Postura de Bolsonaro deixa Arthur Lira sob pressão

Presidente manteve discurso contra urna eletrônica; para aliados, dar sobrevida à questão do voto impresso pode ter sido ‘um tiro no pé’

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em selfie com Bolsonaro – Foto: Reprodução/Redes

Jornal GGN – O posicionamento do presidente Jair Bolsonaro em torno das urnas eletrônicas acabou colocando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), em uma saia justa após a rejeição da PEC do voto impresso.

O tema foi colocado em votação na última terça-feira, por conta do compromisso mantido por Bolsonaro de que a decisão tomada na Câmara seria respeitada.

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A PEC foi derrotada ao obter 229 votos favoráveis e 218 contrários, além de uma abstenção. Contudo, o presidente manteve a retórica golpista, seguiu colocando em dúvida a confiabilidade das eleições e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que acabou gerando cobranças de parlamentares a respeito da conduta de Lira.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, Lira foi questionado por aliados sobre o risco de confiar em Bolsonaro, e acreditam que a votação em plenário pode ter sido um tiro no pé por expor deputados que contrariaram suas bases eleitorais, mesmo sem garantia que o presidente Bolsonaro encerrasse sua narrativa.

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Redação

2 Comentários

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  1. O centrão não pode entregar tudo, se fizer ficará refém do governo, e não o contrário como deseja.

    Nesta questão do voto por exemplo, talvez com algum esforço poderia aprovar, mas entregaria um enorme poder ao governo, principalmente considerando a influência do governo eleito sobre as polícias.

    Com o resultado da votação conseguiu também reafirmar que se espremer pode votar o impeachment, o recado está dado.

    São movimentos constantes de demonstrações de poder, o governo com as nomeações e exonerações, o congresso com as votações e a CPI.

    Todos de olho no movimento das forças armadas, mas até agora, tudo indica que não passa de fumaça.

    Mas a atual conjuntura internacional internacional não favorece o golpe militar, além da derrota dos Republicanos nos EUA, ocorreu uma derrota da direita na América do Sul, Bolívia e Peru, a manutenção de Chaves na Venezuela, e a vitória de um governo de centro na Argentina.

    Talvez com o golpe na Bolívia, antes da eleição no Peru, na Argentina e no EUA, as condições para o golpe eram mais favoráveis, mas o tempo passou e o golpe não foi dado, talvez por excesso de confiança em uma vitória dos republicanos em 2020 nos EUA.

    Mas a pandemia atropelou tudo e todos, agora acho que é tarde, vai depender do centrão e o centrão do governo.

    E que venha as eleições.

  2. Caso a pec fosse aprovada na câmara, a matéria seguiria para o senado, onde o governo precisaria negociar, e certamente haveria perdas de cargos do centrão, uma significativa perda de espaço.

    e falta pouco tempo para aproveitar os cargos, daqui a pouco vai inciar o processo eleitoral, ai o centrão vai ter que voltar para as disputas regionais, uma parte terá de deixar os cargos, pois estarão em campos opostos nas disputas estaduais.

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