
Cristina Kirchner foi condenada a 6 anos de prisão na Argentina por “administração fraudulenta” que favoreceu empresário em obras públicas.
O Tribunal Oral Federal 2 (TOF 2) considerou que a vice-presidente e ex-mandatária favoreceu o empresário Lázaro Báez em obras públicas. O empreiteiro é da região de Santa Cruz, onde Cristina e o marido Néstor Kirchner começaram a carreira política.
A Corte diz que a “associação criminosa” e de “administração fraudulenta” durou entre 2003 e 2015, quando o casal se revezou na Presidência argentina. Cristina foi inocentada da acusação de “associação ilícita”. O esquema teria movimentado 1 bilhão de dólares dos cofres públicos.
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A empresa de Báez foi contratada para a realização de 51 obras públicas. Delas, algumas tiveram orçamento comprometido e outras não foram concluídas.
O objetivo da companhia era, na verdade, de servir à corrupção, alegou o TOF 2. Após o término do segundo mandato de Cristina no Executivo, a incorporadora desapareceu.
Além de Kirchner, outras 12 pessoas foram julgadas. Uma delas foi o empresário Lázaro Báez.
Perseguição política
Cristina Kirchner se diz vítima de perseguição política feita por uma “máfia judicial”, “o Estado paralelo”. A política nega as acusações e alega que o TOF 2 tinha a sentença escrita desde o começo do processo, que se iniciou há três anos e meio.
“As decisões sobre investimento público são de competência exclusiva dos órgãos políticos e não há norma legal que estabeleça limites sobre como deve ser feita a sua distribuição”, declarou ela.
O jornal argentino Página 12 explica incongruência nas cifras citadas pelo Tribunal Oral:
“Por exemplo, os magistrados desenham que com as licitações que Lázaro Báez ganhou, Cristina se beneficiou, uma hipótese absurda sobre a qual não há prova ou foi apresentada a menor evidência. Todo o vínculo existente foram alguns aluguéis que totalizaram cerca de oito milhões de pesos em cinco anos. Em vez disso, os juízes dizem que o dano ao Estado foi de 84 bilhões de pesos. Ou seja, não existe qualquer ligação entre os valores, para além do facto de as rendas – como ficou provado – não poderem incluir qualquer suborno porque estavam a valores de mercado e até um pouco menos. Mas, sobretudo, não foi encontrada uma única mensagem, e-mail ou testemunha que diga que Cristina deu alguma instrução ou sugeriu alguma providência relacionada às rotas de Santa Cruz“.
Fora da prisão
Como vice-presidente, Cristina também ocupa cargo de presidente do Senado. Assim, ela ainda tem direito a recorrer em instâncias superiores. Com somente a condenação em primeira instância, ela pode concorrer nas eleições do ano que vem.
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