O xadrez da manipulação dos fatos e das leis

A base de toda sociedade democrática é a informação. Sobre a base da informação, formam-se os conceitos. Dos conceitos nascem os pactos. Os pactos se consolidam em leis. Das leis, derivam os contratos. É esse ciclo que garante a convivência civilizada de opostos, as eleições, a alternância de poder e a construção da democracia, impedindo abusos, selvageria.
 
Essa é a expressão final do termo segurança jurídica.
 
Hoje em dia, vive-se um estado de exceção no país, porque esta cadeia foi corrompida. A corrupção de informações e conceitos tornou-se tão ampla e disseminada, que criou-se um novo normal jurídico, onde a exceção tornou-se regra. 
 
Ponto de partida – a era dos factoides soltos
 
A primeira trinca no sistema de informações ocorreu com o pacto entre os grupos de mídia, proposto por Roberto Civita, da Editora Abril, inspirando-se no australiano-americano Rupert Murdock.
 
Os princípios do pacto eram a formação do cartel e, sem contraditório, a disseminação de todo tipo de factoide, de notícias falsas, por mais inverossímeis que fossem, acreditando no poder sempiterno da repetição. 

 
Ali encerrou-se um ciclo de mídia em que houve relativa competição entre os veículos, relativo respeito à informação, relativo acatamento das teses legitimadoras, impedindo a disseminação de notícias falsas.
 
Sem o apoio de uma fonte diária de fatos, o modelo era alimentado pela parceria com organizações criminosas, como a de Carlinhos Cachoeira, com a indústria de dossiês associada, que emerge com o caso Lunus de José Serra e que torna-se elemento central da disputa política brasileira.
 
As eleições de 2006 e 2010 marcaram o coroamento dessa excrescência. A busca de factoides a qualquer preço gerou as peças símbolos do período: a escandalização da tapioca comprada com um cartão corporativo pelo Ministro dos Esportes Orlando Silva. Ou a denúncia de que um servidor da Casa Civil havia comprado os serviços de vinte bailarinas – e bailarina era um tipo de vaso ornamental para flores.
 
Segundo passo – o julgamento do mensalão.
 
Com o mensalão, o sistema ganha musculatura, porque o julgamento passou a garantir um fluxo continuado de fatos com viés claro. 
 
A ênfase inicial no julgamento deveu-se à tática de competir com a geração de fatos da CPMI de Carlinhos Cachoeira – que expunha as parcerias da mídia com organizações criminosas. 
 
Em pouco tempo o fato AP 470 se sobrepôs ao fato CPMI de Cachoeira. E a mídia descobriu a eficácia da parceria com o sistema judicial, explorando episódios que garantissem um fluxo diário de fatos.
 
Ali houve a primeira contaminação, a primeira quebra grave no sistema judicial, fundando-se em uma notícia falsa como peça central de um julgamento relevante. 
 
Esqueça-se o petismo e o antipetismo, as polêmicas em torno de José Dirceu, a malandragem pouco sutil de Pizolatto, e concentre-se no fato: todo o julgamento baseou-se em uma informação falsa: o desvio de R$ 75 milhões da Visanet. Os próprios funcionários do Banco do Brasil – que detestavam Pizolatto – asseguraram que jamais ocorreu o tal desvio. 
 
Posteriormente, a Lava Jato escancarou o gigantesco processo de propinas da Petrobras. Mas a AP 470 se baseou em uma mentira.
 
A informação falsa foi a peça central da acusação, aventada pelo Procurador Geral Antônio Fernando de Souza, endossada pelo grupo de procuradores que trabalhou no processo e acatada pelo ex-procurador Ministro Joaquim Barbosa e pelo pleno do Supremo.
 
Como foi possível um fato de tal gravidade ter sobrevivido à tantos filtros? E como foi possível deixar de lado o laudo da Polícia Federal sustentando que a maior parte dos recursos de Marcos Valério foi bancado pelo grupo Opportuniy, do banqueiro Daniel Dantas?
 
Ali ficou claro que a Corte Maior havia se rendido às paixões políticas. E  as análises colegiadas não serviam de filtro às narrativas do Procurador Geral. Pouco depois de deixar a PGR, aliás, Antônio Fernando assumiu um escritório de advocacia que conquistou um mega-contrato da Brasil Telecom, de Dantas. 
 
Dali em diante, todo o sistema de informações do país entrou em curto-circuito. Mídia, partidos políticos, agentes do Estado, juízes passaram a tratar o fato de forma utilitária, adaptando-o às suas preferências partidárias, adulterando-o se necessário através do recurso da manipulação de ênfases e de interpretações.
 
Antes, à falta de fluxo constante de notícias, os grupos de mídia esfalfavam-se em factoides sem nenhuma verossimilhança. Com o julgamento do mensalão, descobriu-se o que os golpistas de 1954 sabiam: a base de toda ação desestabilizadora consiste em um evento, com geração diária de fatos e com o controle das versões pelos grupos hegemônicos de mídia. Foi assim na CPI da Última Hora, com Vargas. Foi assim na AP 470.
 
Terceiro passo – A campanha negativa a partir de 2012. 
 
Valeram-se desde as falsas ênfases (enfatizar o fato negativo irrelevante para ocultar o positivo relevante) até as falsificações de notícias. No dia da inauguração da arena do Corinthians, a manchete de um jornal foi sobre a falta de sabonete nas pias do banheiro.
 
Ora, nos Estados Unidos houve o fenômeno mãe, o caso FoxNews, de Murdock. Mas as instituições dispunham de anticorpos, seja no jornalismo referencial de outros veículos, como o New York Times, seja no próprio processo de formação de opinião do Parlamento e do Judiciário. No Brasil todos os grandes veículos embarcaram no mesmo jogo do antijornalismo.
 
O grande problema foi quando o desvirtuamento das informações atingiu o sistema jurídico. Não apenas os fatos, mas os conceitos passaram a ser deturpados. E a parcialidade da Justiça abriu sua bocarra, através de Gilmar Mendes.
 
Quarto passo – o fator Gilmar Mendes.
 
Nenhum outro personagem foi tão daninho à ordem jurídica e ao sistema de informações quanto Gilmar Mendes. No início, meio sutil, depois escancarando sua parcialidade, mostrou seguidamente à opinião pública que a lei, ora a lei, é apenas um instrumento para legitimar a vontade do julgador. Vai perder uma votação? Basta pedir vista por tempo indeterminado. É “inimigo”? O peso da condenação. É “aliado”? A defesa por todos os meios, jurídicos e jornalísticos. O mesmo garantista que interrompeu a Satiagraha se tornou o mais iracundo acusador em operações contra “inimigos”.
 
A parcialidade criou uma pedagogia negativa, para o público uma demonstração  da parcialidade do julgador, abrindo campo para que outros operadores da lei – juiz, procurador ou delegado — passassem a exercer o subjetivismo em favor de suas preferências pessoais.
 
Quinto passo – a Lava Jato
 
Chega-se, finalmente, ao ápice desse modelo na Lava Jato, com o uso disseminado  dos vazamentos, praticados em inquéritos sob sigilo em Curitiba, na Procuradoria Geral da República e no Supremo Tribunal Federal, devidamente amarrados com a agenda do impeachment.
 
Nesse momentos, instaura-se o novo normal. Não interessam as coletas de provas, indícios, evidências: vale a versão publicada. Não interessa o processo jurídico: vale o julgamento midiático. Todos os vazamentos têm objetivos políticos claros e exibição de músculos por parte de seus autores. E abandona-se definitivamente a presunção da isenção para perseguições políticas ostensivas.
 
Sexto passo – a campanha do impeachment
 
A campanha do impeachment é mera consequência dos passos anteriores. E se tornou a comprovação mais acabada do desvirtuamento de fatos e de conceitos.
 
Agora não são mais procuradores e delegados transformados em editores de jornais, nem deputados paleolíticos com seus gritos guturais e seus rituais selvagens. São também juristas, Ministros do STF, ex-presidente que aderem ao jogo, ou se eximindo ou assumindo de público a constitucionalidade do golpe, em um momento em que todos os fatos são transmitidos em tempo real para o mundo. Por seis decretos de remanejamento de despesas, jogam-se no lixo 54 milhões de votos e assumem interinos, sem mandato popular, comportando-se como conquistadores espanhóis empenhados em destruir a civilização anterior.
 
É nesse momento que o processo de desconstrução dos fatos, de livre criação de narrativas, ainda que inverossímeis, definem a nova cara institucional do país, o novo normal, trazendo de volta o fantasma da insegurança jurídica. 
 
A reação instintiva das ruas
 
E aí ocorre um fenômeno interessantíssimo.
 
Em que pese todo fogo de barragem dos grupos de mídia, todo o poder de disseminação de versões, de boatos, de factoides, a narrativa do impeachment constitucional não pegou.
 
Agora, nas ruas, não estão mais as massas tangidas por um sentimento difuso de descontentamento com a crise política, com a falta de perspectivas e com os erros da presidente.
 
Os manifestantes não são meramente petistas, movimentos sociais, mas também grupos dos mais distintos, segmentos dos mais diversos que entenderam, seja pelos debates na Internet, seja por intuição, a importância da legalidade, do cumprimento das leis, da Constituição, os riscos de retrocesso, muito mais do que a erudição sem consequências de Ministros do Supremo, a exibição de músculos do Procurador Geral, o sebastianismo de procuradores evangélicos e a truculência de delegados barras-pesadas, todos armados até os dentes com instrumentos de poder de Estado.
 
É essa a grande batalha nacional, onde Dilma ou Temer se tornaram símbolos, muito mais do que protagonistas. Fora do poder, Dilma ganhou uma dimensão simbólica que jamais teve antes em seus tempos de presidente, nem quando gozava de índices elevados de popularidade, muito menos quando atropelou as esperanças populares, após as eleições de 2014.
 
A batalha do impeachment tornou-se definitivamente a luta da civilização contra a barbárie, dos fatos contra as manipulações, da democracia, ainda que imperfeita, contra o assalto ao poder.
 
E, dessa avalanche, surge finalmente o melhor do Brasil: a moçada que descobriu a nova política, não mais atrelada a partidos, mas a bandeiras.
 
O Brasil moderno está em plena efervescência. Não sei se a ponto de derrubar o castelo de manipulações erigido nos últimos anos, mas certamente para confrontar o atraso em um ponto qualquer do futuro.
Luis Nassif

117 Comentários

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  1. Nassif deveria…
    … Criar um link no blog com TODOS os textos da série “xadrez”. Mesmo que com alguns equívocos em alguns poucos textos, a sequência servirá para qualquer um compeender o concatenamento dos fatos bem como sua ordem cronológica. Tais textos não podem se perder em meio aos demais. Este, em particular, é primoroso!!

  2. Nota Pública dos Juízes do Trabalho Latino-americanos
    NOTA PÚBLICA DOS JUÍZES DO TRABALHO LATINO-AMERICANOS

    Escuta parece evidenciar que a Chefe de Estado está sendo apeada do poder exatamente por ser elemento de garantia da independência e da autonomia do Ministério Público e do Poder Judiciário

    Escrito por: Hugo Cavalcanti Melo Filho – Presidente da ALJT – Juiz do TRT 6

    http://www.fitratelp.org.br/noticias/nota-publica-dos-juizes-do-trabalho-latino-americanos-4768/

    A Associação Latino-americana de Juízes do Trabalho – ALJT, em face da divulgação de gravações de conversas do Sr. Sérgio Machado com altas autoridades da República e dos acontecimentos que a ela se seguiram, vem a público manifestar a preocupação com a possível utilização do Poder Judiciário do Brasil para a perpetração do golpe de estado em curso no país.

    As gravações dão conta do propósito de derrubada do poder da Presidente democraticamente eleita, como pressuposto de viabilização de um grande acordo, supostamente envolvendo até mesmo o Supremo Tribunal Federal, destinado a assegurar a impunidade de políticos que se opõem ao governo legítimo, alguns dos quais, inexplicavelmente, até aqui não alcançados pelas inúmeras fases da denominada “Operação Lava Jato”, seja na órbita de atuação do juízo da 13.ª Vara Federal de Curitiba, seja no âmbito do próprio STF.

    O conteúdo das conversas parece evidenciar que a Chefe de Estado está sendo apeada do poder exatamente por ser elemento de garantia da independência e da autonomia do Ministério Público e do Poder Judiciário nas investigações e, o pior, sob a cínica justificativa de combate à corrupção.

    Causa estranheza à ALJT a reação do Supremo Tribunal Federal às referências de pacto envolvendo a Corte e, ainda mais, de conversas supostamente já havidas com diversos de seus membros, principalmente se cotejada com as providências que se seguiram ao vazamento das gravações do diálogo entre o então senador Delcídio do Amaral com o Sr. Bernardo Cerveró, no momento em que parte da imprensa informa que alguns – ou todos – os Ministros do STF teriam sido criminosamente grampeados.

    Considera a ALJT ser ofensivo ao dever de imparcialidade imposto à magistratura o comportamento do Ministro Gilmar Ferreira Mendes, incansável no propósito de ostentar o seu papel hegemônico no Poder Judiciário, sem receio de revelar a condução político-partidária que imprime à sua atuação de magistrado, seja com declarações prévias de condenação às partes cujas demandas lhe são submetidas, caso integrantes de uma corrente política, ou na complacência em relação a outras, integrantes da corrente contrária.

    O ministro Mendes, desde a posse no STF, denunciada, à época, por juristas, políticos e entidades da sociedade civil como sendo atentatória à independência judicial, revela desenvoltura crescente no trato político das questões judiciais, seja se exibindo publicamente em reuniões com líderes partidários, seja, como ocorreu no último sábado, dia 28 de maio, reunindo-se, sem registro em agenda, com o presidente interino, alvo de acusações que são objeto de ações que o Ministro julgará – e conduzirá -, como integrante e, agora, presidente, da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal.

    Preocupa a ALJT o silêncio dos demais integrantes do Supremo Tribunal Federal, a despeito de todos os fatos acima indicados. Mais ainda, o apoio que um e outro oferecem ao Ministro Gilmar Mendes, quando lhe atribuem a qualidade da independência e, em reconhecimento, oferecem-lhe postos chave da estrutura de altas Cortes de Justiça, justo quando diversos setores da sociedade civil organizada discutem propostas de pedido de impeachment do ministro.

    Espera a ALJT que, na difícil quadra que atravessa o país, seja preservado o papel do Poder Judiciário brasileiro, de salvaguarda dos direitos políticos e sociais, de defesa da Constituição e das leis, de firme resposta às práticas criminosas, sejam quem forem os seus autores, sempre marcadas por isenção, imparcialidade e independência, afinal, o Estado Democrático de Direito é também incompatível com a seletividade de arroubos, vazamentos, investigações e punições.

    A ALJT-Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho, entidade criada em 2006 para defender a independência judicial e a efetividade do Direito do Trabalho, expressa, ainda, a honra de ter recebido a adesão espontânea de inúmeros magistrados ao conteúdo da presente Carta, conforme relação identificada abaixo.

    Em 30 de maio de 2016,

    Hugo Cavalcanti Melo Filho

    Presidente da ALJT – Juiz do TRT 6

  3. Um artigo para entrar para a História!

    Parabéns, Nassif! Dessa vez extrapolou….. Uma síntese perfeita das tenebrosas e infames transformações que sofremos nesses últimos quinze anos, que acabaram por nos transfigurar num país que é uma imensa e nonsense FARSA, um teatro sórdido, perverso, um jogo de cartas marcadas onde os grupos de ideologias e/ou interesses contrários ao PT, a Lula, dominam duas instituições que na prática determinam o destino de qualquer nação: mídia e Judiciário!

    Isso acaba por criar uma situação de tensão social exasperada, somos todos tangidos a PAROXISMOS medonhos, não só pela imoralidade, o cinismo a torpeza de tantos e tantos atos de gente como Janot, Moro, Gilmar Mendes, Aécio, Serra, FHC, os Marinho, os Civita, todos eles…..   mas porque chega um momento que a opressão criada por esse grupo é tanta, que só resta um certo DESESPERO IMPOTENTE dos brasileiros conscientes de todo o horror.  Porque quando o próprio Judiciário além de corrompido, ASSUME NITIDAMENTE um lado, um interesse, não temos, sociedade civil, a quem recorrer, é como ver tudo o que você acredita ser destruído, sem uma aparente solução CIVILIZADA!

    Outro dia, por conta disso vi no Face um post de uma jovem em desespero, perguntando aos amigos numa frase: “E aí, galera? O que vamos fazer se o golpe se consumar, Lula for preso, o desmonte social se propagar, e os golpistarem dominarem tudo? Vamos assistir apenas reclamando até 2018?”  –  E as respostas, demonstrando o mesmo desespero, a mesma impotência, gente falando até em pegar em armas, em incendiar o país, em marcha civil para ocupar Brasília, um estado de pre-guerra civil.  Milhões de brasileiros vivem essa angústia, têm essa pergunta no coração e na mente: “O QUE FAZER DE CONCRETO CONTRA ESSE GRUPO DE POLÍTICOS + MÍDIA + JUDICIÁRIO que toma o poder aos poucos, de modo que parece irreversível?”

    Outra questão, não menos importante é a questão psico-social, que vira ética e intelectual: “Que país subsiste quando todo seu contexto político-factual não existe na cabeça da maioria das pessoas, e sim a FARSA criada e tornada realidade para essas pessoas?”  –   Esse é particularmente, um grande desespero meu….  É como se a loucura, o caricato, o nonsense, subvertesse a verdade, os fatos, o digno, o correto…..  É o império total da farsa sobre a realidade. Se isso não é enlouquecedor, o que mais seria?

    Talvez a solução venha de uma reação semi-radical, não sei….. Mas aparentemente, as instituições ESGOTARAM sua capacidade de nos dar, a nós, sociedade, respostas, soluções. Talvez tenhamos que ir ás ruas, ocupar STF, Congresso, até as instituições DIALOGAREM CONOSCO, nos ouvirem.  

    Não dá mais para fingirmos que não somos reféns de gente como Gilmar Mendes, Cunha, Janot, os Marinho, e seus assemelhados e parceiros.

    É a nossa SOBREVIVÊNCIA enquanto país con chances civilizatórias que está em jogo!

    Abraço!!!!! 

     

  4. realidade superou a ficção

    George Orwell criou no imaginário popular a ideia de que um estado distópico socialista seria desastroso para as liberdades individuais. O Brasil demostrou que uma republica manietada pela mídia e pelo judiciário ,mesmo sem os poderes constituidos do estado, podem ser muito mais terríveis para as liberdades coletivas e individuais. Assistimos traficantes de drogas julgando governantes,  corruptos  legislando sobre a constituição, presos politicos condenados a revelia da lei, empresas nacionais sendo destruidas para perpetrar a injustiça social plutocrata. 1984 de Orwell virou brincadeirinha perto de “Brasil 2016”.

    1. A ideia de que 1984 é

      A ideia de que 1984 é distopia sobre o comunismo é interpretação da ideologia capitalista. O que fala o livro é de uma sociedade sob autoritarismo, manipulada. Mas especialmente nós, brasileiros, sabemos que ditadura também pode ser de “direita”. Será que mesmo estando sob o capitalismo, a gente não vive apenas uma ilusão de liberdade? Será que se não houvesse a propaganda comercial ditando o que a gente deve e o que não deve fazer para sentir-se e referenciar o outro como pertencente, faríamos o que fazemos?

      Acho que 1984 não é sobre capitalismo nem comunismo, “direita” nem “esquerda” e sim sobre autoritarismo e manipulação. Como se não houvesse essas coisas no capitalismo…

        1. li o artigo, é excelente…
          a

          li o artigo, é excelente…

          a ironia é que orweel criou tb a “revolução dos bichos”

          para criticar  o socialismo mas tudo o que ele fala na sua obra piguenta

          acaba sendo uma caracterização do atual modelo ocidental

          (supostamente democrático)  de controle e repressão….

           

  5. E o Joaquim Barbosa?!

    Excelente artigo! MAS não entendi porque o Nassif livrou a cara do Joaquim Barbosa que escondeu as contra-provas das bases da AP-470 em outro processo sob sigilo.

    1. Arrependimento ?

      Rodrigo, alguma coisa aconteceu com o ministro aposentado. De repente, começou a dar pronunciamentos , sem ninguém pedir, aparentemente, cornetando o golpe do impeachment por “pedaladas fiscais”. Falou até mesmo que o país iria conviver com uma anomalia e excrescência, que é o governo dito interino. Arrependimento ? Não sei. Mas ele teve oportunidade de atuar num momento crítico, e não escolheu a verdade, ou o lado da coerência, infelizmente, seduzido pelos holofotes da mídia.

  6. manipulacao de fatos e das leis

    Ha muito tempo alguem precisava dizer estas verdades.Nassif  as disse com objetividade, precisao e brilhantismo !  A Acao 470 (mensalao) eh a maior vergonha do STF. uma mancha juridica indelevel,destas que se arrastam por seculos sempre mal referencidas.  Oxala nao venha acarretar vultosas acoes indenizatorias contra o Estado (art 5o.da CF)

  7. Muito bom

    Nassif e leitores,

    Gostaria de levantar um tópico para análise. Não porque seja mais importante ou menos importante, mas não me ocorre que tenha sido analisado em suas particularidades com mais detalhe, ou se foi, não tive oportunidade de ver. 

    O fato das pessoas aderirem em massa  ao discurso da velha mídia. A ausência de racionalidade, a incapacidade de fazer juízo crítico, a polarização binarista marcada por ódio, a ausência de diálogo, a violência gratuita, tudo isto me deixou meio perplexo. 

    Lembra um pouco do filme a Onda, em que um professor resolve fazer uma experiência com alunos sobre o nazismo, salvo engano, e a situação sai do controle e produz conflitos generalizados.

    Por diversas vezes, quando tentei argumentar com as pessoas de que todo aquele processo precisava ser analisado com cautela, fui chamado de petista. E este era o momento em que a pessoa que falava encerrava qualquer diálogo. Não era somente um dito “você é petista”. Era uma sentença de que o dialogo havia sido encerrado. Não havia diálogo. Qualquer questionamento sobre os fatos que aconteciam bastava para que a pessoa acreditasse que eu era contra toda e qualquer tentativa “de moralizar o Brasil”. Se eu não pensava como ela, pensava o oposto. 

    Outro aspecto que eu acho importante. Existe uma demanda na sociedade brasileria por heróis. Ou, talvez, já atualizando o debate considerando os temas da hora. Existe uma demanda por figuras masculinas e paternas. Que seria aquele que resolveria os problemas quase que “no grito”. Ver os casos de Joaquim Barbosa e Moro.

    Pergunto: existe demanda por heróis, masculinos e machos no nosso imaginário?

  8. [Vídeo histórico e

    [Vídeo histórico e pedagógico!

    Palestra do egrégio e destemido democrata doutor Eugênio Aragão, ministro da Justiça do governo da presidenta Dilma Vana Rousseff.

    IMPORTANTE: a certa altura da palestra, o eminente Eugênio Aragão faz um relato acerca da atuação horrorosa e capciosa do MP e da PGR durante o julgamento de exceção do Mentirão!]

    Ministro Eugênio Aragão: Como aconteceu com os governos da Tailândia e das Filipinas, Dilma foi derrubada através das redes sociais; houve ação de inteligência clandestina?

    21 de maio de 2016 às 09p5

     

    (…)

     

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.viomundo.com.br/denuncias/ministro-aragao-como-na-tailandia-e-nas-filipinas-dilma-foi-derrubada-pelas-redes-sociais-houve-acao-de-inteligencia-clandestina.html

     

    O VÍDEO

    https://vimeo.com/167537432

    1. que as redes sociais ajudaram

      que as redes sociais ajudaram a complicar a situação do impedimento de dilma eu nao tenho duvida. basta navegar por algumas horas para perceber a quantidade de comunidades que se formam espalhando informaçoes deturpadas ou manipuladas. ou as vezes existem grupos com opinioes que para mim parecem confusas, mas a comunidade formou opinião sobre elas. muitas vezes eu peço socorro por aqui  para saber se o que circula nas redes sociais é digno de confiança ou se é boato, no minimo… o duro é que a manipulação ou boato circula numa velocidade muito maior do que a correta informação. para desfazer o estrago que é feito é terrivel.

  9. Essa análise vai para ficar

    Essa análise vai para ficar marcada para a posteridade.

    Servirá para os netos perguntarem para os avós: de que lado você estava nessa história vovô ou vovó?

    Para os doutos Ministros será acrescida a pergunta: Você não estava no Supremo nessa época?

    Parabéns, Nassif.

     

  10. Não é matéria prá gente

    Não é matéria prá gente elogiar mas prá assimilar e repercutir.  Não importa que a gente gagueje na insegurança. A gente tem que falar, tirando leite de todas as suas observações.  Nassif Não morra; você,  como Classius Cley, ainda tem muita porrada prá dar.. 

  11. Por favor

    Sr. Nassif,

    Por favor, imprima esse texto e entregue para a Presidenta Dilma amanhã, na hora da entrevista.

    Se parecer que foi muito atrevimento, diga que foi a pedido de um eleitor dela que comenta no seu blog.

  12. Dilma sofreu um processo de

    Dilma sofreu um processo de impedimento pelas as famosas pedaladas fiscais. A midia fez um discurso caloroso contra o governo e, em escalada crescente, mais e mais denuncias eram escancaradas. Não importa se tinham algo de legal e legitimo nelas ou não, acho que o fato disso era o de causar impacto na opinião publica para o apoio ao impedimento.O que me impressiona é o quanto as leis, o ordenamento juridico do país foram instrumentos de manipulação  para quem tinha o interesse no processo de impedimento da presidente eleita. Oferceram um verniz de legalidade a algo que se estava em duvida..  Na minha modesta opinião criaram uma ficção jurídica…O que eu não esperava era a resposta da midia estrangeira e da opinião do publico externo ao que acontece no brasil. A ilegalidade foi exposta de forma clara e seus operadoers idem. E nem as nossas novas autoridades não tem como refutá-las. Sofrem escrachos em viagens oficiais ou não, sejam pelo o Brasil ou no exterior. O maior dos furos nessa confusão toda aconteceu quando o todo poderoso da rede globo respondeu a um jornal ingles que dilma foi afastada por causa da lava jato. O senhor Marinho deu um tiro na água, pois se enrolou tanto na narrativa que se esqueceu que Dilma e lava jato não combinam, ou seja, o discurso que  legitima o impedimento e todo a burocracia legal eram as pedaladas fiscais.Esse discurso já havia sido esquecido até pelos Marinho, ou quis enganar o publico externo, certo que teria a mesma resposta que sempre tiveram por aqui?  Ainda bem que hoje o acesso a informação está muito mais ao alcance do cidadão comum. Mas as denuncias não param. Agora a midia afirma que Dilma recebeu proprina da Petrobrás como caixa dois de campanha politica. São delações premiadas… É o ciclo que vai recomeçar.. Quem sabe agora encontrem Dilma na lava-jato.

  13. Parabéns, Nassif.

    Através da Internet, leio jornais e blogs das mais diversas matizes ideológicas. Sem bajulação, você o Fernando Brito do “Tjolaço” são os que apresentam as melhores análises políticas.

    Infelizmente, a excessão da Folha , “a grande mídia” se partidarizou. Nesses veículos, as manchetes dixaram de refletir os fatos para refletirir os interesses dos donos. Neles, também, alguns jornalistas de renome se tornaram porta vozes dos interesses patronais.

  14. Dificilmente um coxinha

    Dificilmente um coxinha entenderá um texto como este, dificilmente !

    Falta-lhe o básico, a visão da politica além da tela da Globo.

    Muito boa análise.

    1. Concordo, Gilson AS

      A coxinhada prefere ouvir o Reinaldo Azevedo na Jovem Pan.

      Eu tô achando que só o derramamento de sangue, e muito, pq um bom tanto já se derrama pela violência, vai acordar um coxinha, algum dia.

  15. A resposta espontânea das ruas é irresistível
    Soube que hoje Cássio Cunha Lima criticou Dilma e tomou a maior vaia da sua vida na abertura da tradicional festa de São João de Campina Grande.

    Ou seja: levou um ESPORRO do povo nordestino, um nabão pra deixar de ser besta. Um lembrete de que quem decide o voto é o povo é quem tirou os votos de Dilma, na mão grande, corre o risco de nunca mais se eleger.

  16. Propaganda

    Em uma palavra: pro-pa-gan-da.

    Eu já ando meio cansado dessa prosa. Desde os primeiros anos dos 90 é isso, meu deus!

    A diferença, hoje, é que a chefe da gangue tomou uma enquadrada direta lá nos EEUU por conta do caso FIFA: “ou você mostra serviço ou o que é seu sai da gaveta, morou; tá ligada?!”

    Mas existe ainda uma mania, mania dos analistas e cientistas políticos em ainda falar em “articulação política”, “base parlamentar”…. Querendo que a realidade se encaixe nos modelitos formais de uma suposta ciência que mais se assemelha aà torcida ou ficcção.

    E daí as coisas acontecem quase que te-le-gra-fa-da-men-te e todo mundo se assanha a tirar uma onda de engenheiro de obra pronta…

  17. Maravilhoso

     Que exuberancia de texto, alto nivel, sintese da historia recente, mas creio que a juventude( maioria) não esta ligada no que esta acontecendo, esta alienada pela midia.

    1. Alienada pela mídia
      A juventude não esta alienada pela mídia simplesmente porque ela não se informa pela mídia e sim pelas redes sociais.

      LN é um eterno otimista.

  18. Como estava escrito no cartaz

    Como estava escrito no cartaz daquele “bixo”, na última passeata em PAlegre (depois, coibida pelos miliquentos de plantão: aliás, já notaram a semelhança de métodos entre aqueles e os temeristas de agora: está tudo em Alejo Carpentier, n’O Recurso do Método): A BRIZA AINDA HÁ DE DERRUBAR O CASTELLO. Aguardemos.

  19. Uma das mais brilhantes
    Uma das mais brilhantes análises da conjuntura jurídica do Brasil nos últimos 10 anos.

    Um artigo para ser debatido e aprofundado em todas as faculdades de Direito do país.

    Como advogado e também observador da cena quotidiana, me alio e aplaudo cada um dos alertas de Nassif .

  20. Até o momento não li nenhum

    Até o momento não li nenhum comentário contestando o texto antológico do Nassif. Estaríamos criando a unanimidade inteligente? 

    1. Nelson Rodrigues polemizava para vender

      Eduardo,

      Apenas os trouxas reacionários levam ao pé da letra o que Nelson Rodrigues escreveu. O próprio NR, que se assumia um reacionário e conservador, que apoiou a ditadura, foi levado a mudar de idéia quando o filho dele, Nelsinho, foi preso e torturado. Dito isso, o que muitos reaças analfabeltos políticos não sabem é que NR se vestia daquele personagem, criava toda aquela polêmica era para vender jornal. Quem disse isso? O próprio Nelson Rodrigues. Mesmo assim, há reaças analfabetos políticos que pinçam frases polêmicas do dramaturgo como se elas resumissem o complexo ser humano que foi esse pernambucano mais carioca do Brasil.

      A célebre frase “Toda unanimidade é burra” é uma dessas que NR criou apenas para gerar discussões, para vender jornal e mantê-lo em voga. Há muitas outras frases polêmicas de NR; numa delas ele afirma “Não é verdade que todas as mulheres gostam de apanhar; só as normais. As neuróticas protestam.” Num país machista como o Brasil, tal frase foi garantia de sucesso, principalmente porque proferida numa época em que as mulheres estavam se emancipando. O que a maioria dos reaças analfabetos políticos não sabe é que NR era um ficcionista e não um sociólogo ou cientista político; não é outra a razão por que saem por aí repetindo as polêmicas frases do dramaturgo, colocando-as como assinatura de mensagem. É quase certo que a maioria desses reaças analfabetos políticos que usam frases soltas de NR jamais tenham lido qualquer crônica ou peça escrita pelo dramaturgo.

      Sobre Nelson Rodrigues, há um relato de um repórter que o entrevistou, isso na casa do dramaturgo. A longa entrevista se deu no mesmo horário em que ocorria o jogo do Fluminense*, o time do coração de NR. O repórter, então pensou: se Nelson não assistiu ao jogo, como será capaz de escrever uma crônica sobre ele? No dia seguinte, o repórter que entrevistara NR correu até a banca, comprou um exemplar do jornal (O Globo), curioso para saber o que NR escrevera sobre o jogo. Para surpresa dele, a crônica estava lá; e com a mesma qualidade de sempre. Esse era Nelson Rodrigues, um homem capaz de escrever uma brilhante crônica sobre uma partida de futebol a que não assistira. Há ficcionista com maior criatividade? Conclusão: Unanimidades podem ser racionais e inteligentes e jamais considere as polêmicas frases de Nelson Rodrigues no sentido literal.

       

      *Nota: aqui posso ter me confundido se a partida era entre Fluiminense e outro time carioca ou se era a Seleção Brasileira que jogava, quando a entrevista era feita. Mas isso é o mesnos importante, pois o que desejo mostrar é que Nelson Rodrigues era um gênio criador, um ficcionista, um cronista genial, capaz de escrever uma brilhante crônica sobre uma partida de futebola a que não assistira.

      1. Prezado João,
        Grato por

        Prezado João,

        Grato por esclarecimentos de particularidades da vida do grande Nelson Rodrigues. Mas sinceramente não entendi se você acha que eu levei ao pé da letra o que ele escrevia e então eu seria trouxa e reacionário. Trouxa já fui às vezes sim, reacionário nunca. A interpretação do que escrevi cabe a cada um. A intenção, tenha certeza, foi deixar claro, até por estar escrito, que este texto do Nassif é antológico e estou, com a ¨unanimidade inteligente”, desafiando alguém a contestá-lo, claro que com argumentos, não com os clichês de “chapa-branca”, “petralha”, “blogueiro sujo”, etc. Aparecerá?  Sem qualquer intenção e muito menos capacidade de emular o grande escritor, criei uma frase “para vender jornal”  e fico feliz de ao menos um ter sido comprado. Grande abraço.

         

      2. Sim, era o Fluminense. Caro

        Sim, era o Fluminense. Caro João, em determinada fase de sua vida a sua visão foi definhando a ponto de não permitir que  acompanhasse aquelas  manchas em campo se movimentando, distinguir um time do outro, etc. Isso não o impediu de fazer as narrativas épicas de seu Fluminense apenas pela evolução dramática repercutida nas arquibancadas e possívelmente pela narração do jogo no rádio. Nelson escreveu peças que até hoje são de encenação obrigatória para qualquer aspirante a carreira na arte dramática.  Tenho alguma incursão na arte da representação e posso falar do fascínio de interpretar personagens de Nelson.     A diferença de um NR para um  bolsonaro, por exemplo é tão gritante e por  tantas razões que até esses dois na mesma frase é inconveniente.

         

        Outro figuraça era Flávio Cavalcanti, uma espécie de Ratinho dos anos 70, dirigido aos populares, polemista até ingênuo, e muito melhor que o Ratinho,por sinal.

  21. Especial
    Lapidar. Deveria ser encaminhado à garotada que, atuante e a dar-nos esperança, conhecendo em que bases históricas e sob que equívocos chegamos aqui, saberá evitar a repetição ou insinuação de erros e infiltrações tão nefastas quanto as relatadas.
    Há os que, cansados, encontram na emocionante energia e engajamento da juventude um alento e esperança de que congreguem forças “para confrontar o atraso em um ponto qualquer do futuro.” Que não esteja longe. Que possamos, ainda nesta passagem, verter lágrimas quentes de orgulho e alegria.

    Da série “Xadrez”, uma peça especial. Mas aos teus leitores, Nassif, cumpre escrever – e torço para que como cidadãos não deixemos escapar – o “Xadrez do Xeque-Mate DA Democracia”. Oxalá não esteja distante.

    Especial.

  22. Que o ponto futuro esteja neste mesmo ano de 2016.

    “O Brasil moderno está em plena efervescência. Não sei se a ponto de derrubar o castelo de manipulações erigido nos últimos anos, mas certamente para confrontar o atraso em um ponto qualquer do futuro.” (by Luis Nassif)

    Só espero que esse ponto qualquer do futuro não seja distante, que ele seja neste mesmo ano de 2016, para assim, não ter tamanhos estragos com o processo de desmonte da economia nacional, da soberania nacional e dos direitos sociais de todos nós brasileiros (inclusive dos trouxinhas descelebrados).

  23. Meu amigo Nassif,
    já fiz aqui

    Meu amigo Nassif,

    já fiz aqui outros posts. Cadastrei-me com parte de meu nome <Mateus Domingues> e postei um perfil (já havia postado outras coisas antes, pois acompanho em tempo real o progresso da sua ideia iluminadora sobre internet e ágora virtual). Por asneira minha, esqueci minha senha e não consigo recuperá-la. Acho que é falha do sisteme de vocês, mas pouco importa. Por isso, assino ultimamente como MateusDomingues. Ultimamente postei no ggn meu ponto de vista sobre uma frente ampla das esquerdas e uma sugestão minha de lançarmos Lula para vice. Explico melhor aqui:  https://jornalggn.com.br/comment/938880#comment-938880  

    Adoraria retorno, pois embora longo e enfadonho, acho que meu pensamento não é absurdo e mereceria reação dos pares.

    Dito isso, posso dizer que você matou todas as charadas. Na metáfora enxadrística que você faz certo tempo evoca, você deu o xeque-mate, agora, no que se refere à informação. Precisamos dar o xeque-mate político em breve. Na verdade, não sei se é efetivamente possível. Explico-me melhor: você com peças negras elevou o jogo a um empate com rei afogado. Acho que nossa melhor opção é empatarmos por rei afogado (nossa única peça é o rei [Dilma]) — a rainha [Lula] já não existe mais e a única peça que existe é outro peão que pode se tornar a rainha [Lula] ou não!)  e confiar na nossa habilidade na próxima partida. E cada dia que passa, partilho consigo a informação de que a única maneira de sair do fiasco e imbróglio atuais é via eleições para outra pessoa terminar o quadriênio 2015-2018, embora seja isso golpe, mas, no contexto atual, o contra-golpe para evitar o verdadeiro golpe, assim como foi em 1840 o golpe da maioridade, que salvou o Brasil.

    Saudações! E #ForaTemer

     

    Mateus 

    1. Caro MateusDomingues,gostei

      Caro MateusDomingues,gostei da sua coragem de sugerir e da crítica construtiva ao ggn,acredite mesmo e

      numa dessa VAI QUE DÁ CERTO! Saudações também e #ForaTemer

  24. Compartilho a leitura da conjuntura

    Nassif, é reconfortante ler tantas impressões e ideias minhas em suas palavras. Apaga a sensação de isolamento e até a insegurança da loucura, já que sem ressonância entre os amigos. Concordo completamente com a leitura. Acho apenas que há um fato anterior, mas simbolicamente significativo que foi o evento do “vou chamar o presidente às falas”. Lula vestiu ali o arquétipo do servo diante do senhor de engenho.. Quanto à juventude, da minha posição privilegiada de professor universitário, vejo passar jovens de 16 a 24 anos pelas minhas salas há 25 anos. Tenho repetido ultimamente, segurem essa moçada que vem aí.

  25. Artigo Histórico

    Caro Luís Nassif,

    Este artigo é histórico; um dos melhores, mais abangentes e ao mesmo tempo conciso e sintético. Eu sempre disse que o julgamento da AP-470 foi farsesco e midiático. E esta análise é uma prova de que eu estava certo. Há um pronunciamento de Eugêncio Aragão, que pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=iU6I4UWKsx8, que constitui outra prova de que o chamado mensalão foi uma farsa e de que o golpe em curso no Brasil tem seu alto comando nos EUA. A respeito desse alto comando estadunidense é salutar que os leitores assistam a uma entrevista de Pepe escobar, concedida a um repórter francês; o link para assisti-la é https://www.youtube.com/watch?v=P63XFVSgMFo.

     

  26. excelente…

    e a cada passo um porvir a confirmar tudo o que foi colocado no passo anterior

    que, a meu ver, mostra também o quanto erramos, enquanto povo, por aguardar passivamente pelo futuro que queremos

    E que o aguardar passivamente pelo futuro que se quer, ante o exposto, não seja ou não traga novamente a obrigação de ter que se contentar com o que vier. Nunca o Brasil dependeu tanto da reação dos brasileiros de todas as idades

    mas que aconteça da forma mais bonita, com a moçada trazendo o porvir para o sétimo passo, a queda desse muro infame que foi construído para nos separar em setores, e não só na política, também diretamente na sociedade, vizinhança e até mesmo núcleo familiar

    que sejamos todos um só, uma só voz de protesto

     

  27. Ledo engano, Nassif.  É

    Ledo engano, Nassif.  É ilusão imaginar que essa movimentação da juventude ou institiva das ruas sejam representativas de um Brasil moderno em plena efervescência.   Representam apenas a volta de um normal esquecido, a mobilização ideológica e reivindicatória de pequenos (em número de integrantes) segmentos sociais.  A grande maioria (inclusive da juventude), silenciosa, é conservadora por excelência, porque movida por dois elementos que as forças progressistas deste país não conseguem vencer: o medo e a falta de informação de qualidade.   Quanto mais o indivíduo social se sente ameaçado, desprotegido ou confuso em uma realidade complexa, mais tende ao conservadorismo e até mesmo ao reacionarismo baseado na autoridade.

    1. Voce tem razão quanto ao

      Voce tem razão quanto ao conservadorismo da grande maioria. O que não é de todo ruim, já que indica a vontade de “conservar” valores do Brasil rural e interiorano, e que estão sumindo nas metróples do consumismo, onde as drogas e o crime crescem na mesma medida em que os jovens percebem suas expectativas frustradas.  A ida às igrejas evangélicas reflete exatamente essa busca pelo que se perdeu no passado do Brasil rural (e que ainda por cima era tão desigual quanto agora. 12 bem sucedidos anos de governos do PT apenas retornaram o Brasil aos patamares de desigualdade de 1960).

      Mas não há reacionarismo por parte da grande maioria. Falo dos 70% de brasileiros mais pobres que demandam inclusão social: bons salários, trabalho decente, serviços públicos de qualidade.. Simplesmente porque a direita não tem proposta para esse segmento.

      Reacionária no Brasil é a classe média, aquela parcela da população que se beneficia com a pobreza e exclusão social da grande maioria.

       

    2. Minorias podem ser poderosas…

      Voce esta subestimando o poder da Internet, dos blogs, etc… Se por um lado tendem a espalhar vulgaridade, por outro lado, quando a situacao se torna precaria, podem vir a ser instrumentos validos de divulgacao e organizacao.  Seja la como for, uma revolucao nunca conta com a totalidade do povo;  sempre uma minoria luta pelos anseios da maioria… 

  28. Excelente retrospectiva, Nassif.

    Nassif,

    Esxcelente retrospectiva.

    O fim de semana, com a calma no noticiario, permite uma análise como essa: com mais distanciamento, com a visão que se tem do alto… como se diz em inglês, a visão do ponto de vista de um pássaro (bird’s-eye view)

    Vc tem toda razao quando aponta o mensalão como a pedra fundamental desse novo normal jurídico.

    Há ali o erro no fato: o desvio do dinheiro da Visanet (que foi gasto corretamente)

    E no direito: considerar o dinheiro da Visanet como público e – o mais grave – o estupro da teoria do dominio do fato, denunciado pelo proprio criador da mesma, Klaus Roxim, em palestra no Rio, na UERJ, a convite do seu amigo e ex-professor meu, Juarez Tavares.

    Ali no mensalao, como vc aponta, foi estabelecido o modelo vencedor:

    1. o desprezo pelo fato;

    2. a manipulação do direito;

    3. a parceria com a mídia;

    4. a novelização com capitulos diários; e

    5. magistrados jogando pra plateia.

    Certamente o distanciamento histórico vai permitir, quando se forem as paixoes politicas, ver que na condenaçao de Dirceu surgiu a doutrina jurídica do “conjunto da obra”, que chega ao ápice com o impeachment.

    Eu hoje estou bastante descrente no sistema de 88 de freios e contrapesos. Acho que precisamos de mudanças acima do poder de emenda da Constituiçao para ter uma institucionalidade minimamente funcional. Teria de haver uma nova Constituiçao – inclusive como “marca” de um ano 0 para toda a sociedade. Pq a de 88 nao inspira mais sonho nenhum no que tange a organizaçao do Estado. Pelo contrário…

    Mas, como realista, sei que isso aí só pode se tornar viável quando essa moçada chegar na maturidade.

    O engraçado, ou triste, é que sempre fui bastante realista nas minhas analises e tendo até um pouco para o pessimismo nas previsões. Mas realmente nunca achei que o golpe passaria como passou por cada degrau da institucionalidade de 88. E, rainha das decepçoes, pelo proprio STF, com nomes ilustres no colegiado.

    Dessa forma, o título que vc colocou em um post meu de abril reflete bem o que foi 2016 para mim. Resta acrescentar que a decepção é ainda maior quando alguem que admiro usa a sua brilhante retórica para virar o garoto-propaganda do golpe máximo: o semi-presidencialismo.

    A desilusão do ex-aluno de Luis Roberto Barroso                

    ROMULUS                                    SEX, 15/04/2016 – 10:20ATUALIZADO EM 15/04/2016 – 10:27

    Por Romulus

    Comentário ao post “O jurisdiquês como forma de contornar a lógica

    Sobre esse post que escrevi durante os julgamentos…

    Mandei antes de publicar a um amigo da advocacia pública. Ele disse “é por ai mesmo”. Alias, tb ex-aluno do ilustríssimo Ministro Barroso.

    Perguntei: mas o q achou do texto?

    Ele: transparece um pouco de raiva.

    Se vcs tb tiverem essa impressão estaãao equivocados. Nao eh raiva nao. Eh profunda – profunda mesmo – decepção com o STF como instituição e com alguns indivíduos ali. Uns desagradam mas não decepcionam. Outros agradavam mas decepcionaram (muito)

    Que se registre a dignidade de Marco Aurelio Melo e de Ricardo Lewandowski.

     

    1. o povo e o plebiscito

      Romulus, de fato Constituição de 88 é uma peça decorativa um patch work pronto para qualquer modificação. Uma maioria parlamentar bem escolhida como esta tudo pode.

      Uma constituinte “ad hoc” poderia introduzir as necessárias dificuldades para que uma PEC171 como no atual momento seja capaz de reverter o funcionamento civilizado do Estado.

      Toda modificação da constituição deverá ser via plebiscitária.

    2. Acrescento

      A prova que a consttituição de 88 é boa é que eles estão passando por cima dela para fazer esta sujeira do mentirão e do golpe. Tiveram que negá-la para aceitar isso aí.

      Como a prova do bom govero de Dilma é tudo que o governo globo, através dos seus laranjas cunha/gilmar/temer, está tentando destruir, É muita coisa, são muitos os ganhos que serão destruidos.

      Agora mandam e desmandam. Infelizmente. Só nos resta esperar, que seja breve, quando cobraremos destes bandidos, levando-os a cadeia.

      1. Prezado Magalhães
        Boa noite
        A

        Prezado Magalhães

        Boa noite

        A CF-88  é oligarquica, corporativista e privilegiada.

        Matou o presidencialismo e é graças a ela que estamos vendo a balburdia que encontra-se instalada hoje.

        Não foi a toa que o PT ficou contra.

        Abração

         

    3. Constituinte… Será ?

      Romulus,

      Quando parei de contar, parece que o país já promulgou nove constiuições. Depois da Imperial e a da República velha, acho que tivemos mais sete. Isso me leva a crer que a questão não é mais ou menos uma Constituição, mas a força normativa da que estiver em vigor. Cético que sou, acredito que a Constituição é uma mera folha de papel, como bem diria Lassalle. Sei que isso deixa os juristas um tanto irritados, mas apenas por saberem ser isto verdade. 

      Como lhe disse, a força normativa constitucional (que me perdoe Konrad Hesse) é basicamente nenhuma por si mesma. Como texto social e não algo que nos foi legado pelo divino espírito santo (como o creem os juristas), a Carta não tem nada de transcendente e apenas vai funcionar na medida que o permitirem as classes dominantes. Ponto. Por outro lado, entendo que possam ser oriundas de acordos, congressos, revoluções etc; porém, apenas serão obedecidas se os acordos se refletirem nas sociedades e todos setores, públicos e privados a cumprirem por saberem que fora daquele contexto está a instabilidade. Isso não acontece no Brasil, ou melhor, acontece apenas até o ponto em que interessar a quem estiver no poder (mais seus agregados, sempre eles.)

      Portanto, buana, não sei se mais uma constituinte será a solução. Antes dela, há de haver algum tipo de pacto, com limites a ou b ou c; sem a cantilena reacionária da mídia; com prazos delimitados; sem as tropas de assalto dos interesses. Parece um mundo perfeito, mas não é. Isso tudo pode influenciar, mas pouco, se os constituintes tiverem se norteado pelo interesse coletivo do país, mas não pelos interesses privados. 

      Duas observações: ao debaterem para redigir a Constituição Americana, os constituintes eram proibidos inclusive de comentarem os assuntos com suas mulheres. Seria possível isso no mundo de hoje ? Israel não tem uma constituição, a inglesa é costumeira. O que as faz funcionar ? Os textos, a falta deles ou a mentalidade que norteia estes povos ?

      São só reflexões.

      1. Ivan,
        Concordo com tudo q vc

        Ivan,

        Concordo com tudo q vc disse e com a falta de poder inerente do “pedaço de papel”.

        Ja disse algumas vezes: sou contra uma constituinte agora!

        Penso que tudo que for mudado hoje sera pra pior.

        O meu comentario – se vc reparar – é para quando a moçada dos secundaristas estiver no poder, la com seus 40, 50 anos – ou seja, daqui a uma ou duas gerações.

        Acho que eles merecem uma Constituição “virgem”, e não essa cortezã de zona de baixíssimo meretrício, que, além de prostituída, foi agora estuprada à luz do dia – e fica tudo por isso mesmo.

        Acho que pela dimensão simbólica de ruptura, de ano 0, entende?

        Isso porque as transiçoes graduais e negociadas – especialidade brasileira – acabaram dando nisso que a gente esta vendo. Como notei num post, como que se permitiu que Ministros do STF de Figueiredo ficassem la ate 2003?! Interpretando e dando significado à “Contituiçao cidadã” da volta à democracia?

        Nao é do nosso carater, mas penso que o capitulo da organizaçao do Estado na Constituiçao (daqui a 2 geraçoes) tem que representar uma ruptura. Essa transiçao gradual so mostrou ate hoje que o velho que fica contamina o novo que vai chegando. E continuamos na mesma.

    4. Lamento…

      Perdão. Acho que lhe entendi mal, pensei que houvesse colocado uma constituinte para já.

      Por outro lado, daqui a 40 ou 50 anos, em um planeta que não verei, nem dá para imaginar o que serão as instituições. Dada a velocidade das mudanças, o aquecimento global e os 10 bilhões de pessoas no planeta, qualquer previsão poderá ser derrubada pelos fatos. Nem dá para saber o que será o direito em uma época na qual a velocidade será a tônica. Falando nisso, vemos que o direito não tem sido capaz de acomodar ou absorver todas as contradições do presente!

      Ainda assim, temos que torcer para que o futuro traga mais probabilidades que o presente, e que se firme como um campo no qual soluções poderão ser alcançadas. Se assim for, teremos uma constituinte real.

  29. As tropas Nazistas chegaram quase até Moscou, chegaram quase…

    As tropas Nazistas chegaram quase até Moscou, chegaram quase a dominar Stalingrado, chegaram quase a dobrar o povo de Leningrado, porém no momento em que o povo russo resolveu dar um fim nesta invasão as até então invencíveis tropas germânicas começaram a retroceder, a retroceder, e terminaram em Berlim!

    Meu tio morreu na Itália defendendo a democracia, mas sua morte não foi em vão.

     

    1. A fibra dos russos e a campanha dentro do STF.

      Pela fibra dos russos, pela perda do seu tio, eu peço a você que se irmane a mim na defesa da Dilma dentro do STF.

      Não se omita. Não se ausente. Faça a sua petição, envie o protocolo ao  email de controle e divulgue isso ao máximo.

       

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=HxvuYr2ydZg align:center]

       

  30. Nassif, pergunte a Dilma se

    Nassif, pergunte a Dilma se ela perder no senado se pretende recorrer ao STF.

    E se perder no STF, se pretende recorrer a algum orgão internacional, pelo menos para denunciar o golpe e para que fique registrado na história.

  31. Essa semana fui a São Paulo e

    Essa semana fui a São Paulo e até consegui entender o sentido de patriotismo dos coxinhas.

    O motorista do taxi estava ouvindo a Jovem Pan e no ar estava o Marco Antônio Villa. Achava que na rádio ele fazia um papel parecido com o que ele faz no Jornal da Cultura, anti petista mas com argumentações minimamente civilizadas, mas no rádio o papel que ele faz é de um alucinado, gritando, batendo na mesa, chamando o Lula de bandido pelo menos duas vezes a cada minuto. Me lembrou muito o Gil Gomes (sem ironia) clamando à população o justiçamento contra  ladrões e criminosos. 

    Ele berrava dizendo qu o Brasil havia deixado de virar uma Venezuela, que os empresários que de alguma maneira tiverm lucro e apoiaram o governo na era Lula deveriam ser punidos, exigindo do governo Temer a aceleração do processo de impeachment. Tudo isso aos berros! Uma coisa pavorosa.

    Tudo isso sob o lastro de professor doutor da Universidade Federal de São Carlos. Esse título o chancela a ser o “especialista” com bagagem intelectual que a mídia precisa pra reafirmar sua opinião sob a população.

    Agora imagine esse taxista ouvindo todo dia esse Gil Gomes com pós doutorado, a classe média que se julga bem informada pelo doutor. sendo instigada dia a dia a combater um governo que iria deixar a sua casa sem papel higiênico… Resulta nas manifestações pelo país. Se um pofessor universitário se presta a isso, imagine o que acontece nas rádios e televisões locais pelo Brasil.

    Muita gente foi levada por esse tipo de imprensa a apoiar o golpe travestido de impeachment com a maior boa vontade do mundo.

    Mas agora é tarde.

    1. Decrépita Pan.

      A Pan virou uma rede monopolista de rádio em todo o Brasil.

      Sabe que em um governo democrático, isto não vai poder continuar.

      Um dos motivos para ser tão virulenta e radical.

      Só vomitando….

       

    2. tem toda a razão.

      A radio fascista é insuportavel.

      Ela não é conservadora, ela é manipuladora da pior especie.

      O que me surpreende é haver pessoas que a escuta.

    3. Sabe o que é isso? É a

      Sabe o que é isso? É a arrogância do paulista (especialmente do paulistano) encontrando eco.

      Normalmente, paulista se acha pertencente a uma casta superior à do resto dos brasileiros. E, diante disso, o preconceito latente contra tudo o que não representa os “valores” que o sustentam é descartado.

      Ser anti-petista é um destes valores. E é por isso que a imprensa paulista (deixando aqui de fora de todo o eixo sul-sudeste, que também se enquadra), consegue cooptar e manipular a mente dos midiotas paulistas.

  32. Um contraponto, dentro do tema

    A minha primeira intenção é de elogiar, com justiça, mais um novo texto preparado pelo Nassif (teria sido mais simples e me ocuparia menos tempo). Tentarei comentar seguindo a mesma ordem colocada por Nassif, antes de chegar, no final, às minhas próprias conclusões, fazendo contraponto e ampliando o leque do excelente approach que traz este post.

    Introdução

    A informação, como base da sociedade, acaba diferenciando o senso de justiça nos tempos remotos e nos tempos de hoje (onde há mais “informação”). Seguindo esse raciocínio, a operação da justiça, nestes tempos da informática, teria que ser mais rápida e eficiente, mas não é! Eu já acho que a base da legislação teria que ser a organização jurídica dos usos e costumes do povo que configura a nação. A mera “informação” é parcial, por essência, gerada, empacotada e dirigida pelo poder econômico. O fato concreto é que temos uma justiça seletiva e classista, com regras claras para pobre e vasta jurisprudência para quem, ao longo do tempo, tenha conseguido pagar advogados e transitar con recursos. A segurança jurídica não pode valer apenas para garantir um “contrato” assinado, mas para garantir a justiça às pessoas, e isso não existe há muito tempo.

    Ponto de partida – a era dos factoides soltos

    Não acho que tenha havido pacto algum da mídia. O “mercado” da informação era outro, 30 anos atrás, antes da era da internet, e havia alguma disputa por qualidade e veracidade nas noticias locais (já as internacionais vinham empacotadas a partir de centrais dominadas há algum tempo pelo poder econômico e financeiro global). O leitor era exigente e havia opiniões diferentes. Como esse mercado precisa sobreviver comercialmente, a mídia foi procurando a forma de manter alguma fidelidade entre os consumidores locais e, principalmente, a fidelidade de poucos e ricos anunciantes. Deste modo, o cartel foi criando-se naturalmente, reduzindo os leitores e concentrando-se os anunciantes, sendo ambos os grupos citados representantes das oligarquias e do poder econômico. Assim, não daria outra, para sobreviver qualquer grupo de mídia teve que aderir à ideologia destes grupos dominantes. Isso acontece em todos os lugares do mundo, não apenas no Brasil. Não há mais “contraditório” nem liberdade, mas apenas o uso da informação como instrumento do poder. Nasce o PIG.

    Segundo passo – o julgamento do mensalão.

    O aparelho de justiça não está livre de contaminação política, até pelo perfil pessoal dos chamados “meritocráticos”, em todos os poderes paralelos da República, estruturados ideologicamente bem longe do “brejo da cruz” (ou afastados do brejo, mesmo nascendo nele). Principalmente no STF, não acho que exista perfil de gente que siga a pauta enviesada da imprensa, pelo contrário, e acho isso mais grave, pois mesmo a imprensa não direcione necessariamente o veredito esperado pelo Juiz este acaba achando a “literatura jurídica” que lhe permite condenar de acordo a sua convicção pessoal, moldada num mundo paralelo e distante da realidade de milhões de brasileiros que são julgados desta forma. O perfil do Supremo é variado, mas traz gente com formação jurídica e pouco ou nada de formação pessoal, de vida, de convivência com a sociedade brasileira que julga. Há outros com perfil acadêmico excessivo, com a sua vida inteira dentro da zona de conforto, e que exprime teses de doutorado cada vez que deve ser simples para opinar. A politização da justiça, notadamente tendo um marco com o “mensalão”, veio pela inexperiência do STF, ao misturar ações políticas, usos e costumes do Caixa “2” pela parte da política nacional e, principalmente, ao misturar delitos comuns com ações políticas. Faltou a visão geral do assunto, separando o ilícito e o crime de cada um.  Robin Hood não passa para a história como um ladrão, dentro do contexto geral da história. O STF não conseguiu montar o contexto geral, separando: grandes empreiteiras “obrigadas” a agirem assim, políticos agindo em nome do partido, políticos agindo pelo enriquecimento pessoal, operadores e doleiros com frutos da corrupção pessoal depositada no exterior, e etc. Hoje, ser amigo do Lula é um crime. A justiça não consegue separar conceitualmente os crimes de Eduardo Cunha com a inocência de João Paulo Cunha quem pega 50 mil da tesouraria do partido para pagar contas de campanha, ainda mandando a sua mulher a trocar o cheque no banco.

    Terceiro passo – A campanha negativa a partir de 2012. 

    A mídia seguiu o seu caminho de supervivência econômica, agindo como porta voz dos interesses do poder econômico global. Apenas isso. Não acho que o judiciário seja pautado pela imprensa. A parcialidade dos julgamentos devem-se á convicção meritocrática dos supremos juízes, que começaram a ver com nojo um operário de presidente, um palhaço de deputado, ou um jogador de futebol no senado. Ocorre hoje um sentimento de repulsa em todos os organismos paralelos de poder, em relação á classe política. Isso é o que move as ações de hoje. Antigamente o político bebia uísque nos mesmos salões da “meritocracia”. Hoje a classe política desandou, perdeu a etiqueta, e qualquer pobre eleito fica pressionando empreiteiras por fundos de campanha, algo então tolerado apenas para gente finíssima.

    Quarto passo – o fator Gilmar Mendes.

    Diferentemente de muitos outros do STF, o Gilmar é mais calejado na vida real, onde existe a malandragem. O Gilmar assume o seu papel, já outros se escondem com palavras bonitas. Abomino a atitude desse Ministro, mas, pelo menos, sabemos com quem estamos lidando.

    Quinto passo – a Lava Jato

    Não concordo com Nassif. Não acho que o Juiz Moro e os Procuradores sejam pautados pela mídia. Pelo contrário, acho que estes usam a mídia, vazando informações e gravações, justamente para que a mídia divulgue e seja criada consciência no eleitor e povo em geral. Este sim é o alvo da equipe da Lava Jato: ganhar a compreensão e simpatia da população, e usam a mídia para isso.

    Sexto passo – a campanha do impeachment

    O impeachment não é mais que um percurso, por onde atravessa a Lava Jato. O STF e os meritocráticos apenas observam maior fervura no caldo político, o que favorece a captura de barangos e intrusos nos salões elegantes que sempre mandaram no Brasil. A primeira tentativa deste golpe (que ainda vigora) é a tentativa tucana de desconhecer as eleições e de tentar abortar o Governo, visando 2018 e impedir a volta de Lula. O PSDB saiu-se muito bem durante o processo do Collor, pegando o bastão de comando da parte do Itamar (popular) e colocando o pacote do plano real embaixo do braço do FHC, o Delfim programado para as próximas eleições. Ocorre que, no seu afobamento, sofreram um golpe dentro do golpe, com o PMDB se adiantando e pegando o governo para sim, para proteger corruptos. Como fica tudo agora? O PSDB pega o bastão de um governo antipopular? O risco da volta do PT continua e, mais ainda, a própria Dilma poderá voltar maior do que saiu. Houve então um golpe dentro de outro, e os tucanos ficaram como gatunos que entram a roubar numa loja e encontram PMDB que entraram primeiro; fazer o que, vão gritar pega ladrão? Ou racham o botim? Essa é a “ficha” que alguns dizem que ainda não caiu no ninho tucano.

      A reação instintiva das ruas

    Quem acompanha a vida dos jovens, com esse facebook e whatsapp e não sei que mais, verá que o jovem se está abrindo ao mundo político e à responsabilidade social com base nas suas próprias informações, longe do PIG. É sim um fenômeno interessantíssimo.

    Nesse item devo concordar com o Nassif, pois dessa avalanche surge finalmente o melhor do Brasil: a moçada que descobriu a nova política, não mais atrelada a partidos, mas a bandeiras. O Brasil moderno está em plena efervescência. Não sei se a ponto de derrubar o castelo de manipulações erigido nos últimos anos, mas certamente para confrontar o atraso em um ponto qualquer do futuro. Os novos “meritocráticos” irão chegar ao poder paralelo com nova visão de mundo e de informação. Em breve veremos outro perfil de procuradores, Juizes, de ministros do STF e, principalmente, de políticos em Brasília e em todo o país.

    1. É preciso fazer mais o contraponto e mostrar omissões

       

      Alexis (domingo, 05/06/2016 às 08:00)

      Você promete um contraponto ao ótimo texto de Luis Nassif, mas passa batido no que Luis Nassif omite e finda o seu comentário repetindo o término do post de Luis Nassif naquilo que o texto de Luis Nassif realmente mereceria um contraponto, pois a falta de vínculo com partidos políticos é uma característica do fascismo com o qual a esquerda não se deve pactuar.

      É bem verdade que a bandeira contra o machismo é uma bandeira planetária e que deveria ser apartidária. Além disso, há na esquerda e mesmo no PT ainda resquícios do machismo que devem ser combatidos de forma suprapartidária e assim a manifestação pelos direitos da mulher não precisaria ter um viés partidário, mas não se deve a partir daí excluir os partidos dessa luta.

      Aqui, no entanto, eu vou apenas, primeiro, remeter para o meu comentário enviado sábado, 04/06/2016 às 15:58 para Juliano Santos junto ao comentário dele enviado sábado, 04/06/2016 às 11:25, para o post “TRE confirma que Temer está inelegível por oito anos” de sábado, 04/06/2016 às 09:07, que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/tre-confirma-que-temer-esta-inelegivel-por-oito-anos

      Fiz essa remissão porque lá comento um pouco como a esquerda está diversionista não centrando naquilo que é mais importante. Algo que já fizera em outro comentário a outro post com mais detalhe, mas que agora não me foi possível o encontrar.

      E segundo, lembrar que quando e se tiver tempo, eu volto para trazer um contraponto ao artigo de Luis Nassif e ao fato de ter considerado que você não fez referências às omissões que o Luis Nassif me parece ter cometido.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 05/06/2016

  33. Para não esquecer:  Conhece

    Para não esquecer:  Conhece Joseph Goebbels, o violento ministro de propaganda de Hitler? Estes são os 11 princípios que levaram o povo alemão a tentar exterminar à humanidade:

    1.- Principio da simplificação e do inimigo único.

    Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

    2.-Princípio do contágio

    Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem.  Colocar um antes perfeito e mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo.

    3.-Princípio da Transposição

    Transladar todos os males sociais a este inimigo.

    4.-Princípio da Exageração e desfiguração

    Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “O que nos acontecerá?”

    5.-Princípio da Vulgarização

    Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.

    6.-Princípio da Orquestração

    Fazer ressonar os boatos até se transformarem em noticias sendo estas replicadas pela “imprensa  oficial’.

    7.-Principio da Renovação

    Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.

    8.-Princípio do Verossímil

    Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.

    9.-Principio do Silêncio.

    Ocultar toda a informação que não seja conveniente.

    10.-Principio da Transferência

    Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes

    11.-Princípio de Unanimidade

    Busca convergência em assuntos de interesse geral  apoderando-se do sentimento  produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.

    Qualquer semelhança com as práticas do PIG é pura coincidência….

     

     

     

     

     

     

     

  34. Para não esquecer:  Conhece

    Para não esquecer:  Conhece Joseph Goebbels, o violento ministro de propaganda de Hitler? Estes são os 11 princípios que levaram o povo alemão a tentar exterminar à humanidade:

    1.- Principio da simplificação e do inimigo único.

    Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

    2.-Princípio do contágio

    Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem.  Colocar um antes perfeito e mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo.

    3.-Princípio da Transposição

    Transladar todos os males sociais a este inimigo.

    4.-Princípio da Exageração e desfiguração

    Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “O que nos acontecerá?”

    5.-Princípio da Vulgarização

    Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.

    6.-Princípio da Orquestração

    Fazer ressonar os boatos até se transformarem em noticias sendo estas replicadas pela “imprensa  oficial’.

    7.-Principio da Renovação

    Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.

    8.-Princípio do Verossímil

    Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.

    9.-Principio do Silêncio.

    Ocultar toda a informação que não seja conveniente.

    10.-Principio da Transferência

    Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes

    11.-Princípio de Unanimidade

    Busca convergência em assuntos de interesse geral  apoderando-se do sentimento  produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.

    Qualquer semelhança com as práticas do PIG é pura coincidência….

     

     

     

     

     

     

     

    1. É sempre bom checar a autoria de citações ou a fonte

       

      Ocator (domingo, 05/06/2016 às 08:54),

      Gosto muito do site Quote Investigator para verificar a correta autoria da citação. O endereço geral do site Quote Investigator é:

      http://quoteinvestigator.com/

      Na página inicial há a relação de vários autores cuja citação é conferida. Não há na primeira página, entretanto, qualquer investigação para alguma frase de Joseph Goebbels. No link que indicarei mais à frente cujo site parece ser GERMAN PROPOGANDA ARCHIVE há comentários sobre o que seriam seis falsas citações nazistas. O endereço no site para o que é denominado NAZI FALSE ARCHIVE é:

      http://bytwerk.com/gpa/falsenaziquotations.htm

      Pelo que se diz sobre Joseph Goebbels no site GERMAN PROPOGANDA ARCHIVE os 11 princípios não pareceriam muito próprios a ele. Talvez, se você pudesse indicar a fonte da autoria desses onze princípios, não restaria questionamento sobre o assunto.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 05/06/2016

  35. Surpreende que os ministros

    Surpreende que os ministros do STF tenham embarcado nessa histórica canoa furada. Sinal máximo da irresponsabilidade foi o voto da ministra Rosa Weber na AP 470: “Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. 

  36. o objetivo final

    O economista deveria poder ver que o objetivo de travar a intenção de sermos um país maior só será alcançado com a derrocada da economia.

    Todos os atos da promotoria, judiciario, imprensa e atual governo desmontam a economia, vão esgotar os recursos e mergulhar o Brasil em dívidas e dependências que levarão meio século para serem, talvez, reequilibradas.

    Prestem atenção.Isto já é muito claro.

     

     

  37. Época nazista e Brasil atual

    Época nazista e Brasil atual tudo a ver ,com Goebells(Globo manipuladora) Moro ganhador do prêmio

    da Globo”q faz a diferença”(pra quem?)igual a Hitler q ganhou o prêmio da revista Time de homem do  ano de 1938

    Até a não citação de golpe pelos EUA se explica,o que se esperar desta nação que á época da guerra do Vietnã

    apoiou o General Nguyen Cao Ky ,UM GOLPISTA, que se juntou a tropas francesas contra seu próprio povo para

    depor um PRESIDENTE LEGÍTIMO,aliás quem denunciou isso foi Martin Luther King e por isso tb passou a ser

        perseguido(o documentário de Martin fala disso brilhantemente)ENTÃO TUDO SÃO “INTERESSES!!”

     

  38. Talvez vejamos algo interessante no stf
    Gostaria de saber a opinião do Nassif sobre o que ocorre agora no stf. A mim parece que janot e teori que foram os últimos a ficar nas mãos de gilmar armaram uma bela arapuca para o mesmo. Não que estes apoiem Dilma. Longe disso mas detestam gilmar e dois fatos recentes me levam a crer que finalmente tenham encontrado um meio de colocar gilmar nas cordas. A recente decisão de toffoli sobre a liminar da presidência da ebc e a resposta juridicamente “mal criada” ao reapresentar a gilmar o pedido de procesdo de aécio. Percebo que gilmar cunha e midia(globo) são o tripé de temer e quem parecd mais próximo de estar em maus lençois é gilmar.

  39. Um conto da família Walton

    A imprensa (midia) sempre falou demais. Desde que me lembro já havia jornais parciais, partidários, de políticos e de ideias. E que eu saiba, em quase todo o mundo é assim, quer seja ele livre ou não. Quem informa não resiste à tentação de impor suas crenças e pensamentos aos demais. Até a religião é assim. Tenta-se criar deuses a partir de escrituras, nenhuma delas comprovadamente verdadeira, nem quanto aos fatos que relatam, nem quanto ao tempo em que foram realmente escritas. Note-se como conseguem.

    Através da calunia e da omissão, pessoas e instituições são galgadas ao mais alto grau ou atiradas à mais abissal das profundezas. Já escrevi aqui, em um de meus comentários, que o julgamento pela história é uma falácia. A história é escrita pelos vencedores. E eles escolhem por si próprios as cores com que pincelam suas telas.

    Hoje é domingo. E domingos me lembram meu pai. Ele reservava as manhãs de domingo para ler seus jornais. E naquela época, duas formas básicas de aquisição da informação pautavam a ação de inclusão política e cultural do ‘velho’. Primeiro que ele nunca adquiria o jornal de uma única agência de notícias. Eram no mínimo 2, com tendências políticas opostas. Além disso, adquiria 2 ou 3 noticiosos de agências internacionais, já que dominava vários idiomas. Eram preferencialmente a norte americana, a alemã e a do Reino Unido. Isto fazia para informar-se sobre política mundial mas também para conhecer a visão do país através da ótica internacional, a opinião dos jornalistas e as crônicas internacionais que tentavam decodificar nossa realidade.

    Meu irmão, mais velho do que eu, porém ainda jovem e impetuoso, certa vez pos-se a discutir um assunto sobre política com o ‘velho’ na hora do almoço do domingo. Ele havia lido alguns artigos dos jornais que meu pai havia comprado e sentiu-se confortável para suscitar um debate. Família reunida, ele fez pose, falou, falou, falou. Desenvolveu um tema relacionado à consequências da promulgação do AI5, estávamos em 70. O AI5 ainda era assunto quente. Ocorre que meu pai captava a informação jornalística mas dificilmente emitia algum comentário. Reservava sempre suas conclusões para si. E como de costume, embora meu irmão tivesse ‘assumido a tribuna’, meu pai continuou prestando a atenção, mas muito mais entretido em devorar as iguarias que minha mãe havia preparado do que em apoiar ou contestar as opiniões do mano.

    À certa altura meu irmão provocou-o a participar. Disse que havia se inteirado através dos mesmos jornais que meu pai havia lido e que queria trocar impressões e opiniões sobre tão delicado assunto. Meu pai, que ao invés de perder tempo com discursos havia se dedicado a consumir as delícias que estavam sobre a mesa, deu uma última golada em seu copo de vinho, utilizou o guardanapo, encarou solenemente meu irmão e lhe disse que não poderia ainda emitir uma opinião.

    “Mas como ainda não pode?” arguiu o mano. “O Sr leu 5 jornais, 3 brasileiros e 2 estrangeiros. Acompanha revistas especializadas. Com tudo isso pai, o Sr não pode ou não quer dar a sua opinião?”

    Meu pai levantou-se da mesa solenemente, olhou para meu irmão como um monge do Tibet olha para seus discípulos, e disse apenas que era preciso esperar até amanhã (segunda), ou então até terça feira. “Mas por que?”, insistiu o mano.

    “É que precisamos esperar alguns dias para podermos ler os desmentidos”,  disse o velho calmamente, dirigindo-se para o quarto a fim de ‘tirar’ sua tradicional soneca pós almoço de domingo.

    Agora digo eu: “e como era no princípio, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos…”

    Tenha um bom domingo Nassif. Esqueça por um instante as lutas políticas. Ponha fogo nos jornais e vá passear com sua família.

    Lá como cá, más fadas há.

    1. Quem é quem:
      Vou começar

      Quem é quem:

      Vou começar “escavando” no Escavador, o currículo,… pelo mais eloquente na matéria: Hafeld

      Sócio fundador do escritório Ribeiro, Abrão e Matheus Advogados em São Paulo. Mestre e Doutorando em Direito Civil Comparado pela PUC/SP. Professor do Programa GVLAW de Direito Bancário para as Escolas de Magistratura de todo o país. Membro da Comunidade de Juristas de Língua Portuguesa CJLP. Membro do Instituto de Direito Privado – IDP. Atua como Diretor de Comunicação do Instituto dos Advogados de São Paulo e Diretor Tesoureiro da Fundação Nuce e Miguel Reale. Autor de artigos e coordenador de obras publicadas pela Editora Atlas, Revista dos Tribunais e Saraiva. Coordenador (sucedendo o Professor Arnoldo Wald) da Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais editada pela Revista dos Tribunais.

      ____________

      O Wald, todos sabem que é sócio do Gilmar no IDP.

      E, o Cafezinho, que não tem conhecimento jurídico como forma, não se atentou para o fato nesta matéria.

      Basta ver, o andamento, no link 2002:

      http://www.ocafezinho.com/2016/06/03/por-que-a-midia-tradicional-esconde-as-denuncias-contra-parente/

       

       

  40. jornada de junho de 2013

    Nassif,

    No seu levantamento de fatos não levou em consideração a ” Jornada de Junho”. Um movimento espontâneo que tinha nuances de esquerda. Até mesmo os partidos de esquerda, Psol e Pstu, entenderam que era uma conscientização das massas tão esperado. No entanto o partido no governo era de centro-esquerda. Logo se criou o maniqueísmo que o culpado pelas desgraças do Brasil era o governo e o PT. O partido não permitia que o Brasil tivesse mais educação e saúde. 

    O PIG se apropriou disso e demonizou o PT. Os índice de popularidade de Dilma, alto, caíram e nunca mais elevou-se. O PT como partido afundou definitivamente. A esquerda pensou que tinha chegado a sua vez. Ledo engano.

    O resultado da “jornada” foi a diminuição dos representantes ideológicos de esquerda e de centro-esquerda na eleição de 2014. A vitória de Dilma foi um mero acaso. O congresso formado foi de maioria conservadora-fisiológica. 

    Essa conscientização linda atual, minuscula, tem que entender o jogo político e o que fazer nas eleições futuras. 

    Não tenho esperança como Nassif. O futuro será tempo tenebroso.

    1. Há provas substanciais de que

      Há provas substanciais de que os movimentos que você chama de “Jornadas de Junho”. foram habilmente iniciados. infiltrados, conduzidos e impulsionados por mestres da manipulação de massas. Inclusive mestres internacionais. A “luta” inusitada e desproporcional tornada “heróica” de início pela mídia, e detonada pelo aumento das passagens urbanas em 20 centavos foram já parte do plano de manipulação.

      1. Concordo plenamente

        Sim, Severino, campanhas milionárias de mídia e grupos de mobilização de rua foram financiadas por empresários, alguns deles radicados nos EUA.  Campanhas em redes sociais foram intensamente utilizadas com emprego de milhões de dólares.

        A propalada espontaneidade daquele movimento limitou-se ao tradicional Movimento do Passe Livre, que foi utilizado como gatilho para a gigantesca campanha midiática que se seguiu.  Esse modelo de manipulação de massas já é bem conhecido, em virtude dos diversos eventos ocorridos em outros países.  Há toda uma metodologia e organizações com expertise (e com fins lucrativos) na manipulação e exploração política de movimentos sociais.

      2. É vero amigo

        Em 2012 foi descrito a mim passo a passo como seria a manipulação, para fazer o povo ir as ruas, inclusive com impedimento da Dilma. Tudo foi descrito detalhe a detalhe.

         

  41. Primeiramente, #fora temer.

    Primeiramente, #fora temer. Artigo soberbo, espero que vc esteja certo sobre a juventude e sugiro que faça um livro dessa série “xadrez”. Saudações anti-golpe

  42. Não diga que não há argumentos

    Um texto não apenas para emoldurar, mas para divulgá-lo de tempos em tempos ou quando a argumentação exigir.

  43. Nassif, é interessante que

    Nassif, é interessante que ninguém conseguiu quebrar essa manipulação de notícias falsas, promovidas sobretudobpela rede globo, a mãe do golpe! Pra mim, o Lula, a Dilma e o próprio PT são culpados por isso, pois desde de 2013 eles vem sofrendo ataques diários no jornal nacional, sem tomar qualquer medida de contestação. Poderiam fazer como Romário fez com a veja, no caso da conta Suíça . 

    1. Desde 2013? Não, meu caro,

      Desde 2013? Não, meu caro, desde que Lula se elegeu. A propaganda contrária ora era mais abrupta, ora mais amena; mas ela sempre existiu.

      2013 foi uma espécie de apogeu da propaganda midiática.

  44. Nassif, parece que a Dilma

    Nassif, parece que a Dilma até o momento não caiu na real, achando que sua honestidade vai segura-lá como presidente. Eu já disse que ninguém está interessada em honestidade e sim, conforme vc vem dizendo desde o início da lava jato, na cadeira que estava ocupando diretamente. Somente ela pode mudar esse jogo sujo promovido pela pior espécie de políticos que uma nação pode ter. Basta ela convencer meia dúzia de senadores, chamando os para a responsabilidade de chegar  até 2018 juntos, ou garantindo que chamará novas eleições. O que não pode é ser o vetor desse temerido governo. Tem que articular, negociar e conversar bastante com a sociedade em geral, mostrar que pode fazer melhor sem comprometer nosso país. Não pode é achar que movimentos esporádicos de repulsa aos temeridos vai sensibilizar os senadores comprometidos com a democracia e votalos  a favor dela. Não basta ser resiliente e forte, mas também ter astúcia para não entregar de mão beijada z chave do cofre para os bandidos de plantão. 

  45. INSTITUCIONAIS
    INSTITUCIONAIS INSEGURANÇAS

    “A realidade não é apenas negada, ela é também proibida.” (Thomas Leithhäuser, Ideologia e Consciência)

    O conceito de segurança está associado à subjetividade. Dentro de um bunker, cercado por tropas com atualizadas e eficazes armas e todo sistema defensivo atuante, a pessoa ainda poderá se sentir insegura.
    Mas, tratando não só da questão individual como coletiva, a confiança nas instituições do país é, indiscutivelmente, alimentadora de um nível de segurança.
    Com o recente golpe pelo impeachment da Presidente Dilma Rousseff, desfez-se a pouca, se ainda restasse alguma, credibilidade nas instituições nacionais, especificamente nos poderes legislativo, judiciário, executivo e no ministério público.
    O legislativo, assim como toda classe política, vem sendo seguidamente desmoralizado pela imprensa em geral.. Mas o espetáculo, amplamente divulgado, do domingo, 17 de abril de 2016, no Congresso Nacional, emoldurou este fragilizado poder. Votos em defesa da tortura, parlamentar enrolado na bandeira nacional para entregar a riqueza brasileira do pré-sal a empresas estrangeiras, voto às esposas e filhos pelos que sabidamente vivem com relações moralmente reprováveis, apenas acentuaram a descrença neste poder.
    Como então esperar leis que, minimamente, protejam o direito à cidadania. Cabe uma breve conceituação do que entendo por cidadania e o faço adotando a ideia da “paridade da participação” da filósofa norteamericana Nancy Fraser. Ela se firma em três condições:
    primeiro a objetiva – aquela que assegura alguma garantia material, econômica, a toda população. A plataforma do Bolsa Família, o Programa de Renda Mínima, ora em plebiscito na Suíça, são exemplos desta condição objetiva.
    segundo a intersubjetiva – voltada para o valor cultural, ou seja, o respeito à diversidade e desigualdade, a garantia da efetiva e idêntica oportunidade para todos terem “estima social”. O Ministério da Cultura, a Secretaria da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos constituem exemplos garantidores desta condição.
    terceira a política – onde não será negada ou dificultada a voz das minorias ou seja excluir toda e qualquer forma de marginalização política. Uma Empresa Pública de Comunicação faz parte desta terceira condição.
    É evidente que deste legislativo, quer pela baixa capacidade crítica quer pelos “compromissos de campanha”, não se espera qualquer contribuição à cidadania ou à “paridade participativa” do povo brasileiro.
    Passemos ao judiciário.
    Vale aqui a desconstrução do mito da meritocracia. Ressalvo entender que as duas únicas forma de acesso às funções públicas deveriam ser o voto popular ou o concurso público amplo e geral. As funções de confiança e as terceirizações seria consideradas burlas inaceitáveis ao provimento e exercício de funções nos Poderes Públicos em toda extensão.
    Agora tomo o conceito de “ideologia do desempenho” do sociólogo alemão Reinhard Kreckel. Esta ideologia busca firmar e legitimar um processo de exclusão social pela qualificação pessoal. Para não transformar um artigo numa tese acadêmica, lembrarei apenas a questão do tempo.
    Um jovem da classe média terá uma disponibilidade de tempo muito maior para ler, estudar, ir ao cinema ou espetáculo cultural, enriquecer seu conhecimento do que uma criança de família despossuída, obrigada desde a infância a vender seu tempo, sua força física, para garantir a sobrevivência.
    Forma-se assim no judiciário e em outras esferas do poder – ministério público, carreiras do executivo – uma casta mais disposta a manter seus privilégios do que corrigir as desigualdades e disfunções sociais. E esta característica é reforçada pelo “pertencimento”, ou seja, dela se excluirão todos os que não tenham a “mesma origem” ou se insurjam ou não ajam como seus “pares”.
    Bastam os salários destas funções e seus ganhos indiretos para comprovação desta solidariedade. Claro está que, além das dificuldades colocadas na própria legislação, vide nosso legislativo, os procedimentos excludentes do sistema judicial e um julgamento partidarizado, não necessariamente político mas pela classe social, não serão garantidores da segurança institucional, a não ser por exceção.
    Surge, então, a comunicação social para propugnar, defender e reforçar todo este contexto de insegurança.
    Usarei a palavra midia no sentido mais amplo, envolvendo toda sorte de comunicação social, inclusive a vinculada por canais virtuais.
    Alguns estudiosos da pedagogia afirmam que ao analfabetismo literário segue o televisivo e chega, hoje, ao virtual. Isto significa dizer que em nenhum ponto da formação do conhecimento há espaço para a crítica. Assim todo processo da comunicação social, com as mínimas exceções que também existem nos outros sistemas até aqui tratados, só fazem naturalizar todas as desigualdades. E a tal ponto que pessoas passam a aceitar como correto serem flageladas e estupradas física e psiquicamente.
    Os abundantes exemplos podem ser visto nas midias e destaco as entrevistas ao vivo com transeuntes, colhidos ao acaso.
    Chegamos à absoluta insegurança que nos transmitem as instituições nacionais.
    O processo democrático para rever este quadro só pode ser pela elaboração de um novo Estado por uma nova Constituição, esta o mais amplamente debatida por toda sociedade, formulada por todos os atores sociais para que a cidadania e a nacionalidade brasileiras sejam garantidas e protegidas.
    Não é possível, obviamente, sair do zero, mas é possível, e já ocorreu, afastar o poder econômico por limitações formais e adotar restrições à midia. Existem exemplos no exterior que como recomendava Ortega y Gasset devem ser buscados mas nunca transplantados.
    Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

  46. Os malandros de sempre

    Como diz o samba ” Homenagem ao malandro ” de Chico Buarque :

     

    Agora já não é normal

    O que dá de malandro regular, profissional

    Malandro com aparato de malandro oficial

    Malandro candidato a malandro federal

    Malandro com retrato na coluna social

    Malandro com contrato , com gravata e capital

    Que nunca se dá mal 

     

     

     

  47. Hoje, domingo, 05/06/2016, há um texto magistral de Gabriel Cohn

     

    Luis Nassif,

    Talvez depois faço um comentário mais exaustivo sobre esse seu excelente post “O xadrez da manipulação dos fatos e das leis” de domingo, 05/06/2016 às 06:45. Lembro apenas que você omitiu ao não incluir entre os fatos importantes a serem considerados para entender a atual realidade brasileira as manifestações de junho de 2013, que requerem uma análise de maior profundidade apontando as causas das manifestações, principalmente as manifestações da segunda rodada, suas características e suas consequências políticas e econômicas tanto no curto prazo como nas eleições de 2014 e no que ocorreu política e economicamente em 2015.

    Além disso considero temerário incensar “a moçada não mais atrelada a partidos”. Os partidos tem culpa pela atual dificuldade de relacionamento com a moçada, mas não se vincular a partidos políticos é caminho muito próximo para o fascismo. Como já prometera em comentário que eu enviara domingo, 05/06/2016 às 18:15, para junto do também ótimo comentário de Alexis enviado domingo, 05/06/2016 às 08:00, aqui neste post, talvez eu faça outro comentário para comentar mais sobre a sua omissão e a sua afirmação um tanto temerária.

    Bem, mas além de aproveitar este comentário para destacar o ótimo comentário de Alexis eu deixo o link para o ótimo artigo de Gabriel Cohn que analisa a situação atual do ponto de vista como não vira ninguém fazer de forma tão profunda. Como professor de filosofia na USP, que ele é, eu espero que ele possa repassar algumas ideia para tornar de melhor qualidade as análises do colega dele da USP João Vergilio de Gallerani Cuter. Tem-me parecido que o João Vergílio de Gallerani Cuter se apega mais aos ensinamentos de José Arthur Giannotti que não só estão velhos, mas que ficaram cada vez mais deturpados em prol de interesses que o José Arthur Giannotti infelizmente esconde.

    O artigo de Gabriel Cohn publicado no “Le Monde Diplomatique Brasil” intitulado “O sono da política produz monstros” foi transformado no post “O sono da política produz monstros, por Gabriel Cohn” de domingo, 05/06/2016 às 16:18, aqui no seu blog e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-sono-da-politica-produz-monstros-por-gabriel-cohn

    O texto dele é mais que um xadrez da atual realidade política brasileira, sendo na verdade um xeque-mate. É preciso que mais pessoas leem o texto dele e o divulguem. Essa divulgação é importante porque a história que fica é a dos vencedores. E a esquerda não é vencedora desta contenda, mas buscar entender tudo com precisão talvez venha a mostrar os furos da história contada pelos vencedores e evite que ela seja considerada como verdade.

    E aqui relembro que hoje vendo o post “The politicisation of truth” de sábado, 04/06/2016, no blog Mainly Macro de Simon Wren Lewis li o seguinte comentário de Raph Musgrave, enviado sábado, 04/06/2016 às 13:38 (Horário da Inglaterra):

    “Politicisation of truth? Or as Nietzsche put it, “All things are subject to interpretation whichever interpretation prevails at a given time is a function of power and not truth.”” (No Google tradutor: “A politização da verdade? Ou, como Nietzsche disse, “Todas as coisas são sujeitas a interpretação e a interpretação que prevalece em um determinado momento é uma função do poder e não da verdade.”” Ou de outra forma que eu a encontrei na internet: “Todas as coisas dependem da interpretação; a interpretação que prevalece num determinado tempo é função do poder, não da verdade”).

    Sim, é tudo uma questão de poder, mas um poder com furos torna-se evidentemente menos poderoso. O endereço do post “The politicisation of truth” é:

    https://mainlymacro.blogspot.com.br/2016/06/the-politicisation-of-truth.html

    E queria fazer menção ainda para o ótimo comentário de GEORGE Vidipo enviado domingo, 05/06/2016 às 15:11 e o comentário de O Historiador, enviado domingo, 05/06/2016 às 14:28, todos os dois aqui neste post. O comentário de GEORGE Vidipo remete exatamente para a omissão do seu texto sobre as manifestações de junho de 2013. E o comentário de O Historiador chamou-me mais atenção pela lembrança da prática do pai dele de ler jornais estrangeiros. Hoje com a internet e o Google tradutor essa prática fica facilitada. E ele é a única escapatória da forma tendenciosa como a notícia nos chega através dos grandes jornais da mídia. Não que no estrangeiro o noticiário seja isento, mas o viés lá nos atinge menos. É o que eu tenho feito mais ultimamente ao mesmo tempo que fujo da programação da nossa grande mídia.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 05/06/2016

  48. O papel da imprensa no golpe 2016

    Basicamente, em 1964 e 2016 mudaram os personagens e as épocas, mas a história se repete.

    Não é de agora: a imprensa tradicional é ferramenta das classes hegemônicas locais e serve a um propósito que nada tem de republicano.

    Não se iluda: só chegamos a esta crise em grande parte pela atuação da imprensa de massa. Utilizada como lastro, assim como as instituições de Estado, a imprensa serve ao propósito de climatizar o estado de coisas para algum plot. Ou seja, propiciar à população comum a sensação de algo externo. O anti-esquerdismo e o antipetismo são, em maior parte, oriundos dessa sensação e da criação artificial do ódio partidário propagado pela imprensa. Assim, a mídia (entendida aqui como o conjunto de veículos de massa composto por rádio, TV, jornais e revistas) é usada dentro dessa estratégia, para o fim de permeação, de criação de um sentimento uniforme e de direcionamento da opinião pública em um sentido único. Assim, o cidadão médio é levado a pensar numa certa direção por conta da repetida propaganda. Esse cidadão medíocre não se dá conta disso, pois é normalmente incapaz de exercer ou é impermeável ao pensamento crítico.

    Leia mais em:

    https://jornalggn.com.br/blog/cintra-beutler/o-papel-da-imprensa-no-golpe-2016

  49. os rastros no passo a passo

    seguindo os rastros do passo a passo de como o Brasil afunda na maior de todas as suas crises, fica visível ser um outro rumo possível, não fossem os deliberados erros cometidos pelo lulismo. (link)

    o cartel da mídia não seria tão forte se não fosse fartamente subsidiado por verbas federais (link), caso sua sonegação seja combatida sem tréguas e sem perdão (link) e através construção de uma autônoma e capilarizada rede de informação e produção de conteúdo, tanto se valendo da web como das empresas públicas de comunicação.

    o mensalão é a conseqüência inevitável da adesão despudorada do lulismo ao modelo de financiamento empresarial de campanhas milionárias, conduzidas por marqueteiros e não por um movimento de base. em nome de uma inconsistente governabilidade de curto prazo, lançam-se as bases da ingovernabilidade sistêmica.

    enquanto Gilmar Mendes jamais se negou a defender os interesses de quem o indicou, o atual STF, mesmo com uma ampla maioria de Ministros indicados por Lula e Dilma, é um Supremo muito pequeno. os 8 ministros indicados pelo lulismo (link) deveriam ter assumido publicamente, como condição para sua nomeação, o compromisso com a reforma do Judiciário.

    a supressão do Banestado gerou a Satiagraha. a supressão da Satiagraha gerou a Lava Jato. e a supressão do escândalo dos anões do orçamento é o gênesis do pacto de governabilidade agora demolido pela Lava Jato. o lulismo perdeu por capitulação voluntária a oportunidade e a iniciativa de conduzir a luta política contra os oligopólios. ao contrário, a eles se associou criminosamente, como agora a Lava Jato deixa exposto.

    o golpimpeachment desabando sob nós é apenas o fim de um caminho trilhado com obstinação pelo lulismo. desde a sua voluntária conversão a um instrumento de sustentação da ordem (link) até sua completa esterilização como agente capaz de mobilizar as massas, como agora se constata.

    sem liderança e sem partido, é o Povo sem Medo a principal resistência ao golpe. enquanto as instituições se desintegram, um imenso, heterogêneo e descentralizado movimento nasce como embrião de um novo Brasil, fundado num pacto social emanado das bases da sociedade.

    o lulismo jamais entendeu Junho de 2013, sempre se recusou a fazê-lo. mas é Junho de 2013 que retornou com ainda mais vigor para barrar o golpe.

    .

    1. A sua fonte sobre o lulismo diz o contrário do seu comentário

       

      Arkx (segunda-feira, 06/06/2016 às 08:28),

      Dos vários links que você indica só o primeiro para o artigo “Raízes Sociais e Ideológicas do Lulismo” de André Singer requer uma leitura mais atenta. O último, em que você parece querer indicar algo que mostraria o, como você chama, golpimpeachment como “o fim de um caminho trilhado com obstinação pelo lulismo, desde a sua voluntária conversão a um instrumento de sustentação da ordem (link) até sua completa esterilização como agente capaz de mobilizar as massas, como agora se constata”, leva apenas a página do PSTU do Rio de Janeiro para Cyro Garcia, com datação de 25/07/2014, havendo uma matéria de 2 de junho. Os outros links são mera confirmação do que você escreve no seu comentário.

      O artigo de André Singer “Raízes Sociais e Ideológicas do Lulismo” publicado no número 85 de Novos Estudos em novembro 2009, páginas 83 a 102, é um trabalho muito denso que deve ter demandado quase uns três meses para ser feito, se não for mais, e que precisaria ser mais divulgado. Não o tinha lido e fico grato por você ter deixado o link. Cheio de dados estatísticos sobre as eleições desde 1989, não me causou nenhuma surpresa, pois confirma o que eu intuitivamente já percebera.

      A leitura atenta do texto não leva à conclusão que você expõe no início do seu comentário e que transcrevo a seguir:

      “fica visível ser um outro rumo possível, não fossem os deliberados erros cometidos pelo lulismo. (link)”

      O que Andre Singer mostra através dos dados estatísticos apresentado na primeira parte do texto é uma mudança do eleitorado de Lula ao longo das eleições. O que há de crítica são frases como a de Francisco de Oliveira que segundo Andre Singer vê a liderança de Lula como “um tipo de liderança que “despolitiza a questão da pobreza e da desigualdade””. E o que é pior essa liderança consolidaria a ““exploração desenfreada””. É uma crítica válida, no tocante a despolitização, mas ela não consolida a exploração desenfreada, como alega Francisco de Oliveira. Além disso, essa crítica não traz uma alternativa. Ou melhor, a alternativa que Francisco de Oliveira oferece seria “minar o modelo superexplorador”. Se a ideia fosse de diminuir a superexploração, não haveria porque discorda de Francisco de Oliveira, mas o que mais parece é que ele quer colocar minas para explodir o modelo. É nesse sentido que digo que a proposta de Francisco de Oliveira não oferece alternativa, pois não há como substituir o sistema capitalista em uma país continental e populoso como o Brasil.

      No parágrafo final da página 97, André Singer fala também de outra via quando diz:

      “Não é aqui o lugar para discutir se, acaso fosse tentada outra via, implicando algum grau de confronto com o capital, teria sido exeqüível impor outra correlação de forças”.

      O entendimento da opção do governo assim descrita por André Singer: “o governo preferiu conter a subida dos preços pelo caminho ortodoxo, aprofundando as receitas neoliberais, como foi o caso da combinação de corte no gasto público e aumento de juros em 2003”, passa pela compreensão de que a inflação desestabiliza politicamente um governante mais do que a recessão. Que Lula saiba disso enquanto os formandos das nossas academias não saibam depõe contra a nossa academia.

      E é ainda muito importante na leitura do texto de André Singer atentar para o que ele diz à página 99, logo após o subtítulo “E AGORA, JOSÉ?” e que transcrevo a seguir:

      “Como vimos, a persistência do que poderíamos chamar de “conservadorismo popular” marca a distribuição das preferências ideológicas no Brasil pós‑redemocratização, com a direita reunindo sempre cerca de 50% mais eleitores do que a esquerda”.

      Essa superioridade da direita sobre a esquerda é mundial. Ela é mais grave no Brasil porque dada a nossa extrema desigualdade de renda a direita, e aqui a direita sendo entendida como dona do poder econômico, consegue se fazer em maioria no Congresso Nacional. E dada a atual conjuntura econômica mundial, com uma crise que se alastra por quase dez anos, se se toma o início dela em 1997, quando a recessão americana começou, a tendência da direita crescer ainda mais aumentou.

      Então é isto: a culpa não é do lulismo. O lulismo foi a forma que o PT encontrou para permanecer no poder por mais tempo. Sem ele, a esquerda teria sido escorraçada há mais tempo.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 06/06/2016

      1. Mais sobre artigo de A. Singer e sobre as manifestações de 203

         

        Arkx (segunda-feira, 06/06/2016 às 08:28),

        Acrescento duas observações que não tive tempo de colocar em meu comentário anterior. Ainda em relação ao artigo “Raízes Sociais e Ideológicas do Lulismo” de André Singer, vou reproduzir o último parágrafo da página 99 em que ele se expressa da seguinte forma já como se estivesse apresentando as conclusões do estudo. Disse ele então:

        “Buscamos aqui mostrar que, na ausência de um avanço da esquerda, o primeiro mandato de Lula terminou por encontrar outra via de acesso ao subproletariado, amoldando‑se a ele, mais do que o modelando, porém, ao mesmo tempo, constituindo‑o como ator político. Isso implicou um realinhamento do eleitorado e a emergência de uma força nova, o lulismo, tornando necessário um reposicionamento dos demais segmentos”.

        Com Lula com o poder de comunicação que Lula tinha com as massas e tendo um Congresso de direita, não restava alternativa do que se amoldar ao subproletariado, pois a ideia de o modelar levaria muitas décadas. O lulismo foi apenas uma forma de cortar caminho.

        A dificuldade de a esquerda saber trilhar o caminho correto dentro do modelo capitalista e dentro da democracia representativa de certo modo se expressa ao longo do seu comentário. Você busca no texto de André Singer críticas ao lulismo quando na verdade André Singer mostra como, dentro das relações de força existente, sem buscar a confrontação, seja com o capitalismo seja com a democracia representativa, o lulismo trouxe um grande avanço para o Brasil.

        E essa dificuldade se expressa no final do seu comentário quando você diz:

        “o lulismo jamais entendeu Junho de 2013, sempre se recusou a fazê-lo. mas é Junho de 2013 que retornou com ainda mais vigor para barrar o golpe”.

        Primeiro é preciso separar as manifestações de junho de 2013 em dois blocos. No primeiro bloco estava a reivindicação pelo passe livre. Ora a reivindicação pelo passe livre é sintoma do desconhecimento da realidade orçamentária de um país pobre como o Brasil. Essa é uma proposta antiga, aprimorada para o caso brasileiro na década de 80, mas que representaria um custo absurdo para os parcos recursos de que dispõe o Estado Brasileiro. Naquela época se não me engano estavam previstos mais de 90 milhões de passagens por dia. A quatro reais o custo seria 360 milhões de reais por dia, representando algo em torno de 100 bilhões de reais por ano.

        Eu lembro que eu considerei que mais bem faria o administrador público se encontrasse ali uma forma de aumentar a arrecadação tributária criando uma taxa qualquer ou outro tributo cuja arrecadação correspondesse a aproximadamente 1 real do atual preço da passagem. Com uma medida assim haveria uma arrecadação anual de cerca de 25 bilhões de reais.

        E o segundo bloco das manifestações, que cresceram impondo a expulsão das bandeiras partidárias deve ser entendida sob três prismas. Primeiro era mais uma manifestação em favor da lei de Wagner: as reivindicações de uma sociedade por mais e melhores serviços crescem à medida que cresce a renda per capita dessa população, obrigando os Estados a expandir os gastos públicos em proporção do PIB. Isso eu creio que é do final do século XIX.

        Veja a respeito da Lei de Wagner, o comentário que eu enviei sábado, 04/06/2016 às 14:32, para junto do post “FMI pede desculpas por ter imposto o neoliberalismo por três décadas” de sexta-feira, 03/06/2016 às 19:23, aqui no blog de Luis Nassif com a transcrição do artigo “FMI pede desculpas por ter imposto o neoliberalismo por três décadas” de autoria de José Carlos de Assis publicado no site Aliança pelo Brasil. O endereço do post “FMI pede desculpas por ter imposto o neoliberalismo por três décadas” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/fmi-pede-desculpas-por-ter-imposto-o-neoliberalismo-por-tres-decadas

        O segundo prisma diz respeito ao desconhecimento do funcionamento do sistema capitalista, do sistema democrático, do processo orçamentário. Quase todas as reivindicações ou envolvia gastos sem aporte de recursos, ou uma pauta impossível de se realizar no sistema democrático representativo ou mesmo em um sistema capitalista.

        Aliás no rol da falta de entendimento do sistema capitalista eu dou como exemplo a campanha contra a corrupção. A corrupção deve ser combatida como algo ilegal. Esse combate, entretanto, deveria ficar a cargo da área própria a esse combate pelo que cabe mencionar, os acadêmicos com seus trabalhos de pesquisa, os advogados de defesa dos réus, o Ministério Público, o Poder Judiciário, a polícia investigativa e que tais.

        Esquecendo a existência nas manifestações de cartazes com os escritos “Abaixo a corrupção” que se fossem “Abaixo o homicídio” daria motivo para considerar os manifestantes sem senso de ridículo, tenho por mim que o mais grave em quem carrega cartazes com estes dizeres: “Abaixo a corrupção” é a crença de que a corrupção é um entrave ao sistema capitalista. Ora como é um entrave se o sistema capitalista e a corrupção têm a mesma gênese, ou seja, a acumulação de capital através do trabalho de outrem.

        E o terceiro prisma é um tanto de ingrediente fascista que os manifestantes carregavam em especial ao querer excluir as bandeiras partidárias das reivindicações. Essa característica estava presente também nas duas manifestações posteriores às eleições de 2014. No caso das manifestações posteriores às eleições de 2014, eu as considerei como menos fascista pelo caráter lúdico que elas tinham ao ser realizadas no domingo, mas uma porção bem de direita e bem fascista estava muito presente naquelas manifestações.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 06/06/2016

      2. tudo se confirmou, ainda mais uma vez

        Clever,

        em 18/05/2015, vc se referiu a um comentário meu numa coluna do Nassif de 21/05/2009. os links originais não estão mais disponíveis. mas em sua réplica está reproduzido meu texto original e também sua resposta. (link)

        vc então afirmou: “Vejo que você não mudou. Nós não mudamos.”.

        ao que não pude deixar de retrucar: “note como o comentário de 2009 é extremamente atual. tanto é que vc mesmo o resgatou. note tb como todos os meus comentários daquela época, e mesmo os bem anteriores, ainda são atuais. então, por que eu haveria de mudar?”

        eu poderia dizer que ainda agora o diálogo seria válido. tanto é que ao final de minha resposta a vc sugeri: “arquivemos este comentário: 19/05/2015. faço votos que desta vez eu me surpreenda e esteja equivocado.” (link)

        mas a verdade é que não foi eu quem não mudou. quem não mudou foi o lulismo. quem não mudou foi a triste realidade de fatos desastrosos gerados pelos repetidos erros do lulismo – Dilma inclusa.

        toda a atual ruína do lulismo, arrastando o Brasil para a maior crise de nossa história, sempre foi motivo de minhas argumentações. sempre foi tão óbvio… mas precisou se materializar de maneira brutal para que se tornasse visível e irrefutável.

        note-se como sempre que a realidade muda, minhas opiniões procuram estar conectadas com ela. sempre fui um crítico de Dilma, entretanto fui dos primeiros a reconhecer sua impressionante mudança após seu afastamento do Planalto. (link)

        o link que indiquei para o texto de André Singer foi apenas como referência para o termo “lulismo”, e não para corroborar minha argumentação. esclareça-se que por muito tempo o termo “lulismo” foi considerado de uso pejorativo – o que não é o meu caso quando o emprego – até ser consagrado por André Singer, porta voz oficial da Presidência no primeiro mandato de Lula. em seu excelente livro “Os sentidos do Lulismo”, Singer faz uma brilhante análise apenas para concluir, numa pesada forçada de mão, exatamente o oposto daquilo que sua análise indica. o texto a que me referi no link é anterior ao livro, e base para sua redação.

        Cyro Garcia tem outro bom livro sobre o PT e o lulismo, “PT: de oposição à sustentação da ordem”, baseado em sua tese de Doutorado. (link) anteriormente, em seu Mestrado, Cyro produziu uma excelente pesquisa sobre o processo de profissionalização da militância do PT. (link)

        talvez a mais completa análise do lulismo, desde sua origem na burocracia sindical em S. Bernardo antes das greves de 1978, seja a de Ruy Braga: “A política do Precariado: do populismo à hegemonia lulista”. (link)

        teremos dias de muita emoção nos próximos meses

        abraços

        .

    2. Fico chateado com o seu

      Fico chateado com o seu comentário porém creio que deixa a chaga aberta, conciliar foi um pecado mortal. O custo do erro vem sendo pago desde a AP 470. Lastimável e muito, muito triste.

      1. o PT hoje é apenas um quadro na parede

        ->”Fico chateado com o seu comentário”

        se vc fica, imagina eu… mas como dói.

        conciliar não é um erro, é uma necessidade. o erro está nos termos e nos objetivos da conciliação, a qual, antes de tudo, precisa ser transparente.

        abraços.

        .

  50. Nassif, quebra cabeças muito
    Nassif, quebra cabeças muito bom mas faltou identificar os interesses e grupos por trás dos fatos. Explica convincentemente como funciona a parceria público privada entre imprensa oficiosa e poder judiciário mas quanto ao resto, sistema político nacional e internacional, as injunções planetárias na disputa entre blocos econômicos, o entrelaçamento meio atabalhoado entre interesses de setores nativos e internacionais – o Brasil não vive numa bolha! -, que nunca foram segredo pra ninguém, o efeito rebote, social e econômico, da mudança de rumos que o país escolheu em 2002. Por exemplo, qual o papel do interesse de disputas intraregionais nessa guerra internacional: o sul-sudeste sempre deteve o poder político, econômico, social e cultural do país mas quem tem decidido as eleições majoritárias e passado por grandes transformações sociais, econômicas e políticas, com o risco de queda de velhas oligarquias e emancipação não apenas do poder de velhos caciques mas de velhas dependências regionais é o norte-nordeste, não apenas geograficamente mas culturalmente (como resultado da migração – não custa lembrar que o fenômeno Getúlio começou com a quebra da alternância entre SP e MG, e que as questões regionais sempre tiveram um peso na definição de rumos nacionais de longo prazo.) E a diminuição da desigualdade não foi uma meta apenas para as classes e grupos sociais, mas também para as regiões, nacional e internacionalmente.
    Enfim, a análise de uma crise dessa magnitude, com tantas vertentes, eixos e vértices, é trabalho inacabado, em andamento e fonte para muita discussão e redescoberta de quem somos, o que fizemos e por quê, o que realmente queremos e quais os melhores caminhos para chegar ao consenso, não a uma capitulação que continue a abafar os problemas ao invés de resolvê-los. Brasileiro é violento talvez porque não saiba lidar maduramente com conflitos, usa de subterfúgios porque a disputa civilizada de idéias nunca tenha sido uma de nossas principais características – história do Brasil cordial. Acho que este é outro ponto positivo da eclosão do conflito esquerda-direita que pode ser exercitado com as novas mídias de comunicação: exercer o poder da opinião, da crítica, da troca de idéias e da liberdade de imprensa, finalmente.
    Abaixo as oligarquias, viva a democracia!

  51. Desculpem
     Não é o espaço

    Desculpem

     Não é o espaço adequado mas agora não tenho tempo paras procurar um melhor. então lá vai.

    Sobre a questão da veiculação ou não da entrevista do Nassif com a Dilma:

    E dai? A EBC não pode  considerar o Nassif como convidado e fim de papo.Ou como contribuição voluntária. E se não puder publica em todos os blogs . Alías acho que todos os blogas e jornais digitais contra o golpe deveriam entrevista-la. Um por dia, via internet, não precisqa dinheiro nem muita produção. E aí a gente divulga e divulga e divulga. Não podemos deixar que nos amordaçem mais e mais. Eles apertam o cerco e a gente opera nas brechas. Deleuze já ensinou, faz tempo….

  52. Carta ao STF

    Sugiro que o Luis Nassif envie esse artigo em forma de carta para cada ministro do STF. Um belíssimo resumo da ópera que, talvez, possa sensibilizar algum ministro ainda investido de alguma dignidade e que possa se insurgir contra a desmoralização desta instituição que, por consequência, desmoraliza a nossa jovem e titubiante democracia. 

  53. mais um  artigo

    mais um  artigo antológico…

    um jogo…

    que deveria tornar-se xadrez no sentido de  prisão para os goilpistas se todos tivessem

    essa compreeensão desse infame momento político brasileiro,

    com tantas manipulaçoes dos fatos e das leis…

    huxley e orwell profetizaram tudo isso em suas obras, asmirável mundo novo e 1984,

    mas acho que tem muito do que acontece no país no livro”a rebolução dos bichos”,

    ironicamente escrito para criticar o comunismo mas que acabou

    caracterizando mesmo o tal regime supostamente democrático do ocidente…

    os piguentos personagens, por exemplo, trocam o sentido das

    leis na hora que lhes convém…

    parece o nosso judiciario e o nosso famigerado pig…

     

    1. Os que não entendem não conseguem se defender

      A grande maioria das pessoas não consegue enxergar o perigo como perigo, esta é a realidade, infelizmente.

       

      It Takes A Village To Maintain A Dangerous Financial System

      “The few who understand the system will either be so interested in its profits or be so dependent upon its favors that there will be no opposition from that class, while the great body of people, mentally incapable of comprehending the tremendous advantage that capital derives from the system, will bear its burdens without complaint,and perhaps without even suspecting that the system is inimical to their interests.”

       

  54. Nassif é um otimista

    Nassif é um otimista incorrigível. Quem não se recorda de seu entusiasmo com as manifestações de 2013?  Aquele era o ovo que eclodiu agora. 

    Ele diz que o Brasil moderno irá se defrontar com o atraso em um ponto futuro. Nassif, tão usuário da visão pendular, não a reconhece quando a vê. Daqui a algumas décadas, o Nassif do futuro irá se recordar do golpe de 2016, assim como vc se recordou hoje do golpe de 1954, contra Vargas. A mídia vai empregá-lo sempre porque haverá um Brasil disposto a aceitá-lo.

    Este país sofre do pecado original. Está fadado a repetir seus erros. Talvez, a única salvação seja um derramamento se sangue traumático, daqueles que interrompem a trajetória natural. Receio que mesmo para isso, há que se ter uma qualidade mínima de personalidade que nos falta.

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