Com eleição de Motta praticamente definida na Câmara, deputados disputam indicação ao TCU

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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Gleisi Hoffmann (PT) almeja indicação para garantir a previsibilidade na Câmara em pautas importantes, mas Centrão não deve apoiá-la

As negociações em torno da presidência da Câmara têm gerado transtornos entre as legendas. Apesar de PT e PL apoiarem a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para presidir a Casa em 2025, divergências nas negociações vieram à tona após o PT impor como condição a indicação de um nome para o Tribunal de Contas da União (TCU). 

Fontes de Brasília apontam que a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), atual presidente do partido, ou o deputado Odair Cunha (MG), líder do PT na Câmara, são cotados para a vaga no TCU, o que tem complicado ainda mais as tratativas para a sucessão na Câmara.

Em entrevista ao jornal Brasil 247, Gleisi afirmou que a negociação é “muito mais ampla” do que apenas a indicação ao TCU e que o intuito é garantir estabilidade e previsibilidade na Câmara para a tramitação de pautas governamentais importantes, como a reforma tributária. 

Já à Revista Fórum, a deputada afirmou que a indicação ao TCU não é uma questão prioritária. Segundo ela, o apoio a Hugo Motta se deve ao consenso entre as legendas e à boa relação que o deputado do Republicanos mantém com o PT. Além disso, Motta teria se comprometido com o PT a discutir propostas importantes para o governo.

No entanto, o Centrão já indicou que uma eventual indicação da presidente do PT para o TCU não teria apoio no plenário da Câmara.

As legendas também divergem sobre o projeto de lei que anistia os golpistas de 8 de janeiro. O PT não quer que o projeto seja pautado, enquanto o PL o coloca como uma das condições para apoiar Hugo Motta. 

Diante desse impasse, o presidente da Câmara, Arthur Lira, retirou o projeto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para criar uma comissão especial, o que atrasará a tramitação do texto – fato que, no futuro, pode ser benéfico para a ala bolsonarista, com alterações favoráveis ao ex-presidente e aos militares que incitaram o golpe do 8 de janeiro.

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