O acordo de Alcântara e a diplomacia da sabujice

Sugerido por Assis Ribeiro

Da Carta Capital

A diplomacia da sabujice contra-ataca

Por Roberto Amaral

Acordo firmado entre o governo FHC e os EUA para a cessão de parte do território de Alcântara só se assina de cócoras

Às vezes pequenos gestos, ou gestos aparentemente pequenos, são a medida de grandes políticas, em cujo rol incluo a política externa independente estabelecida a partir do primeiro dia do governo Lula. Ela remonta às formulações de Afonso Arinos e San Tiago Dantas, continuadas por Hermes Lima, Evandro Lins e Silva e Araújo Castro. Dela, uma de suas fundamentais iniciativas foi o defenestramento de Washington (é só um exemplo de outras remoções necessárias aos interesses nacionais) do embaixador brasileiro que lá se encontrou a serviço da subserviência. Serviço que prestava, ressalte-se, gratuitamente, por pura sabujice e satisfação interna, assim como age todo colonizado em frente ao seu senhor colonizador, máxime quando todo poderoso. Franz Fanon – leitura reatualizada como neocolonialismo– trabalhou muito bem  essa categoria de dominado que assume por prazer a ideologia (donde o discurso) do dominante, reproduzindo-o como passiva correia de transmissão. Aliás, esses pobres diabos não reconhecem seu próprio  papel ideológico, e, como se não soubessem o que é  ideologia, classificam como ideológico tudo aquilo que não segue o catecismo no qual aprenderam os mandamentos do servilismo. Para eles, por exemplo,  toda ação de defesa dos interesses do país – o nacionalismo, vá lá— é carregada por uma pulsão ideológica, e a única formulação ideológica que  conhece é a do esquerdismo. O entreguismo, não. Esse é puro sentimento ou ciência.

Antigos embaixadores de carreira, particularmente os que andaram por Washington, Londres, Paris e Berlim,  que serviram com denodo à lastimável política externa de FHC, aproveitam-se  da aposentadoria merecida para, na imprensa que lhes abre espaços generosos, combater, os interesses nacionais, a pretexto de fazerem oposição à atual política externa brasileira por eles estigmatizada como ideológica, e ideologia cai no dicionário dos adjetivos pejorativos. Como se a própria crítica não fosse uma ideologia a serviço de um interesse.

Em espaço latifundiário num grande jornal paulista, o candidato a ministro das Relações Exteriores em eventual governo do ex-governador mineiro (o que é em si uma ameaça),  reclama da recusa do Congresso Nacional em ratificar o Acordo firmado entre o governo FHC e os EUA para a cessão de parte da soberania brasileira sobre o território de Alcântara, no Maranhão, para a instalação de uma base de lançamentos de foguetes. Acusa o governo Lula de haver agido por ‘razões ideológicas’. Ora, o ex-embaixador, convenientemente, esquece-se de dizer que a ratificação do Acordo fôra rejeitada por 23 dos 25 integrantes da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em rara demonstração de convergência suprapartidária naquela Casa, fundamentada em primoroso voto do então deputado Waldir Pires.

O ex-embaixador, que, aliás, e por coerência, preside a Câmara de Comércio Brasil-EUA, não se dá ao trabalho de explicar que sorte de acordo era este firmado por FHC. Para suprir sua omissão, informemos algumas de suas características, negadas aos seus leitores. Vejamos.

O acordo leonino previa a possibilidade de veto político (sem necessidade de justificativa) dos EUA a lançamentos, brasileiros ou não, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, empreendimento brasileiro em território brasileiro, hoje uma base da Força Aérea Brasileira (art.III, A); proibia nosso país de cooperar (entenda-se como tal aceitar ingresso de equipamentos, tecnologias, mão-de-obra ou recursos financeiros) com países não membros do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis –Missile Techonology Control Regime-MTCR (art. III, B); proibia o Brasil de incorporar ao seu patrimônio ‘quaisquer equipamento ou tecnologia que tenham sido importados para apoiar Atividades de Lançamento’ (art. III, C); proibia o Brasil de utilizar recursos decorrentes dos lançamentos no desenvolvimento de seus próprios lançadores (artigo III, E); obrigava o Brasil a assinar novos acordos de salvaguardas com outros países, de modo a obstaculizar a cooperação tecnológica (art.III, F); proibia os participantes norte-americanos de prestarem qualquer assistência aos representantes brasileiros no concernente ao projeto, desenvolvimento, produção, operação, manutenção, modificação, aprimoramento, modernização ou reparo de Veículos de Lançamento, Espaçonaves e/ou Equipamentos Afins (art. V, 1); concedia a pessoas indicadas pelo governo dos EUA  a exclusividade do controle, vinte e quatro horas por dia, do acesso a Veículos de Lançamento, Espaçonaves, Equipamentos Afins, dados Técnicos e ainda o acesso às áreas restritas referidas no artigo IV, parágrafo 3, bem como do transporte de equipamentos/componentes, construção/instalação, conexão/desconexão, teste e verificação, preparação para lançamento, lançamento de Veículos de Lançamento/Espaçonaves, e do retorno dos equipamentos e dos dados Técnicos (art.VI, 2);  negava aos brasileiros e fazia concessão exclusiva aos servidores dos EUA do  livre acesso, a qualquer tempo, ao Centro de Lançamento para inspecionar Veículos etc. (art.VI, 3); exigia do governo brasileiro a garantia de que todos os representantes brasileiros portariam, de forma visível, crachás de identificação enquanto estiverem cumprindo atribuições relacionadas com Atividades de Lançamento; referidos crachás, porém,  seriam emitidos unicamente pelo governo dos EUA, ou por Licenciados Norte-Americanos (art. VI, 5).

Este é um típico acordo de lesa-pátria que só se assina de cócoras e só pode sentir-se bem em firmá-lo um governo cujo chanceler se dispôs a tirar os sapatos para ingressar no sagrado solo dos EUA.

Tenho a honra de, como Ministro da Ciência e Tecnologia,  na digna companhia dos ministros  Celso Amorim (Itamaraty) e José Viegas (Defesa), haver solicitado ao governo da República a retirada desse acordo do Congresso. O objetivo era cuidar da soberania nacional, nosso dever funcional que não alcança determinados embaixadores, e assegurar, no futuro, a possibilidade de o Brasil possuir um Programa Espacial Autônomo. Projeto ao qual, claramente, sem tergiversações, sempre se opuseram e se opõem os EUA. Assim, já no distante 1997 — trata-se apenas de um exemplo, um em cem–, nos primórdios do Projeto Cyclone-IV, decorrente do acordo Brasil-Ucrânia (que o embaixador malsina simplesmente porque ele inviabilizou ou atrasou o acordo com os EUA), a FIAT-Avio, que dele participava, desligou-se ao ser notificada de que os EUA não viam com bons olhos o programa espacial brasileiro. (‘Para que os brasileiros querem ter um programa espacial próprio se podem comprar nossos serviços de lançamento?’). Quando da homologação pelo Congresso brasileiro do Acordo com o Brasil, a Ucrânia foi informada de que os EUA não ofereciam óbices à cooperação, ‘mas continuavam entendendo que o Brasil não deveria ter programa espacial próprio’. (Tenho cópia deste documento.) E enquanto não tem, depende dos lançadores e dos satélites dos EUA e da China. O Brasil despende, por lançamento realizado em sitio de terceiros, algo entre 25 e 50 milhões de dólares.

Nosso atual programa compreende satélites lançados lá fora: dos EUA – um satélite pequeno, mas cujo lançamento nos custou 100 milhões de reais; a classe dos CBERS – satélites construídos por Brasil e China, mas lançados da China, com seu veículo Longa Marcha; e outros, fabricados para nós no Canadá, ainda nos EUA e na França, e lançados todos da base de Kourou, na Guiana Francesa.

O acordo rejeitado era e é só e tão só um instrumento a mais, que se associava às pressões diplomáticas desde cedo levadas a cabo, pois, como todo mundo sabe, sabem até as esculturas de Bruno Giorgio que embelezam os jardins do Itamaraty, os EUA possuem vários centros de lançamentos e não carecem do nosso. Seu objetivo era e é simplesmente inviabilizar nosso projeto de desenvolvimento autônomo, ou fazer com que o Centro de Lançamentos de Alcântara, uma vez construído,  não fosse nosso, mas deles, ou que, na última das hipóteses, estivesse sob seu absoluto controle.

Este é o cerne da questão. As distorções ideológicas ficam por conta do embaixador amuado pela perda do posto.

Redação

23 Comentários

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  1. Maravilha, cancelaram o

    Maravilha, cancelaram o acordo anterior, NADA, absolutamente NADA mais se fez, perdemos dez anos e no meio do caminho um contrato com a Ucrania, que foi para o espaço e outro com a China, onde o foguete brasileiro nem saiu do chão, tudo em nome do “”nacionalismo, oi nois aqui””, agora o Governo Dilma volta a negociar com os EUA, “com nois ninguen pode”.

    1. Que acordo?

      Qualé André?

      Esse acordo era uma estupidez completa. Era uma total cessão do território da base.

      Depois não se fez nada, mas ainda dá prá fazer. Se esse acordo tivesse sido assinado jamais se faria qualquer coisa nessa área. 

      Na verdade houve uma pressão militar para que esse acordo não fosse assinado. Era uma vergonha completa, basta ler as cláusulas de “cooperaç]ao, técnica, controle de entrada dos brasileiros na base feito pelos EUA, etc…

      1. E você ainda responde…
        O

        E você ainda responde…

        O A.A. chuta qualquer coerência quando a coisa mexe com seus queridinhos do norte.

        E por falar em Alcântara, que fim levaram as investigações sobre o “acidente” na base???

    2. Por meio do acordo com a

      Por meio do acordo com a China foram lançados 3 satélites, evento único na história de pa´sies emergentes, rompendo o monopólio que os países desenvolvidos exerciam nessa área, e fornecendo informação gratuita para países da África e América Latina. Impressionante como o senhor é ignorante e desinformado.

      O acordo da Ucrânia teve um grande opositor: os EUA, que pressionaram os ucranianos em todos os sentidos, pois não queriam que o Brasil detivesse a tecnologia de mísseis. Grande amigo esse país, quer que o Brasil continue atrasado e servil, como o historiador de botequim, que queria um território brasileiro cedido aos americanos, assim ele ficava mais perto dos pés que lambe.

    3. Quem perdeu 10 anos foi vc e

      Quem perdeu 10 anos foi vc e sua turma de viúvas da ditadura.

      Nós, os demais brasileiros, ganhamos 10 anos em soberania e avanços em áreas prioritárias à maioria.

  2. Quando eu falo que FHC

    Quando eu falo que FHC deveria ser preso por traição à Patria, tenho que aguentar que é um estadista, saó na cabeça de coxinha bunda mole mesmo.

  3. Falar fino

    Eita Chico!!!! “Apesar de vocês….cultores do complexo de vira latas, fulminou com o “Falam fino com Washington e grosso com a Bolivia”

  4. Cidadania

    Por que este ex-diplomata (será que foi mesmo um dia?) não pede de uma vez a cidadania estadunidense? Pede para sair vendido.

  5. Fico impressionado como um

    Fico impressionado como um cara tão inteligente como esse mota araujo consegue ser ao mesmo tempo tão subserviente aos interesses americanos.

    Esse acordo nem mesmo deve ser chamado de leonino, mas de total dependencia estrangeira.

    Um presidente que assina um acordo com essas clausulas, deveria ser impedido de ser exercer qq função publica.

    1. E naturalmente vc acha

      E naturalmente vc acha altamente patriotico deixar o Maranhão, onde esta Alcantara, sob o jugo há 50 anos de uma familia que deu a esse Estado numeros de IDH inferiores a paises africanos dos mais pobres, onde uma cidade do Estado, Milagres, tem uma privada para cada sete casas e onde quatro projetos com verbas para melhorar a condição sanitaria da cidade desapareceram sem que obra nenhuma fosse feita, segundo depoimento do Prefeito da cidade, é esse o Maranhão patriotico que não quer alugar a base para os americanos porque seria “”impatriotico”?

      Isso está muito bom para a esquerda feliz não é mesmo?

  6. Politica externa com

    Politica externa com soberania , desde que os paises nao seja bolivarianos né?

    Se for a Bolivia pode deixar nossos diplomatas de cueca ou calcinha enquanto revistam aeronaves brasileiras que a pelegada nao fala nada né?

    rs

    Muita soberania mesmo…

  7. Deve ser doença

    A subserviencia desse pessoal é doentia, eles abaixam as calças para os poderosos e jubilanates e alegres se exibem sábios apontando o nacionalismo, o “comunismo”, daqueles que não fazem o mesmo.

    Se não se humilha e tira o sapato para o chefe é porque é comunista imbecil. Com que orgulho e ufania eles se mostram na sua subservienica, no sua vassalagem? Escravos que detestam escravos e amam o chefe da casa-grande. Como podem ser tão baixos!

    O mota, ou aa, vive no mundo da nobreza inglesa como se nobre (e bobo) fosse. Nobres que o desconhecem e desprezam por natureza; e ele ali, curtindo o falso ambiente.  Que coisa!

    É daqueles, que como eu, se exultava ao ouvir, no escurinho dos cinemas, a corneta do exercito que atacava indios e mexicanos, mas que até agora não se recuperou e não comprendeu que ele era, e é, o indio ou o mexicano. Coitado! Que papel?

  8. Porf essas e outras (muitas

    Porf essas e outras (muitas outras) que eu sempre digo que o outro fernando colorido fez mais para o país do que o senhor thc!

  9. De quatro… Tem sentido isso?

    “… O acordo leonino previa a possibilidade de veto político (sem necessidade de justificativa) dos EUA a lançamentos, brasileiros ou não, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, empreendimento brasileiro em território brasileiro, hoje uma base da Força Aérea Brasileira (art.III, A); proibia… proibia… proibia… proibia… proibia… “

     

     

     

    Alguém pode explicar as razões de tamanha subserviência?

     

     

    1. Sim, padrão, o presidente do

      Sim, padrão, o presidente do Equador requisitou a instalação de uma base militar nos EUA, sob as mesmas condições das bases militares americanas em outros países. Será que os EUA concordariam?

      Vamos propor um acordo para usar as bases de lançamento nos EUA, nos mesmos termos do Acordo proposto para Alcântra. Com certeza os americanos vão aceitar, sem questionamentos.

    2. Discurso

        Maitrê Motta, não se irrite.

        Já não me irrito mais com discursos estereis e irreais,  há anos, pois os “recheados” de preceitos ideológicos baratos, tanto de esquerda como de direita, não entendem o mundo real, a ótica é outra, parcialmente delusional,  utópica na maioria das vezes, até tendendo a crendice.

         No caso em tela – espacial satélites e lançadores, nossa marcha trilhou caminhos erroneos de origem, com a ditadura militar ( que sofreu embargos tecnológicos sérios), passando por Sarney, Collor, Fernando Henrique – que nçao aprenderam o básico: tecnologia é programa de Estado, não de governo ou de partido, é longo prazo, atravessa a “agenda politica”, afinal, é definir o que se quer: ser subordinado a ansia de commoditties chinesas, americanas e européias, ou ser independente das tecnologias “turn-key”, que as commoditties compram ?

          Conta básica, até idiota: Hj. a tonelada de soja fechou a menos de US$ 1.500,00 ( 1.000 Kilos), no futuro caiu, em média 8,00% – agora vamos a numeros interessantes: por/Kg de tecnologia, um satélite básico, sensoriamento remoto, US$ 5.000,00, se for de comunicação: US$ 20.000,00 por banda ( podem ser até 3 por transponder), ou 1 ml (mililitro) d um remédio, ou vacina, que os paises centrais vendem, na média por US$ 3,00, a India consegue vender a US$ 0,75, ou pior ainda, nossa base de software, que é ótima – afinal somos inventivos, “out-off-box” – não tem peso real em Kg, ou unidade de medida, é somente inteligência aplicada, vale por linha de programação.

           

  10. Dniepropretovsk, Yuzhmash, Yuzhnoye, MTCR, ITAR, TSA

      Mais nomes dificeis: Pavlo Lebedev, Yuriy Alexeiev (SSAU), Alexander Degtyarev.

      Claro que o Dr. Roberto Amaral tem que defender o que ajudou a criar, afinal foi diretor-geral da ACS, até agosto de 2011, quando seu PSB originário, “perdeu” o MCTI para o PT, e ele “rodou”.

       Neste texto brilhante, de advogado e politico, tipico de um burocrata, longo, destinado ao publico em geral, que acredita em tudo, mas frustante para quem tem que “colocar a mão na massa e fazer acontecer”,  na real, não no papel ou no discurso. O “papo” tem que ser reto, portanto como diria e faria Jack o estripador, vamos por partes:

        1. O que é a ACS: De acordo com o Decreto Presidencial 5436 de 28/04/05, ratificado pelo Congresso Nacional, é uma empresa binacional brasileira – ucraniana, destinada a comercializar serviços de lançamento espaciais/satélites, pelo CLA (Alcantara), através do lançador Cy-4 – nós fornecemos a base, 50% do investimento, a Ucrania entra com o lançador – quanto já se colocou de US$ ( dados de dez/2013): US$ 221.415.597,00 – ainda faltava nesta data US$ 22 milhões da parte ucraniana, referente ao FY 2013. ( dados exatos fornecidos por Y. Alexeiev, quando ainda era o responsavel pelo SSAU – Agencia Espacial Ucraniana – contra parte do contrato ACS.

         2.  Dniepropretovsk (leste russofono da Ucrania – cidade medonha, “fechada para estrangeiros até 1.992), sede da Yuzhnoye, de Alexander Degtyarev ( projetista – chefe ), que no modo de produção herdado da União Soviética, é um OKB ( Escritório de Projetos), de onde sairam todos os ICBMs e IRBMs, até os SS-18 e SS-24, e varias séries de satélites e veiculos lançadores ( soviéticos e depois ucranianos), tipo Kosmos, InterKosmos, série Zenit, série Dnepr, e a bem sucedida série Cy ( Cyclone – de 2 a 4, o 5 em projeto)

         3. Na mesma não aprazivel cidade, situa-se um IMENSO complexo industrial, a Yuzhmash Machine Plant, que herdada do “modelo soviético”, industrializa os projetos da Yuzhnoye, onde o Cy-4 já estava ( final de 2013), mais de 80% montado, quando engenheiros e técnicos da AEB – brasileiros – foram acompanhar os “testes de integração”, referentes aos motores ( RD861K) – SURPRESA: Mesmo com autorização de “boca” de P. Lebedev ( MinDefesa ucraniano na época), não passaram da sala de controle ( as fotos constantes no site da ACS, ou em revistas e sites especializados, foram fornecidas pela Yuzhnoye, não podia fotografar na Yuzhmash).

          3.1. O que os ucranianos alegaram: Os artigos do MTCR impediam nossos eng/tecs de terem contato próximo com algumas tecnologias especificas do lançador, quer dos estagios inferiores ( os sete de impulsão primária), muito menos do direcionavel ( ultimo estágio), o testado RD861K.

          4. Transferencia de tecnologia: Bobagem, ninguem transfere, o que a Ucrania/SSAU propos foi a formação de engenheiros, técnicos, compartilhamento de futuras experiências ( desde que bem pagos), propulsão hibrida de cubes sattelites, auxilio no desenvolvimento de propulsão liquida ( acordo que já possuimos com a Russia), tanto que fizeram um road-show em Dez/2013 no Polo Aeroespacial de S. José dos Campos, meras palestras sem acrescentar nada, tanto que os dois cientistas de foguetes ucranianos que estavam na UNB e na UFABC, já se foram, e as vagas destinadas no C&T do GovFed, na Univ.Tec.Dniepropretovsk, não foram preenchidas.

           5. ITAR: International Traffic Arms Regulations/ TSA: Technology Safeguard Agreement: Alem do famoso MTCR, as “armas” que os Estados Unidos, Europeus, se utilizam para “barrar” concorrentes atendem por estas siglas, pois de 70 a 80% dos componentes de satélites, ou são produzidos na América do Norte ( USA e Canadá), ou por eles licenciados de produção, quer para europeus (Thales, Alenia, etc..) , israelenses (IAI) e ucranianos (Yuzhnoye), e os componentes fabricados out-USA/Canadá ( basicamente Europa, Japão e Israel), obedecem o ITAR e exigem o TSA.

            5.1. TSA: O ITAR possue varias listas especificas de equipamentos, tecnologias e processos de produção vedadas ou passiveis de analise de fornecimento, no caso de satélites, é necessário que o país “lançador” e/ou operador, caso os satélite tenha algum item ITAR ( listas 1 ou 2), firme anteriormente um TSA com o Depto. de Estado dos Estados Unidos, que poderá ser a nivel “amplo”(sem fiscalização americana em qualquer processo) ou por “satélite/lançamento” ( com supervisão in loco).

            5.2. Russos, indianos e chineses: São os outros produtores de satélites, não necessitam de TSA, mas tambem não são mercado para a ACS, pois possuem seus próprios lançadores, e quando não conseguem lançar ( peso, janela, defração, concorrência), “trocam” lançamentos, e até já trocaram “posições geo-estacionárias” ( joga o artefato na do outro, espera passar um tempo, e leva para sua posição – depende da “janela”).

              6. Viabilidade da ACS: Desde 2011, o Itamaraty, faz gestões em Washington, junto ao DeptEstado, visando “montar” um TSA, ou a ACS financeiramente seria inviavel; sem qualquer apoio ucraniano, pois a Yuzhmash é fornecedora da Nasa, ESA, do Falcon-9, e de lançadores privados norte-americanos ( o pessoal que lança de plataformas maritimas, onde concorre com os russos), tanto que algumas ferinas linguas “itamaratianas”, dizem “off” ( todo diplomata se acha a ultima bolacha, recheada ou champagne, do pacote, originalmente de polvilho), que Obama, em 2012, desclassificou, alguns itens da lista ITAR -1 e 2 , visando favorecer um TSA com o Brasil ( a fofoca diz que foi pressão da Boeing relativa ao F-18, e da Orbital Systems que “ama Alcantara”).

              7. Fofocas, não comprovaveis, todos negam:

              7.1. O espaço fisico do CLA é grande, e realmente um dos melhores locais do planeta para lançar satélites, < que 15% de Kourou.

              7.2. A ESA ( Ariane/Kourou) exerce pressão sobre a FAB, que tem contrato e ganha  dinheiro, com a telemetria dos lançamentos europeus, portanto “embaçaria” o CLA ( acha que é dela).

              7.3. O governo americano, por pressão dos lobbies aeroespaciais privados americanos, Orbital e Loral, estariam auxiliando um TSA-Light para o Brasil, visando utilizar as facilidades de Alcantara, para pressionar uma baixa de preços nos futuros lançamentos, que serão constantes, das “constelações de nano-satélites (cubes).

              7.4.  Um país – não vou colocar o nome, vcs. descobrirão – o unico que lança, de seu território, “ao contrario” ( custo de mais de 40%, se lançado “normal” – na rotação), que possui tecnologia própria de satélites e lançadores, mas eventualmente, por necessidade estratégica ou de posição, já utilizou lançadores e polos de lançamento russos e até foguetes ucranianos, mas exige ITAR/TSA ( não quer brigar com o “patrão”), é outro que se instalaria em Alcantara, está instalado provisoriamente no Rio Grande do Sul – aliás é um país que tem a vantagem de possuir um acordo com o Mercosul.

  11. Para os vira-latas (AA, as

    Para os vira-latas (AA, as vezes), o bom negócio é o negócio que é bom para os países exploradores, invasores, usurpadores da democracia alheia. FHC foi o maior vira-lata brasileiro, o pai dos vira-latas tupinicas. Pergunto: o que, nas privatizações, foi assinado por esse vira-lata mór, que favoreceu o país e cidadãos?

  12. http://www.thelivingmoon.com/

    http://www.thelivingmoon.com/45jack_files/03files/Launch_Sites_Brazil.html

    O Brasil tem em andamento varios programas de lançamento de sarelites, inclusive com um consorcio russo americano liderado pela Lockheed, aqui uns bocós se amarram em um nacionalismo tosco que não existe nem na Africa e que não leva a lugar nenhum, o ramo de satelites é por definição global, os paises operam em colaboração, ninguem é dono da bola sozinho, os EUA não querem “”tomar” base nenhum propuseram um negocio, não serve? sem problema, vão lançar satelite em outro lugar, para que viver sempre vendo fantasma por todo lado, está lá a base meio parada, os quilombolas estão reclamando o terreno e vão levar, sendo minoria manda no Brasil, ai Alcantara não vai valer uma cerveja.

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