Brasil não vai defender a Venezuela em “medidas unilaterais”

O embaixador e assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, será o enviado brasileiro à reunião entre Venezuela e Guiana, que deverá discutir a disputa pelo território Essequibo, informou o Palácio do Planalto.

A reunião entre os líderes venezuelano Nicolás Maduro e o guianês Irfaan Ali, foi organizada por meio da mediação do Brasil e acontecerá no arquipélago de São Vicente e Granadinas, que ocupa, atualmente, a presidência da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Na ocasião, Celso Amorim deve transmitir mensagens importantes do presidente Lula aos países. À Venezuela, o Brasil pretende deixar claro que não vai defendê-la em caso de “medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação”, informou a coluna do jornalista Ricardo Noblat, do Metrópoles.

A partir disso, Celso Amorim também “deve passar à Guiana uma sensação de tranquilidade, mostrando que o Brasil, apesar de atento, não acredita em conflito armado na América do Sul”.

A reunião para discutir o aumento da tensão na região fronteiriça está marcada para a quinta-feira (14). A disputa por Essequibo, localizada em território guianense e reivindicada pela Venezuela, se arrasta desde o século XIX.

O processo de delimitação da área, no entanto, ficou ainda mais acirrada após a interferência dos Estados Unidos, que tem petrolíferas na região, rica em petróleo e minérios.