Morte de jovens negros expõe racismo da sociedade, diz diretor da Anistia Internacional

Da Agência Brasil

O assassinato de jovens negros na periferia das cidades expõe o racismo e a violência da sociedade brasileira, afirmou o diretor executivo da Anistia Internacional, Átila Roque. A organização destaca que, segundo dados do Mapa da Violência 2012, dos 56 mil assassinatos registrados no país, 30 mil são de jovens entre 15 e 29 anos. Destes, 77% são negros.

Segundo Roque, a violência sempre teve papel-chave na busca da ordem pelo Estado e está profundamente arraigada na forma como a sociedade distribui o poder. Ele disse que, apesar de o Brasil não se ver como um país racista, a cor influencia no tratamento que se dá ao cidadão. “O Estado, que detém o monopólio da força, acaba sendo violador de direitos e abusa da força letal”, disse o diretor em debate feito na Matilha Cultural, na capital paulista.

Para Átila Roque, não há solução mágica para a segurança pública no país. É preciso primeiro quebrar o ciclo de impunidade e romper com a lógica da guerra, na qual a busca é por eliminar o inimigo.

A fundadora do Movimento Mães de Maio, Débora Maria, lamentou a criminalização dos jovens e criticou a tentativa de se legitimar mortes com o argumento de que a vítima tinha passagem pela polícia. Ela, que teve o filho assassinado em maio de 2006, disse que basta ser pobre e morar na periferia para morrer.

A defensora pública Daniela Skromov Albuquerque afirmou que as mortes causadas por policiais militares costumam ter um roteiro padronizado, em que o suspeito atira e o policial reage em legítima defesa. Ela ressaltou que uma função da Polícia Militar é preservar a vida.

Daniela lembrou que muitos casos registrados como morte decorrente de intervenção policial, conhecidos como auto de resistência, trazem múltiplos disparos de arma de fogo em regiões vitais, muitas vezes nas costas, e sem registro de policiais feridos ou viaturas atingidas, o que eliminaria uma versão de confronto ou troca de tiros. Ela disse ainda que a falta de depoimentos de testemunhas e cenas de crimes alteradas prejudicam as investigações e dificultam as punições

Redação

6 Comentários

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  1. Quem tem o “racismo” como NEGÓCIO, acha racismo em tudo!

    Não se nega a desigualdade de oportunidades, a discriminação econômica, o impacto social da falta de Estado nas periferias e nem os guetos que estão sendo formados e fermentando pelos centros e pelos cantos regados a violência e despreparo dos que teriam a responsabilidade direta de cuidar desse povo…

    Mas morrem porque estão ali, postos à margem, descuidados de tudo e por todos, não porque são “pretos”, sim porque são pobres. Não importa se são “trabalhadores”, “pais de família” (ou mães), brancos, amarelos, vermelhos, pretos ou azuis… morrem porque são pobres e porque o Estado só os considera cidadãos na hora do voto.

    1. Democrata racial

      Democrata racial legítimo, só que um tanto quanto obsoleto, nada ingênuo, entretanto, como o universalismo europeu do século XIX, que formou as consciências libertárias do (breve) século XX, mas soçobrou no realismo trágico, enquanto a fraternidade deixou de ser vemelha, a fraternidade azul e a liberdade branca, mas o sufo continuou preto, ou quase…

  2. Mais um texto

    Mais um texto racialistas.

    Mortes por si mesmas são lamentaveis não há razão alguma para definir isso como sendo de Negros.

    Primeiro pq o criterio para definir como negro as tais vitimas é inevitavelmente em sua maior parte subjetivo.

    Segundo que deve ser levado em conta que muitas das vitimas ” definidas como negros ” são mortas por outros jovens que tambem dentro desse criterio podem ser ” negros “

    Terceiro que há pesquisas para todos os gostos e sem que seja declarada a metodologia ela não quer dizer nada.

    e Quarto se as mortes sao feitas por agentes do estado eles tambem se enquadram em sua maioria como ” afrodescendetnes “

    Logo esse tipo de texto é falacioso e tem como objetivo apenas legitimar uma plataforma demagogo no trato com algo serio… 

  3. Sempre desconfie das reais

    Sempre desconfie das reais intenções de quem vive do ativismo.

    O ativista vive em função de faturar politicamente com a tragédia dos miseráveis.

    Não é em nome do interesse coletivo, mas do alpinismo politico pessoal, sobe na hierarquia da politica pisando em cadáveres.

    Ativista é um necromancer.

     

     

     

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