Covid-19 – O percentual insignificante que está a vencer a luta contra a inércia e a ignorância
Por Felipe A. P. L. Costa [*].
As estatísticas deste domingo (23) acabam de ser divulgadas. De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados em todo o país mais 23.421 casos e 494 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 3.605.783 casos e 114.744 mortes.
Como eu já havia alertado antes, as taxas de crescimento diário, tanto no número de casos como no de óbitos, seguem a declinar. As médias semanais destas taxas estão agora em 1,1% e 0,89% (17-23/8), respectivamente. São os valores mais baixos desde o início da crise.
As estatísticas das últimas três semanas (3-9/8: 301.745 casos e 6.945 mortes; 10-16/8: 304.775 casos e 6.803 mortes; e 17-23/8: 265.586 casos e 6.892) são compatíveis com as considerações que fiz em artigo anterior (ver ‘Como e por que as estatísticas que se avizinham podem ser ainda mais assombrosas’). O que me autoriza a continuar acreditando que estamos a seguir de perto um dos cenários ali apresentados (RÁPIDO).
De acordo com o cenário RAPIDO, as médias semanais nas taxas de crescimento (casos e mortes) iriam cair (em média) 0,2% por semana – ver a figura que acompanha este artigo.
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FIGURA. A figura que acompanha este artigo mostra os valores esperados para as médias diárias no número de novos casos (eixo vertical) em cinco cenários diferentes (a taxa cai 0,05%, 0,075%, 0,1%, 0,15% ou 0,2% por semana), até 27/9. Mostra ainda os valores observados nas últimas três semanas (Real; linha alaranjada). Note que, no pior cenário, LENTO (linha vermelho escuro), a média seguiria aumentando até o fim de setembro – a rigor, até a primeira semana de dezembro (não mostrado), quando só então atingiria o seu máximo (111.521) e começaria a declinar. Ao que parece, no entanto, a situação atual está a acompanhar de perto a trajetória descrita pelo cenário RÁPIDO.
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Coda.
–0,2% por semana!
Pois é. Pode parecer um valor insignificante, mas é uma queda continuada de 0,2% que está a nos tirar do pesadelo em que a inércia e a ignorância nos colocaram.
Notas.
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Ola Felipe!
Parabéns pelo esclarecedor artigo. Obrigado por nos manter atualizados.
Um abraço
Rodrigo
Belo trabalho Felipe!