Caminhos para Campos e o PSB

Comentário ao post “O jogo de xadrez da oposição para 2014

Eu acho que seria mais lógico a possibilidade 1: Campos saindo candidato com vice do PSB mesmo (ou do PV, Rede, PPS, etc) e Aécio e PSDB apoiando-o em 2º turno.

Como as experiências de MG-2010 e SPCapital-2012 provaram, para levar uma eleição a 2º turno é necessário lançar vários candidatos que comam pelas bordas a intenção de votos do favorito.

Uma chapa Campos/Aécio é dar a eleição em 1º turno para Dilma, como Hélio/Patrus fizeram para Anastasia.

Quando dois partidos se unem em chapa num 1º turno, eles somam a rejeição. O PSB não a tem, mas não vale a pena arriscar. Tudo ou nada só deve ser feito em países com turno único, como México.

Se o PSB lançar candidato com vice do PSDB vai ficar desconfortável voltar a ser governista depois (e o PT vai querer que seja.) As pessoas vão apontar “mas ele tinha vice tucano!”

Não apenas isso, a máquina do PT fará a campanha em torno da crítica ao apoio aceito, aos laços com o vice, já que não há nada a criticar em um aliado de tantos anos.

Para incluir partidos com elevada rejeição, como o PT ou o PSDB, em um governo, sempre há tempo. Portanto nem a mídia cobraria isso de E. Campos logo de saída, seria prejudicar Campos.

Isso não impede o PSB de apoiar Alckmin desde o início. Até porque não sendo temporariamente aliado de Dilma fica liberado para tal. Fica tudo no “discurso projeto”, mesmo porque, nem de longe, Alckmin tem a rejeição que Serra tem. Em 2010 foi muito comum o voto Dilma-Alckmin.

E deixa Aécio mais confortável para fazer (de novo) sucessor em MG. Que eventualmente pode ser Lacerda. Ou não, afinal E. Campos pode ceder algo e o governo de MG seria simpático.

Não é que o PSDB tenha chances de ganhar com candidatura de Aécio. Não tem. Mas ser o vice também não ajuda nada e, pelo exposto, atrapalha em algumas coisas.

Se E. Campos lograr ir para o 2º turno, e se a eleição for mesmo em dois turnos, posto que tudo indica que Dilma ganha em 1º turno, provavelmente receberá o apoio de todos os demais. E automaticamente herda os 40 ou 45% de votos anti-PT.

(Afinal, porque alguém votaria em Alckmin em 2006 ou em Serra em 2010 e não votaria em E. Campos em 2014?)

Mas, mesmo que tudo dê certo até essa fase para E. Campos, ainda serão necessários 5% ou 10% de votos que precisarão ser tirados de Dilma para fechar a conta.

É necessário um discurso que não conflite com as reformas de FHC nem com os programas sociais de Lula e Dilma. Que tal um pouco de modernidade para contrastar com o neoconservadorismo de Serra? Quem tinha medo de Serra não precisa ter de E. Campos.

Governabilidade depois não será problema, pois o único partido que poderia fazer oposição a Campos seria o PT. Mas não fará, pois terá os mesmos 20% de sempre na bancada. E precisará do apoio do PSB nos eventuais estados onde eleger governador.

Luis Nassif

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