Entre 3 e 5 anos, governo quer Banda Larga em 90% dos lares

Do jornal O Globo

PNBL 2 estará pronto até o meio do ano, diz Paulo Bernardo

  • Meta do governo é garantir internet banda larga para 90% dos brasileiros em até cinco anos

RAFAEL ILHA

Publicado: 26/03/13 – 17h32

PORTO ALEGRE – O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou nesta terça-feira (26) em Porto Alegre que o governo vai definir até o meio do ano as bases de implantação da segunda fase do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), chamado por ele de 2.0. A meta, segundo o ministro, é garantir acesso a internet de alta velocidade num prazo entre três e cinco anos para 90% dos domicílios brasileiros. Hoje, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 40% dos domicílios têm acesso a internet rápida.

Bernardo esteve em Porto Alegre para participar do lançamento da primeira rede de referência da Telebras no país. A unidade, instalada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), servirá para certificar equipamentos e testar tecnologias de acesso à internet banda larga sem utilizar a rede de serviço da Telebras. O investimento na estrutura foi superior a R$ 4 milhões.

O ministro afirmou que o ministério das Comunicações está traçando vários cenários de infraestrutura e tecnologia para submeter à presidente Dilma Rousseff. O pacote, segundo o ministro, pode chegar a R$ 100 bilhões. Os primeiros recursos serão incluídos no Orçamento de 2014.

– Uma coisa que a gente já sabe é que esses R$ 100 bilhões custeariam a tecnologia com fibra ótica até o quarteirão, para depois levar a banda larga com par metálico até a última milha (na casa do usuário). Mas não vamos colocar fibra ótica em todas as residências porque nem a Coréia conseguiu isso. Além da tecnologia, tem que definir os aportes financeiros porque não estamos pensando em colocar todos esses recursos. A iniciativa privada terá seus compromissos – disse o ministro.

A União, segundo Bernardo, custearia apenas a infraestrutura básica que cabe à Telebras e à Rede Nacional de Pesquisa. Os investimentos privados poderão ser financiados por meio do BNDES. O PNBL 2 incialmente seria pensado para um cenário de dez anos, mas a presidente Dilma pretende acelerar a implantação de redes num prazo inicial mais curto, de até três anos, para completar a implantação com prazo maior.

– Em três anos a presidente quer um esforço maior – disse.

Nesse caso, a estratégia do governo será garantir acesso a internet rápida com tecnologias de menor porte, como sinal de rádio, a um universo maior de domicílios, para depois implantar um serviço de alta qualidade baseado em fibra ótica.

– Pretendemos fazer tecnologia que combine fibra, rádio e satélite e aí vai fazendo, num prazo de dez anos. Enquanto não está atendendo com fibra, atende com rádio. Hoje temos rádios com capacidade muito boa e com desempenho excelente. O que não pode é fazer uma parte e lá na ponta levar dez anos para chegar. Vamos ter que administrar de forma mais dinâmica isso aí – disse.

Segundo ele, a demanda por fibra ótica para a universalização da banda larga poderia chegar a 30 milhões de quilômetros. O país tem hoje cerca de 20 mil quilômetros de fibra disponíveis nas chamadas backbones – literalmente, espinhas dorsais para a oferta de internet banda larga que atende a 2 mil cidades brasileiras.

Luis Nassif

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