Nas rede sociais, candidatos pagam para disseminar anúncios com informações falsas sobre as urnas

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Entre os conteúdos há aqueles que põem em dúvida a apuração do pleito de 2020 e teorias da conspiração sobre as urnas eletrônicas.

Foto: Chris Ratcliffe / Getty Images

Às vésperas das eleições, candidatos têm aproveitado brechas no Facebook e Instagram para impulsionar mensagens com informações falsas e ataques ao processo eleitoral, apontou um levantamento do O Globo.

A pesquisa, feita a pedido do veículo pelo NetLab, laboratório vinculado à Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostra que entre 26 de junho e 31 de julho, pelo menos 21 anúncios com desinformação sobre as eleições foram autorizados pela Meta, a empresa que controla as plataformas. 

Os dados, levantados por meio da API da biblioteca de anúncios da Meta, apontam que a disseminação partiu de perfis de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), já conhecido pelos insistentes ataques ao sistema eleitoral. 

Entre os conteúdos há aqueles que põem em dúvida a apuração do pleito de 2020, outros afirmam que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já conhecem os resultados da votação que ocorrerá em outubro, além de teorias da conspiração sobre as urnas eletrônicas. 

A Meta proíbe anúncios que violem as regras de desinformação, mas ataques às urnas não estão entre os itens barrados.

A maior parte dos anúncios foi paga por candidatos a deputado federal ou estadual filiados a partidos próximos ao Planalto, como PL, Republicanos, PP, PSC e Patriota. 

Entre os nomes estão o deputado federal Coronel Armando (PL-SC); o ex-deputado federal Evandro Roman (PP-PR); o candidato a deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, Mauro Fiuza (PSC); o pré-candidato a deputado estadual por São Paulo Major Ricardo Silva (PRTB); e a pré-candidata a deputada federal Tatiana Mandelli (Republicanos-BA).

O investimento por anúncio variou entre R$ 100 e R$ 600. O alcance total ficou em torno de 500 mil impressões, ou seja, o número de vezes em que as mensagens apareceram para os usuários.

Vale ressaltar, no entanto, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proíbe que candidatos a cargos eletivos disseminem fatos “sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados” a respeito do sistema eleitoral.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

1 Comentário

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  1. Em 2004 eu recebi uma proposta indecente, em essência.
    Eu havia criado um site, três anos antes, que o encerrei naquele ano, porém, desde então mantenho um blog até hoje.
    A proposta era de ser “cobrador de escanteio” no blog para que alguém cabeceasse; e, nesse caso não seria o gol definitivo porque a ideia da proposta era que “bola quicasse” até fazer muitos gols replicados.
    Declinei. Contudo uma coisa ficou clara pra mim: o mundo de “fale news” que já havia no rádio, jornais, revistas e até grande redes de TV estava ali ganhando um reforço gigantesco.
    E olha que ninguém tinha menor ideia do smartphone; muito menos de redes sociais.

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