Renúncia de Moro e disputas no PSDB miram chapa única para “terceira via”

Moro detinha 8% das intenções de voto nas últimas pesquisas eleitorais. O então candidato desistiu, mas não totalmente

Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

O prazo para novas filiações partidárias termina amanhã (02) e os partidos da chamada “terceira via” correm para definir os rumos de uma candidatura sem Sergio Moro, com a grande reprovação de João Doria e crise interna no PSDB.

Nesta quinta (31), Sergio Moro abandonou a disputa presidencial e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também tentou sair do jogo. Convencido a permanecer, o tucano movimentou todas as farpas de um partido que já se enxerga enterrado por uns, e tentando alternativas por outros filiados.

Doria foi convencido por aliados a se manter na disputa presidencial, sem rastros de possibilidades de vitória e, sequer, de destaque, mas mais para abandonar o governo de São Paulo e o partido tentar preservar o que sobra de imagem na gestão de seu ninho eleitoral.

Logo após o discurso de Doria, Eduardo Leite (PSDB-RS), o concorrente interno do partido para uma candidatura à Presidência, também abandonou o governo do Rio Grande do Sul nesta quinta (31).

Suas palavras foram quase a de um candidato oficial da terceira via ao Planalto: “Eu não saio, eu me apresento. Me apresento como representante de uma nação que não se conforma como uma armadilha política, com ânsia de futuro, com vontade de trabalhar.”

Leite estava preparado para ser o plano B do PSDB, se Doria desistisse da disputa. “O que estamos vivendo nesse início de noite é um desfecho de uma decisão muito difícil, tomada diante de muita reflexão, mas eu não podia me omitir, ninguém pode se omitir”, dizia.

Contudo, para além das decisões internas e embates do PSDB, e também sem Sergio Moro, outros partidos de centro articulavam nesta quinta a decisão de criar uma frente única de terceira via.

Moro detinha 8% das intenções de voto nas últimas pesquisas eleitorais. O então candidato do Podemos desistiu, mas não totalmente. O ex-juiz da Lava Jato mudou de partido, filiando-se à União Brasil, e indicou que queria uma grande negociação em torno de um único nome da chamada terceira via.

Falando em “facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única”, disse que abria mão, “nesse momento, da pré-candidatura presidencial”.

A negociação não envolveu Doria, mas a outra ala do PSDB, que apoia Eduardo Leite. Também haveria movimentações do MDB de Simone Tebet para compor a chapa da terceira via, como uma pré-candidata à vice.

Em declarações recentes à imprensa, a senadora já acenou a Moro e a Doria, para formar essa chapa, e mostra estar segura que “até julho” terá uma chapa com “candidato único”, como sinalizou Sergio Moro.

A corrida para Doria, contudo, parece ser mais isolada. Isso porque entre os partidos de centro, a alta reprovação do governador de São Paulo é um grande obstáculo para a chapa escolhida ter chances de uma disputa mais forte ao Planalto, com Lula e Bolsonaro.

Redação

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