Cafezá – Catarina e Jarirí, uma paixão sobre-humana.

Indaí ieu fui ficanu frio, géladu.

Paricia cotava numa iscura madrugada di julho no mei duma nuvi duma geada branca. Na tarde dacuele dia quenti, ieu tava transformadu numa piedra di gelu in cubo. Éira u sango qui tava por um fio, afétanu a mia préssão arteriá. Siem sango pá batê, meo córação foi pérdenu sua fuórça, quérenu travá suas correias. Pidia graxa, pidia a viscosidadi du vremeio vivo, sangomeo, sangomél.

Dotô Raniéro ficô disispéradu, venu o meo coração interrumpé a marxa. Decerto, lembranu ca marxa du meocóração tava ligada na marxa dudele. Por otras énéljias, uma istranha ligação tinha cido firmada: Si a correia du meo parassi, a deile tumém pararia. Meopai tava ali du ladu pá cuidá disso.

Ieu apaguei di veiz. A lamparina da mávidamia foi cunsumino seo brilho. Ieu cumessei a variá, a sonhá cotros mundos. Ieu chegava a cavalo cotro povo ciganu i adispois ieu tava nu mei duma purção di mininas lindas, i éilas batiam córda preu pulá i dançá. Entonces Manguito chégava correnu trazenu maisi mininas i gritanu qui tinha tumém trazido u istilingui di lumínio pá mi dá. Ieu oiava a furquia du istilingui i pedia pás minina fazê carinhu nos meos cabelo. I éilas mi traziam vinho, maisi ieu num sabia si tava tomanu vinhu ou sango. I éilas cumesaru a cantá mélodias maravilhósas, argumas entoadas de Sebastião Bach, a aligria dos ômis.

Redação

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