Covid-19: não deixe de vestir máscara ao sair de casa, por Felipe Costa

Entre 8 e 14/8, a taxa de crescimento de casos ficou em 0,0637%. De mortes, em 0,0302%. Ambas estão em declínio

Comércio de rua em Brasília.

Por Felipe A.P.L Costa

Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia divulgadas em artigo anterior (aqui). No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento. Entre 8 e 14/8, as taxas ficaram em 0,0637% (casos) e 0,0302% (mortes). Ambas estão em declínio: aquela caiu pela sexta semana consecutiva; esta, pela quarta. Continuo a sustentar a hipótese de que essas quedas se devem à retomada de hábitos básicos de higiene (em especial o uso de máscara).

1. ESTATÍSTICAS MUNDIAIS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Levando em conta as estatísticas obtidas na manhã de ontem (15/8) [1], eis um balanço da situação mundial.

(A) – Em números absolutos, os 20 países mais afetados [2] estão a concentrar 74% dos casos (de um total de 590.410.364) e 70% das mortes (de um total de 6.435.900) [3].

(B) – Nesses 20 países, 406 milhões de indivíduos receberam alta, o que corresponde a 94% dos casos. Em escala global, 569 milhões de indivíduos já receberam alta.

(C) – Olhando apenas para as estatísticas das últimas quatro semanas, eis um resumo da situação: (i) em números absolutos, a lista passou a ser liderada pelo Japão, com 5,34 milhões de novos casos; (ii) entre os cinco primeiros da lista, estão ainda os seguintes países: Estados Unidos (3,36 milhões), Coreia do Sul (2,63), Alemanha (1,84) e França (1,52); e (iii) a lista dos países com mais mortes segue a ser liderada pelos EUA (12,92 mil); em seguida aparecem Brasil (5,9 mil), Reino Unido (4,54), Itália (4,14) e Japão (3,6).

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2. ESTATÍSTICAS BRASILEIRAS: SEMANA 8-14/8/22

Ontem (14/8), de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, foram registrados em todo o país mais 5.395 casos e 40 mortes [4]. Teríamos chegado assim a um total de 34.170.286 casos e 681.437 mortes.

Na semana encerrada no domingo (8-14/8), foram registrados 151.915 novos casos e 1.441 mortes. (Na semana anterior, 1-7/8, foram 184.688 casos e 1.483 mortes.)

3. O RITMO DA PANDEMIA EM TERRAS BRASILEIRAS

Para monitorar de perto o ritmo e o rumo da pandemia, sigo a usar como guias as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas seguem a recuar.

A taxa de crescimento no número de casos caiu de 0,0778% (1-7/8) para 0,0637% (8-14/8) (ver a figura que acompanha este artigo) [5].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, recuou de 0,0312% (1-7/8) para 0,0302% (8-14/8).

FIGURA. A figura que acompanha este artigo ilustra o comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 12/9/2021 e 14/8/2022. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso.

4. CODA

A taxa de casos tornou a cair, agora pela sexta semana consecutiva. A taxa de mortes recuou pela quarta semana consecutiva.

Máscaras e vacinas seguem na ordem do dia. (Lembrando que a vacina combate a doença, mas não impede o contágio. O que pode impedir o contágio, notadamente no interior de recintos fechados, é o uso correto de máscara facial.)

NOTAS

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[1] Como comentei em ocasiões anteriores, as estatísticas de casos e de mortes estão a seguir o painel Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA), enquanto as de altas estão a seguir o painel Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em 9 grupos: (a) Entre 90 e 95 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 40 e 45 milhões – Índia; (c) Entre 30 e 35 milhões – França, Brasil e Alemanha; (d) Entre 20 e 25 milhões – Reino Unido, Itália e Coreia do Sul; (e) Entre 15 e 20 milhões – Rússia, Turquia e Japão; (f) Entre 12 e 15 milhões – Espanha; (g) Entre 10 e 12 milhões – Vietnã; (h) Entre 8 e 10 milhões – Austrália, Argentina e Países Baixos; e (i) Entre 6 e 8 milhões – Irã, México, Colômbia e Indonésia.

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[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver os volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver qualquer um dos três primeiros volumes.

[4] Esses valores, infelizmente, são subestimativas. Explico: oito unidades federativas (DF, MA, MG, MT, RJ, RN, RR e TO) não divulgaram as estatísticas de domingo (14/8). Juntas, essas oito unidades respondem por 28% dos casos e 28% das mortes registradas em todo o país. O que me leva a propor que ao menos 2.081 casos e 16 mortes deixaram de ser informados ontem (14/8).

[5] Para conferir os valores numéricos, ver aqui (entre 27/12/2021 e 26/6/2022) e aqui (semanas anteriores).

Felipe A.P.L Costa

O autor é biólogo e escritor. Tem particular interesse pelo estudo da biologia de populações.

Redação

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