Do não eu ao Eu sou, ou de Buda a Saint Germain, por Marcos de Aguiar Villas-Bôas

Do não eu ao Eu sou, ou de Buda a Saint Germain

por Marcos de Aguiar Villas-Bôas

Um dos focos principais da filosofia budista é fazer cessar o sofrimento por meio de uma mente meditativa, que se torna pacífica, serena e repleta de compaixão. É um objetivo muito bonito e que faz cada vez mais sentido tendo em vista o dia a dia crescentemente atribulado, ansioso, estressante e até agressivo que boa parte da humanidade vive.

Siddartha Gautama, conhecido como Buda, viveu encarnado na Terra no período em torno de 500 a.C, ou seja, mais de 2.500 anos atrás. O conhecimento disponível à época, quando Sócrates sequer havia nascido na Grécia, era muito limitado, mesmo apesar de tudo o que havia sido gerado em Atlântida e no Egito Antigo. Este conhecimento, que foi mal utilizado por alguns, terminou ficando cada vez mais restrito a pequenos círculos de iniciados e muito também se perdeu.

Devido a esse aspecto histórico, é evidente que, enquanto um encarnado, com a consciência mais limitada do que ele mesmo teria à época se estivesse desencarnado, Buda não poderia deixar uma filosofia que explicasse de forma profunda tudo aquilo importante para a vida humana. 

A sua busca pela chamada iluminação, que significaria a cessação do sofrimento, foi, segundo conta a história, bem sucedida, tendo se tornado ele, que era antes um príncipe com problemas emocionais, um sujeito muito pacífico, sereno, compassivo, sábio e dotado de fantásticos poderes paranormais.

Na época de Buda, o conhecimento difundido sobre as dimensões conhecidas como espirituais era pequeno. Obviamente, a transmissão de conhecimento naquele período era infinitamente mais lenta do que hoje, quando, mesmo apesar de já existirem muitas informações sobre a espiritualidade, a grande maioria ainda vive alheia a elas.

Há uma questão de barreiras de consciência, geradas por religiões e outros injetores de crenças limitantes, que dificultam uma ampliação dos horizontes das pessoas no que toca a temas como ligação do indivíduo ao seu divino e comunicação com espíritos.

Para o budismo, há reencarnação e a lei do carma é uma das mais importantes, porém não se crê que exista um ser desencarnado em algum lugar disposto a se comunicar com os encarnados. O que desencarna é a mente e ela ficaria em um determinado lugar pouco explicado, esperando para encarnar novamente, sem possibilidade de estabelecer uma comunicação com as mentes que ficaram no plano terrestre.

É uma visão curiosa, pois, se o budismo concorda que o princípio inteligente do ser humano desencarna e vai para algum lugar, por que essa inteligência não poderia se comunicar? E se há tantos elementos até mesmo científicos que são probatórios dessas comunicações, por que o budismo não avança e muda sua visão?

Nessa linha extremamente mental do budismo, não se diferencia bem ego, mente, consciência, inconsciência e Eu superior, como se faz muito hoje no espiritualismo, na psicanálise e em outros âmbitos. A ideia budista de mente seria mais ou menos o que se tem por consciência em filosofias espiritualistas, ou seja, a mente encarna e desencarna, e ela está sempre sofrendo, a menos que seja devidamente preparada pela meditação para se asserenar e fazer o sofrimento se esvair.

Um dos conceitos mais importantes do budismo nessa busca para fazer cessar o sofrimento por meio do asserenar da mente é anatta ou “não eu”. Para o budismo, uma das principais causas do sofrimento é a identificação da mente com um eu, que não existe, pois tudo é transitório, impermanente.

O princípio da impermanência tem grande relevância para os budistas. Ele diz que nada permanece, tudo está em constante mudança e, também por essa razão, as pessoas estão sempre sofrendo, pois se acostumam com situações, apegam-se a coisas e ao eu, mas, ao ver tudo mudar, terminam sofrendo bastante.

Muito do que vem sendo dito aqui faz sentido ainda hoje, 2.500 anos depois, e mostra a qualidade da filosofia budista. No entanto, após tanto tempo seria difícil crer que uma filosofia, por mais útil e explicativa que seja, não carecesse de alguns aprofundamentos. Esse é o objetivo neste breve texto, que o autor espera não seja compreendido como uma crítica, mas como uma celebração de Gautama Buda e do budismo.

Segundo se conta, o tema do não eu é tão complicado que o próprio Buda se recusou a responder sobre ele algumas vezes.

O defensor do Eu Sou, Conde de Saint Germain, teve uma encarnação muito mais recente do que Buda. Ele viveu no século XVIII e, segundo se conta, tentou evitar a barbárie da Revolução Francesa quando conversou com a rainha Maria Antonieta sobre a necessidade de o rei Luís XVI ceder em alguns pontos às exigências da população para que ela vivesse melhor e a situação não chegasse onde chegou, com dezenas de milhares de mortes, além de golpes sobre golpes e muitos anos de conflitos no país.  

Pouco se sabe sobre a vida de Saint Germain, que era repleto de mistérios. Acredita-se que era um alquimista com poderes místicos. No seu livro alquímico, ou livro de ouro, que ele transmitiu mediante canalização mediúnica em 1952, Saint Germain traz uma posição diferente daquela do budismo sobre o eu e o ser, afirmando que as declarações, seja em pensamento, seja em verbo falado, realizadas pelos humanos são muito importantes e capazes de moldar a sua realidade, sendo altamente relevante reconhecer a divindade que cada um tem dentro de si utilizando declarações como “Eu Sou” e suas extensões, a exemplo de:

“Eu Sou aqui e agora”.

“Eu Sou aqui e lá”.

“Eu Sou a ressurreição e a vida”, expressão utilizada por Jesus tantas vezes. 

Antes de dormir: “Através do Magno Poder e Inteligência que Eu Sou, embora meu corpo durma, faço o contato necessário que executará abundantemente este propósito, não importa qual seja”.

“Eu Sou a Iluminação visível através deste corpo, agora”.  

“Eu Sou o Poder e a Presença que consome todo o temor, dúvida, confusão e obstáculos que possam entrar em minha mente externa relativa a esta invencível atividade do Eu Sou”.

“Eu Sou a plena alegria e gratidão que sinto neste instante”.

No programa Diálogo com os Espíritos e por diversos experimentos científicos que aconteceram ao longo da humanidade, alguns dos quais analisados neste blog numa série de textos sobre uma eventual prova de existência dos espíritos, parece ter ficado muito claro que, se colocadas crenças limitantes de lado, sobretudo os dogmas religiosos, não há como negar que o budismo se equivoca ao defender que não é possível se comunicar com os desencarnados.

No mesmo programa e em vasta literatura, os desencarnados explicam que todo ser humano é um espírito encarnado e que todo espírito é uma centelha divina, como se fosse um pedaço do próprio Deus, da consciência suprema onipresente, cuja existência também é negada pelo budismo.

Segundo o livro de Saint Germain, a declaração Eu Sou é “o mais potente e divino Princípio da Atividade no Universo”. Enquanto o budismo prega que se diga “não sou”, “não eu”, Saint Germain, considerado um dos espíritos mais sábios vivendo na Terra, um diretor do sétimo raio, afirma que esse tipo de declaração pode causar graves problemas na vida de uma pessoa e que podem ser levados até mesmo para outras encarnações.

O curioso é que há na Internet uma mensagem supostamente canalizada por um médium americano chamado Kim Michaels, que teria sido transmitida pelo espírito desencarnado Gautama Buda falando do atingimento do estado de Buda por Saint Germain. O primeiro parágrafo da mensagem diz o seguinte:

“Eu, Gautama, estou feliz de ter o privilégio de anunciar a vocês que Saint Germain alcançou o estágio búdico e foi nomeado por mim como o Buda da Terra, como o Buda responsável pela Chama da Liberdade na Terra. Meus amados, esse é um desenvolvimento muito significativo. Então, nós agora temos Jesus, que também alcançou o estágio de Buda há não muito tempo, e nós temos Saint Germain, ambos tendo atingido esse nível de consciência. Por conseguinte, tanto o mestre da Era de Peixes quanto o mestre da Era de Aquário atingiram o estágio búdico, que é significantemente mais alto do que o estágio no qual muitos começam a ascender.”  

O “não”, segundo Saint Germain, é uma enfermidade. Acreditar e afirmar o “não eu”, o “não sou”, tende a levar o sujeito a uma desindentificação com o seu Eu Sou superior, limitando os poderes dele. Se, por um lado, um budista muito bem treinado pode desenvolver grande paz, uma vez que fique muito preso ao “não eu”, ele poderá restringir as suas próprias capacidades, gerando passividade, fraqueza e outros sentimentos de negação da força divina. Assim, ainda que possa evoluir muito por meio do conhecimento budista, sua ascensão de consciência, com todos os seus efeitos, estará podada. 

Um aspecto central do “não eu” budista é fazer oposição ao “atman” da filosofia hinduísta, negando que exista um ser encarnado ou desencarnado para além da mente. As filosofias espiritualistas, muito reforçadas pelos vídeos e livros nos últimos 10 anos, afirmam que existe um atma, uma chama, uma centelha divina que se vale de inúmeros outros corpos para o seu desenvolvimento ao longo de milhões de anos de encarnações. Não é questão de religião, mas de checar na prática se é ou não possível a comunicação com desencarnados.

Todos os religiosos, budistas ou não, precisam parar de se limitar e devem se permitir compreender o cosmo mais profundamente. Evitar o diferente porque suas religiões não creem naquilo significa não se dar a oportunidade de aprender, de crescer, de ascender, indo além das velhas crenças de tais religiões. Isso significa limitar demais as próprias consciências, algo que não comunga com as exigências conscienciais da transição pela qual o planeta vem passando. 

Para conciliar as duas posições, parece-nos que o ideal é compreender ser o “não eu” uma defesa pela desindentificação do atma, do Eu superior, com o ego, com a personalidade que precisa ser utilizada para uma vida encarnada. É o que defende, de certo modo, a psicanálise junguiana e pós-junguiana, além de outros conhecimentos.

A questão não seria afirmar que não se é ninguém, que não se é nada além de uma mente, algo perigoso de acordo com Saint Germain, mas ter a consciência da impermanência da vida encarnada em contraposição à eternidade da vida desencarnada. É interessante que o indivíduo se identifique cada vez mais com o seu ser eterno, com a sua centelha que está vinculada à consciência suprema, pois esta é só vida, saúde, amor, opulência e abundância.

Quanto mais fé na “energia eletrônica” que cada ser divino pode movimentar e quanto mais amor aplicado nas movimentações, mais resultados ele poderá obter.

É curioso que um dos mestres ascensionados diretores dos sete raios seja exatamente Ananda, discípulo de Buda. Todos os mestres devem concordar que há grande importância na meditação e no asserenar da mente, porém a falta da consciência que continua agindo após a morte da carne e que pode se comunicar com os encarnados é muito prejudicial ao budismo. Não fosse por isso, seria uma filosofia muito mais completa e útil para o desenvolvimento do ser.

De fato, inúmeros desencarnados sábios, inclusive a discípula de Buda, mestra Kuan Yin, no seu templo localizado na Livraria Terceiro Milênio, no Rio Vermelho, em Salvador/BA, têm dito nos últimos tempos que a meditação é um dos principais caminhos para o equilíbrio das energias e para o despertar do Eu Sou, da consciência chamada de Eu superior. É interessante que Kuan Yin é considerada uma deusa por algumas linhas budistas. Mal sabem que ela continua enviando mensagens importantíssimas para o crescimento de nós, encarnados.   

Sobre o tema da meditação em comunhão com o Eu Sou, Saint Germain afirma o seguinte:

“Nunca será demais ponderar a importância de meditar no EU SOU o maior tempo possível, como sendo a grande presença de Deus em vós, em vosso lar, em vosso mundo e em vossos assuntos. Cada respiração é Deus em Ação em vós. O Poder de expressar o vosso pensamento, vosso sentimento, é Deus ativo em vós. Como tendes livre-arbítrio, é assunto vosso qualificar a energia que projetareis em pensamento e sentimento, determinando como quereis que atuem para vós” (O Livro Alquímico de Ouro de Saint Germain, p. 17). 

Como saber, todavia, que o Eu Sou realmente funciona e que é importante essa identificação do encarnado com o seu Eu superior? Experimentando. Não conhecemos outra saída para uma porção de dúvidas que a humanidade tem e não tira por medo de testar ou devido a preconceitos causados por ilusões e crenças limitantes.

Este autor pode afirmar, com toda a segurança, que, ao começar a utilizar a afirmação Eu Sou no ano passado já sentia de imediato uma sensação boa, positiva, mas, com o desenvolvimento da sua sensibilidade mediúnica, o maior entendimento da energia eletrônica, da força Eu Sou e após alguma expansão de consciência, já sente fortes energias ao redor do corpo físico neste ano e uma sensação muito mais poderosa de bem estar quando realiza afirmações com o Eu Sou tais quais aquelas referidas aqui e muitas outras propostas no livro de Saint Germain.

Juntamente com a autoanálise diária, também proposta por Saint Germain, que já havia sido sugerida por Santo Agostinho no Livro dos Espíritos, escrito por Allan Kardec, qualquer um pode realizar uma alquimia dos seus pensamentos, sentimentos, emoções e ações.

Propõe-se ao leitor que utilize por pelo menos três meses as declarações Eu Sou do livro de ouro de Saint Germain e pratique as meditações e mantras do budismo, ao mesmo tempo em que se autoanalise e busque eliminar tudo o que lhe parece ser imperfeição e observe os resultados em sua vida. Tudo dependerá, é claro, da força mental de cada um e do esforço colocado no seu autoconhecimento e automelhoramento. Se minimamente bem realizado esse período de alquimia, o autor duvida que o leitor não sinta milagres em sua vida. Uma sugestão também é utilizar as declarações Eu Sou como mantras repetidos ao longo da meditação. 

Sendo o objetivo o automelhoramento em direção ao Eu superior, a uma maior conexão com o divino, e havendo sentimento puro, o leitor pode criar as suas próprias declarações com vistas nos seus objetivos específicos, lembrando-se sempre da lei da ação e reação, ou lei do carma. É avisado logo no início do livro de Saint Germain que, se aqueles conhecimentos forem utilizados para fins frívolos ou para prejudicar outras pessoas, a reação da lei divina será contundente. 

Propõe-se ao leitor que utilize o budismo até onde ele pode ir, lembrando que é uma filosofia com mais de dois milênios de vida. Então, ela pode ser complementada pelo conhecimento dos espíritos e, nesse caso, nada melhor do que utilizar conhecimentos de outros grandes mestres da humanidade, tal qual é Buda. Vale a pena, portanto, conhecer tudo o que foi e é dito por Saint Germain, Ananda, Kuan Yin, Kuthumi, Hilárion, Serapis Bey, El Morya Khan, Rowena, Nada, Confúcio, Sananda (ou Jesus, o Cristo), Maitreya e outros grandes mestres. 

Se o conhecimento pudesse ser esgotado por um único mestre, seria algo muito estranho. O cosmo e o ser humano são tão complexos… Como crer que uma única pessoa encarnada, ou mesmo um pequeno grupo delas, absorveria todo o conhecimento central do cosmo e o transmitiria sem qualquer distorção ao longo de séculos de história?

Não sendo possível crer nisso, só resta deixar de lado os dogmas religiosos e ir buscar, utilizando as próprias religiões e outros conhecimentos, o mestre de cada um dentro si com base nos inúmeros mestres que a humanidade já teve e que continua tendo dos dois lados da vida. 

Marcos de Aguiar Villas-Bôas é terapeuta holístico, consultor jurídico e político, espiritualista universalista, reikiano usui, reikiano xamânico, estudante de psicanálise e de Programação Neurolinguística (PNL), praticante de meditação e amante do todo e de todos. Deixou a sociedade de um dos cinco maiores escritórios de advocacia do país, sediado em São Paulo/SP, para seguir seu sonho de realizar pesquisas em Harvard e em outras universidades estrangeiras, mas, após atingir muitos dos seus objetivos materiais, percebeu, por meio da Yoga, de estudos e práticas espiritualistas sem restrições religiosas, que seus sonhos e suas missões iam muito além das vaidades acadêmica e profissional. Hoje busca despertar a consciência, o mestre dentro de si, e ajudar os outros a fazerem o mesmo, unindo o material e o espiritual e superando todas as demais dualidades. 

Redação

12 Comentários

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  1. Primeiramente é dito no

    Primeiramente é dito no texto: “Há uma questão de barreiras de consciência, geradas por religiões e outros injetores de crenças limitantes, que dificultam uma ampliação dos horizontes das pessoas no que toca a temas como ligação do indivíduo ao seu divino e comunicação com espíritos.”

    Depois lemos: “Para o budismo, há reencarnação e a lei do carma é uma das mais importantes, porém não se crê que exista um ser desencarnado em algum lugar disposto a se comunicar com os encarnados. O que desencarna é a mente e ela ficaria em um determinado lugar pouco explicado, esperando para encarnar novamente, sem possibilidade de estabelecer uma comunicação com as mentes que ficaram no plano terrestre.”

    E daí conclui: “É uma visão curiosa, pois, se o budismo concorda que o princípio inteligente do ser humano desencarna e vai para algum lugar, por que essa inteligência não poderia se comunicar? E se há tantos elementos até mesmo científicos que são probatórios dessas comunicações, por que o budismo não avança e muda sua visão?”

    Ou seja, o autor do post quis dizer que Buda e seus seguidores precisam se livrar das suas “crenças limitantes”.

    Essa coisa de rotular de “crença limitante” tudo aquilo que não se enquadra com nossa própria crença pessoal é uma falácia ou uma outra maneira de dizer que a nossa verdade é mais “ampliada” do que a verdade do outro, apenas por ser diferente.

    Mas aproveitando o gancho, colocar no mesmo patamar Jesus Cristo, o Mestre dos mestres, com os demais “mestres” acima citados, é um acinte, uma ofensa à Pessoa ressurreta de Jesus, do Cordeiro de Deus que TIRA o pecado do mundo, (incluindo todo sofrimento e morte da carne pecaminosa ao terminá-la na cruz, ao destruir o corpo do pecado, do velho homem, e dar início à uma nova criação, do novo homem corporativo em ressurreição e glória) o que revela uma crença deveras limitante quanto à real dimensão de Sua Pessoa maravilhora e de Sua obra consumada na cruz do calvário. Ele é Deus, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores!

               

  2. É muito simples: o Eu Sou
    É muito simples: o Eu Sou prevê a transforação da Consciência através da transmutação do Ser, enquanto a lei kármica envereda pela transformação por meio da morte/ reencarnação (ressurreição para os cristão.)
    Na verdade ambos processos se complementam, com a Experiência adquirida na roda do karma culminando na plena transmutação do Eu.
    Importante observar que a Iluminação não leva ao findar na dor, mas sim da ilusão.

    1. Confusão
       

      Não confundir reencarnação com a ressurreição do corpo. Na reencarnação, a alma, após a morte, migra para um outro corpo de carne mortal, de carne pecaminosa, que é gerado no ventre da mãe e nasce no parto, e assim sucessivamente, morte e reencarnação, morte e reencarnação, algo que o mestre da lei Nicodemos pensava que seria quando indagou Jesus a respeito do nascer de novo para entrar no reino de Deus (Evangelho de João, capítulo 3). A ressurreição é outra coisa totalmente diferente, ocorre após a morte uma única vez do homem pecador, porém redimido pelo sangue do Cordeiro, e é o ressurgimento da alma transformada em um outro corpo, mas desta vez transfigurado, ressurreto, pronto, glorioso, sem pecado, imortal. Além disso, o Evangelho também atesta que por ocasião da volta do Senhor quem morreu em Crsito ressuscitará primeiro, e quem estiver vivo será transfigurado instantaneamente, transformado em vida, não verá a morte. Esta é a primeirra ressurreição. A Escritura também fala de uma segunda ressurreição, conhecida como a resssurreição do Juízo.

         

  3. Equívocos sobre o tema

    Sou praticante budista a 20 anos e vejo vários erros de compreensão sobre o budismo, sinal que o autor olha de maneira mais superficial possível ao mesmo tempo que crê conseguir explica-lo.

    O budismo tem uma base de pensamento, mas em cada país que se instala aceita e mescla de boa parte dos pensamentos locais. No Tibet, Dalai Lama tem seu médium, como existem sacerdotes bonpos que também dizem se comunicar com espíritos.  No Japão há relatos de monges budistas falando de espíritos, em mistura ao xintoísmo local, na China também é comum a prática de oráculos espirituais em meio à tradição budista ao Taoísmo. Assim, apesar do budismo em si não afirmar a existência de espíritos, em tese também não o rechaçaria.

    Infelizmente dizer que Buda não explica a não existência do eu é uma ignorância, pois qualquer mestre, lama em palestras ou livros falam sobre o assunto até a exaustão.  Para o budismo não existe separação ocidental entre ontologia, percepção, epistemologia e lógica. Assim, quando se fala em não-eu se agrega um aspecto mental-existencial-lógico para a questão que é inseparável e o ocidental não consegue entender, pois está preso ainda há essas “caixinhas”.

    Em relação ao budismo “não separar mente, consciência e eu” demonstra outro erro grosseiro, pelo contrário, é outro tema que estuda até a exaustão.

    Outra ideia simplista sobre o budismo é acreditar que o budismo é como o cristianismo, limitado a textos sagrados antigos sem nenhuma variação. Até porque o praticante budista não se desenvolve lendo, mas praticando massivamente para alcançar qualquer realização. Assim, é uma tradição viva, já que nesses 2.500 anos existiram muitos mestres que a desenvolvem e aprofundam, cada um a sua maneira, baseados nas suas experiências contemplativas. Desde então, dezenas de Escolas se formaram de modo muito rico e diversificado.

    Você afirmar que “a grande solução é mentalizar Eu Sou para entender o que é meditar” é um grande equivoco, sabendo que milhares de mestres ao longo de milênios que dedicaram suas vidas inteiras a prática de meditação e chegaram a conclusões opostas a sua, como se todos esses não soubessem meditar.

    Peço que se aprofunde mais o budismo antes de escrever sobre ele, pois demonstra que não o conhece. Sugiro que leia sobre vacuidade, luminosidade, originação interdependente. Se aprofunde em Nagarjuna, Dogen, Shantideva, Milarepa, Atisha, Suzuki para começar a entender um pouco mais e como se desenvolveu o budismo e como é muito mais profundo do que você acredita que seja.

    1. Complementação: mais bibliografia e sobre “universalismos”

      Para quem quiser uma bibliografia mais específica, existe no budismo Vrajnayana um livro sobre o pós-morte e explica a transmigração entre renascimentos, Livro Tibetano dos Mortos.

      Já que o budismo foi criado em meio aos hinduísmos, uma parte do budismo absorveu da tradição hindu a ideia dos 6 reinos, sendo que alguns interpretam somente como estados mentais e outros como a existência de outros planos espirituais. Os reinos dos infernos e dos fantasmas famintos lembram os umbrais espíritas, existe alguma explicação sobre os 6 reinos no livro A Roda da Vida, de Padma Samten.

      Vejo que o autor quer criar uma teoria universalista com base principalmente na Grande Fraternidade Branca, uma religião de origem americana criada em meados do século 20. Mas sugiro que se de fato quer formular mais um dos “universalismos”, não existe nenhum atalho. Não adianta ir em uma religião que olha todas as outras de forma superficial com o filtro do que ela já acredita. Para tentar achar um “universalismo” só existe uma forma: frequente o máximo de tradições e se aprofunde o máximo possível nelas, tentando as entender pelos ensinamentos delas, não sobre o que você já acredita, pois senão será superficial e unilateral.

  4. (o Saint Germain que

    (o Saint Germain que conversou com Maria Antonieta era um general.  O outro, o mistico-religioso,  eh do Seculo 7, salvo engano)

  5. a realidade dos desejos…

    principalmente para os que pensam que a comunicação pode facilitar tratamentos, que até certo ponto facilita mesmo, mas, a meu ver, mais iludindo temporariamente do que curando definitivamente……………………………..

    para a realidade das doenças, seguindo por este caminho, acredito que não cabe resolução racional, nada externo ou nada circunstancial…………………………….se comunicar com doentes só traz alívio………………………………………………….e logo após o alivio todos se fecham iludidos,

    o que dificulta em muito o trabalho dos que se apresentam para estudar a doença e não o doente

    pior é que precisam disso para seus milagres, os que mais atrapalham do que colaboram para o……….”despertar”

    o centro da vida é de dentro pra fora………………………………………………………

    o que me leva a crer, até aqui, que é preciso estar aberto para saída e não para entrada

    fugindo um pouco do tema princiapal já que falaram de comunicação entre encarnados e desencarnados

    1. em tempo…

      segundo os peregrinos, a realidade dos desejos torna o ser enraizado…………………………………………….

      e nem os desencarnados podem fazer alguma coisa por este tipo de ser

      1. perceberam?

        trazendo para a realidade da vida de hoje em dia, torna multinacional……………………………….

        e não multirracial……………………………………………e pensar que foi como tudo começou, coexistência ao natural

        deve ser por isso que seres de outras “existências”, muito mais elevadas que a nossa digamos assim, fazem questão de não se comunicarem com ninguém daqui

        meditem pois para se aproximarem deles o máximo permitido, mas não por eles, pasmem, por vocês mesmos

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