Jornal GGN – Na onda do megavazamento de dados batizado de Pandora Papers – que atingiu, no Brasil, nomes de empresários ligados ao bolsonarismo e o ministro da Economia Paulo Guedes – o GGN relembra algumas reportagens especiais sobre a Mossack Fonseca, o escritório panamenho pivô do Panamá Papers.
Enquanto o Pandora Papers teve como base mais uma empresa responsável pela abertura de offshores em paraísos fiscais, no caso do Panamá Papers, a fonte exclusiva era a Mossack Fonseca.
Com representação em mais de 40 países, a Mossack Fonseca apareceu na grande mídia em virtude da operação Lava Jato sobretudo em 2016, quando os procuradores da força-tarefa acreditavam que chegariam a Lula e ao PT seguindo o rastro deixado por um apartamento no Condomínio Solaris, no Guarujá (SP), que está em nome de uma publicitária com offshore aberta pela Mossack.
O caso Mossack Fonseca logo foi marginalizado pela Lava Jato, e descobriu-se, em seguida, através da apuração de alguns veículos, o provável motivo: a família Marinho, dona da Rede Globo, seria proprietária de uma mansão em Paraty (RJ) que também estaria em nome de uma offshore aberta pela Mossack Fonseca.
Com as relações promíscuas entre Lava Jato e alguns veículos da grande mídia, não era surpresa alguma que o caso Mossack Fonseca fosse abafado no noticiário com o tempo.
Somente no final de agosto de 2021, mais de 5 anos após os vazamentos sobre a Mossack Fonseca na Lava Jato, é que a Polícia Federal indiciou, pela primeira vez, seis nomes ligados ao escritório panamenho no Brasil, mais a publicitária dona do apartamento 163-B, no Condomínio Solaris, vizinho ao 163-A, que a Lava Jato em Curitiba atribuiu ao ex-presidente Lula.
Curiosamente, o indiciamento pela PF ocorreu poucas semanas antes do Pandora Papers explodir na imprensa nacional e internacional.
Em 2016, o jornalista Luis Nassif alertou que o apartamento 163-B no Solaris seria o “Riocentro da Lava Jato”. “A operação descobriu um elefante – a Mossack Fonseca – e agora não sabe como escondê-lo para não comprometer os Marinho“, escreveu Nassif. Relembra o artigo que destrincha o caso aqui.
Também em 2016, a repórter Patricia Faermann, do GGN, mostrou quem mais aparecia no Panama Papers. “Frustando as expectativas das buscas da Lava Jato, as investigações da imprensa a nível mundial não trouxeram provas contra nomes ligados ao PT. Mas contra o PMDB, PSDB e partidos da oposição.” Confira a lista aqui.
Além disso, o GGN revelou, com exclusividade, os dados da família Marinho e de offshores da Rede Globo também nas Bahamas. Informações que são peça-chave para entender as negociatas pelos direitos de transmissão da Copa de 2002. Leia mais aqui.
Leia também:
Pandora Papers: O caminho para investigar Paulo Guedes e Campos Neto, por Luis Nassif
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