Promessa de fim de contrato com a Enel é tema de debate entre Boulos e Nunes

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Em meio ao apagão, candidatos à Prefeitura de São Paulo protagonizam o primeiro debate do segundo turno. Confira os principais temas abordados

magem: Foto de Ricardo Nunes (MDB Nacional/WikimediaCommons); Foto de Boulos (Bruno Spada/Câmara dos Deputados/WikimediaCommons).

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), participaram na noite desta segunda-feira (14) do primeiro debate no segundo turno eleitoral, organizado pela TV Bandeirantes. Com áreas da Região Metropolitana da cidade há mais de 72 horas no escuro, o contrato com a concessionária de energia Enel veio à tona logo no primeiro bloco. 

Seguindo as regras do debate, a primeira pergunta foi a mesma para ambos os candidatos: Qual a solução para evitar a falta de luz na cidade de São Paulo? Os dois políticos se comprometeram a rescindir o contrato com a Enel.

Nunes se limitou a dizer que a situação é “triste” e “que deixa a gente profundamente magoado“, jogando para o governo federal a responsabilidade pela “concessão, regulação e fiscalização” da empresa e que nada foi feito “desde novembro do ano passado“.

O atual prefeito da cidade, voltou também a citar que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira no caso. “Por que o ministro dele na sexta-feira que nós tivemos um problema aqui estava lá na Europa junto com a Enel, [tratando da] renovação de contrato? Por que o governo federal não fez a rescisão do contrato?“, questionou.

Nesta segunda, Silveira já havia afirmado que Nunes faz “fake news” sobre o tema. “Ele fez uma fake news dizendo que nós estávamos tratando da renovação da distribuição da Enel. A Enel vence seu contrato em 2028. Ela tem até 2026 para se manifestar sobre a sua renovação. Na verdade, ainda dá tempo do prefeito se preocupar com a questão urbanística de São Paulo“, disse o ministro.

Boulos, por sua vez, declarou que o apagão “tem dois grandes responsáveis, a Enel, que é uma empresa que presta um serviço horroroso e que eu, como prefeito de São Paulo, a partir de 1º de janeiro do ano que vem, vou trabalhar para tirá-la daqui, e o Ricardo Nunes“. 

O psolista ressaltou que a atual gestão da Prefeitura “não tem planejamento, as coisas ficam acumuladas”. Segundo ele, é necessário garantir “o recurso adequado para poda” das árvores, além de “trabalhar com inovação, usar tecnologias disponíveis. Como, por exemplo, o monitoramento via satélite da saúde das árvores para poder definir a prioridade de poda aquelas que têm mais chance de cair”. 

O atual deputado feral ainda criticou o serviço do 156, o portal de atendimento da Prefeitura. “Você ligava, você não conseguia falar com ninguém. Então [vamos] permitir que o pedido de poda possa ser feito também via aplicativo e com no máximo um mês de resposta”, sugeriu. 

O fato é que passadas mais de 72 horas desde o temporal que atingiu a cidade na última sexta-feira (11), ainda há 338 mil imóveis sem energia elétrica. A Enel prometeu normalizar o serviço em três dias, em meio a pressão de diversos setores. 

Ataques diretos 

Já no fim do segundo bloco, os candidatos trocaram acusações. Boulos questionou a chamada “máfia das creches” e desafiou Nunes a abrir seu sigilo bancário. O prefeito respondeu que tem uma “vida limpa” e citou a investigação da rachadinha do deputado Alessandro Janones (Avante), em que deputado foi o relator na Câmara dos Deputados.

Ao longo de 90 minutos de debate, mediado pelo jornalista Eduardo Oinegue, os candidatos também falaram sobre saúde, segurança pública, mobilidade urbana e a situação dos moradores de rua. Nenhum pedido de direito de resposta foi feito.

Além disso, na contramão dos debates do primeiro turno – marcados por ataques violentos -, em dado momento da noite de ontem, os candidatos protagonizaram um momento de leveza. O prefeito tossiu, ao finalizar a fala, e Boulos se aproximou. “Você está bem?“, perguntou Nunes, e os dois se abraçaram, rindo. “Eu estou bem, e você?“, disse o deputado.

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1 Comentário

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  1. Vi o Ronnie Von reclamando da falta de energia por causa da incompetência da Enel. Tem uma música do referido artista que diz:

    “Sinto a vela se apagando
    Os Marcianos vem chegando”

    A vela vai se apagar e, em vez dos Marcianos aqui chegar, o Musk e seus minions vão chegar a Marte mas a energia não vai chegar, se depender dos sanguessugas de Sampa

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