Um estudo publicado na revista Neurology apontou que a elevação da temperatura global provocada pelas mudanças climáticas pode causar até 500 mil mortes por ano por Acidente Vascular Cerebral (AVC).
E, para analisar as consequências sofridas pelas pessoas na área ada saúde, o programa TVGGN 20H da última sexta-feira (31) recebeu o médico, epidemiologista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Lotufo, que se disse cético sobre as ações da elevação da temperatura na fisiologia humana.
“Tinha uma ideia de que nós tínhamos uma plasticidade térmica maior e as evidências estão mostrando que não. Temos um limite que a gente consegue suportar por determinado tempo”, comentou o professor, sobre o aumento de infartos prematuros além do que se esperava.
Além de doenças cardíacas, existe a tendência de aumento também de casos de dengue, uma vez que um estudo Chinês apontou a relação entre o aquecimento térmico do Oceano ìndico com o maior número de contaminados por dengue na Ásia e na América do Sul. “É impressionante a correlação. A temperatura do oceano vai aumentando e você tem o aumento do vetor e da doença.”
Medidas
O epidemiologista chamou a atenção ainda para o aumento de 63% de viagens intercontinentais nos últimos 25 anos, fato que fez com que a Covid-19 se espalhasse rapidamente em todo o mundo.
Por isso, a indústria aeronáutica e as agências de vigilância sanitária de todos os países precisam estar mais atentas às questões sanitárias para prevenir contaminações em escala global.
Mas, para tanto, faltam profissionais capacitados e fixos na área da saúde. “O Ministério da Saúde tem equipes muito boa, jovens, mas contratadas por convênios. Essas pessoas são competentes, estão em Brasília, mas fazem concurso e saem.”
Diante de um momento em que o mercado e a mídia defendem redução de custo, Lotufo lamenta que seja considerado um “pecado” o executivo propor ao legislativo o aumento de empregos públicos. “Se um governador ou o presidente pede 200 novos cargos, nossa, vai ser um escândalo.”
“O MS, não nessa gestão, acho que desde o governo Fernando Henrique Cardoso, ele tem convênios com a Opas [Organização Pan-Americana da Saúde] e a Opas que faz a contratação dessas pessoas por tempo determinado. São salários competitivos, que atraem pessoas competentes, mas que não dura muito tempo porque elas vão ter um outro destino na vida. Esse é um dos problemas sérios”, continua o entrevistado.
Assista ao debate na íntegra na TVGGN:
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