Mulheres na política: por que votar em candidatas faz a diferença

É fundamental que as mulheres se organizem, se informem sobre as candidaturas e incentivem outras mulheres a participarem ativamente do processo eleitoral

Foto: Agência Brasil

da Coalizão Nacional de Mulheres

MULHERES NA POLÍTICA: POR QUE VOTAR EM CANDIDATAS FAZ A DIFERENÇA

A trajetória das mulheres na busca por seus direitos políticos foi marcada por longas e árduas batalhas. Durante séculos, as mulheres foram excluídas dos processos decisórios, negando-lhes a oportunidade de influenciar as políticas públicas que as afetavam diretamente.

No Brasil, em fevereiro de 2024, o voto feminino completou 92 anos, embora tardia esta conquista,  representou um avanço significativo na luta por igualdade e reconhecimento dos direitos das mulheres, no entanto, quase um século depois, lutamos por representatividade.

A estatística apresentada no site do TSE indica que, entre 2016 a 2022,  as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro.

No ranking mundial, feito pela União Interparlamentar,  baseado em informações fornecidas pelos parlamentos nacionais de quase 190 países, o Brasil ocupa a posição 129, com apenas 17,7% de mulheres na Câmara dos Deputados.

Observamos que  a sub-representação feminina nos espaços de poder continua sendo um desafio a ser superado.

Pesquisadores do Laboratório de Avaliação e Inovação em Políticas Públicas do IDP, utilizando como base, dados da Controladoria Geral da União, apresentaram estudo, onde ficou evidenciado os benefícios da participação feminina em cargos políticos, foram observados a redução da corrupção, melhoria dos serviços públicos, melhores taxas em atendimento pré-natal e infraestrutura escolar.

A participação feminina na política muda o paradigma, já que as mulheres tendem a abordar os problemas sociais de forma diferente, priorizando questões como saúde, educação e combate à violência; a presença de mulheres nos parlamentos está associada a uma maior aprovação de leis que beneficiam as mulheres e a sociedade como um todo.

No Brasil, a atuação da bancada feminina na Câmara dos Deputados e no Senado Federal aprovou 61 projetos de lei desde o início dos trabalhos legislativos, em 2023, dos quais 43 já viraram leis. Entre alguns deles:

A lei que garante salários iguais para homens e mulheres no desempenho das mesmas funções (Lei 14.611/23),  Lei 14.786/23 cria o “Protocolo Não é Não” para prevenir o constrangimento e a violência contra a mulher em vários locais de espetáculos e a Lei 14.541/23, que garante o funcionamento 24 horas das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.

Em outubro, mais de 155,9 milhões de brasileiros irão às urnas para eleger prefeitos e vereadores em 5.569 municípios do país.

Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), em 101 cidades só há candidaturas femininas, ou seja, não há homens na disputa. Em 24 dessas cidades, há apenas uma candidata ao cargo, o que significa que a candidatura é única e é de uma mulher.

No total, a Justiça Eleitoral registra 15.455 candidaturas a prefeito. A participação feminina nesse total é de 15%, o que equivale a 2.311 candidatas ao Poder Executivo Municipal, distribuídas em 1.947 prefeituras do país. Destas, 18% concorrem à reeleição.

A representatividade da mulher na política é crucial, pois traz consigo perspectivas e experiências únicas, essenciais para a formulação de políticas públicas que atendam às necessidades de toda a população.

Ao votar em mulheres, em todas as suas interseccionalidades, estamos construindo um futuro mais justo e igualitário para as próximas gerações.

É fundamental que as mulheres se organizem, se informem sobre as candidaturas e incentivem outras mulheres a participarem ativamente do processo eleitoral.

Fontes:

https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2024/noticia/2024/09/01/candidaturas-femininas-para-as-prefeituras-correspondem-a-15percent-do-total-de-concorrentes-ao-cargo-diz-confederacao.ghtml

https://cnm.org.br

https://www.justicaeleitoral.jus.br/tse-mulheres

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