Venezuela: Brasil espera atas, mas solução virá “dos próprios venezuelanos”, diz Amorim

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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"A solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos e não imposta de fora", destacou Celso Amorim

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Cobrado como pivô da América Latina na crise política da Venezuela, o Brasil voltou a se posicionar e reafirmou que não reconhecerá as eleições do país enquanto não forem divulgadas as atas eleitorais. Mas ressaltou que não irá “impor” uma solução ao país vizinho e que deverá “ser construída pelos próprios venezuelanos”.

O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, deu a declaração, nesta quinta-feira (15), durante Comissão de Relações Exteriores do Senado.

“A solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos e não imposta de fora”, afirmou Amorim, que foi cobrado pela oposição, mas manteve a postura democrática e de respeito ao processo eleitoral do país vizinho.

“O que nós estamos tentando fazer é resolver essas questões pelo diálogo. Não como algumas pessoas pensaram em fazer no passado. Nós não vamos impor a democracia à Venezuela”, completou.

Cobrado pelos parlamentares, o representante do Brasil para Assuntos Internacionais disse que o presidente Lula “reiterou várias vezes” que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela tem que publicar as atas de registros eleitorais para o reconhecimento do Brasil.

Ao ser questionado pela senadora Tereza Cristina (PP/MS), Celso Amorim chegou a dizer que o presidente está “impaciente” com “a demora das atas”. “Isso é evidentemente uma preocupação”, disse. Mas que o Brasil não irá fazer uma cobrança ou fixar uma data, como sugeriu a senadora.

“Colocar uma data fixa de ultimato eu acho que não é produtivo. A minha experiência indica que isso não traz bons resultados, afirmou.

O representante brasileiro que está mediando a tensão eleitoral no país fronteiriço frisou, aos senadores, o papel do Brasil no caso: “A função do Brasil é encontrar uma solução que seja democrática, eleitoral e pacífica.”

Assista aqui a participação de Celso Amorim na Comissão do Senado:

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3 Comentários

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  1. Se o Irã afundar os quatro porta-aviões dos EUA no Golfo Persico nenhum norte-americano vai mais prestar atenção na Venezuela. O império conseguirá a Guerra Grande que deseja (que precisa) e poderá esquecer totalmente América Latina.

  2. A nossa imprensa livre de isenção,por falta de honestidade, não faz nehuma abordagem sobre o comportamento dos golpista a serviço do imperio americano, antes, durante e depois das eleições na Venezuela. À propósito, os paises que reconheceram Juan Guaidog, o auto proclamado presidente da Venezuela, possuem alguma moral para questionar as eleições venezuelas? Com a palavra os arautos das pseudo democracias.

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