Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Quem não te conhece, que te compre!, por Francisco Celso Calmon

A luta pela democracia, contra a desigualdade social e regional, pelo direito ao trabalho, à moradia e à comida, são deveres constitucionais, e mais ainda dos socialistas

Agência Brasil

Quem não te conhece, que te compre!

por Francisco Celso Calmon

Se a história não ensina, então, que os erros se repitam.

“É necessário construir consenso, pacificar esse país, atuar nesse ambiente hostil, nesse tensionamento que nós temos. 

É urgente derrotar o autoritarismo, a incompetência e a mentira. E só vamos fazer isso se conseguirmos construir consenso entre nós. 

“Para uma ação política dessa, tem que deixar de lado projetos pessoais, deixar de lado as diferenças que a gente tem. Precisamos construir consensos para defender a democracia e buscar a redução das desigualdades desse país. O PSB dá um passo em direção à convergência. (Trechos do discurso de Renato Casagrande no Congresso do PSB). 

[…] a plateia então puxou um coro de “Fora Bolsonaro”. Nesse momento, a filmagem do evento mostrou o gesto em apoio feito pelo governador Renato Casagrande, ao lado do prefeito do Recife, João Campos…

“Em nota, o governador Renato Casagrande informou que não fez coro em nenhum momento aos gritos de “Fora Bolsonaro”. (De Olho no Poder, Fabiana Tostes).

Dá para confiar na imagem ou na nota, porque nele fica difícil, né?

RC nunca foi um entusiasta das candidaturas de Lula e Dilma, seus compromissos com o PT não foram integralmente cumpridos.

É um político construído na aba do Partido dos Trabalhadores, contudo, sem gratidão e reciprocidade; embora esperar isso nesta degeneração que atingiu a política no país, chega a ser ingenuidade.

Seu discurso contradiz com a sua prática no ES e no geral. Foi ele que mais se colocou contrário a entrada do PSB na federação partidária liderada pelo PT.

A luta pela democracia, contra a desigualdade social e regional, pelo direito ao trabalho, à moradia e à comida, são deveres constitucionais, e mais ainda dos socialistas, independente de consensos, porém, o governo dele no ES não se pautou por essas obrigações.

RC projeta o que vai em seu interior para os outros, porque quem acalenta projetos pessoais acima da unidade necessária para extirpar o bolsonarismo do seio da sociedade é exatamente ele com as suas alianças com bolsonaristas no ES.  

No primeiro governo de RC, eu, em nome do  Fórum Memória, Verdade e Justiça, levei ao governador um projeto de lei de reparação aos atingidos pela ditadura em solo capixaba, projeto semelhante já havia sido contestado pelo governo de Paulo Hartung e enviado para o  STF com arguição de inconstitucionalidade, o relator Ministro Marco Aurélio deu parecer pela constitucionalidade, e segue no STF esperando entrar em pauta, mas a nossa proposta se diferençava da anterior, era mais detalhada e  respaldada por outras leis estaduais de mesmo teor; nesse sentido, após vários encontros com RC e desencontros nas suas secretarias, mesmo que sob comando de petistas, finalmente no final de seu governo, precisamente em novembro, há um mês do término, ele enviou o projeto de lei para a Assembleia Legislativa.

Detalhe: ele havia perdido o pleito da reeleição para PH. Este, por sua vez, nem esperou tomar posse e solicitou que a ALES lhe enviasse para vistas, e em vistas ficou ad calendas.

Quatro anos depois, RC retorna ao governo, e o que fez com o projeto? Nada! Esqueceu durante todos esses anos. Assim que ele tomou posse, através da deputada Iriny Lopes, do PT, solicitamos que ela conseguisse agendar com o governador essa pauta. Segunda ela, ele aquiesceu, foi cobrado por ela, e até o presente não marcou a audiência. Também, em carta aberta, solicitamos de sua secretária de Direitos Humanos, Nara Borgo, providências e o resultado foi nenhum.

Qual credibilidade, como confiar?

O PT vem há algum tempo ou a reboque ou com candidaturas sem estatura eleitoral para a disputa da majoritária estadual, atualmente, com o senador Contarato, surge a possibilidade real de deixar de ser um partido caudatário ou frágil e reúne condições amadurecidas de voltar a ter o protagonismo que outrora tivera.

Na atual fotografia, Lula está bem acima do genocida no estado, o senador Contarato é bem aceito pela classe média e alta, e a base social está com o PT, o que quer a Direção Nacional do partido que anda titubeia à espera de não sabemos o quê? A lentidão não ajuda a candidatura de Contarato.

Confiar numa dobrada com RC para governador e para o Senado, é desconhecer a história. Se for fazer, deve ser detalhado e público o compromisso.

A história ensina, aprende quem quer.

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

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Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

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