Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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Haddad, Ciro e Boulos e os rumos progressistas, por Aldo Fornazieri

Fotomontagem Portal Vermelho

Haddad, Ciro e Boulos e os rumos progressistas

por Aldo Fornazieri

Haddad, Ciro e Boulos estão politicamente encrencados. Como candidatos presidenciais, projetaram liderança e poder no plano nacional e se tornaram os políticos mais relevantes de suas respectivas agremiações. Mas, nos próximos anos, poderão ver essa liderança e esse poder erodirem aos poucos por não deterem as condições e os meios adequados para alimentar e ampliar poder e liderança.

Liderança, poder e até mesmo votos não são ativos estocáveis que de quando em quando se pode retirá-los dos depósitos. Eles dependem de uma relação permanente dos líderes para com os liderados firmando os vínculos de fidelidade mútua, atualizando as pautas, as propostas e os programas e renovando as esperanças. Somente líderes que já realizaram feitos extraordinários podem correr o risco de ausentar-se temporariamente para depois ressurgirem triunfantes.

Se o PT, o PDT e o PSol fossem partidos sensatos, que projetassem o futuro em perspectiva, olhando para o todo e para os desafios que o campo progressista tem pela frente, convocariam congressos partidários, renovariam os seus programas e suas direções, estabeleceriam metas de reorganização e renovação e entregariam a presidência para Haddad, Ciro e Boulos. Se estes últimos forem prudentes, corajosos e virtuosos devem construir caminhos que os levem à presidência de seus partidos, tanto para ampliar suas lideranças e introduzirem as inovações necessárias nas organizações partidárias, quanto para exercer uma oposição qualificada e dura ao governo Bolsonaro.

Não se trata apenas disso, evidentemente. Um político que aspira ao poder do Estado não pode negligenciar as questões centrais da liderança. Ou seja, ele precisa constituir o máximo de força organizada possível sob seu comando. Isto quer dizer que ele precisa tornar-se chefe, líder maior do seu partido ou do seu movimento. Quem não alcança esta condição enfrentará eternas dificuldades pelo caminho. A condição absoluta do êxito político de um líder consiste em dispor de força organizada fiel, capaz de garantir-lhe autonomia nas decisões políticas ou de Estado. No caso do Brasil, esta exigência é duplamente necessária: 1) pelo caráter frágil e gelatinoso dos partidos; 2) pela fragmentação partidária que dificulta a constituição de centros de poder decisório nas mãos de um líder ou de um partido.

Falando praticamente: se Haddad, Ciro e Boulos não se tornarem chefes supremos de seus partidos, com o apoio majoritário das forças internas, não terão autonomia decisória e dependerão da vontade de outros. Quanto mais um líder depender da vontade de terceiros, mais fraca será sua liderança. Admitindo-se a hipótese de que os três possam resolver o problema da liderança interna, terão que resolver o problema da liderança externa, em dupla direção: a) agregando um conjunto de outras forças políticas e sociais organizadas em torno de si e do partido; b) expandir liderança e reputação na sociedade, ganhando a confiança e a fidelidade de amplos setores sociais.

Para alcançar estas condições, os líderes precisam dispor de poderosos meios de poder. No caso, o principal meio de poder é o partido político. Mas devem articular grupos, sindicatos, movimentos sociais etc. O exercício do poder do líder deve contar com um estado-maior dirigente, competente e eficaz, constituído pelas pessoas mais capazes de que o líder pode dispor. Neste ponto, os políticos brasileiros, incluindo os partidos de esquerda e progressistas, são extremamente negligentes: se cercam de pessoas medíocres, burocratas e serviçais, que criam uma redoma em torno do líder, gerando um poder travado, fechado em si mesmo. Poderes fechados por burocratas tornam medíocres os próprios líderes, banalizando a sua liderança, apequenando-a. Os partidos e os líderes contemporâneos, na era da internet e das redes sociais, precisam modernizar-se, abrir-se, tornar-se acessíveis às pessoas é à sociedade.

Haddad, Ciro e Boulos precisam decidir se querem dar um passo em frente ou dois passos atrás.  Em tese, Haddad teria mais facilidade em tornar-se presidente do PT. Para isto, teria que convencer-se e convencer o partido. As correntes internas do PT teriam que ter a compreensão de que o partido só teria a ganhar com a presidência de Haddad.

Já, Ciro Gomes, precisa mudar de rumo em sua carreira política. Precisa parar de trocar de partido, assumir o PDT como seu partido, presidi-lo, reorganizá-lo, abri-lo à sociedade e aos jovens e às mulheres, enfim, modernizá-lo. Sob o comando de Carlos Lupi, o PDT apresenta uma estrutura anacrônica, enferrujada, bloqueadora das próprias potências e possibilidades expressas pela campanha de Ciro.

Depois de lançar-se candidato a presidente, Guilherme Boulos dará mais do que dois passos atrás se voltar a ser líder do MTST e não líder e presidente do PSol. A candidatura de Boulos só terá um sentido futuro se ele se construir enquanto um líder político-partidário. Caso contrário, terá sido um desperdício.

Os partidos progressistas e de esquerda apresentam um momento de desorientação ante a vitória de Bolsonaro. Não conseguem perceber que sua tarefa urgente é a de sua reorganização, de sua renovação e de sua conexão com os setores que podem garantir-lhe força organizada – as periferias, as mulheres, os jovens, os negros, os trabalhadores, os pobres e os desempregados. A rigor, as esquerdas perderam as periferias das grandes cidades do centro-sul do Brasil.

Os progressistas e as esquerdas precisam fazer um diagnóstico e uma caracterização corretos do governo Bolsonaro. Não se trata de um governo fascista ou neofascista. Se virá a ser isto ou aquilo é uma questão de futuro. Trata-se de um governo de extrema-direita. Nem Bolsonaro e nem o PSL se autodefinem como fascistas. Um governo fascista requer, além de um líder fascista, um partido ou movimento fascista e uma ideologia coerente e claramente fascista. Ademais, os movimentos e partidos fascistas tendem a constituir, manter ou ampliar poder através do uso da violência sistemática. São agrupamentos de enfrentamento. Abordar o governo Bolsonaro nas periferias ou junto aos trabalhadores como um governo fascista consistiria em falar para as pedras das calçadas, pois seria algo incompreensível.

O governo Bolsonaro precisa ser combatido no conteúdo concreto de suas propostas, de seu programa e de suas medidas. Precisa ser enfrentado e contido sempre que violar direitos e liberdades. Propor a formação de uma frente antifascista é algo estéril. As bancadas progressistas e de esquerda podem e devem formar uma frente democrática no Congresso para defender as liberdades, os direitos e um programa condizente com aquilo que as candidaturas defenderam na campanha. A mesma frente democrática pode e deve ter uma expressão social, nos movimentos, nos sindicatos, nas ruas.

Chega a ser infantil, para não dizer imbecil, querer fazer um terceiro turno das eleições com uma frente antifascista. A frente antifascista  tem cheiro de “não passarão”, “fora Temer”, “nenhum direito a menos”, “Lula livre”, palavras de ordem pretensamente combativas, que escondiam a incapacidade de ir para as ruas, e  se que traduziram em dolorosas derrotas. O enfrentamento precisa ser feito, sem dúvida. Mas é preciso reorganizar e renovar, preparar força para as eleições municipais de 2020.

As esquerdas e os progressistas têm uma presença débil nas prefeituras e nas câmaras municipais. Ou se reorganizam e se preparam ou colherão novas derrotas. As eleições municipais serão o momento de testar uma maior unidade progressista, pois uma frente eleitoral progressista e de esquerda ou surgirá das bases ou não surgirá, pois as direções partidárias se orientam pela lógica particularista de seus interesses.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

 
Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

33 Comentários

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  1. HOJE as Forças Publicas

    HOJE as Forças Publicas Armadas ameaçam – e confessam – abertamente as Instituições Civis e democráticas

    ..claro que com arma em punho e sem precisar dar satisfação da valentia a ninguém, ATÈ EU  ..convenhamos, é coisa de BANDIDO tudo isso que assistimos

    O STF, acuado, sem explicar se POR RABO SUJO, por medo, ou pro receio que algo pior viesse a ocorrer, SE CALOU covardemente e retirou direitos legais e constitucionais ATÈ dum presidente eleito (fora doutro que foi apeado violentamente do Poder)  ..e se com eles, imagine comigo e com você ??!

    eu não sei o que é “mais infantil”, querer fazer um 3o turno virtual, ou acredita como Aldo o faz, que com racionalidade democratica sairemos pacificamente dessa enrascada ?

    FATO, hoje estamos reféns ..pior que muitos fingem que não esta acontecendo ..antes, vitimados por JORNALISTAS ordinários que envenenaram cada canto desse país e que ainda estão soltos tentando achar seu novo lugar pra exercer susas maléficas influências

    SInceramente, não aposto que a dita “democracia” (mesmo aquela porcaria que exibíamos) será capaz de colocar os pingos nos Is

    ahh sim, e quanto a CIRO e pdt  ..francamente ?!

  2. Dificilmente o Boulos será

    Dificilmente o Boulos será presidente do PSOL. A maioria dos militantes do partido fica muito incomodada com a aproximação do líder do MTST com o Lula, pois o antipetismo no PSOL ainda é muito grande. As críticas ao PT e ao Lula ainda são as principais bandeiras de boa parte das lideranças mais tradicionais do partido. O PSOL ainda não se livrou do seu fundamentalismo antipetista e sectário.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=jTvbff0nT4k&t=690s%5D

    1. ..mais um cretino que faz um

      ..mais um cretino (o do vídeo) que faz um julgamento POLÌTICO do LULA

      Dinheiro que é bom ? nada

      Apontamento de desvios em ATOS de ofício ? Muito menos

      Parece que Luiz Inacio pecou ao ser LULA, advindo do proletariado, e não ter conseguido ser – como presidente – a palmatória de TODOS os pecados não só do modelo político, mas da sociedade brasileira

      coitado  ..nem Jesus Cristo conseguiu  ..mas de LULA, animais como esse cobram tudo  ..e se não conseguiu nos purgar e curar, então que fique preso, pensam

       

        1. Palestra de Nildo Ouriques

          Vi uma palestra de Nildo Ouriques no auge do governo Dilma (acho que antes de 2013).

          Ele acusava o PT de “anestesiar” a classe trabalhadora (não disse exatamente porque mas o que me veio à mente foi: baixo desemprego, bolsas e universidades).

          Na sua visão, seria necessário desanestesiar (ou seja, as coisas piorarem pra classe trabalhadora), pra criarmos as condições revolucionárias.

          Nós vimos aonde a opressão, a violência e o empobrecimento da classe trabalhadora nesses últimos anos nos trouxe…

          Mas ninguém lhe cobra autocrítica, né?

          1. Como diria Joãozinho Trinta

            Como diria Joãozinho Trinta “o povo gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual”. Para esses intelectuais que pairam acima de nós é difícil compreender o significado de programas como o Prouni, Ciência Sem Fronteiras, Minha Casa Minha Vida e Luz Para Todos. Para eles os trabalhadores e os mais pobres são cobaias para suas teorias mirabolantes.

    2. Tem outros quadros no Psol que parecem promissores.

      O atual presidente do Psol, Juliano Medeiros, não é sectário. Ele acompanhou a apuração do segundo turno junto com Haddad. Não sei quais as correlações de forças dentro do Psol, mas do segundo turno de 2014 para cá, acho que os sinais são positivos: apoiou Dilma no segundo turno, foi contra o golpe de 2016, apoiou Lula livre, o próprio Boulos sair candidato foi vitória sobre correntes do Psol mais sectárias (do filho do Plínio de Arruda Sampaio). Boulos fez campanha limpa sem fogo amigo, e o Psol apoiou Haddad no segundo turno sem titubear.

      Acredito que já nas eleições municipais de 2020 haverá mais candidaturas na forma de frente de esquerda com Psol, PT e PCdoB juntos.

      Quanto à presidência de partido, vou dizer em outro comentário.

  3.  Haddad tem o perfil de ir

     Haddad tem o perfil de ir pra guerra pra dizer que ele é o líder do PT? Ciro mudaria de forma radical sua conduta política de ver o partido político como meio e nunca um fim? E Bollos conseguiria dar aquele salto de um líder de um nicho ser um líder de uma parcela grande da sociedade – salto que Lula fez do mundo sindical ao mundo político? De repente é mais provável que surja um outro nome que hoje não está nas primeiras fileiras e consiga pegar essa bandeira da esquerda. 

  4. frente democrática ou anti-fascista?

    O mundo inteiro, incluindo especialistas no fascismo apontaram Bolsonaro como fascista. As ‘forças progressistas’ no Brasil insistem em varrer o fascismo para debaixo do tapete.Ninguém a essa altura da história vai se definir como fascista, sr.Aldo. Ideologia coerente? o fascismo nunca foi isso, como dizia Musolini a ‘ideologia do fascismo é o punho’; são pragmáticos, seu negócio é ação acima de tudo. O desgoverno de transição só revela mais o caráter (neo)fascista do Bolsonaro, ele não tem programa de governo além do ‘combate ao inimigo’. As periferias não são capazes de entender anti-fascismo? Se fascismo inclui o uso sistemático da violencia, então ninguém melhor do que a periferia que vive sob esse ‘uso sistemático da violencia’ é capaz de entender o que é fascismo sem precisar de teoria politica. Qunado as PMs agem como partido politico e como grupo de exteminio não estamos falando de fascismo????? E as pessoas assassinadas e espancadas durante a eleição? a vida delas não vale nada na definição do ‘fascismo’?E sr. Aldo a violencia sistemática está chegando as Universidades – a ação dos TREs na eleição, as ameças constantes de morte, o assédio e ameças a professores e estudantes de esquerda com a autorização do presidente eleito, por acaso não são ‘uso sistemático da violencia’??? tem gente que não está conseguindo trabalhar direito por causa da violencia psicológica sistemática que está sendo praticada contra as Universidades. Ou é preciso ter um cadáver dentro de uma Universidade para começarmos a falar de anti-fascismo??

    Dificil mesmo vai ser convencer alguém a aderir a uma frente democrática contra um presidente eleito. Parece que a ficha não caiu – Bolsonaro não deu um golpe, não é um ‘golpe militar’, não é Pinochet. Vou repetir – ele foi eleito. Defender a democracia contra um presidente eleito soa mais abstrato que frente anti-fascista,soa incoerente.  Querem um programa poisitivo? então façam como nos EUA e na Inglaterra, deem uma guinada a esquerda para oferecer uma alternativa ao fascismo. Combatam a violencia sistemática praticada cotidianamente nas periferias brasileiras, defendam o fim das PMs, o fim da GLO e da leianti-terrorismo(heranças do governo Dilma), defendam empresas publicas controladas por trabalhadores e usuários com faz o Corbin na Inglaterra.Parece que o que as ‘forças progressistas’ querem mesmo ao trocar a frente anti-fascista pela frente democrática é impedir uma guinada mais a esquerda.

  5. “Chega a ser infantil, para

    “Chega a ser infantil, para não dizer imbecil, querer fazer um terceiro turno das eleições com uma frente antifascista. A frente antifascista  tem cheiro de “não passarão”, “fora Temer”, “nenhum direito a menos”, “Lula livre”, palavras de ordem pretensamente combativas, que escondiam a incapacidade de ir para as ruas, e  se que traduziram em dolorosas derrotas. O enfrentamento precisa ser feito, sem dúvida. Mas é preciso reorganizar e renovar, preparar força para as eleições municipais de 2020.”

     

    O problema é o povo !!!! Vamos as rua spara dfender o povo, mas o povo não vai defender a ele mesmo !!! E o pior, ele estaá contra nós do lado dos seus inimigos !!!

     

    O povo merece todas as desgraças que lhe vier acontecer !!!

    1. Falei isso a meses atrás…

      Falei isso a meses atrás… Afinal, nossa esquerda está lutando por quem? Um povo fascista e conservador que prefere pagar o dízimo ao raciocinar?

      Tá difícil defender o povo brasileiro.

    2. É, já tô até achando bom

      É, já tô até achando bom deixar os caras e as caras que votaram no Bolso sofrer um bocado, não merecem a nossa luta por eles, mas o pior é que nós também sofreremos pela ignorãncia deles. Socorro!

  6. Questão partidaria

    A questão central são os nossos partidos que de tão frageis permetem a eleição de um tipo como Bolsonaroatravés de uma legenda insignificante e sem propostas claras de programa partidario. Ciro Gomes também despreza a importância de um partido forte para que possa sustentar uma candidatura. Virou uma praga no Brasil nomes terem mais importância no peso final do que o partido. João Doria Jr., como exemplo, deveria estar num partido de extrema-direita e no entanto se esconde na tal social democracia, coisas que ele não representa. Por isso o PSDB tal qual o conhecemos não existe mais. 

    E que o PSOL não fique apenas no papel de infernizar a ANDES, paralisam tudo e não propõem nada construtivo. Sinto muito, mas tem anos que o PSTU com mais alguns radicais têm paralisado negociações dentro dos sindicatos e boicotam qualquer proposta que não seja a deles.  

    O PT precisa se reorganizar rapidamente para tentar fazer das proximas eleições municipais um canal de debate com a população. A eleição para prefeitos, deputados estaduais e vereadores, é um bom momento para o partido voltar às suas bases, ir aos bairros e periferias, conversar com as pessoas, até porque daqui até la quem sabera qual Brasil teremos com Bolsonaro-Mourão à frente.

  7. Arf.

    Superaldo e suas tolices!

    Um cara que se diz sociólogo (ou seja lá o que ele se diz ser) defendendo a ideia de que a luta política tem como eixo central as eleições e seus resultados dentro da ordem capitalista, é de doer os olhos!

    Entendi…

    Então os partidos devem construir seus programas tendo como escopo o resultado das urnas de 2018?

    Gostei…sendo assim, ciro deve abraçar a marina, pedir para cagar e sair de fininho, enquanto Boulos deve voltar ao PT rapidinho.

    Quem sabe? 

  8. Fascismo ou extrema direita
    As três lideranças de esquerda que se consolidaram nestas eleições devem se manter ativas, aumentando o poder de seus respectivos grupos. A união entre eles se dará de forma natural, na construção de uma pauta de proteção democrática, anti -fascista, contra um governo de ultra direita, que deve realizar ações contra interesses dos trabalhadores e principalmente contra os grupos historicamente excluídos.
    Há que se tomar cuidado para que não haja luta desenfreada pelo protagonismo exclusivo de esquerda. Isso é risco de enfraquecimento do campo que deve ser evitado.
    Outro ponto que deve ser atentado é a incorporação da internet na luta. Em tempos recentes este meio se mostrou muito efetivo, concorrendo com a força tradicional das ruas.

  9. Esqueça o Haddad. Ele não tem

    Esqueça o Haddad. Ele não tem o perfil, nem tem gana pelo poder. No sacrifício aceitou a candiditaura para Presidente e, como sempre, foi competente. 

  10. Nem aqui nem na Europa…

    Ciro progressista?

    Nem aqui nem na Europa… escondido para não dar na vista ao não apoiar os progressistas que ficaram aqui lutando contra o fascismo.

    Ciro é um político de direita que se diz progressista para cumprir seu papael de dividir os progressistas com mentiras, ataques e viradas de casaca.

    Não aceito que se coloque esse canalha entre os progressistas.

    Ele que vá lamber as botas do Boçalnazi, a quem ajudou a eleger.

  11. Muito fraco o post

    O Autor pretende ungir caudilhos com o respectivo partido a reboque, ao invés de valorizar as ideias e a democracia interna destes partidos.

    Ainda, coloca todos esses partidos no mesmo balaio, como se a organização do PT seja similar aos outros partidos citados.

    O Fornaziere tem alguma coisa contra Gleisi Hoffman o simplesmente perdeu a noção sobre o que é um partido político. Muito estranho vindo de um “cientista” do tema

    1. CARO PROFESSOR, GOSTANDO DA AUTOFAGIA E PUNHALADAS NAS COSTAS?

      Mas chega a ser memorável ver Petistas arrependidos, que se tornaram Tucanos que se tornaram Bolsonaristas. Tudo isto em 20 anos. Os Fundamentalistas de Esquerda que sobraram não conseguem formular 1 única frase defendendo seu ponto de vista. E olha, que a maioria restante, não passa de feudos dentro de Faculdades Públicas e Professorado. Ou Protetorados mamando dentro do Orçamento Público. Um País absurdamente Rico com pesado gasto social e liberdade civil. E mais nada. Qual a razão de ter ou não uma arma de fogo é luta ideológica? Onde que proibição de caça de animal silvestre é luta ideológica? Que luta contra a miséria teria maior efeito, que se fosse permitido ao Povo Brasileiro ser proprietário das Ações (em parte) da Petrobrás ou Vale do Rio Doce? Duas ‘Hecatombes’ Planetárias. Qual é a projeção de lucros e consumo de minerais a partir da década de 90 e seus Governos Socializantes e Progressistas? Lá se vão 4 décadas e quantas mais, até o consumo de petróleo no mundo começar a diminuir? Mais de meio século? Não teríamos acabado com a pobreza? Ou a verdade é que este nunca foi o projeto de pretensos Socialistas? Vamos ‘chover no molhado’ até quando? Esta estória não cola mais. O que finda é o Período Getulista, que modou nossa pobreza, atraso e fascismo por 88 anos. Conluio entre Elite Progresista de pretensa Esquerda (nada mais que uma Classe Média abastada dentro do Estado Brasileiro) e Quartéis Militares. Boris Fausto já explicara tudo isto, há décadas. Pobre país rico.  

      1. Arf.

        Ê carência associada a TDH e distúrbio bipolar…Ninguém dá a menor pelota para o pobre do ze sergio…

        Zé Sérgio memorável era um forward-left-wing do São Paulo Football Club da década de 80…Que saudades de seus dribles nos backs adversários…

        Esse aqui tá mais para ponta enceradeira (roda, roda e não chega a lugar algum) misturado com relógio quebrado (marca a hora certa duas vezes no dia)…

        De tanto que fala, uma hora acerta em algo…quem sabe?

  12. Arf.

    Superaldo e suas tolices, a missão!

    Olhem o trecho:

    “Chega a ser infantil, para não dizer imbecil, querer fazer um terceiro turno das eleições com uma frente antifascista. A frente antifascista  tem cheiro de “não passarão”, “fora Temer”, “nenhum direito a menos”, “Lula livre”, palavras de ordem pretensamente combativas, que escondiam a incapacidade de ir para as ruas, e  se que traduziram em dolorosas derrotas. O enfrentamento precisa ser feito, sem dúvida. Mas é preciso reorganizar e renovar, preparar força para as eleições municipais de 2020.”

     

    Como é que um cara, que se arvora como portador de uma narrativa da realidade, despreza o fato que tais palavras de ordem, no campo da esquerda, (se assim podemos chamá-las) reificavam movimentos sociais polifônicos, e claro, como tais possibilitaram a mobilização, ainda que precária, e contiveram um avanço conservador que poderia ser bem maior??????????

    O cara tem a coragem de quesionar Lula Livre?????

    Tais movimentos, com chances a derrota ou a vitória, com significados diferentes da ideia dele – do autor- de “sucesso político”, algo que ele pretende quantificar, ao invés de qualificar????

    Ir para as ruas?????

    Que porra significa isso????? O coiso ganhou a eleição de “dentro de casa”…(risos).

    Com slogans e reduções (palavras de ordens)…

    O problema do “terceiro turno” (que ele chama de terceiro turno, mas que na verdade, trata-se da continuação do processo político para além da agenda eleitoral) é a falta de compreensão de imbecis como o autor, já que ele coloca as coisas nesse nível.

    O cara tá preocupado com as eleições de 2020…

    Puta que nos pariu…

     

     

  13. artigo de Aldo Fornazieri

    O professor Fornazieri é um intelectual lutador. Procura sempre apontar caminhos. Isto é louvável. Seus conceitos e instrumental teórico são europeus. Mas infelizmente trata da realidade de um país de terceiro mundo, onde os líderes existem sobre os partidos e até apesar dos partidos. Na Europa, líderes e respectivos partidos são um todo orgânico e político. Com exceções, é certo, como Berlusconi, que criou um partido à sua volta. E não foi o partido que o escolheu. Mas em geral os líderes se fazem na vida partidária. E como a política nas sociedades maduras europeias é fundamentalmente partidarizada, líderes legitimados por eleições são líderes de partidos. Macron é e não é uma exceção, pois criou e foi legitimado por um formidável movimento político de renovação da maneira de se fazer política na sociedade. Angela Merkel, a mais importante (e uma das únicas) estadista europeia, surgiu como dirigente partidária e  deixará a política dentro de pouco tempo ao renunciar a concorrer à liderança do seu partido na próximo congresso.

     No Brasil é tudo uma grande esculhambação. Os partidos têm uns “quase donos”. O PT não é assim, mas está há anos refém dos designios de seu líder “supremo”. Aliás supremo é uma palavra algo aterradora e Fornazieri, talvez por algum ato falho, a utiliza para definir a missão de Haddad, Boulos, Ciro. Tornarem-se “líderes supremos” de seus partidos. Professor, jogue na lixeira este adjetivo perigoso.

    O  grande desafio democrático seria ter um congresso de 5 a 10 partidos, no máximo, com vida interna e um mínimo de democracia para decidirem sobre seus líderes, sempre sujeitos a congressos e outros mecanismos de ra/retificações de liderança. Nada de “supremos”.

    O  grande desafio democrático seria ter eleiçõs com programas político-eleitorais com metas definidas e não cheques em branco a líderes “supremos”.

    Há países na América Latina que já não estão no terceiro mundo político. Como o Uruguai e o Chile, apesar dos anos de chumbo das ditaduras militares. Mas os países que foram e ainda marcados pelos “ismos” (peronismo, chavismo, lulismo, priismo no México e outras repúblicas bananeras como as ditaduras de Somoza, Balaguer, Pérez Jimenez e outras) têm mais dificuldades em evoluir para uma certo nível atingido pelas democracias ocidentais europeias, que longe de serem o ideal político, estão num outro patamar civilizatório em termos de organização política e constitucional das sociedades nacionais. Para não falar na ideia e realidade da União Europeia, uma superação parcial e muito imperfeita ainda das mesquinhas realidades nacionais e nacionalistas, causadoras de tantas guerras na Europa.

    Professor, siga no seu caminho, culto, cheio de ideias, ainda que contraditórias com o baixo nível dos atores políticos no Brasil.

     

     

  14. Primeiro analisar, depois organizar a resistência.

    Tudo ao seu tempo.

    Agora terminada a batalha eleitoral, com a derrota organizar a resistência.

    Antes de qualquer avaliar as causas, as condições e as características da derrota, como por exemplo os resultados no nordeste e no Sul.

    Sem  estas avaliações não será possível organizar a resistência.

    De qualquer maneira  a mobilização dos trabalhadores do campo e da cidade é fundamental para o sucesso da resistência, e para é fundamental uma chamado a sindicalização aos trabalhadores e trabalhadoras, um chamado as organizações de bairros e das cooperativas das agricultura familiar,

    Um chamado a mobilização permanente dos estudantes.

    Tanto a mobilização dos movimentos sociais, bem com a definição das bandeiras a serem levantadas dependem das medidas efetivas do novo governo, a partir da qual vai se iniciar efetivamente a resistência dos movimentos sociais. PT tem condições de assumir o protagonismo da resistência, em função de ser o maior partido da oposição, e por um ser um partido que tem uma relativa unidade de posições e princípios a nível nacional, diferente dos partidos heterogêneos como PSB e PDT, no caso do PSOL ainda é partido pequeno a nível nacional, o que pode consideravelmente dependendo da forma como atue na resistência ao novo governo.

    A luta a ser travada contra o novo governo em defesa dos trabalhadores, aposentados, estudantes, pequenos produtores rurais, naturalmente produzirá lideranças reginais e nacionais.

     

     

     

     

  15. O professor Aldo ouviu o galo

    O professor Aldo ouviu o galo cantar e pensou que fosse um canário-da-terra. Viajar na maionese é pouco.

    Colocar o Ciro Gomes como “esquerda” é no mínimo risível. Ciro está visivelmente tentando ocupar o espaço deixado pelo esfacelamento do PSDB e transformar o combalido PDT em um baluarte do “deus” Mercado. É um homem do Jeressati e do mercado financeiro. Perguntem o que pensam dele os trabalhadores de Volta Redonda. Ser o campeão do centro-direita é o que explica os seus ataques estapafúrdios e gratuitos ao PT e ao ex-presidente Lula, que sempre o trataram com fidalguia. O que deseja é marcar posição como o “novo FHC”, com sotaque nordestino e sem a gentileza do ex-presidente. É o Cirão/2022.

    Guilherme Boulos, uma grata surpresa, mas a estrutura interna do PSOL não é a mesma do PT. Ele e seu partido compreenderam que sema união das forças progressistas não haverá política. Mas, nem ele nem o PSOL serão cudatários do PT ou de outro partido.

    O PCdoB é uma reserva moral e ideológica que poderá agir como a argamassa nesse concerto progressista, sem dúvida. Mostrou que tem aptidão para aluta, para o embate político, cum sua militância aguerrida e esclarecida.

    Finalmente, o PT do Haddad, Gleisi, Lula, Dilma e centenas de outros militantes engajados, por seu tamanho, pelo histórico dos anos de poder, pelas políticas implantadas, todas visando o Brasil do presente e do futuro, será, sem dúvida, um elemento precioso e indescatável no processo futuro de contraposição ao projeto integralista de Bolsonaro e generais.

    A luta não começou mas as tropas estão sendo motivadas para os embates políticos na reconstrução da democracia. Acertadamente estão fazendo todos os preparativos para formação de base das militâncias desses partidos de base popular e sabemos, pela história, que conseguirão, mais uma vez, derrotar o obscurantismo nascente. O Bolsonarismo fornece as armas e os argumentos para sua própria derrota, como já desponta nos horizontes.

    Quanto ao Ciro e Marina, podem continuar no abraço dos afogados. Não fazem falta e logo serão esquecidos, assim como o Cerra, Alckmin, Fernando Henrique Cardoso, Collor e tantos outros.

  16. Tudo fica centralizado nas eleições.

    Não sei qual a diarréia mental que tanto o Aldo Fornazieri e alguns comentaristas tem em centralizar toda a luta que se pode ter em eleições. Ficam todos pensando já nas eleições de 2020 e até de 2022, pois pensam que estamos na França ou na Inglaterra, onde uma pequena parte da luta política é desenvolvida em pleitos políticos.

    Acordem, nem é questão de haver ou não eleições nestas datas, mas sim da farsa burguesa que são estas eleições, manipuladas ao favor do momento e já a estrutura das eleições levam diretamente as distorções.

    Vão acordar quando, quando todos estiverem na cadeia esperando que nas eleições de 2042 consigam a liberdade?

  17. :: Prêmio Nobel da Paz para

    :
    : Prêmio Nobel da Paz para LULA 2018 Já ! ! ! ! !

     

    Filme documentário “O Processo”, sobre o impeachment de Dilma, é indicado para concorrer a Oscar de melhor filme estrangeiro : 

    O documentário da cineasta Maria Augusta Ramos O Processo versa sobre o impeachment de Dilma Rousseff. O filme está impactando o mundo ao mostrar o processo bizarro e fraudulento que atirou no lixo os 54 milhões de votos que a elegeram.

    Desde a estreia, em maio, o documentário vem colecionando prêmios internacionais. Ganhou no Festival de Berlim; ganhou no Festival Visions Du Reel, na Suíça; ganhou em Portugal, no Festival IndieLisboa; ganhou no no Festival Documenta Madri, na Espanha…

    Após essa maratona de sucesso, esse documento histórico que mostra como o Brasil foi atirado no fundo do poço, desmoralizado internacionalmente e teve sua democracia gravemente ferida, não surpreende uma notícia que deve animar a todos os que prezam a democracia, a verdade e a Justiça.

    A notícia pouco repercutiu na imprensa brasileira, por razões óbvias, mas o fato é que o documentário sobre o golpe de 2016 agora figura entre os 166 longas indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro

    A enorme importância dessa exposição no maior evento do cinema mundial é dar ciência ao resto do mundo de que o Brasil sofreu um golpe que a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro, obtida às custas de financiamento ilegal de campanha por empresas, não apaga.

    É vital que essa denúncia seja feita, porque nos próximos anos só a fiscalização internacional poderá evitar um fechamento do regime que se inicia dia 1º de janeiro de 2019, pois o desastre que o governo Bolsonaro irá causar fará a população se revoltar contra ele e, nesse momento, os militares tentarão um golpe para perpetuar o regime.

    O mundo precisa saber o que está acontecendo no Brasil e o documentário o Processo é uma eficiente arma de divulgação da situação escabrosa que vive nosso país.

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  18. ARF

    O superaldo inventou a sociologia de resultado, algo que fica entre a sociologia (ruim) de botequim (porque há as de boa cepa) e o colóquio flácido para ninar semoventes, popularmente conhecido como conversa para boi dormir!

    Ou seja: se não dá resultado desejado por ele (com Lula Livre, Fora Temer etc) não pode ser validado e legitimado como tal, caindo na categoria “imbecil perda de tempo”.

    Sim, o superaldo deveria ter criado o PT e a CUT em 1980, no lugar de Lula, se transformado na referência que é Lula, e quem sabe governado esse país muito melhor que o Lula?

    Agora eu duvido que o superaldo passasse dois dias na tranca! Já teria confessado até a morte de Joana D’arc!

  19. É fascismo, sim!

    Embora não seguindo modelo tradicional de fascismo, o candidato eleito tem perfil fascista, pelo que diz, pelo que fez a vida inteira. Lamento que seu texto não instrumentalize o povo para o enfrentamento de um governo fascista, que vai imediatamente perseguir o congresso. Tenho pena dos políticos. 

  20. O PT perdeu por ter se ausentado das ruaa, saiu de onde o povo estava, com isso deu chances aos oportunistas de discursos pseudo cristãos e com palavras de ordem de cunho facista. Os movimentos sociais precisam voltar para as ruas, levar esclarecimentos para a população e, se voltar ao poder, melhorar a educação, exortando as pessoas a pensar, questionar e a não aceitar palavras de ordem, que apenas trazem pensamentos torpes. E não basta falar bonito, é preciso equilíbrio. Siga em frente professor Haddad, sua missão é árdua e a estrada longa. Graças a Deus que o Brasil ainda pode contar com pessoas iguais a você e muitos outros.

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