Pesquisadoras descobrem terapia mais acessível que o CAR-T Cell para combater o câncer

Tratamento enriquece linfócitos, tornando-os capazes de identificar e eliminar as células cancerígenas, e pode ser atender vários pacientes, enquanto o CAR-T Cell é individual

Virgínia Picanço e Castro e Renata Nacasaki Silvestre. Crédito: Divulgação

As pesquisadoras Virgínia Picanço e Castro e Renata Nacasaki Silvestre, ambas do Hemocentro de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) criaram uma nova terapia celular para neoplasias hematológicas (doenças provocadas pela multiplicação descontrolada de células do sangue) que pode se mostrar ainda mais acessível do que a CAR-T Cell.

A nova metodologia de combate ao câncer e outras neoplasias consiste em usar as células do sistema imune chamadas NK (natural killers) que, modificadas geneticamente, recebem no linfócito um receptor quimérico de antígeno (CAR, na sigla em inglês) para criar a CAR-NK, uma célula capaz de reconhecer e atacar as células cancerígenas.

O tratamento com linfócitos modificados, além de mais acessível em comparação com o CAR-T Cell, apresenta um resultado superior, tendo em vista que as células CAR-NK podem ser mantidas em cultura, o que torna os custos com a utilização após a manufatura mais baixos. 

“O maior impacto se tudo der certo, ao final dos estudos clínicos, é ter uma terapia mais acessível. Uma manufatura de uma CAR-NK pode atender a vários pacientes, diferentemente de uma CAR-T, que é apenas para um paciente. É uma tecnologia totalmente brasileira, conseguimos desenvolver dentro da faculdade. Acho que é um grande avanço”, afirmou Virgínia Picanço.

Patrocinado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo foi publicado na revista Frontiers in Immunology, além de vencer o 15º Prêmio Octavio Frias de Oliveira na categoria “Inovação Tecnológica em Oncologia”, promovido pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

*Com informações da Agência Fapesp.

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