O velho Marcelón!
por Rômulo de Andrade Moreira
O Professor pernambucano Marcelo Neves é um grande jurista brasileiro. Dos maiores que há, eu diria. É Professor Titular da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília, a UnB.
Doutor em Direito pela Universidade de Bremen, na Alemanha, é também Livre-Docente de Filosofia de Direito, Teoria do Estado e Direito Constitucional Comparado na Universidade de Friburgo, na Suíça, além de ter sido Professor Catedrático do Departamento de Ciências Sociais da Universidade de Frankfurt e Professor Titular da histórica Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.
É autor de inúmeras obras, dentre outros vários, o clássico: “ENTRE HIDRA E HÉRCULES”.[1] Muitas foram escritas originariamente em alemão, inglês, italiano e espanhol. O currículo diz muito, portanto!
Mas, o que mais diz a respeito do Professor Marcelo Neves é a sua extraordinária condição de cidadão brasileiro, rigorosamente comprometido com os valores democráticos e republicanos.
Neste sentido, ele nunca tergiversou quando estava em jogo a defesa da Democracia brasileira e das nossas instituições. Nunca! E para isso, como se sabe, especialmente em tempos de “fascismo eterno”, paga-se um preço altíssimo, nada obstante valer sempre a pena, como é óbvio!
(Utilizo aqui o termo “fascismo”, no sentido que Umberto Eco o concebia: “o termo ´fascismo` adapta-se a tudo porque é possível eliminar de um regime fascista um ou mais dois aspectos, e ele continuará sempre a ser reconhecido como fascista”).[2]
Pois bem.
O jurista brasileiro, que já tinha um reconhecimento internacional indiscutível, coroando a sua trajetória como acadêmico, acaba de ganhar o Prêmio de Pesquisa Humboldt, concedido pela Fundação Alexander von Humboldt, da Alemanha, a partir da indicação de sociólogos e juristas alemães.
O prêmio é outorgado anualmente aos cientistas que mais contribuíram para o avanço da ciência em suas respectivas áreas de atuação. Aliás, dentre os ganhadores do Humboldt, criado em 1953, trinta e quatro cientistas receberam posteriormente o Prêmio Nobel.
Trata-se, portanto, de um homem político, compreendendo-se a política aqui “como algo essencial para a vida humana e, na verdade, tanto para a vida do indivíduo como da sociedade”, como escreveu Arendt.
Marcelo Neves sabe muito bem que “a tarefa e o objetivo da política são a garantia da vida no sentido mais amplo, pois possibilita ao indivíduo buscar seus objetivos em paz e tranquilidade, ou seja, sem ser molestado pela política.”[3]
Viva, portanto, o velho Marcelón!
Rômulo de Andrade Moreira- Procurador de Justiça no Ministério Público do Estado da Bahia e Professor de Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da Universidade Salvador – UNIFACS.
[1] Editora Martins Fontes, São Paulo, 1ª. edição em 2013. Confira aqui outras obras do Professor Marcelo Neves: http://www.fd.unb.br/index.php?option=com_zoo&task=item&item_id=24&Itemid=250&lang=pt, acessado em 06 de novembro de 2019.
[2] ECO, Umberto, “O Fascismo eterno”, Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2018, páginas 42 e 43.
[3] ARENDT, Hanna, “O que é política? – Fragmentos das obras póstumas compilados por Ursula Ludz”, Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2002, páginas 45 e 46.
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Tem ministro do supremo que cai cortar os pulsos.
Não achei nenhuma fonte que comprove a matéria. Poderia citar uma fonte, por favor?
Esses não fazem campanha e nem são indicados ao STF.
Há citações dele, no google books, por exemplo, em
https://books.google.com.br/books?id=yHYqCwAAQBAJ&pg=PA314&lpg=PA314&dq=neves,+marcelo+humboldt+foundation&source=bl&ots=OCraQ6cIy8&sig=ACfU3U1mMWtCNhQBpes758Ers6dCDo0Z5A&hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwi9zI3sh9blAhUNGrkGHXntBLoQ6AEwEHoECAgQAQ#v=onepage&q=neves%2C%20marcelo%20humboldt%20foundation&f=false
Buscando no google aparece um professor Marcelo Neves muito criticado, até em artigos no Conjur. Seria um homônimo?
Mesmo em páginas da Humboldt parece não haver ainda referências a este prêmio a Marcelo Neves, cujo nome completo deve ser Marcelo da Costa Pinto Neves, como está com foto similar à do texto daqui do GGN, em
https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/90904/marcelo-da-costa-pinto-neves/
Interessante que aparece um prêmio Humboldt para um brasileiro Marcelo, mas de sobrenome Tabarelli, engenheiro agrônomo:
https://biooekonomie.de/en/nachrichten/biodiversity-brazilian-rainforests