Trump quer impedir 3M de vender máscaras para o exterior

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Empresa diz que medida terá “implicações humanitárias significativas”; Casa Branca usou lei da década de 50 para levar empresa a aumentar produção doméstica

Donald Trump usa poder para impedir venda de máscaras para outros países. Foto: Reprodução

Jornal GGN – Depois de menosprezar a virulência da pandemia do coronavírus, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou a agir de formas extremas para conter o avanço da doença pelo país. A ponto de impedir empresas norte-americanas de vender equipamentos de segurança para outros mercados, como o Brasil.

Nesta quinta-feira (02/04), Trump usou a Lei de Produção de Defesa, criada na década de 50, para forçar a empresa 3M a aumentar o ritmo de produção das máscaras usadas por profissionais de saúde no atendimento a vítimas do coronavírus – o que inclui a importação de máscaras fabricadas nas unidades da empresa na China.

A Lei de Produção de Defesa concede ao presidente norte-americano o poder de expandir a produção industrial de materiais ou produtos essenciais para segurança nacional e outras razões.

Trump chegou a anunciar em suas redes sociais que invocou a Lei de Produção de Defesa para aumentar mais respiradores, e que a 3M terá “um preço alto a pagar”, mas não foram dados mais detalhes a respeito.

Ao mesmo tempo em que pediu pelo aumento das importações de máscaras para os Estados Unidos, Trump exigiu que a empresa fizesse uma pausa nas exportações de respiradores produzidos dentro do país para outros mercados, como Canadá e países da América Latina – onde o país é um fornecedor crítico de equipamentos de segurança hospitalar.

Em comunicado, a empresa afirmou que “existem implicações humanitárias significativas” em interromper o fornecimento de respiradores para outros países, uma vez que as máscaras modelo N-95 estão em falta.

“A interrupção de toda exportação de respiradores produzidos nos Estados Unidos provavelmente levaria outros países a retaliar e fazer o mesmo, como alguns já fizeram. Se isso acontecesse, o número líquido de respiradores disponibilizados para os Estados Unidos realmente diminuiria”, disse a empresa. “É o contrário do que nós e o governo, em nome do povo americano, ambos buscamos.”

Os eventos que levaram Trump a tomar essa decisão começaram há semanas: segundo informações da ABC News, um funcionário da Casa Branca disse que, quando o vice-presidente Mike Pence visitou uma fábrica da 3M em março, ele foi informado que a empresa tinha 35 milhões de máscaras N95 para usos comerciais, mas que poderiam ser usadas por profissionais de saúde.

Contudo, a Casa Branca soube que nem todas as máscaras estavam prontas para o mercado norte-americano. Jared Kushner, genro do presidente, é quem lidera os contatos da administração com a empresa para saber para onde foram as máscaras e por que algumas não estavam disponíveis como prometido. E a situação levou Trump a invocar a Lei de Produção de Defesa.

(Com O Globo, Reuters e ABC News)

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