Bolsonarismo se prepara para 7 de setembro e Brasília reforça segurança

Distrito Federal proibiu entrada de caminhões na Esplanada dos Ministérios no feriado para evitar repetição do caos promovido por golpistas em 2021

Em 2021, mais de cem caminhões de ruralistas aliados de Bolsonaro invadiram a Esplanada dos Ministérios. | Foto: Reprodução/Youtube

da Rede Brasil Atual

Bolsonarismo se prepara para a ‘bala de prata’ do 7 de setembro e Brasília reforça segurança

São Paulo – Após as pesquisas divulgadas esta semana, apontando estabilidade ou variação pequena na diferença entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral, o atual mandatário encara as comemorações dos 200 anos de Independência do Brasil neste 7 de setembro como a “bala de prata”. O presidente participará de comício no Rio de Janeiro e Brasília, que será preparada para um dia ufanista decisivo pelo governante e aliados, muitos dos quais golpistas.

Não se sabe com qual disposição de provocar o caos estará o próprio Bolsonaro a pouco mais de três semanas das eleições. Em relação ao Rio de Janeiro, o capitão estará em Copacabana para animar seu público nas comemorações.

“No próximo dia 7, vamos todos às 15h estarmos (sic) presentes em Copacabana quando vamos dar um grito muito forte dizendo a quem pertence essa nação e que o que queremos é transparência e liberdade”, convocou o candidato ainda na Marcha para Jesus em 13 de agosto. A menção do termo “transparência” indica que ele deve continuar a atacar os sistema eleitoral.

Porém, quatro dias depois, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou que não haveria desfiles militares no 7 de Setembro previstos para a Avenida Presidente Vargas ou em Copacabana. Haveria um ato do Exército em um pequeno trecho na Avenida Atlântica, próximo ao Forte de Copacabana. O ambiente, como se vê, pode não ser tranquilo.

Palanque em Copacabana

Na Praia de Copacabana haverá um palanque montado pela prefeitura, o que foi confirmado por Paes à CNN. O pedido foi feito pelo Exército, segundo o prefeito. “Estamos conversando permanentemente com o Exército e você vai ter uma série de exibições da Marinha brasileira”, disse Paes.

Já em Brasília, as instituições estarão mais precavidas do que em 2021, quando a capacidade de Bolsonaro ameaçar as instituições foi subestimada, o que o próprio presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, reconheceu em entrevista ao jornal O Globo.

O STF, por meio de portaria da Diretoria-Geral, determinou ponto facultativo a partir do próximo dia 6 de setembro. A iniciativa visa a segurança e a integridade dos ministros e funcionários do tribunal ante as manifestações.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal proibiu caminhões de entrar na Esplanada dos Ministérios no 7 de setembro, e eles não poderão sequer se aproximar do prédio do STF. Estão previstos um desfile militar e atos de campanha de Bolsonaro.

Em 2021, mais de cem caminhões de ruralistas aliados do chefe de governo invadiram a Esplanada e não tiveram a menor resistência de segurança. Seus ocupantes pediram a derrubada de ministros do Supremo e adoção do voto impresso nas eleições.

Força tarefa

A polícia do Distrito Federal será auxiliada pela Polícia Judicial do STF e a polícia do Legislativo, que atuarão articuladas. Caminhões que entrarem na capital federal serão encaminhados para local apropriado. Como divulgado em vários veículos de imprensa, reuniões com autoridades discutiram medidas e estratégias de segurança para o dia 7, incluindo representantes do STF, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as polícias.

Segundo a Agência Pública, sete grupos bolsonaristas protocolaram pedidos de autorização para promover manifestações na tarde do 7 de setembro. “Caravana de integração nacional”, “Brasil independente”, “Brasil unido pelo presidente”, “Manifestação em defesa da liberdade e eleições transparentes” são registros de alguns dos pedidos.

Nas imediações de Brasília, outdoors fazem convocações à manifestação com mensagens golpistas. “É agora ou nunca” e “a segunda independência” são algumas versões, diz a agência. Haveria financiamento de um “grupo bolsonarista ligado a ruralistas”, segundo a Folha de S. Paulo. O Movimento Brasil Verde e Amarelo, que representaria cerca de 200 associações e sindicatos rurais, foi responsável por mensagens de ataques ao STF no 7 de Setembro de 2021.

Redação

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