O Relatório Caribe no inquérito da PF

Estão azedadas as relações entre o PSDB mineiro e o paulista. Considera-se que a trapalhada de Eduardo Jorge – divulgando partes do inquérito da Polícia Federal – espalhou lama por todos os poros.

O tema pegava todo mundo: o Estado de Minas (que contratou Amaury), Aécio Neves (ligado ao jornal), o PT (que tentou contratar o repórter), José Serra (principal personagem da Operação Caribe, a reportagem em questão). Por isso mesmo, o melhor para todos seria deixar rolar até depois das eleições.

Embora tivesse todas suas despesas de reportagem bancadas pelo jornal o Estado de Minas, em seu depoimento Amaury Jr procurou poupar Aécio. Assumiu sozinho a responsabilidade pela compra dos dados sigilosos. Em nenhum momento teria declarado que levantou os dados para «proteger Aécio». Como o único vazador do inquérito foi Eduardo Jorge – cuja advogada teve acesso aos depoimentos, por meio de uma liminar – interpretou-se em Minas que a trapalhada da EJ visou deixar Aécio acuado.

Mas o que levaria EJ a esse gesto meio autofágico, de acessar o relatório e vazar partes selecionadas para a Folha de São Paulo?

Simples. No inquérito da Polícia Federal, o jornalista Amaury Jr anexou o tal «Relatório Caribe», a extensa reportagem que escreveu para o Estado de Minas sobre os fluxos de dólares da privatização. É uma espécie de rascunho do seu livro – que, pelo acordo com a TV Record (que recentemente o contratou) só deveria ser publicado no próximo ano, para evitar exploração eleitoral.

Aparentemente foi a leitura do relatório que fez Eduardo Jorge dar publicidade seletiva ao inquérito.

Luis Nassif

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