Como o 11 de Setembro impactou na cruzada anticorrupção dos EUA

Vídeo mostra como os EUA montaram a estrutura anticorrupção que espalhou tentáculos por diversos países, incluindo o Brasil, atingindo em cheio a Petrobras

Jornal GGN – O atendado às Torres Gêmeas e ao Pentágono, em 11 de Setembro de 2001, fez os Estados Unidos prepararem uma nova doutrina de segurança, uma estrutura de combate à corrupção de influência internacional, que forjou um realinhamento do País em relação à ordem global.

Desde o ataque, o governo norte-americano passou a exercer uma marcação ainda maior sobre transações financeiras internacionais e intensificou as ações políticas e cooperação jurídica com outros países. “Nunca houve na história da humanidade nenhum País que concentrasse tanto poder”, disse ao GGN Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington.

Lançados em janeiro de 2020, dois vídeos produzidos pelo GGN mostram como o 11 de Setembro se relacionada com a cruzada anticorrupção dos Estados Unidos, que culminou na parceria com a Lava Jato para processar a Petrobras e outras grandes empresas brasileiras.

Os vídeos fazem parte da série “Lava Jato Lado B”, um projeto exclusivo do GGN, que mostra como os EUA influenciaram a Lava Jato e como nasceu, no Brasil, a indústria do compliance.

Os cinco vídeos foram lançados antes da divulgação de mensagens de Telegram da Lava Jato que comprovam as relações promíscuas entre procuradores da República e agentes norte-americanos.

Confira abaixo os episódios com mais detalhes sobre o 11 de Setembro e a estrutura governamental de combate à corrupção criada pelos EUA.

Episodio 3: A geopolítica do capital: pré-sal na mira dos EUA

Episódio 1: Como a anticorrupção virou bandeira política dos EUA

Confira outros episódios da série aqui.

 

Redação

5 Comentários

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  1. O ataque àqueles prédios, seja pelo ponto de vista que for, só resultou em poder econômico e geopolítico aos EUA. Há que diga que a tal “nova doutrina de segurança” já estava pronta antes do ataque, só não havia como justificar sua implantação, ainda não havia desculpa para tanto… Esse ataque ocorreu faz tempo, hoje não é preciso mais inventar desculpas e pretextos para os ataques que os estadunidenses desferem contra quase todos os países do mundo, sejam ataques físicos, bélicos, “lawfare”, morais, de propaganda ideológica (ainda que numa embalagem de propaganda comercial),… o que for. O monstro agonizante está mostrando sem o menor pejo suas garras e dentes, atingindo a todos com seus membros descontrolados pelos estertores.

    Outro dia um empresário privado daquele país disse que golpeia e derruba o país que quiser. Por aí se vê como o capital privado sequestrou totalmente a coisa pública daquele país. Se o uso de forças armadas é prerrogativa exclusiva de estados nacionais, o capital privado do dólar usa as dos EUA sem o menor disfarce, por interesses privados somente… Isso não é sustentável nem para os próximos 20 anos – ou até menos – e apenas denota o fim – raivoso e desesperado – daquele país.

  2. Empate
    (Luis Fernando Veríssimo)

    Nosso tamanho nos torna megalomaníacos natos. Não sabemos pensar no Brasil a não sr em superlativos. Somos amazônicos tanto nas nossas vaidades quanto nos nossos remorsos.

    A ARENA, o braço desarmado do poder militar, podia dizer que era o maior partido do mundo porque, em números, era mesmo, tantos foram os políticos que a integraram naquela democracia de faz de conta.

    Outra maneira de dizer a mesma coisa seria nos chamarmos de a maior sabujocracia do mundo, embora nem todos do grande partido fossem servis aos militares.

    Muitos fizeram respeitáveis carreiras no partido oficial, e se foram cúmplices na farsa, o MDB, ao seu modo, também foi. Depois, com o fim do regime militar, o voto obrigatório nos autorizou a dizer que éramos, em proporção à população, a maior democracia de verdade em funcionamento no mundo.

    O que sentimos ao descrever nossas mazelas gigantescas só pode ser descrito como orgulho desvairado, quase uma forma de ufanismo. As revelações da Lava-Jato nos permitem dizer que nenhum outro país é tão corrupto quanto o nosso. E estamos sempre superando nossas próprias marcas. O escândalo do mensalão era o maior de todos os tempos. Agora o escândalo do propinato é maior do que o escândalo do mensalão.

    Eta nóis!

    Não quero desiludir ninguém, ainda mais depois do golpe na autoestima nacional que foram os 7 a 1 na Copa, mas os americanos nos ganham em matéria de corrupção. Ou pelo menos empatam. Notícias do superfaturamento, dos custos fictícios e outras falcatruas de empresas americanas contratadas para reconstruir o Iraque — apenas um exemplo — depois da destruição que eles mesmos provocaram, fizeram murchar minha megalomania.

    Não era só o volume de dinheiro desviado, maior do que qualquer concebível escândalo brasileiro. A Bechtel, a Halliburton, ligada ao então vice-presidente Dick Cheney, e outras empresas americanas ganharam, com exclusividade (“Nossa sujeira limpamos nós” é o lema implícito) e sem licitação, os contratos para reparar os estragos feitos, subsidiadas pelo Pentágono. E mesmo com os bilhões de dólares gastos e roubados depois da queda do Saddam, o Iraque continua em ruínas.

    E o pior para o nosso ego é que, com tudo isso, você não ouve os americanos dizerem que são os mais corruptos do mundo.

    Ainda por cima nos arrasam com sua modéstia.

  3. Não sou especialista em construção textual muito menos em revisar matérias jornalísticas de tão alto nível como as do GGN (não sestou sendo irônico, pois admiro um veículo como este que nos brinda a cada dia com matérias e temas de alta qualidade), mas o título faz crer que a cruzada norteamericana é contra a corrupção. Na verdade, como temos visto desde sempre (vaza a jato mostra isso), o interesse “deles” não é nenhum combate dessa natureza e sim tornar o terreno – seja lá onde for – cada vez mais fértil para a dominação e expansão dos seus grandes negócios. Para isso, é claro, contam com a providencial colaboração dos entreguistas de plantão, aqueles que acham Miami muito chique e moderna. Nossa história mostra que nunca faltaram os golpistas de plantão dispostos a entregar tudo o que for necessário.

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