O futuro ministro da Justiça e Segurança Público, o ex-governador Flávio Dino, se pronunciou na noite desta segunda-feira (12) sobre os atos violentos protagonizados por bolsonaristas na tentativa de invadir a Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília.
“As medidas de responsabilização já adotadas, as que foram adotadas hoje e que serão adotadas irão prosseguir. Não há hipótese de haver passos atrás na garantia da ordem pública em razão da violência. O Estado brasileiro tem o dever de agir” afirmou Dino.
O futuro ministro convocou a imprensa para uma declaração no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede da transição, após apoiadores de Bolsonaro queimarem carros e ônibus na capital federal, contra a prisão do cacique bolsonarista José Acácio Serere Xavante por atos antidemocráticos.
Na ocasião, o futuro ministro da Justiça ainda destacou que todas as pessoas envolvidas nos atos violentos serão responsabilizadas.
“Ninguém, absolutamente ninguém com atos de violência vai fazer cessar a providência de responsabilização. Isso todos podem ficar tranquilos. Com serenidade, com prudência, com tranquilidade, nos termos da lei. Todas as pessoas serão responsabilizadas“, continuou Dino.
O secretário de Segurança do Distrito Federal, Júlio Danilo, também participou da coletiva e afirmou que o DF não vai tolerar vandalismo e os culpados serão punidos.
“A gente não vai tolerar. Aquelas pessoas que venham a ser identificadas serão responsabilizadas. A gente vai trabalhar, esse trabalho de identificar, foram feitas imagens, tem como a gente identificar“, declarou o secretário.
Assista a coletiva:
Atual ministro se limita ao Twitter
Em contrapartida a movimentação do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, se limitou em comentar as ações golpistas apenas às 23h45 desta segunda-feira, por meio das redes sociais.
Em seu perfil no twitter, Torres ressaltou que “a Capital Federal tradicionalmente é palco de manifestações pacíficas e ordeiras. E seguirá sendo“.
O cacique
Os atos vândalos tomaram Brasília após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal de Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar a prisão temporária do cacique bolsonarista José Acácio Serere Xavante, atendendo um pedido da Procuradoria-Geral da República (PRG).
Na decisão, Moraes destacou que o indigena “convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos“, que aconteceu ontem.
Em vídeos compartilhados nas redes sociais, Serere Xavante aparece pelo menos duas vezes em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, nos últimos dias. Em ambas as ocasiões ele faz discursos inflamados contra os resultados das urnas diante de Jair Bolsonaro (PL), que havia saído para cumprimentar apoiadores.
Em 9 de dezembro, o indígena chegou a afirmar que o presidente eleito Lula (PT) não vai tomar posse. Também chamou os ministros do STF de bandidos e pediu para Bolsonaro decretar Garantia da Lei e da Ordem.
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Dino mordeu a isca…
Uma coisa é falar de atos antidemocráticos, outra coisa é ter que agir institucionalmente contra eles.
Ora, o futuro (a quem pertence?) ministro deveria se manter longe, ou se abster de dizer o que vai fazer, sob pena de não assumir para si um ônus que não é seu, por enquanto…
Problemas complexos não comportam soluções simplistas…
O PT e sua entourage parecem querer repetir a História, como uma tragédia, e não mais como farsa…
Dino, ávido por ter um ministério robusto em orçamento e de cacife político, vai, ao que tudo indica, manter segurança e justiça juntos, em um binômio que já nos deu uma tentativa de golpe (mensalão 2006) e um consumado 2016/2022, do jacobinos curitibanos e todos os demais sócios conhecidos (mídia, judiciário, grupos econômicos, CIA, NSA e etc)…
O PT e o governo de colisão (não é um erro, é trocadilho ruim com coalizão) conseguirão piorar o que fizeram no setor (ou não fizeram, o que é pior) de segurança e judiciário…
De certo, reconhecemos que alterar os estamentos normativos do aparato policial brasileiro já era tarefa inglória em 2003, mormente agora…
2007 veio o início do capitalismo de eventos (uma das poucas alavancas da apropriação primária de rendas que restavam ao nosso capitalismo subprime, o setor imobiliário), e todos os níveis de governo namoraram e casaram com as milícias, que cresceram à sombra dos equipamentos esportivos, e garantiram a “pax” armada na zona oeste, junto com a escalada de violência oficial (leia-se, policial) no período…
Depois não deu mais para conter o ímpeto “empresarial” do setor paralelo, e ele colocou o próprio Estado na margem…
O clima de selvageria e pânico diário, veiculado por datenas e quetais, ajudou na elaboração de consensos dramáticos sobre uso da força policial e do Estado, já consagradas, mas que se preparavam para uma outra etapa de legitimação: a imersão como forças políticas associadas: polícias, judiciário e MP…
Tudo isso com a ignorância total de um debate que já está em estado tão avançado de decomposição, que talvez nem o DNA das ideias seja mais idôneo como prova que existiu:
a) desmilitarização e unificação das polícias, e municipalização das forças primárias de segurança, para depois, de forma escalonada e subsidiária, estabelecer outras esferas policiais com atribuições específicas pelas naturezas, complexidades e/ou gravidades dos crimes;
b) descriminalização dos mercados paralelos de drogas;
c) anistia a delitos praticados na traficância sem violência contra pessoa;
d) estabelecer uma “trégua”, comprando de volta todo o armamento ilegal nas mãos de criminosos;
e) fim das carreiras separadas nas polícias (concurso para delegados e agentes, por exemplo), estabelecendo uma carreira única, onde o policial chegará o topo pelos seus assentamentos funcionais e critérios de progressão;
f) fim do cargo vitalício dos juízes e promotores.
Tem muito mais coisa, como a volta da CPMF, um verdadeiro chip contra lavagem de dinheiro, com uma simples regra de três…
Mas, pelo jeitão do novo quase ministro, é possível que apenas seja feita a vontade dos deuses da opinião pública:
Tiro, porrada e bomba…
Nesta segunda-feira, ao tomar conhecimento dos atos terrorista no centro de Brasília, imaginei que no dia seguinte, o mercado financeiro, iria sofrer um abalo. Más para minha surpresa, a reação do tão sensível mercado, foi normal, a bolsa teve até uma ligeira alta, pelo menos até parte do dia. Mas eis que um terrível acontecimento no final do dia, iria tirar a tranquilidade do mercado: O presidente Lula anunciou o Aluisio Mercadante como futuro presidente do BNDES.
Ser estranho esse tal de mercado. Durante 4 anos assistiu passivamente, os desmandos de Bolsonaro, que promoveu o desmonte das instituições, que perfurou várias vezes o teto (chão de estrelas) de gastos e viu a fome assolar milhões de brasileiros sem esboçar nenhum gesto de solidariedade, exceto por alguns poucos dos seus membros. Agora se acham no direito de definir quais ministros o novo governo deve escolher.