Conservadorismo recua em pautas como aborto e casamento gay, indica pesquisa

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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De acordo com a pesquisa "A Cara da Democracia", nota-se um declínio no apoio a pautas conservadoras entre os brasileiros

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em meio à crescente polarização partidária e ideológica, nota-se, contudo, um declínio no apoio a pautas conservadoras relacionadas ao aborto e às restrições ao casamento gay.

Os dados estão na edição de 2024 da pesquisa “A Cara da Democracia”, conduzida pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), que contou com 2,5 mil entrevistados de 188 cidades do país, entre o fim de junho e início de julho, segundo divulgado pelo O Globo.

Discordância com PL Antiaborto

O estudo foi realizado em meio à discussão sobre o PL Antiaborto, proposto no mês passado pela bancada conservadora do Congresso, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Conhecido também como “PL do Estupro”, o projeto equipara a pena de aborto ao homicídio simples, inclusive em casos de estupro, representando um retrocesso em relação à lei de 1940, que aprova a prática nessa situação hedionda. Leia mais >>> Mulheres se unem contra o PL do aborto em protestos.

O levantamento revela que a oposição à legalização do aborto caiu de 78% para 72%, enquanto o apoio aumentou de 14% para 17% em relação ao ano passado.

Além disso, a pesquisa divulgada pelo O Globo indica que, embora 70% dos entrevistados sejam contra a legalização do aborto, 40% acreditam que “não deveria haver pena de prisão” para mulheres que interrompam a gravidez.

Outras pautas: Casamento homoafetivo e segurança pública

A adoção de crianças por meio do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo também joga luz ao recuo da população conservadora. Nesse caso, a maioria favorável representa 57%.

No campo da segurança pública, os dados apontam que 65% dos entrevistados apoiam a redução da maioridade penal. Em 2018, o percentual de apoio à medida punitivista era de 81%. Ainda, há um empate técnico sobre as saídas temporárias para presos: 49% são contra e 45% a favor. Leia mais >>> Mudança sobre “saidinhas” de presos “representam um retrocesso”.

O Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (IDDC-INCT) é composto por pesquisadores da UFMG, Unicamp, UnB e Uerj. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.

O cientista político e coordenador do Manchetômetro, João Feres, participará do programa ‘TVGGN 20H’ nesta terça-feira, onde apresentará novos dados de pesquisas recentes que analisam detalhadamente a opinião pública sobre o governo. Confira pelo link abaixo:

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