Bolsonaro ameniza ameaças golpistas em carta à Nação escrita com ajuda de Temer

"Minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum", diz o presidente

Foto: Marcos Corrêa/PR

Jornal GGN – Em meio a crise entre os poderes tencionada pelos atos antidemocráticos e bolsonaristas do 7 de setembro, Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou nesta quinta-feira, 7, uma “Declaração à Nação” em que afirmou nunca ter tido “intenção de agredir quaisquer dos poderes” e que seus decorrentes ataques ao Judiciário e ao próprio Congresso foram consequências do “calor do momento”. 

Tal nota é de autoria do ex-presidente Michel Temer (MDB). Nesta tarde, os políticos se reuniram para discutir a crise institucional e Temer aconselhou Bolsonaro a divulgar um “manifesto de pacificação”.

Temer ainda fez uma ligação telefônica entre Bolsonaro e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, um dos principais alvos dos diversos ataques do líder do Executivo. Vale ressaltar que Moraes foi ministro da Justiça no governo do ex-presidente e indicado por ele ao STF. 

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Confira a nota:

“Declaração à Nação

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.

2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.

3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.

5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.

6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.

7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.

8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.

9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.

10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

Jair Bolsonaro

Presidente da República federativa do Brasil”.

Redação

5 Comentários

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  1. Há poucas semanas, uma fonte no STF revelou ao Nassif que um discurso próximo de Luis Fux seria um “bólido” contra o Planalto.
    O “bólido” se revelou um mero traque, como sabemos.
    Mas essas últimas falas, tanto de Fux, quanto de Barroso, foram sem dúvidas as mais fortes que ambos jamais fizeram, provavelmente, desde sempre.
    E tanto bastou para o hitlerzinho tupiniquim afinar o discurso. Já o fez, antes, para depois rugir novamente, como o leãozinho banguela que é.
    A diferença, agora, é o ghost-writer de plantão, Michel Temer.
    Algum significado isso tem?

  2. Quanto tempo mais demorará para enxergarmos que neste circo que tornou-se o Brasil pós golpe que nós somos os verdadeiros palhaços?
    A angústia é terrível, Desde os primeiros dias da ocupação do Palácio do Planalto por esse sujeito,sua família e os milicos milicianos que venho dizendo que tudo,tudo mesmo,que esse sujeito faz é cortina de fumaça e todo dia acabamos lendo na mídia que deveria ser alternativa a mesma pauta da mídia golpista,quando não,um copia e cola.
    Enquanto isso,como dizia aquele ex-ocupante do ministério que deveria ser do meio-ambiente,eles vão passando a boiada.
    O mordomo do planalto,amigo do peito de golpistas,iniciou o desmonte da nação brasileira com aquilo que aceitou-se chamar de reforma trabalhista e que na verdade era supressão de direitos trabalhistas,continuou com a aprovação do teto de gastos e,orgulhosamente, passou o cetro ao sujeito que hoje apoderou-se do Palácio do Planalto para acabar com a aposentadoria dos trbalhadores,para desmontar o maior investidor na economia deste país,a Petrobras,para acabar com a segurança energética com a privatização da eletrobras,com a doação dos correios e muito mais.
    E nós aqui,discutindo os golden shower deste sujeito.
    Temos que admitir: Ele não venceu.Nós é que perdemos.

  3. Ok, sabemos que Michel Temer foi hoje empossado no cargo de “ghost-writer” oficial do atual mandatário. Comentemos, pois – ponto por ponto – a tal nota “apaziguadora”:
    “Declaração à Nação [qual dentre as mais de duzentas reconhecidas pela ONU?]
    No instante em que o país se encontra dividido entre instituições [em que momento da História Humana este ou qualquer outro país real ou imaginário deixou de estar e sempre permanecer “dividido entre instituições”? O autor nitidamente desconhece os conceitos de “país” e de “instituição” consagrados no dicionário, no senso comum e na sociologia…] é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer: [o uso da preposição “para” nesse tipo de construção sintática é desaconselhado pela gramática normativa e pelos manuais de redação. É um vício de linguagem cujo nome é pleonasmo, além de um erro de regência verbal]
    1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes [ah tá…]. A harmonia entre eles não é vontade minha [segundo a constituição brasileira, o presidente da república é um mero “chefe do poder executivo”, sendo este poder composto e desempenhado por dezenas de milhares de servidores públicos civis e militares. Não há o que confundir “a vontade do chefe do poder” com a “vontade do poder executivo”. Outrossim, o assunto tratado neste item é um comando constitucional claro, distinto e objetivo e não cabe considerar que pode ou poderia estar submisso aos desígnios e caprichos da “vontade” de um indivíduo isolado e em particular] é um mandamento constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar [e por que – cáspita! – anteontem o desrespeitou?]
    2. Sei que boa parte dessas divergências [quais divergências e divergências entre quem e quem ou entre quem e o quê?] decorrem de conflitos de entendimento [quais “conflitos de entendimento”? Entendimento a respeito de que assunto?] acerca das decisões [que decisões?] adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.
    3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda” [na língua portuguesa escrita não se separa sujeito do verbo por meio de vírgula. Um erro desse quilate zera uma redação no ENEM], a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia [sua de quem? Dos que “exercem o poder” ou “dos brasileiros”? A frase é ambígua].
    4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates [de qual dos dois afinal?] que [faltou uma vírgula antes do que] sempre visaram o [o correto é “ao”] bem comum [inclusive estas mesmas palavras que você acabou de proferir? Ou não?].
    5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais [naturais segundo que “natureza”?] divergências [quais as divergências? E, de novo, divergências entre quem e quem ou entre quem e o quê?] em algumas decisões [quais são essas decisões?] do Ministro Alexandre de Moraes.
    6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previstos no Art 5º da Constituição Federal [e por que não o foram? Qual o sentido de protocolar um pedido de impeachment no Senado Federal ou de xingá-lo numa manifestação de rua? Seguir o rito constitucional e processual penal é a última alternativa?].
    7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país [como assim “ajudam”? As tais “instituições da República” é que governam – ou deveriam governar o país].
    8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição. [é, na melhor das hipóteses, uma interpretação infantil, limitada, rasteira e incompleta sobre o que é democracia. Espera-se que alunos do quinto ano do ensino fundamental sejam capazes de algo mais denso do que um truísmo dessa espécie…]
    9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção [como assim manutenção???] da harmonia [e desde quando se pode falar em harmonia entre poderes num passado recente do Brasil?] e independência [faz-me rir. Quanto custa o aluguel do Lira?] entre eles.
    10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário [menos, bem menos…] apoio do povo brasileiro [uma fração ínfima desse suposto “povo”] , com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.
    DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA
    Jair Bolsonaro
    Presidente da República federativa do Brasil”.

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