que infiltrados danificassem o local ou que machucassem pessoas, se colocando não entre os infiltrados e os manifestantes, mas entre a tropa de choque e os manifestantes. Ou será que a tropa de choque estava infiltrada?

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