Jornal GGN – Enquanto Jair Bolsonaro corteja o Centrão, a vida de Paulo Guedes, ministro da Economia, vai ficando cada vez mais difícil. O mandatário está, desde o ano passado, se aproximando do bloco, fazendo reuniões, tentando formar uma base de 250 parlamentares para se blindar.
Enquanto isso, o Centrão dedica-se a tirar Guedes da pasta. E isso foi verbalizado pelo próprio ministro, em coletiva ao lado do presidente. O bloco, que representa os interesses dos bancos e do setor produtivo, entende que Guedes não entregou o que prometeu, sobretudo as reformas.
E, é bom frisar, depois que o Centrão passou a ocupar os ministérios da Casa Civil e da Secretaria de Governo, com Ciro Nogueira e Flávia Arruda, as coisas ficaram um pouco mais difíceis para Guedes. Com eles, o Centrão assumiu a articulação com o Congresso, o que significa que controlam a destinação das verbas milionárias de emendas parlamentares.
Com isso, os embates entre o bloco e a equipe econômica esquentaram.
Com informações do Correio Braziliense.
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O MERCADO FINANCEIRO DESTRÓI O SEU EMPREGO
Para exemplificar o título do artigo um relato de um acontecimento real: No dia 16 de agosto de 2012 a polícia Sul Africana interveio em um conflito entre os trabalhadores da mina de platina de Marikana perto de Joanesburgo, e os responsáveis pela exploração dos recursos, os acionistas da companhia Lonmin, cuja sede fica em Londres, há muitos milhares de quilômetros. As forças policiais atiraram nos grevistas com munição de verdade; no balanço 34 trabalhadores mortos. Como é muito comum nesses casos, o foco do conflito era a QUESTÃO SALARIAL. Os mineiros reivindicavam que sua remuneração passasse de 500 para 1000 euros por mês. Depois dos trágicos acontecimentos a empresa propôs, por fim, um aumento de 75 euros mensais.
O conflito de Marikana é um exemplo perfeito de como o MERCADO FINANCEIRO DESTRÓI SEU EMPREGO. INVESTIDORES VIRTUAIS atuam em um MERCADO FINANCEIRO através de uma BOLSA DE VALORES, comprando e vendendo ações, que valorizam e desvalorizam de acordo com “opiniões de especialistas e analistas de mercado”, que nunca entraram em uma mina de carvão ou nunca venderam um produto no balcão de uma loja, ou nunca fizeram contabilidade de uma empresa e nunca atenderam um paciente e nunca etc… São na verdade funcionários das empresas que têm ações e interesses financeiros nas bolsas e recebem para emitir suas opiniões “isentas”.
Essas ações que valorizam e desvalorizam fazem a EMPRESA REAL em que você trabalha ter dificuldade em conseguir empréstimos e sofrer com as tarifas bancárias pela disparada dos juros, a inflação corroer seu SALÁRIO e as condições comerciais da sua empresa junto aos fornecedores impactando o capital de giro que banca o pagamento das despesas mensais.
Mais calma… os “analistas e especialistas de mercado” tem a solução para o problema da sua empresa. E a solução vai direto em cima do seu EMPREGO. Proclamam que os SALÁRIOS E OS TRIBUTOS DA FOLHA DE PAGAMENTO ESTÃO SOBRECARREGANDO AS EMPRESAS.
Para finalizar a questão, nada melhor que outro exemplo. A proposta do Ministro da Economia do Brasil de uma MP, derrubada pelo Senado Federal, que trocava o salário por uma bolsa, sem incidência de tributos. Parece uma história surrealista, mais basta lembrar que o propositor dessa MP é a mesma pessoa que possui uma EMPRESA NO EXTERIOR PARA NÃO PAGAR IMPOSTOS (OFFSHORE), um “ANALISTA DE MERCADO” que ganha MUITO DINHEIRO com a valorização e a desvalorização das ações nas BOLSAS DE VALORES enquanto seu EMPREGO…esse já era.
O que fazer diante disso? Primeiro não aplique seu dinheiro na BOLSA DA VALORES e Segundo, volte para seu sindicato, filie-se novamente, pois somente ele, com imensas dificuldades, pode fazer frente ao imenso poder do MERCADO FINANCEIRO e com união, muita luta e criatividade preservar empregos e melhorar salários.
Danilo Caser – Diretor de Assuntos Institucionais da CNPL
Pós escrito
Viramos uma economia de “rentistas”. Jornalista Luis Nassif
O trabalhador que investe na BOLHA DE VALORES é como o cordeiro que se deixa levar pela conversa do lobo.
A Financeirização da economia que é quando a EMPRESA E O PRODUTO REAL PASSAM A VALER MENOS QUE O INVESTIMENTO VIRTUAL EM AÇÕES NA BOLHA, destrói seu emprego.