Bots do PSDB foram usados por movimentos pró-impeachment

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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
 
Jornal GGN – Pesquisa realizada pela Universidade de Oxford analisa a propaganda político-partidária nas redes sociais no Brasil e aponta que o PSDB desembolsou em torno de R$ 10 milhões em bots no Facebook, Twitter e WhatsApp durante a campanha presidencial de 2014.
 
A campanha de Dilma Rousseff também utilizou do recurso, mas em escala menor: enquanto os bots relacionados à candidata do PT alcançavam 22 milhões de pessoas, os do PSDB chegavem a cerca de 80 milhões.
 
Após a disputa presidencial, os bots usados pelos tucanos continuaram na ativa, voltados para impulsionar páginas de movimentos que atuaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff. A pesquisa também aponta o uso deste recursos nas eleições municipais do Rio de Janeiro, no ano passado.
 
Este tipo de recurso tem sido utilizado em diversas campanhas pelo mundo. No ano passado, outra pesquisa da Universidade de Oxford apontou que um terço das postagens no Twitter a favor do então candidato republicando Donald Trump vinham de bots. 

 
Leia mais abaixo: 
 
Do Tecmundo
 
PSDB gastou R$ 10 milhões em bots; PT também usou, mas em escala menor

Um estudo divulgado pela Universidade de Oxford, Reino Unido, detalha ao longo de 38 páginas como a política brasileira foi influenciada por bots na internet. Caso não saiba, bots são programas ou dispositivos que agem de maneira autônoma na internet — por exemplo, existem bots de contas falsas nas redes sociais, um dos pontos-chave nessa pesquisa.

Chamado de “Propaganda computacional no Brasil: Bots sociais durante as eleições”, o estudo mostra alguns dados: o PSDB gastou cerca de R$ 10 milhões em bots em Facebook, Twitter e WhatsApp durante a corrida eleitoral de Aécio Neves no final de 2014. Após a derrota para Dilma Roussef, os bots do PSDB continuaram agindo, porém foram reprogramados para divulgar o conteúdo de páginas como “Revoltados ON LINE” e “Vem Pra Rua”. No caso, o estudo diz que o Revoltados ON LINE contava com 16 milhões de bots do PSDB, enquanto o Vem Pra Rua tinha 4 milhões.

Na mesma época da corrida eleitoral, o PT também utilizou bots pró-Dilma Rousseff na internet. Contudo, “em uma escala muito menor”. Enquanto os bots do PSDB alcançavam cerca de 80 milhões de pessoas, os bots do PT ficavam nos 22 milhões. O estudo ainda comenta que, após o fim das eleições, os bots comprados pelo PT foram encerrados em sua maioria — e algumas contas apenas replicavam programas do governo.

“Após a eleição, todos os servidores e bots da campanha de Dilma foram desligados ou foram trabalhar para a presidente, o que significa que eles tinham regras a seguir, já que estava operando para o gabinete. Enquanto isso, os outros bots [PSDB, Aécio, Revoltados e Vem Pra Rua] não tinham regras a seguir”, disse um pesquisador brasileiro citado no estudo.

Mas por que partidos contratam bots? Ora, os bots têm a capacidade de perpetuar uma ideia pela internet e angariar novos aliados aos partidos. Além disso, os números de apoio são inflados e, com isso, acabam captando até eleitores indecisos.
 
Mais casos e vendas

Uma das companhias que vendem esse serviço, chamada de “Brasil Liker”, vende curtidas em páginas no Facebook: são 50 likes por R$ 4,99 e 3 mil likes por R$ 200. Já para posts, a conta é R$ 90 por 10 mil curtidas. Agora, imagine o preço de um serviço automatizado e que une as três principais redes utilizadas por brasileiros — R$ 10 milhões?

As eleições municipais do Rio de Janeiro também contaram com bots. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo, uma rede com 3,5 mil contas falsas no Twitter atacavam diretamente o candidato Marcelo Freixo (PSOL) postando 100 ou mais vezes por hora. O candidato contrário e atual prefeito, Marcelo Crivella (PRB), negou a conexão com os botnets.

“A tática de propaganda computacional usada durante as eleições de 2014 não parou após a eleição da ex-presidente Rousseff. Esses métodos foram usados para engajar pessoas em grupos opositores tanto à presidente quanto ao partido da presidente, o que aumentou os pedidos por impeachment, sendo concretizado em outubro de 2016”, diz o estudo.

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Redação

4 Comentários

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  1. Até aqui no Blog a gente os vê

    E agora muito mais sofisticados, chega a dar saudade dos trolls antigos (tipo Blaya, Aliança Liberal, etc) que só postavam asneiras claras e eram facilmente identificados como tal. Agora há estrategistas por trás, e a maioria dos trolls se fingem de esquerda, mas culpando Dilma e o PT por todos os males, semeando descrença e desânimo.

  2.   Mas isso só não vê quem não

      Mas isso só não vê quem não quer.

      A tática de guerrilha eletrônica empreendida pela direita vem desde 2000 e pouco. Já quando da desastrada campanha à reeleição de Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo, em 2004, os bots deitaram e rolaram em cima daquela peça horrível de “é casado? Tem filhos?” contra o Kassab. Cansei de receber e-mails repassados escritos por supostos “eleitores indignados” com Marta.

      Enquanto isso, nossas “mentes estrategistas” pregavam o fim da propaganda pelo domínio do controle remoto. 

      E… SIM, estou falando de Dilma também. Tanto se fala na necessidade de autocrítica, pois é preciso reconhecer que os honestos também erram. O que Dilma tinha e tem de honesta não tinha e não tem de visão política.

      

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