Lava Jato não tem mais como prejudicar candidatura de Lula em 2022, diz Cristiano Zanin. Assista

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Não vejo como possam abrir uma nova frente que possa comprometer seus direitos políticos, que foram plenamente estabelecidos", disse Zanin

Lula usa um terno preto e camisa branca sem gravata. Lula segura um livro entregue a ele pelo advogado Cristiano Zanin, que usa um terno preto, gravata vermelha, camisa branca e óculos. Os dois estão sorrindo
O advogado Cristiano Zanin e o ex-presidente Lula. Foto: Divulgação

Com a suspensão do último processo contra Lula, sobre o “caso Gripen”, a Lava Jato não terá mais tempo ou recursos capazes de minar a candidatura do ex-presidente na eleição de 2022. É o que aponta o advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula, em entrevista exclusiva ao GGN [assista ao final].

Na semana passada, por decisão do Supremo Tribunal Federal, a ação penal que acusada esquema de corrupção com participação de Lula na compra dos caças suecos foi suspensa. É a 24ª vitória da defesa de Lula contra processos da Lava Jato e seus desdobramentos.

“Era a última ação penal ativa. Nós conseguimos encerrar não só todas as ações penais sem materialidade, como também as investigações sem nenhum propósito, como a das palestras. Foram 5 anos de investigação para concluir o óbvio: Lula deu as palestras e elas foram lícitas. A Lava Jato tentou de tudo para incriminar Lula e tirar seus direitos políticos. Mas nós conseguimos provar que ele não praticou nenhum dos crimes a ele imputados. Não vejo como possam abrir uma nova frente que possa comprometer seus direitos políticos e os seus direitos em geral, que foram plenamente estabelecidos”, disse Zanin.

REPARAÇÃO

As 10 maiores violações de Sergio Moro. Confira Web Stories exclusiva do GGN sobre os principais abusos cometidos pelo ex-juiz da Lava Jato

Agora que Lula que está livre para disputar a Presidência da República em 2022, a defesa aguarda o desfecho de processos que moveu ao longo dos últimos anos contra os abusos e arbitrariedades dos membros da força-tarefa da Lava Jato.

A expectativa é de que o Superior Tribunal de Justiça julgue nesta semana uma ação contra Deltan Dallagnol. Zanin também lembrou que há um comunicado enviado à Comissão de Direitos Humanos da ONU que pode ser julgado no primeiro semestre de 2022.

Zanin lamenta, contudo, que diversas denúncias feitas por Lula aos órgãos de controle tenham sido protelados, nos anos dourados da Lava Jato, a ponto de perderem a validade.

“A questão do powerpoint, por exemplo, quando levamos ao Conselho Nacional do Ministério Público, houve adiamento por 42 vezes e depois o caso prescrever. O Conselho concluiu que embora tivesse havido o desvio funcional, não era mais possível punir Dallagnol. Assim como outros casos levados aos órgãos de controle deixaram de ser analisados ao tempo que deveria ocorrer. Então algumas ações ainda aguardam respostas e outras não surtiram efeito porque não houve reação dos órgãos de controle no tempo adequado.”

Sobre a possibilidade de buscar reparação contra Moro pelos 580 dias que Lula ficou preso indevidamente – já que o ex-juiz sequer tinha competência para julgar o “caso triplex” – Zanin respondeu que “uma prisão indevida e injusta nunca pode ser reparada. São danos irreversíveis.”

“No caso de Lula, também teve consequências para o Estado de Direito e a democracia no País, porque causou impedimento indevido dele participar da eleição em 2018. É um dano irreparável não só a Lula, mas a todos os brasileiros que queriam votar nele. Isso foi comunicado à ONU e em breve poderá ser julgado. Acho que é o primeiro passo e qualquer outra providência será refletida no momento correto.”

Também participaram da live com Cristiano Zanin os jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler, o professor de Direito Eduardo Appio e o advogado Leandro Roca, que atuou no caso do Museu do Trabalho e do Trabalhador. Ele contou um pouco sobre os “delírios acusatórios” do Ministério Público, que tentou associar supostas irregularidades na construção do Museu com o caso Gripen.

Assista a entrevista completa abaixo:

Leia também:

1 – Xadrez do golpe que será dado nas eleições, por Luis Nassif


2 – Documentário do GGN mostra os arbítrios do ex-juiz Sergio Moro antes da Lava Jato

3 – Série de vídeos do GGN explica os interesses dos Estados Unidos na Lava Jato

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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