PSDB perdeu importância política a partir de 2014, diz pesquisadora

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Em entrevista à TV GGN 20 horas, Maria do Socorro Braga afirma que queda tucana começou quando Aécio questionou derrota para Dilma nas eleições

Jornal GGN – O ano de 2014 marcou a virada da relevância do PSDB no cenário político brasileiro, a partir do momento em que o então candidato Aécio Neves questionou o resultado das eleições presidenciais, perdidas por uma margem apertada para a petista Dilma Rousseff.

“Aquele resultado foi muito apertado. Ele (Aécio) vai questionar e isso já mostrava ali… Bom, do ponto de vista do Aécio Neves e do grupo dele, uma não aceitação dos resultados levava a um questionamento da própria democracia liberal”, explica a professora e pesquisadora Maria do Socorro Braga, da UFSCAR, em entrevista à TV GGN 20 horas.

Maria do Socorro ressalta que, sem os grupos políticos aceitarem o resultado das urnas, pode-se dizer que é o fim da democracia e o momento de se ver uma outra forma de jogo entre as elites políticas.

Rachas internos

A pesquisadora explica que, em certa medida, existiam certos grupos dentro do PSDB que geravam grandes divisões internas.

“Você tem o grupo do (João) Doria que começa a crescer, já um pouco antes; o (Geraldo) Alckmin em 2018 tem um resultado extremamente pífio, então isso ali já, digamos assim, reforçava essa derrota dos históricos dentro do PSDB – e, em contraposição, o fortalecimento do Doria (…)”, pontua.

Maria do Socorro lembra que o PSDB atuava com grande força em três Estados: São Paulo, onde ocupa o poder há mais de 20 anos e é praticamente o território de sustentação do partido; Minas Gerais, onde o grupo de Aécio Neves vai passar por sucessivas crises internas e questões que comprometem sua capacidade de manobra;  e o mesmo ocorreu no Ceará.

“Eu penso que tem um fator aí subnacional do ponto de vista da organização dos grupos políticos que davam força a esse partido: tem uma divisão depois entre setores que se chamam hoje os cabeças-brancas contra os cabeças-pretas, que são os deputados federais eleitos mais recentemente”, pontua a pesquisadora.

Outro ponto de confronto é o apoio dos deputados “cabeças-pretas” a vários projetos de lei bolsonaristas. “Então você tem um racha mais recente do PSDB que é quem apoia Bolsonaro e quem se mantém contrário, buscando então se fortalecer para lançar um candidato que venha se colocar contrário, e voltar novamente ao que era o PSDB”.

Veja mais sobre a análise política de Maria do Socorro Braga na íntegra da TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!

3 Comentários

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  1. FHC quando chega ao Poder diz que é fim do Varguismo do Brasil. Era só mais um golpe. O fim do Varguismo só chega em 2018. PSDB, FHC, PT e todo restante da Quadrilha das Elites Esquerdopata-Fascistas são apenas resultado do Golpe Civil Militar de estrumes que baixa patente em 1930: USP, Unvs. Públicas, Sindicalismo e Trabalhismo Pelego, MEC, ABI, UNE, USP, OAB,…Nepotismo Criminoso dos Familiares Canalhas do Ditador Assassino: Brizola, Tancredo Neves, João Goulart, Aécio Neves,…PSDB é apenas o que restou do cádaver a ser enterrado. O mal cheiro é insuportável.

  2. Absolutamente chocado com o nível de ignorância da história recente do Brasil (de 1930 para hoje) do sr. Zé Sérgio, certamente nickname de um impostor que não é homem para postar seus disparates com nome verdadeiro. Feito um Chacrinha digital, ele vem para confundir, mentir, iludir e enganar. É apenas um nazista que não tem coragem de apresentar suas posições com seu nome verdadeiro. Covardia é o nome dele. Confiram os verdadeiros livros de História.Não serve o livro do Astrólogo oficial da Presidência da República.

  3. Lembro de participar de um simpósio de conjuntura econômica na Anpocs, em Caxambu. Entrei até por engano, pois tinha interesse de assistir a outro simpósio. Mas fui ficando por educação. Enfim, era até para esquecer das apresentações, não fosse a fala de um dos convidados, um economista assessor do PSDB.

    Além de pregar a velha alquimia liberal de que para diminuir a inflação era só retirar renda do trabalhador, ele argumentava para uma plateia que, tirando eu, estava cheia de doutores em sociologia, e informava – de boca cheia e de forma desafiadora – que já fazia tempo que defendia que o PSDB deveria ter migrado para direita. Considerava que diante dos êxitos obtidos pelo PT com as bandeiras da social-democracia, não haveria lugar para o PSDB no jogo político se não migrasse cada vez mais para direita. Concluía que o governo Dilma, dali em diante, não teria mais governabilidade nenhuma.

    Era 2015. Na época, se o argumento econômico recebeu uma ou outra crítica vinda da plateia, o argumento político, mesmo sendo tão ou mais lesivo, passou batido. Mas em fim, ele acertou que Dilma não teria mais governabilidade, porém, a orientação econômica defendida por ele destruiu o país e a orientação política destruiu o PSDB.

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