Familiares de Paulo Roberto Pereira Marques buscando respostas para o seu desaparecimento no Araguaia – Foto: Arquivo/Reprodução
Jornal GGN – A Comissão Especial sobre Mortos e Desparecidos Políticos (CEMDP), que tem como presidente a procuradora federal dos Direitos do Cidadão adjunta, Eugênia Augusta Gonzaga, e como membro, o procurador da República, Ivan Marx, realiza nesta semana, entre os dias 16 e 20 de julho, expedição à região do Araguaia. Na ocasião, serão feitas atividades de escavação, de reconhecimento e de georreferenciamento de possíveis novos pontos inumação de desaparecidos políticos, bem como oitivas de testemunhas e visitas a locais de memória.
A expedição teve seu planejamento autorizado durante a 77ª reunião ordinária da CEMDP e conta com o apoio dos Ministérios de Direitos Humanos e da Defesa, da Procuradoria da República no Município de Marabá (PA), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), da Secretaria de Segurança Pública e Pericia Oficial do Estado do Pará, além de vários outros órgãos que cederam profissionais especializados.
Os convites a familiares, pedidos de apoios locais e toda a estrutura necessária para as atividades foram providenciados pela Coordenação-Geral de Direito a Memória e Verdade e de Apoio à CEMDP, da Secretaria Nacional de Cidadania (SNC/MDH), que estará representada na expedição pela Coordenadora Geral, Amarillis Bush Tavares, e pela historiadora, Ana Paula Franco. A equipe técnica será composta pelo médico-perito, Dr. Samuel Ferreira, coordenador científico da CEMDP e do Grupo de Trabalho Perus (GTP) – fruto de parceria entre o Município de São Paulo, o Ministério de Direitos Humanos e a Universidade Federal do Estado de São Paulo; pelas consultoras PNUD, também integrantes do GTP, Mariana Inglez e Ana Paula Velloso; por geofísicos, perito forenses, professores da Unifesspa e familiares dos desaparecidos políticos abaixo indicados.
Antônio Teodoro de Castro, Raul
– Nascido em 12 de abril de 1945, na cidade de Itapipoca-CE;
– Estudante de Farmácia na UFRJ;
– Na guerrilha, integrou o Destacamento B;
– Foi considerado desaparecido político pelo Anexo I da Lei 9.140, de 1995;
– Seu nome está entre os 62 nomes de pessoas desaparecidas contempladas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou o Brasil no ano de 2010 no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”);
– Por meio da Lei no 9.497, de 20 de novembro de 1997, tornou-se nome de rua na cidade de Campinas (SP). Também dá nome a uma rua na cidade de São Paulo (SP), por meio do Decreto no 31.804, de 26 de junho de 1992;
– Suas irmãs mais novas, Maria Eliana de Castro Pinheiro e Maria Merces Pinto de Castro, realizam pesquisas e buscas no Araguaia há anos e estarão presentes durante a primeira expedição de 2018.
Dinaelza Coqueiro, “Mariadina”
– Formada em Geografia pela Universidade Católica de Salvador, e participante da comissão executiva do Diretório Central dos Estudantes (DCE) dessa instituição, trabalhou na empresa aérea Sadia (posteriormente renomeada para Transbrasil);
– Foi casada com Vandick Reidner Pereira Coqueiro (João do B);
– Durante a guerrilha, viveu na região de Gameleira;
– Foi considerada desaparecida política pelo Anexo I da Lei 9.140, de 1995;
– Seu nome está entre os 62 nomes de pessoas desaparecidas contempladas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou o Brasil no ano de 2010 no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”);
– Por meio da Lei no 9.497, de 20 de novembro de 1997, foi nomeada uma rua em sua homenagem na cidade de Campinas. Dinaelza também dá nome à rua na cidade de São Paulo, segundo o Decreto no 31.804, de 26 de junho de 1992;
– Sua irmã, Diva Santana, é atualmente representante na CEMDP e assim como as irmãs Castro também tem investigado o paradeiro de sua irmã e demais pessoas desaparecidas ao longo das décadas, e acompanhará a primeira expedição de 2018.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.