Bolsonaro lava as mãos para prisão de ex-ministro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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"Eu boto minha cara no fogo pelo Milton", afirmava. Hoje diz que corrupção não tem relação com seu governo

O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Jair Bolsonaro se afastou da prisão de seu ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, nesta quarta (22), e usou a detenção a seu favor: “que responda pelos atos dele”, disse.

Mesmo alvo de investigações, em seus Ministérios e sua família, o discurso de Bolsonaro junto aos seus apoiadores é de que não haveria corrupção em seu governo.

Entenda: Bolsonaro tem seu primeiro ex-ministro preso: Milton Ribeiro, pelo esquema dos pastores no MEC

Quando o escândalo dos pastores foi deflagrado, o mandatário chegou a defender o então ministro da Educação Milton Ribeiro: “eu boto minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton”, insistia.

Ribeiro foi preso e o discurso mudou: “O caso do Milton é que ele teria buscado prefeito, gente dele para negociar e liberar recursos. O que acontece? Nós afastamos ele. Ele que responda pelos atos dele.”

Bolsonaro: corrupção em Ministérios não tem relação com governo

Jair Bolsonaro também chegou a afirmar que se há corrupção em Ministérios de seu governo, ele não tem responsabilidade.

“Eu tenho 23 ministros, tenho mais de uma centena de secretários, mais de 20 mil cargos em comissão. Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim? Vinte mil pessoas”, disse.

Mas se a PF ou CGU investigam, tem relação

As declarações foram dadas em entrevista à rádio Itatiaia, na manhã de hoje. O mandatário disse, ainda, que a atuação da Polícia Federal de prender Milton Ribeiro “é a prova” de que ele não interfere no órgão.

“Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal que a Polícia Federal está agindo.”

Nessa linha, também disse se a Controladoria-Geral da União (CGU) fizer parte da equipe de investigação da Operação deflagrada hoje, “aí sim é um Ministério meu”, e que neste caso, de forma favorável, a pasta representaria o seu governo “ajudando para elucidar o caso”.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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