Eduardo Giannetti e a intolerância de um liberal

margareth

Artigo do Brasil Debate

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, Ricardo de Medeiros Carneiro, André Biancarelli e Pedro Rossi

Em evento organizado na última segunda-feira pela consultoria Empiricus (que vem se notabilizando pelo pessimismo militante e previsões sobre o “fim do Brasil”), o porta-voz econômico da candidatura do PSB afirmou: “A Unicamp é um produto típico do regime militar”. O professor Eduardo Giannetti é um intelectual sofisticado, filósofo e economista, assumidamente um liberal – que a princípio defende e respeita a pluralidade de pontos de vista. Nesse episódio, esteve mais próximo de gente bem menos refinada, como o blogueiro Rodrigo Constantino.

De acordo com o relato da Rede Brasil Atual, quando questionado sobre a formação dos economistas do governo, suas palavras foram: “O regime militar é culpado disso (…) um grupo que se fecha religiosamente em torno de um pensamento desconectado do mundo”.

Indo além, sacou da cartola um suposto seminário “em 1978” em que Celso Furtado teria sido desqualificado em Campinas, com suas ideias consideradas “de interesse da ‘burguesia’, enquanto a preocupação dos presentes ao encontro seria‘a luta de classes, o imperialismo’”. Como cereja do bolo, teria afirmado que “o bolchevismo não aparece em países democráticos”.

Salvo algum engano do repórter, lamentamos o tom e os termos. Mas antes de tudo não conseguimos compreender o raciocínio do especialista em ideias econômicas. A desqualificação que procura obstruir o debate vem baseada em desconhecimento da instituição que critica de forma rasteira.

Celso Furtado foi o ponto de partida das reflexões originais dos fundadores do instituto, é Doutor Honoris Causa por esta instituição e parece pouco provável que suas ideias tenham algum dia sido contestadas aqui com este nível de argumento. Nem por este lado. A propósito, falar em “bolchevismo” e recorrer a este suposto episódio levanta a dúvida sobre quem está de fato com a cabeça em décadas passadas.

A Unicamp foi um dos centros que aglutinou o pensamento crítico brasileiro durante o período militar. Assim como outros economistas hoje no campo liberal – como Edmar Bacha e Pedro Malan, por exemplo – seus professores discutiram rigorosamente o significado das opções econômicas da ditadura e denunciaram seu caráter excludente. Ao contrário de “fechamento”, o que marcou a instituição naquele período de pouca abertura para a contestação foi sempre a busca do debate público, a explicação da realidade brasileira e de seus problemas reais. E assim se manteve ao longo das décadas seguintes, em vários outros temas.

Se o conteúdo destas explicações hoje desagrada a quem não participou daquele debate, é outro problema. Discordamos de Giannetti e do discurso do “Estado que não cabe no PIB”, da privatização dos bancos públicos e da redução dos gastos sociais. Mas jamais vincularíamos suas ideias à falta de inteligência ou a motivações religiosas. Muito pelo contrário, são claros os interesses econômicos e financeiros a sustentar tais posicionamentos.

Além disso, a pluralidade política dos economistas da Unicamp desautoriza qualquer generalização ou associação direta. No instituto estudou a presidenta da República, mas também quadros que serviram a outros governos antes de 2003. São professores da casa o atual presidente do BNDES e o ministro da Casa Civil, mas também tiveram grande importância em sua história José Serra e Paulo Renato Costa Souza.

Do ponto de vista teórico, o curso de Economia, conhecido por apresentar Marx e Keynes a seus alunos, também estuda obviamente Hayek, Friedman e seus discípulos mais recentes. A existência de um eixo teórico que organiza o curso não significa bloqueio ou desconhecimento de outras abordagens.

Quem faz isso, aliás, é a maioria das escolas convencionais de economia, em atitude muito questionada nos últimos tempos. Se estar “conectado” significa este tipo de postura, agradecemos mas rejeitamos o conselho.

No final das contas, a caricatura geralmente feita dos economistas da Unicamp revela uma vontade de reinar sozinho em um debate onde só há uma alternativa, a do liberalismo econômico. E que todos que pensem diferentes sejam desqualificados. A “nova política”, no caso específico da política econômica, tem como ingrediente principal um velho conhecido: o Estado Mínimo.

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Redação

63 Comentários

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  1. Não, não estuda, esse é o problema

    Do ponto de vista teórico, o curso de Economia, conhecido por apresentar Marx e Keynes a seus alunos, também estuda obviamente Hayek, Friedman e seus discípulos mais recentes.

    Lamento o recurso ad hominem, qualquer argumento que vincule a Unicamp ao regime militar é lamentável.

    Fiz economia em uma Faculdade Pública no RJ nos anos 80. Depois o mestrado em certamente um dos três maiores centros de estudo de economia do Brasil no final dos anos 80, pelo menos até a morte do Simonsen. Perdi o contato, não sei como está agora. Não se via nada de Hayek (embora muito de Friedman), e quem estuda a escola austríaca de economia sabe que Hayek e Friedman tem algumas diferenças bem marcantes.

    Me aproximei da escola austríaca por causa da teoria dos ciclos econômicos que eles defendem, bem mais realista que a dos economistas tradicionais. Algumas ideias (tanto sociais como econômicas) de fato são bastante radicais, quase anedotas, mas aí quem estuda tem que ter o bom senso de separar o que é razoável do que não é.

    Recomendo os artigos sobre crescimento, inflação e investimento do Leandro Roque no site do mises.org.br, os argumentos são bem diferentes do que se vê aqui. Pena que o Nassif não publica.

    Quanto a essa situação do Estado Mínimo, é algo que precisamos discutir sim no Brasil.

    Eu já acreditei em regulação intensa, mas se por regulação de mercado vocês apontam Mantega, Arnon e sua turma (que estão devastando a Petrobrás e a indústria brasileira), então é hora dar uma olhada no Estado mínimo sim.

    Sob esse prisma o segundo turno é absolutamente vital, para que os problemas atuais sejam discutidos abertamente.

    Se a Dilma no final ganhar, há uma lado bom, ela vai ter que resolver os problemas que criou nos últimos quatro anos. Como os eleitores dela são certamente os mais desassistidos, eles sofrerão as consequências de um governo ruim.

    Por outro lado, se as coisas se resolverem, é bom p/todos nós. Neste momento, porém, continuo achando que ela tem que sair…

    1. Bom o comentário. LC é uma

      Bom o comentário. LC é uma pessoa preparada, mestre em Economia, e jamais ousaria em ir além das “sandálias”. No caso, fazer um pequeno alerta para o risco de expressões terminativas, a exemplo dessa aí embaixo. Acredito que ele quis escrever “como a MAIORIA DOS ELEITORES dela…….”.

      Como os eleitores dela são certamente os mais desassistidos, eles sofrerão as consequências de um governo ruim.

      Eu, e mais um punhado de gente NÃO DESASSISTIDA,  votamos nela porque achamos que os direcionamentos certos, ou os acertos, foram maiores que os erros. Acreditamos que em política não cabem discursos nem totalizantes, nem muito menos singulares, apartados do “todo”. O essencial é a resultante POSITIVA de uma “soma algébrica”. 

      De qualquer modo, concordo plenamente que os problemas devam ser debatidos abertamente desde que abandonemos nossas “trincheiras” e passemos a fazê-lo em “campo aberto”.

       

    2. Me aproximei da escola

      Me aproximei da escola austríaca por causa da teoria dos ciclos econômicos que eles defendem, bem mais realista que a dos economistas tradicionais.

       

      Na verdade, a teoria dos ciclos econômicos é um dos pontos mais desacreditados e obscuros dos austríacos, vide o comentário debochado de Rothbard acerca da interpretação da Crise de 29 feita por Rothbard(economista austríaco que alega ter “refutado” a estatística rsrsrsrs), ou o debate entre Tullock e alguns professores do Inst. Mises, no qual estes simplesmente não conseguiram explicar as inúmeras incoerências e inconsistências teóricas apontadas por Tullock. 

       

    3. Recomendo os artigos sobre

      Recomendo os artigos sobre crescimento, inflação e investimento do Leandro Roque no site do mises.org.br, os argumentos são bem diferentes do que se vê aqui. Pena que o Nassif não publica.

       

      Na verdade, o Nassif já publicou vários desses artigos no blog, cheios de inconsistências, alguns simplesmente ridículos(repletos de anedotas econômicas que voCê cita), mas o debate nunca avança, pois não há pessoas aptas para o debate no Inst. Mises, apenas repetidores de chavões e advogados de teses preconceituosas apresentadas como “teoria econômica”.

      É por isso que os adeptos do Inst. Mises(no Brasil e nos EUA)costumam ser os mesmos praticantes desse discurso fascista, anti-intelectual e avesso ao debate democrático, recorrente nos setores mais reacionários da sociedade brasileira. O caso do Gianette, buscando desqualificar potenciais interlocutores com a ridícula acusação de bolchevismo é exemplo disso, lembrando que o ad hominem é o recurso argumentativo favorito do fanatismo advogado pelo Inst. Mises(Mises considerava Milton Friedman um “comunista”).

      Quanto a essa situação do Estado Mínimo, é algo que precisamos discutir sim no Brasil.

      O principal problema econômico do Brasil são nossos índices africanos de desigualdade de renda. Esse é o principal empecilho para a conformação de uma economia avançada, livre das inúmeras distorções e baixo crescimento crônico causadas por altos níveis de desigualdade. 

      É certo que o Estado mínimo advogado por alguns apenas acentuará esse problema e fará a economia brasileira regredir a padrões subdesenvolvidos. Uma afirmação de Hayek é bastante ilustrativa dos perigos desse fanatismo pseudo-econômico defendido pelo Inst. Mises.

      There is nothing in the basic principles of liberalism to make it a stationary creed; there are no hard-and-fast rules fixed once and for all. … Probably nothing has done so much harm to the liberal cause as the wooden insistence of some liberals on certain rules of thumb, above all the principle of laissez faire.

    4. Sob esse prisma o segundo

      Sob esse prisma o segundo turno é absolutamente vital, para que os problemas atuais sejam discutidos abertamente.

      Os problemas atuais não serão discutidos abertamente, mas sim discutidos com os termos chulos e o nível rasteiro praticado por Gianette da Fonseca. Esse anti-intelectualismo é uma característica do nível de discussão praticado pelos adeptos do Inst. Mises.

      Em termos teóricos, o tipo de economia austríaca dissemiando pelo dito instituto é completamente desacreditado na academia, devido a suas inúmeras incosistências e incoerências, mas, principalmente, a incapacidade dos austríacos de debater suas ideias de maneira franca e aberta.

      Aqui um pequeno artigo que aponta muitas das inconsistências da teoria austríaca.

      http://econfaculty.gmu.edu/bcaplan/whyaust.htm

       

      Essa é a questão do debate aberto em relação às ideias austríacas, sua incapacidade de superar as inúmeras falhas de sua teoria, oriundas de um dedutivismo radical(Mises dizia que não precisava sair de seu quarto para compreender e explicar todas as questões do mundo, e complementava sua abordagem intelectual negando a matemática como fonte válida de conhecimento).

      É por isso que, em anos recentes, os austríacos tem optado por essa pseudo-economia de artigos sem embasamento teórico, baseados em chavões e repetições de preconceitos. Seria possível um debate sério, franco e aberto com um fascista como Hans-Hermann Hoppe, que realiza seminários com membros da KKK e grupos neonazistas para debater “Qualidade Populacional”?

      Óbvio que não, aqui no blog já tentei, diversas vezes, debater com o tal Aliança, defensor do Inst. Mises do blog, sem nenhum sucesso. Primeiro porque ele não conhece nada de teoria econômica e, por isso, seus “argumentos” sempre descambam para o ad hominem e simplificações grosseiras, como faz o Gianette. Estamos falando de um instituto que adota a simplificação grosseira e o ad hominem como a principal base de seus “argumentos”(vide o “argumento” de Hoppe, de que políticas econômicas de curto prazo para estimular a demanda efetiva se originam no fato de Keynes ter sido homossexual, portanto, parte do grupo de risco, pessoas que não se preocupam com o futuro. Isso é apresentado como teoria econômica pelo Inst. Mises).

      1. Caro, desculpe o trocadilho

        mas vc “daytonou” o nosso bravo LC,  o Gianette e o instituto mises.  Mas pra definir gente do nivel do Gianetti, eu fico com seus argumentos ecologicos (pra gente que nao entende de economia como este pobre mortal que aqui escreve):

        Guru de Marina disse que é preciso aumentar a carne e o leite

        Convém prestar atenção no que dizem os pensadores que integram o círculo mais influente de Marina Silva, a não-candidata que modificou o quadro da disputa quando aderiu ao PSB de Eduardo Campos

         

        Num momento em que a oposição faz o possível para transformar a economia no ponto central da campanha presidencial, convém prestar atenção no que dizem os pensadores que integram o círculo mais influente de Marina Silva, a não-candidata que modificou o quadro da disputa quando aderiu ao PSB de Eduardo Campos. 

        Há opiniões surpreendentes e até constrangedoras pelo conteúdo antipopular e pelo caráter elitista.  Apontado como o mais influente conselheiro econômico de Marina Silva, autorizado inclusive a dar entrevistas nessa condição, Eduardo Gianetti da Fonseca elaborou uma formula muito peculiar para executar o programa de desenvolvimento com sustentabilidade, talvez a meta mais associada a líder da Rede. Lembrando que o gado brasileiro responde por emissão de gases que geram grande quantidade de C02, Gianetti afirma que, para evitar novos desastres ambientais, preocupação central de Marina Silva, “o preço da carne vai ter de ser muito caro, o leite terá de ficar mais caro.”  Essas e outras ideias de Gianetti se encontram no livro “O que os economistas pensam sobre sustentabilidade,” do jornalista Ricardo Arnt. Um dos mais preparados jornalistas brasileiros que se dedicam ao assunto, diretor da revista Planeta, Ricardo Arnt procura nesta obra descobrir como quinze economistas tentam combinar a necessidade de manter e até ampliar o crescimento da economia com a preservação ambiental. O livro foi publicado em 2010 e não pode ser visto, obviamente, como a divulgação de receitas de governo para 2014. Não são palavras de assessores de campanha. Se o assunto é explosivamente político, o teor é acadêmico.  Mas é claro que as entrevistas contêm valores, princípios e referências de longa duração, de grande utilidade no momento atual. Entre os entrevistados, há economistas do PT, como Aloizio Mercadante, e também identificados com o governo Lula-Dilma, como Luciano Coutinho. Delfim Netto também foi ouvido. Arnt ouviu vários gurus de Marina Silva e eles chamam muita atenção, por motivos compreensíveis, em função da agenda ambiental em sua identidade. Pela função que lhe foi atribuída na campanha, o lugar de Gianetti é especial.  Falando de um país no qual a maioria da população começou, apenas nos últimos anos, a experimentar uma melhoria em no padrão de consumo, o que inclui uma melhoria na qualidade da alimentação, Gianetti fala sem rodeios. “Comer um bife é uma extravagância do ponto de vista ambiental.” (página 72).  Outra “extravagância” que o incomoda envolve as viagens de avião. Referindo-se a um benefício que só muito recentemente perdeu caráter luxuoso, para se transformar num progresso acessível a muitos brasileiros, provocando uma irritação nem sempre justificada em cidadãos que passaram a enfrentar filas nos aeroportos, Gianetti fala: “Pegar um avião para atravessar o Atlântico é uma extravagância sem tamanho, do ponto de vista ambiental. Você emite mais dióxido de carbono do que um indiano durante uma vida.”(página 71). É curioso ouvir de um dos profetas da globalização a todo preço uma queixa contra as “extravagâncias” das viagens aéreas.  Na prática, podemos até discutir o conteúdo “ambiental” do bife e de uma viagem paga em muitas prestações por nossa classe média. Podemos ainda tentar encontrar soluções que preservem a vida no planeta de riscos desnecessários e mesmo evitar medidas suicidas a longo prazo.  O surpreendente é que, convidado a encontrar uma solução para evitar tal “extravagância” Gianetti traga de volta medidas clássicas da história brasileira, aquelas que preservam o consumo dos cidadãos do alto da pirâmide e penalizam o pessoal da parte debaixo. Diz que a “mudança decisiva” consiste em elevar o preço de “tudo que tem impacto ambiental.”  Mostrando uma visão de cima para baixo da economia, longe de qualquer interferência dos interesses do povo, ele deixa claro que os preços podem impor uma realidade que a maioria das pessoas não aceitaria de livre e espontânea vontade. “ Eu não acredito que essa mudança virá porque as pessoas se tornaram conscientes e querem ajudar as gerações futuras. (…) Virá por uma mudança de preços relativos: terá de ficar muito caro fazer certas coisas.”  Ameaçando até ecologistas com menos dinheiro no banco, ele afirma: “essas pessoas que viajam alegremente, cruzando o Atlântico, e que se consideram ambientalistas, quando chegar a hora de pagar a conta da extravagância que estão fazendo, vão chiar. “  Numa postura de quem acha que o arrocho no consumo virá de qualquer maneira, como uma fatalidade a que estamos todos condenados, ele faz uma ressalva. “O caminho que estou propondo é sofrido mas preserva a liberdade.” Em seguida, como se merecesse apoio por ser favorável à solução menos ruim, o economista afirma: “Se vier de outra maneira, vai ser impositivo. Será como foi nos países socialistas durante décadas. Fecha-se a possibilidade.” A formula, então, é conhecida. Ou se faz sacrifício. Ou é ditadura.  Dentro do raciocínio, faz lógica. Por trás dessa visão de desenvolvimento e sustentabilidade, encontra-se um ponto de vista externo ao Brasil e aos brasileiros. É uma noção que vem de fora e envolve nosso lugar na história da humanidade.  É fácil entender qual é: os países pobres, com seus bilhões de habitantes, consumistas insaciáveis (Gianetti chega a falar em “corrida armamentista do consumo”) se tornaram uma ameaça a estabilidade e ao futuro do planeta. Diz Gianetti:  “Criamos no mundo moderno um sistema que é quase uma regra de convivência: você busca situações e posses que deem a você algum tipo de admiração, de respeito, daqueles que estão a seu redor. Contrapartida disso, quando se espalha e se massifica em escala planetária, na China, na Índia, no Brasil, é a destruição irreparável da natureza.”  Você reparou: quando chineses, indianos e brasileiros entram no mercado de consumo, ocorre o apocalipse: “a destruição irreparável da natureza.” Será mesmo da natureza que o assessor de Marina Silva está falando?  É claro que não. Estamos falando da vida daqueles milhões de cidadãos do mundo, inclusive brasileiros, que só agora conquistaram algum direito a melhoria, a um certo bem-estar. Nada revolucionário. Mas um progresso que não cabia no horizonte de seus pais nem de seus avós.

      2. O texto postado é da Isto é

        Como acho que sempre precisamos citar as fontes corretas (né colunistas da Veja), o texto anterior é a coluna do Paulo Moreira Leite quando ele ainda era da Isto é.

    5. “Von” HAyek, o economista ‘nobre’

      Quem conhece um pouquinho de História do Pensamento Econômico sabe porque Hayek não era ensinado em faculdades públicas na década de 1980. Simplesmente porque até pelo menos a década de 1970 e em grande parte da década seguinte Hayek era absolutamente irrelevante para o pensamento econômico. Hayek – nascido Von Hayek um indicador de nobreza no conservador Império Aústro-hungaro onde  o ‘nobre’ economista nasceu – começou a escrever na década de 1920 e seus argumentos foram destruidos por Keynes. Virou uma nulidade exilada em outros departamentos que não o de Economia e na seita fundamentalista liberal do “Mont Peleran”. Hayek saiu da obscuridade com um providencial prêmio nobel na década de 1970 – embora um crente fundamentalista no livre mercado e favorável a abolição dos Bancos Centrais “Von”Hayek  não renunciou a honraria que foi dada pelo…BAnco central da Suécia(quando se trata de dinheiro os liberais escondem a coerência no bolso)!. NA década de 1980 com a admiração de MAdame TAtcher e suas politicas destrutivas, o ilustre desconhecido começou a ser tido como alguém relevante na História do PEnsamento Econômico.

    6. Para um leigo: os austríacos não pegaram o vagão da história

       

      LC (quarta-feira, 20/08/2014 às 10:43),

      O comentarista Daytona faz a boa crítica ao seu comentário e eu como leigo não poderia mais nada avançar.

      Resta-me então apenas fazer referência a textos aqui e ali que considero pertinenste. Primeiro lembro que textos do AliancaLiberal que são transcrições de textos de economistas que poderiam ser denominados de austríacos são com frequência publicados aqui, no blog de Luis Nassif e alguns são transformados em posts. Vale aqui até lembrar de um post em que há a crítica dos austríacos a Friedman. Trata-se do post “A crítica dos ultraliberais a Friedman” de quarta-feira, 23/03/2011 às 13:00, oriundo de sugestão de Aliancaliberal para o artigo “A geringonça criada por Milton Friedman” originado de tradução de Leandro Augusto Gomes Roque do artigo de Gary North “A Máquina Monetária do Dr. Friedman”. O post “A crítica dos ultraliberais a Friedman” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-critica-dos-ultraliberais-a-friedman

      A crítica que o Gary North fazia não era em relação à proposta de Milton Friedman de se espalhar dinheiro por helicóptero, mas em relação a fato de o economista ter criado o mecanismo de imposto retido na fonte que acabou permitindo aumento da arrecadação. Em relação a esta crítica, eu menciono o post “O liberalismo de jabuticaba” de quarta-feira, 23/05/2012 às 08:00, aqui no blog de Luis Nassif consistindo da Coluna Econômica dele para aquele dia, em que ele faz a crítica ao liberalismo dos economistas âncora na Rede Globo com informações um tanto frágeis. O endereço do post “O liberalismo de jabuticaba” é:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-liberalismo-de-jabuticaba?page=1

      Menciono este post “O liberalismo de jabuticaba” também para destacar uma referência que faço em comentários que enviei para junto do comentário de Morales enviado quarta-feira, 23/05/2012 às 11:16, na sequência de um comentário de André Luis enviado quarta-feira, 23/05/2012 às 08:25. Em um comentário que eu enviei domingo, 27/05/2012 às 18:25, como réplica a uma resposta que Morales me enviara quinta-feira, 24/05/2012 às 22:58, eu mencionei um trabalho de Vito Tanzi que ficara até então disponível no site da ESAF e se intitulava “Impostos Menores no Futuro?”. O prognóstico de Vito Tanzi não era nada promissor para os que defendem a redução da carga tributária. Do artigo “Impostos Menores no Futuro” eu retiro o seguinte trecho que se encontra na página inicial do artigo:

      “Em 1888, ao discutir o nível ótimo da tributação, o economista francês Paul Leroy-Beaulieu concluiu que uma receita tributária equivalente a 5% a 6% do PIB poderia ser considerada “razoável”; 8% a 10% do PIB seria “normal”, mas uma cifra acima de 12% do PIB seria “exorbitante” e prejudicaria as perspectivas de crescimento dos países”.

      Conhecendo a carga tributária atual no mundo mais desenvolvido, o que se observa foi um grande aumento da carga tributária e a perspectiva é de que este aumento deve continuar. O trabalho de Vito Tanzi, em inglês, com o título “A Lower Tax Future?” e de 2004 pode ser visto no seguinte endereço:

      http://www1.worldbank.org/publicsector/pe/peammarcp005/tanzireference.pdf

      Creio que a tendência crescente da carga tributária que se observa desde o início do século XX, primeiro ocorrendo o aumento dos gastos e depois o aumento dos impostos e que levou Vito Tanzi a colocar uma interrogação no texto dele “A Lower Tax Future?” é a pedra no sapato da teoria liberal ou austríaca, ou dos austrianos.

      Para o mundo voltar ao que os economistas austríacos preconizam seria necessário um retrocesso secular. Talvez como no conto de Chapeuzinho Vermelho eles torcem para que aberta a barriga do lobo a vovó ainda tenha vida. Eles vivem na esperança de que nas voltas que o mundo dá eles possam ser de novo alcançados. Há mais tempo, quando eles tomaram a decisão de esperar, havia de um lado o comunismo e de outro o capitalismo com o Estado financiando, via gastos públicos crescentes, guerras e maquinário de guerra e de corridas espaciais.

      Enfim a possibilidade de que a vovó ainda tenha vida para eles é real. Quem sabe se depois desta crise o mundo capitalista mais avançado pare de crescer e passe a analisar outras possibilidades de sobrevivência, sendo uma o ideário do capitalismo perfeito em que as grandes corporações se reconheçam como um estorvo e se vão dividindo em milhares, tornando o capitalismo menos eficiente, mas em compensação mais justo, com os grandes salários desaparecendo, mas em compensação havendo muito mais pessoas empregadas. É preciso muita fé para acreditar nesta possibilidade.

      E faço menção por último ao post “IPCA desacelera e volta a ficar dentro da meta” de sexta-feira, 08/08/2014 às 09:22. Nele enviei sexta-feira, 08/08/2014 às 20:25, um comentário para junto do comentário de Jorge Luis enviado sexta-feira, 08/08/2014 às 11:13 em que eu reforço os alertas de Jorge Luis sobre o desconhecimento dos meios de comunicação sobre o significado técnico da taxa de inflação. O endereço do post “IPCA desacelera e volta a ficar dentro da meta” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/ipca-desacelera-e-volta-a-ficar-dentro-da-meta#comment-406212

      Eu disse que seria o último post a ser mencionado porque os próximos posts são indicados também em comentários que faço no post “IPCA desacelera e volta a ficar dentro da meta”. Assim, em meu comentário para Jorge Luis eu faço ainda menção ao post “Yes, We Have No Banana” de segunda-feira, 21/07/2014 às 07:54 am, de autoria de Paul Krugman e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://krugman.blogs.nytimes.com/2014/07/21/yes-we-have-no-banana/?_php=true&_type=blogs&_r=0

      No post “Yes, We Have No Banana”, Paul Krugman chama a economia dos austríacos de sistema hermético e deixa como indicação de leitura o post “Austrianism, wrong? Inconceivable!” de quinta-feira, 17/07/2014, no blog de Noah Smith. E o post “Austrianism, wrong? Inconceivable!” pode ser visto no seguinte endereço:

      http://noahpinionblog.blogspot.com.br/2014/07/austrianism-wrong-inconceivable.html

      Bem, mas todo estas indicações para dizer que a partir das leituras que fiz acabei indo parar no post “How Noah Smith Should Have Criticised Austrian Economics” que, pelo menos para leigo, permite um grande aprendizado sobre os austríacos. O post “How Noah Smith Should Have Criticised Austrian Economics” de domingo, 20/07/2014, publicado no blog “Social Democracy for the 21st Century: A Post Keynesian Perspective” pode ser visto no seguinte endereço:

      http://socialdemocracy21stcentury.blogspot.com.br/2014/07/how-noah-smith-should-have-criticised_9471.html?showComment=1405886701251

      O autor do post “How Noah Smith Should Have Criticised Austrian Economics”, que se chama apenas LK, faz uma compilação de dos mais relevantes economistas da escola austríaca e o que de mais relevante, ou talvez devesse dizer característico, eles tenham produzido.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 20/08/2014

      1. Excelente comentário Cléver, dois tostões

        O pessoal austríaco releva que a criação do mundo como o conhecemos hoje, e não o dos silvícolas, depende da economicização do sexo. Sem isto, permaneceríamos no mesmo estágio de desenvolvimento que marcaram as eras humanas antes de 15.000 anos atrás, ou seja, se o Homem Sapiens Sapiens como nós existe na face da terra há no mínimo 350.000 anos, estes 335.000 anteriores foram de um mundo sem o dinheiro e o processo civilizatório como o conhecemos hoje.

        Na nossa civilização, o dinheiro não é neutro, nem depende de uma base fíxa e real, ele é fiduciário e se vale do contrato impossível no crédito para que coloque a humanidade do jeito que está hoje posta no mundo.

        Brigar com isto, só destruindo a civilização.

        A briga é quem vai tirar proveito destas premissas, que são esotéricas para a maioria da população.

        Para se ter condições de negociar com os detentores atuais do poder, só na marra e com as mesmas ferramentas que eles usam, fora disto é luta inglória.

  2. “O professor Eduardo

    “O professor Eduardo Giannetti é um intelectual sofisticado, filósofo e economista, assumidamente um liberal – que a princípio defende e respeita a pluralidade de pontos de vista”

     

    É muita sofisticação para este esgoto.

  3. “O professor Eduardo

    “O professor Eduardo Giannetti é um intelectual sofisticado, filósofo e economista, assumidamente um liberal – que a princípio defende e respeita a pluralidade de pontos de vista”

     

    É muita sofisticação para este esgoto.

  4. Dio cane!

    Beluzzo, Biancarelli, Gianetti, Rossi….

    Porca madona, parece briga de carcamanos da Bota. Só faltou o Palocci, o Mercadante e o Mantega.

     

  5. Covardia

    O Giannetti vai alegar covardia, quatro contra um. 

    E ainda tem gente que diz que é tudo igual. Na oposição a parada é duríssima: de um lado, Roberto Setúbal, Ilan Goldfajn e Giannetti;  do outro, Armínio Fraga e a trupe do FHC. Pior que trem fantasma. 

  6. Só um detalhe a parte.

    Eduardo Giannette é porta voz economico do PSB? Pra que que serve o S na sigla do PSB? O socilaismo agora é ultraliberal?  O diabo mora nos detalhes…

  7. imperialismo

    Esse  estudioso , Eduardo Giannetti, até  a pouco tempo  guru do Caetano Veloso, sempre se pautou  pela sofística ao atribuir  as demais Escolas de PENSAMENTO um ” que ” de autoritarismo, objetivando  o ocultamento  do extremo do liberalismo econômico em diminuir ao máximo qualquer vestígio de justiça social dada por uma política distributiva de renda .E , sendo partidário  dos inimigos de qualquer bem estar social prefere , sempre, estar ao lado dos Hayek , Friedman e congêneres , partidários  do imperialismo do grande Capital .Desavergonhadamente se pauta pela falta de lisura quando tensiona pelo palavrório cínico que escamotea  o verdadeiro debate e atribuir  ao instituto de economia da Unicamp qualquer traço de autoritarismo é , de fato , o desejo do totalitarismo do pensamento único , que sabemos muito bem pela nossa experiência de sentimento de brasileiro o terror concreto que significa pra milhões de pessoas deste país que precisa tornar-se uma nação , pra todos .

  8. Giannetti é um especialista neste assunto

    Sempre devemos prestar atenção ao que aqueles que conhecem bem um assunto têm a dizer sobre este mesmo assunto. É o caso de Giannetti.

    Ele parece cada vez mais conhecedor do que é “um grupo que se fecha religiosamente em torno de um pensamento desconectado do mundo.”

  9. Se Deus for brasileiro mesmo

    Se Deus for brasileiro mesmo salva o povo desses “economistas do estado mínimo”. Isso é que é “providência divina”

  10. arrogância

    Esse senhor Eduardo G da Fonseca, parece imaginar que um diploma de Cambridge lhe eleva ao posto de portador da verdade. O que vemo é intolerância, e messianismo, bem ao tipo da candidata que ele oportunisticamente apoia.

  11. E por falar em Liberal

    E por falar em liberal, Nassif, agora a Empiricus está dominando o Youtube. Qualquer vídeo que se quira assistir vem antes com a propaganda desta Empiricus. Eles tem muito dinheiro pra anunciar.

    Esta postura mais radical do Gianetti é a prova de que não há vácuo em política. 

    A direita e a grande mídia já desembarcaram de Aécio. Vão com tudo com a Marina.

  12. Caros,
    O artigo começa com

    Caros,

    O artigo começa com uma confusão semântica. Os neoliberais não são liberais, eles consideram que as liberdades políticas serão uma consequência das liberdades econômicas. Eles raramente se ocuparam da liberdade política, por exemplo a Sociedade Mont Pèlerin nem as contemplava no seu estatuto. Os neoliberais se aliaram às ditaduras, vejam que Hayek foi assessor da constituição chilena de 1980, que não tinha nada de liberal e era, sim, muito neoliberal. Poderiam ter colocado Pinochet na foto, porque a Margareth veio depois. 

    Uma das dificuldades dos neoliberais é que tem pouca habilidade para ganhar votos nas urnas, então se aliam a heterodoxos políticos, que não entendem nada ou pouco de economia, e lhe oferecem um programa econômico pronto e, claro, o auxílio dos interesses mais concentrados. Marina é isso, é a versão verde do Menem, do Collor, do Fujimori.

    Aliás os verdes, já deixaram de ser progressistas. Na realidade eles são funcionais ao capitalismo, por isso de garotos problemas se transformaram em queridinhos (até Nobel deram a um “verde”). Nós, cidadãos, temos que descontaminar de graça (reciclando e etc.) o que eles emporcalham com as suas indústrias.

    Bom, se alguém se interessa por isto, faço meu business… deixo link para minha última coletânea… O neoliberalismo sul-americano em clave transnacional: enraizamento, apogeu e crise. 1. ed. São Leopoldo: Edunisinos/Oikos, 2013. 351p . http://oikoseditora.com.br/files/EHILA1-ebook-O%20neoliberalismo.pdf

     

     

    1. No Brasil parece que neoliberal é ortodoxo e liberal é austriano

       

      Hernán Ramírez (quarta-feira, 20/08/2014 às 11:44),

      Talvez o texto esteja correto, pois me parece que aqui no Brasil o liberal em economia é alguém da corrente dos economistas austríacos, e neoliberal se refira mais ao economista ortodoxo.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 20/08/2014

  13. Quem fala o que quer… ouve

    Quem fala o que quer… ouve o que não quer.

    Existe na verdade um movimento orquestrado contra o PT…aí vamos falar bobagens e asneiras… afinal os “economistas” não são punidos por falarem besteiras, muito pelo contrário serão apaludidos pela familia Marinho!

  14. “No final das contas, a

    “No final das contas, a caricatura geralmente feita dos economistas da Unicamp revela uma vontade de reinar sozinho em um debate onde só há uma alternativa, a do liberalismo econômico.”

    O retrato sorridente da falecida baronesa acima da matéria diz tudo. É só substituir o conjunto de colar e brincos de pérolas por bijús de inspiração amazônica, ornamentados por um belo xale e teremos as receitas de “mudanças” da turma de Giannetti.

    O simpático “tchauzinho” de Maggie , na outra, equivale a um “bye bye Brasil”.

  15. gozado é que esses economista

    gozado é que esses economista que defendem o estado mínimo (para beneficiar os rentistas e prejudicar a maioriada populaçao reduzindo seus salários são os mesmos que se reunem na avenida paulista oui na casa das garças do armínio nauFraga – em convescotes reduzidosm

    como fazem os políticos  tucanos para deliberar sobre a escolha de seus candidatos em restaurantes finos de são paulo.

    e ainda têm a incrível audácia de dizer que isso ocorre com os economistas do governo que tem, como rotina, dialogar o máximo possível, com a população, como comprova a criação dos bem sucedidos programas de inclusão social.

    tudo o que eles criticam refere-se,no fundo, a eles mesmos.

    técnica antiga de misitifcação.

    1. Podia esclarer como o estado

      Podia esclarer como o estado minino reduz salários?

      Se reduzirmos os impostos teremos menos confisco de renda.

      1. Caro getulista dos anos 1930:

        Caro getulista dos anos 1930: o Estado mínimo reduz salários por que não reduz todos os gastos do governo mas alguns (aí está a “esperteza” dos neoliberais). Nos países centrais, por exemplo, nunca se deixou de gastar um centavo em armas e em guerras (pelo contrário) e todos (não só os países centais) pagam alegremente juros altíssimos aos banqueiros e nunca negam socorro financeiro às empresas “grandes demais para quebrar”. Aí então, os “cortes” se limitam aos gastos sociais e aos investimentos em infraestrura, causando desemprego e, com ele, a redução dos salários, pelo menor poder de barganha dos trabalhadores.

        1. Então não é o conceito em si

          Então não é o conceito em si mas a aplicação dele.

          Quando se reduz o confisco do estado sobra mais salário.

           

          1. Não, quando se reduz a carga

            Não, quando se reduz a carga tributária, sobra mais renda, no sentido econômico do termo. São(e devem ser)os rentistas a principal fonte de arrecadação de tributos.

      2. O estudo da Cepal apresenta

        O estudo da Cepal apresenta dados interessantes sobre isso, referente aos salários.

        https://jornalggn.com.br/blog/roberto-bitencourt-da-silva/cepal-divulga-numeros-sobre-a-participacao-dos-salarios-no-pib-latino-americano

         

        Interessante como estudos sérios sempre contradizem os artiguinhos de irrelevâncias do Inst. Mises, feitos sob medida para reacionários analfabetos em teoria econômica, como o Aliança, olha o comentário ignorante:

        Se reduzirmos os impostos teremos menos confisco de renda.

        O estudo da Cepal demonstra como períodos de maior intervenção do Estado na economia coincidem com períodos de maior crescimento econômico, refutando as baboseiras baseadas em “teses racialistas” e sem qualquer fundamento econômico(teórico ou empírico)do Inst. Mises.

        1. Daytona acha que quem

          Daytona acha que quem determina o salário é o governo.

          Eu pensava que era a produtividade marginal do trabalho.

          O estado só tem uma fonte de renda a tributação do cidadão, como se aumenta o confisco e o cidadão fica mais rico.

          Para qualquer pessoa normal não faz sentido. Mas não estamos falando com pessoas normais e sim com dissimulados.

          Tudo isso para defender o inchaço do estado e seu emprego publico.

           

  16. filósofo sofisticado é falácia

    Não considero sofisticado um filósofo que abrace uma causa fundamentalista. No caso de Giannetti o fundamentalismo economico, o que o reduz apenas a economista sofisticado. Um dos ultimos filósofos a resguardar alguma sofisticação é Renato Janine Ribeiro.

    1. “Um dos ultimos filósofos a
      “Um dos ultimos filósofos a resguardar alguma sofisticação é Renato Janine Ribeiro.”

      Kkkkkkk kkkkkkk kkk

      1. procure no houaiss
        esta te serve
        Significado de Sofisticação

        s.f. Ação de sofisticar.
        Falta de naturalidade; excessiva sutileza.
        Bras. Maneiras de quem é sofisticado.
        Qualidade de sofisticado.

  17. É bom que os marinistas

    É bom que os marinistas saibam o que defende o principal pensador da candidata.

    “Discordamos de Giannetti e do discurso do “Estado que não cabe no PIB”, da privatização dos bancos públicos e da redução dos gastos sociais.”

     

  18. O Gianetti não tem a menor

    O Gianetti não tem a menor condição de ser ministro de um Governo, ele mesmo confessou que não é muito chegado em trabalhar. Está tudo lá no livro “Sonho Grande”.

  19. pensar ….livre pensar …..( millor )

    Diz o texto…..

     

      ”   Além disso, a pluralidade política dos economistas da Unicamp desautoriza qualquer generalização ou associação direta. No instituto estudou a presidenta da República, mas também quadros que serviram a outros governos antes de 2003. São professores da casa o atual presidente do BNDES e o ministro da Casa Civil, mas também tiveram grande importância em sua história José Serra e Paulo Renato Costa Souza.    “

     

    Sou economista  da USP, onde a maioria desse pessoal da Unicamp  se  formou.

    A atuação do economista  macroeconomico  exige  uma  dose  de  adoção de uma corrente ideologica.

    Para se firmar no ‘ mercado ‘ é mandatorio se filiar a uma corrente politica. com isso se perde a liberdade.

    A escola  da  Unicamp , que nassif diversas vezes  considerou DESENVOLVIMENTISTA ,  depois de ser cooptado pelo PT perdeu sua opção liberal. Não que não tenha sido liberal anteriormente mas foi obrigada, por sobrevivencia, a ter uma atitude diferente do governo de FHC.

    Giannetti  tambem teve o mesmo caminho.

    Dai-me um presidente que darei o conteudo economico.

    Ou  seja, cada um defende seu ganha-pão. Não existem pessoas  sinceras;

    É  dentro desse  referencial  que o Brasil navega.

    Tudo isso  porque  o PT é  opoartunidta e não esta ineressado em atender as expectativas dos brasileiaros.

    Infelizmente a opção  do PT é pelos  seus  proprios militantes. O brasil que se foda.

     

     

     

     

     

     

     

    1. Discurso capenga

      Esta estória de eu não sei, mas vocês também não sabem é coisa de enrolador relativista.

      É lógico que existe teoria econômica que funciona, tai o dollar para não me deixar sozinho nesta e o heródoto escreveu sobre a origem dela no Logos Babylonico, se não contaram para você  é que queriam tem manter burro.

    2. Por vicio de origem

      o Lineu ja confessou sua vertente.  Mas acusar o PT de oportunismo e esquecer dos luminares que quebraram o Brasil 3 vezes e depois viraram banqueiros como o Persio Arida e André Esteves (mas ja foi!), é representativo do conceito Ricupero. Macaco, olha teu rabo antes de falar dos outros.

  20. Sem saída

    Se as teses de Adam Smith ainda tem valor nos dias atuais, estamos necessitados de muitos ajustes;

    Pouco mais é necessário para erguer um Estado, da mais primitiva barbárie até o mais alto grau de opulência, além de paz, de baixos impostos e de boa administração da justiça: todo o resto corre por conta do curso natural das coisas.” 
    Adam Smith
    A propósito, os economistas ainda não descartaram a  famosa lei da oferta e procura por ser ela natural , tanto quanto 2+2 é quatro. Mas as teorias econômicas tratam de dibrá-la com os manjados ajustes.

    1. Bem, será que é assim mesmo?

      Bem, será que é assim mesmo? Na Teoria Econômica, o termo “lei” nem deveria ser empregado. Só se aspeado, como fiz, para distinguí-la da ditas Leis Naturais. 

      A gracisoamente apelidas de “ciências” econômicas não é ciência no sentido forte do termo. A “lei” da oferta e da procura nada tem de natural, como nada é natural quando se trata de atividades ou fenômenos nos quais há o fator humano – subjetivo – envolvido. 

      Se soltar um objeto este cai independentemente da minha ou de qualquer outra vontade. Já na Economia esse determinismo é relativo, vai depender de incontáveis variáveis dependentes do humano e suas subjetividades. Não por nada se inventou nessa seara o malsinado ceteris paribus como basicamente uma espécie de bengala agregada às premissas.

      Diz a LOP: quanta maior a oferta e menor a demanda a tendência é os preços baixarem. Ora, uma Lei Científica ou Natural não admite “tendências”, mas a efetiva concretização das hipóteses. Se fosse realmente um Lei valeria para todas as situações ou mercados. 

       

      1. Leigo

        Pelo meu comentário claramente deduz-se que sou um leigo em economês. Mas , um ano estudando economia na década de 1980 ficou na memória a importância que oferta e demanda tem na economia política.Porque elas acontecem, é outro capítulo a estudar.A palavra natural foi usada metaforicamente, como a usamos popularmente e até consta do dicionário(dei uma espiada de depois).

        1. Não quis criticar

          Não quis criticar especficamente teu comentário, Adailton. Não tenho credenciais para isso. O pouco de economia que sei vem da minha formação profissional(conhecimento empírico) e dos seis semestres da faculdade de Economia da UFC aqui do Ceará. De resto, uma leiturinha aqui outra ali. 

           

          1. Coincidências

            Na internet até os conterrâneos se encontram, JB Costa.Faz 46 anos que estou no estado dos tucanos. Considero-me com dupla cidadania. 

  21. A Unicamp celeiro do regime

    A Unicamp celeiro do regime militar? Logo ela, onde Mercante defendeu sua tese de doutoado tendo Delfim na banca, cujo suporte teórico foi a distribuição de renda, a magnífixa  repatição social do bolo, função essa delegada por Golbery e turma para que a esquerda que criou fizesse?

     

     

    ===========

    Cientista rejeita “companhia” de coronel da ditadura e devolve título

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/cientista-rejeita-companhia-de-coronel-da-ditadura-e.html

     

     

  22. Alergia

    É impressionante que o debate “intelectual” no Brasil persista tanto, tanto, tanto nessses recursos retóricos de guerra fria. Pior: no nível de DCE.

    Esses “liberais” do Brasil – que de liberais não têm nada – só amesquinham o debate. Só porque um ou outro passante pela universidade falou mal do Celso Furtado e pronunciou a palavra “burguesia” os sábios liberais têm um ataque ou uma alergia qualquer; se algum curso tiver Marx – que a maioria desses sábios não leu e só repete de orelhada – pronto, bolchevismo…. E por aí vai.

    No final das contas é tudo projeção.

  23. eduardo giannetti

    Giannetti foi meu professor de economia há 20 anos na Faculdade de Economia da USP, ministrava disputadas aulas de “História do Pensamento Econômico”, ocasião em que aproveitava para relatar “causos” peculiares ocorridos na vida cotidiana de Marx, Mill, Keynes etc.

    Escreveu livros que abordam assuntos ligados à Psicologia, Filosofia, Sociologia (Felicidade, Auto-Engano, A Ilusão da Alma).

    Abandonou o uso do carro, locomove-se em São Paulo a pé, táxi ou transporte público, e ouve música clássica quando acorda de manhã.

    Se não me engano, confessou numa entrevista a Marília Gabriela que não conhecia macroeconomia e não se via como competente para dar conselhos à população sobre o que fazer com o dinheiro, diante de determinado cenário econômico.

    Por tudo isso é que me surpreende a atual movimentação política do Giannetti. De repente, resolveu arvorar-se em economista, coisa que efetivamente não é, o que aliás não é nenhum demérito, diante de sua copiosa produção bibliográfica que aborda outros assuntos, muito mais instigantes do que os meramente econômicos.

    E agora essa?!

    Não estou entendendo nada.

    Não é do feitio do Eduardo Giannetti agir dessa maneira.

    O que está acontecendo, Professor?

     

     

     

  24. O fato de um sujeito

    O fato de um sujeito intelectualmente preparado como o Giannette ter que recorrer a infantilidades dignas do Lobão como chamar os estruturalistas da Unicamp de “bolcheviques” é prova da falta de argumentos da doutrina econômica que ele defende.

    Como muito bem disse o Belluzzo no artigo, a economia defendida pelo Giannetti atende apenas aos interesses financeiros de seus financiadores.

  25.  Realmente.
     Sou conservador,

     Realmente.

     Sou conservador, por isso acredito que é mais importante a construção de uma ponte na esquina da minha casa onde todos os dias eu passo do que a queda de uma ponte similar nos EUA ou no Japão, isso consiste em desenvolvimento local. Nós conservadores nos sentimos ligados à terra onde vivemos e buscamos a sua melhoria, na ordem: bairro, cidade, país.

     Os liberais do Brasil que eu conheço estão pouco se lixando para o local onde vivem, já que suas mentes e corações estão voltados para os EUA, sonham em ir morar lá, querem que o Brasil se foda. Se há favelas, violência, doenças, epidemias no local onde moram liberais, esse simplesmente mudam de país, e se o mesmo ocorrer no novo país, mudam de novo de país.

     Os fundamentos internacionalistas do liberalismo os impedem de fincarem raíz em qualquer lugar, similarmente à figura histórica do judeu errante, e por consequência, desincentivando o investimento sustentável do seu lugar atual, a não ser que essa nação seja os EUA (ao menos atualmente).

     

     Att.

  26. Tive uma experiência com um economista da Unicamp

    Se não me engano se chamava Glauco, há uns 15 anos atrás, conversamos sobre o uso de oito possibilidades diversas em eventos econômicos, algo que para mim sempre foi muito claro, em função das contingências matemáticas, mas que está presente em todas as rosáceas de Igrejas pelo mundo.

    Começou fazendo cara de interessado, mas depois entrou por um dogmatismo ferrenho e aprisionador, onde as idéias que não se conformassem ao seu normal, não podiam nem serem avaliadas.

    No geral, é o que penso dos economistas de Campinas, que são bitolados até o fundo da alma, só conhecem um caminho para a verdade e o mundo os assusta tanto que fogem da realidade como  o diabo da cruz.

    Não que esteja defendendo o Gianetti, de quem já assisti uma palestra aqui no Sesc de Santos, um cara com uma formação muito mais sólida na área de filosofia, com uma visão muito mais abrangente, capaz de abarcar muito melhor a realidade.

    Mesmo assim sou cético sobre suas conclusões, uma porque ele não esclarece, como eu com a Astrologia, o Tarot e a Geometria, a sua linha de tomada de decisões e porque não consigo enxergar um ponto coerente no seu discurso com o mundo que nos cerca, ele é meio confuso. 

    Por outro lado, a economia enquanto processo de administração de recursos escassos em um planteta sobre stress de seus recursos naturais, apresenta hoje uma complexidade que sem o auxílio dos algorítimos matemáticos para sistemas complexos operados por supercomputadores baseados em grandes bancos de dados, fica com uma cara de amadorismo e soluções meia-boca de dar dó.

    No assunto, tenho lido diversos estudos do pessoal das ciências complexas e fico cada vez mais com a certeza que a margem de manobras para soluções win win, estão cada vez menores.

    Logo, o que estes economistas de newsletters e campanhas políticas fazem é uma economia, em termos de resultados para o Brasil e o mundo, de quinta categoria, sem nenhuma utilidade prática e capacidade de resolver porra nenhuma, ou seja, óleo de cobra, para enganar trouxas, bem ao estilo do Gianetti do auto-engano.

  27. Manifesta economista

    Economistas se manifestando? Ah não! Não posso ficar de fora. Tenho de comentar.

    Lá vai

    .Primeiro o fragmento do texto:

    De acordo com o relato da Rede Brasil Atual, quando questionado sobre a formação dos economistas do governo, suas palavras foram: “O regime militar é culpado disso (…) um grupo que se fecha religiosamente em torno de um pensamento desconectado do mundo”.

    Agora meu comentário:

    O Eduardo Gianetti é um economista respeitável. Ou melhor, deixou de ser economista e por isso mesmo  é respeitáve!

    Relembrando um aforismo que venho escrevendo aqui:  Um economista torna-se bom economista quando deixa de ser economista.

    Voltemos.Sobre essa passagem acima não  há como discordar do filósofo Gianetti. De fato, ele tem toda a razão! Bom, quero dizer, corrigindo, opa, opa, desculpem-me, tem toda a razão a partir do golpe militar de 1889 e a série sucessiva de golpes em função do descompasso de “interesses público-privados ou melhor privado-privado, isto é, o interesse do privado que é também público. Ah! deixa pra lá, vocês entenderam né?!

    Mas o pensamento do  Eduardo, antes de 1889  já não teria tanta razão assim, haja vista a total, absoluta, e ABOMINÁVEL  formação econômica deste país de mais de 400 anos de monocultura e de  latifúndio conjugados com estupros de  sinhás moças  de 12, 13 , no mais tardar 15 anos forçadas “procriarem” com os ociosos senhores proprietários de terras e dos semoventes  escravos! Aliás, quanto a estes, a  procriação desenfreada e poligâmica era ainda mais fomentada,  tudo em prol do aumento do capital, isto é, do aumento de seres humanos semoventes! O grande CAPITAL  dos Estados Unidos do Brasil, como diria o saudoso “Ruim” Barbosa! Opa! Barbosa também?! Eu hein…

    Vejamos outra passagem do texto:

    Indo além, sacou da cartola um suposto seminário “em 1978” em que Celso Furtado teria sido desqualificado em Campinas, com suas ideias consideradas “de interesse da ‘burguesia’, enquanto a preocupação dos presentes ao encontro seria‘a luta de classes, o imperialismo’”.

    Comentário: Deixemos o furtado de lado. O Campos do Roberto latifundiário já o furtou faz tempo! O furtado bem que tentou mas não conseguiu vencer o poder. Logo, logo, a substituição de importações, já tratada por Caio Prado não logrou êxito. Não logrou êxito nem mesmo a sapiência de Raul Prebisch, com o foco no abastecimento interno, a industrialização de qualquer maneira, e deterioração dos “termos internacionais de troca”, isto é, aquele win win à moda colônia versus desbravador, um acorda típico “caracu”! O modelo Chinês, da China, da conchinchina,  dos tigres asiáticos, este sim, foi aplaudido! Pelo menos até agora! Daqui a pouco, cessarão os aplausos!)

    Enquanto isso não ocorre, o  negócio,   mané, é o seguinte:

    Educação ( aquela do nível técnico sabe como? Nada de muito pensamento social, político etc.) O negócio é “mão da massa na massa”! Em seguida, abertura para o mercado internacional! Ora, ninguém deve ficar preso num quarto escuro, pensando baboseiras do tipo, penso logo sou,  não é mesmo? Tecnologia a gente compra!

    O negócio é modelo liberal! Protecionismo baixo! Exceto, se travestido de barreiras não tarifárias para se proteger  dos terríveis  “males sanitários”, certo!? Eis o modelo bem sucedido! Quanto a concorrência, esta deve ser internacional! Daí, o almejado  aperfeiçoamento dos produtos! Mesmo se estivermos tratando de concorrência internacional entre pares. Entre transnacional instalada do “país em desenvolvimento” versus Matriz instalada no país desenvolvido! Aquele  desbravador de  outrora! Sucursal versus matriz! E todos juntos felizes, em busca da teodiceia da felicidade liberal!

     Outra passagem legal do texto segue abaixo:

    Discordamos de Giannetti e do discurso do “Estado que não cabe no PIB”, da privatização dos bancos públicos e da redução dos gastos sociais.

    Puxa vida! PIB. Este é o cara!( vamos focar só nele, deixo os outros  para a reflexão dos caros colegas)

    Pra ficar nessa BABOSEIRA DE SIGLA, what about tratar de PNB? Não seria melhor? Mais fino? Mais, digamos, desenvolvido? Ora, sugere um certo recebimento de royalties não? Mais ou menos assim: leva o capital pra lá, isto é, para ex-colônia em desenvolvimento ( ainda colônia), gera salário para mestiços, aqueles “índios”. Produz um tremendo PIB per capta que decapita  as minas e os mouros mamelucos ou bandeirantes do século XXI contratados como “Ceos” ; tudo fundamentado  no modelo racional que leva em conta uma taxa de retorno atrelada ao “risco”. Daí, basta  publicar um balanço social pra dizer que também segue a moda da “responsabilidade social” e  animar os stakeholders otários( empregados e suas famílias) , para, em seguida,  voltar com uma belíssima  margem de contribuição para a matriz! Evidentemente, detestando qualquer intervenção estatal que ao menos se aproxime da lei 4.131/62)!

    E assim todos viverão  felizes PARA SEMPRE,   contribuindo para que o  mundo seja  cada vez mais justo, fraterno, solidário e feliz!

    Outro  passagem genial:

    Do ponto de vista teórico, o curso de Economia, conhecido por apresentar Marx e Keynes a seus alunos, também estuda obviamente Hayek, Friedman e seus discípulos mais recentes. A existência de um eixo teórico que organiza o curso não significa bloqueio ou desconhecimento de outras abordagens.

    Comentário: Já que ele falou da teoria, vamos ao ponto de vista prático e histórico:

    Vejamos um fragmento de texto, de Bernard de Mandeville, em “An essay on charity school (1723)”, autor este, muito citado por ninguém menos que F.A. von Hayek.
    Vejamos.
    (…) estou informado por pessoas dignas de fé que alguns destes servos chegaram a tal ponto de insolência de se reunir em associação e fizeram leis que estabelecem por eles, não prestar serviço por uma quantia inferior á estabelecida por eles(…)
    Talvez uma pista que nos foi gentilmente cedida pelo Mandeville  sobre a tão festejada superioridade do consumidor no mercad.   O Estranho é que, se não estou enganado,  não haveria razão alguma para tamanha indignação. O que teria levado ao senhor da fábula das abelhas a chegar a tal conclusão?
    Mas, vamos falar mais sobre os “economistas liberais”:

    Vejamos agora o Sir Sieyes, certamente o mais célebre da revolução francesa:
    (…) os desgraçados que fazem os trabalhos pesados, produtores dos gozos alheios, que recebem apenas para a subsistência de seus corpos sofridos e necessitados de tudo, esta multidão imensa de instrumentos bípedes sem liberdade, sem moral, sem faculdade intelectual, dotados apenas de mãos que recebem pouco e de uma mente gravada por mil preocupações que os fazem apenas sofrer, são estes que vocês chamam de homens? Alguém já viu pelo menos um desses que fosse capaz de entrar na sociedade? E. J. Sieyes ; Ecrits plitiques Paris 1985 p 236.”
    Vejamos uma passagem interessante , tratando-se da “grande sociedade” ou sociedade aberta, citada por ninguém menos que Hayek, mas, baseando-se em nada menos que Popper:
    “Mesmo se o estado protege os seus cidadãos do risco de serem tiranizados pela violência física – como acontece por princípio, sob o sistema do capitalismo desenfreado – ele pode frustrar as nossas finalidades se não consegue nos proteger do abuso do poder econômico. (…) De fato, aqueles que dispõem de um excedente de mercadorias podem impor a quem tem penúria uma servidão ” livremente” aceita, sem a violência.” K.R. Popper The open society and its enemies 1943.
    Vejamos por último o que disse Mises em The anti-capitalistic mentality 1987:
    ” A posição social de cada um depende da própria ação, de modo que para um eventual fracasso o indivíduo não tem mais espaço para desculpas e só pode culpar a sim mesmo.
    E ainda na tese da “teodiceia da felicidade” Weber:

    Os dominantes , os possuidores , os vencedores, os são, em síntese, o homem feliz, raramente se contenta pelo simples fato de possuir a própria felicidade. Ele necessita também ter o direito a tal felicidade. Quer ser convencido a merecê-la e sobretudo, de merecê-la frente aos outros. E quer, portanto, ser também autorizado a crer que os de menos sorte receberam equitativamente apenas aquilo que lhes cabe. A felicidade quer ser legítima. M. Weber Die wirtschaftesethik der weltreligionenen.

    E Ludwig von mises trata da “luta pela sobrevivência” na qual , sem embargo, desenvolve uma teodiceia da felicidade: a luta pela sobrevivência premia os homens superiores. Nas condições do capitalismo os mais dotados e os mais capazes não podem obter nenhuma vantagem de sua superioridade, mas colocam os seus melhores dotes ao serviço dos desejos da maioria, constituída pelos menos dotados. No âmbito do mercado o poder econômico corresponde aos consumidores”.
    Todavia, para Hayek o mérito não é objetivamente mensurável e que seria arbitrário e despótico pretender retribuí-lo com base na opinião subjetiva que se tenha dos méritos próprios e alheios.
    Lembrando ainda que Hegel já afirmara que toda a visão da história e da sociedade na qual estiver ausente a seriedade, a dor, a paciência e o trabalho da negatividade cai na edificação e inclusive, na insipidez”
    Fontes: Von Mises, On equality na inequality 1961
    Hegel: Phenomenologie des geistes , in Werke in swanzig banden vol. 3 p.24I

    Que o  Estado constitucional liberal garantidor do “livre mercado” com base na invenção da propriedade privada( há mais ou menos 2.500 anos)  não deva ser máximo, nós já sabemos. Aliás, sabemos no que diz respeito ao uso ou abuso do poder( que é o que interessa)

    Agora que o Estado deve retroceder 2 ou 3 séculos para se tornar mínimo também não me parece razoável, mormente, aqui, nessa terra ainda latifundiária, cujos donatários JAMAIS , notem bem, JAMAIS abrirão mão de suas  propriedades privadas, mesmo aos “amerídios, seus legítimos proprietários! 

     

    Economistas liberais do mundo, uni-vos!

  28. O Estado-camelo

    Sim, aquele que não passa no buraco da agulha.

    Ah, Gianettinho, Gianettinho. Quer dizer que você, aos 21 anos, quando sentávamos nos mesmos bancos da Ciências Sociais da FFLCH, teve oportunidade de ver Celso Furtado ser contestado, na forma que você conta, lá na Unicamp.

    Admito que você já se mostrava como alguém ligado nos combates argumentativos aos Leôncios, Kovaricks e Guilhons Albuquerques da época, mas se alguém estivesse na Unicamp a desclassificar Furtado, esse alguém seria você.

    De lá para cá mudamos. Você mais do que eu. Você liberalizou geral. Eu, realmente, sinto-me “desconectado do mundo”, como você diz. Aquele mundo conectado com a pirâmide financeira que os neoliberais patrocinam. 

  29. Ai que saco!!! Cada vez mais

    Ai que saco!!! Cada vez mais me convenço que toda ação humana começa no coração, e nisto Nietzsche tinha razão. Primeiro parte-se na defesa de algo pelo qual nos apaixonamos. Em seguida busca-se uns bons pontos de apoio que são os postulados. Depois disso é só usar com certo zelo a maquinária da lógica Aristotélica e botar o discurso ou o paper na rua…Em outras palavras: discurso coerente (pois alguns nem isto o são) é paixão (do grego pathos – doença) adornada de lógica.

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