Novas ‘Cracolândias’ surgiram por toda SP, diz Prefeitura

Dependentes químicos adotaram avenidas na Zona Sul e Oeste como novos pontos; em 2024, foram apreendidas 4,6 toneladas da droga no Estado

Uma atualização recente do painel de monitoramento da Prefeitura de São Paulo informa que a Cracolândia teve uma diminuição significativa em 2024. O “fluxo”, muito conhecido tanto entre os moradores da região quanto de fora, levava esse nome por ser um dos principais pontos onde usuários de drogas de concentravam para o uso.

De acordo com o painel, o número de pessoas que ficavam na Rua dos Protestantes, no período da manhã caiu de 511, em 2023, para 144, em 2024. Já à tarde e à noite, a média caiu de 467 para 149 pessoas.

Mesmo com esse ponto positivo anunciado, foi afirmado que houve um crescimento de aglomerações em outras regiões da capital paulista. 

A Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul da capital, e a Rua Doutor Avelino Chaves, na Vila Leopoldina, Zona Oeste, são exemplos de novos pontos adotados pelos dependentes químicos.

Tendo em vista as novas informações, o diretor do HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas, Quirino Cordeiro, observa que não houve a diminuição de usuários.

“Essa tem sido uma constância no serviço, ou seja, temos atendido cada vez mais pacientes com dependência química e que estão em situação de rua aqui na região central de São Paulo”, ressalta Quirino, em entrevista ao portal G1.

A afirmação vem ao encontro dos resultados de apreensões de crack na região. No ano de 2024, o Estado de São Paulo registrou o recorde de 4,6 toneladas da droga apreendidas entre janeiro e novembro.

Fator histórico

A Cracolândia vem sendo um alvo firme de diversas operações policiais dentre os últimos tempos, mesmo esse sendo um problema que vem se perpetuando há muitas décadas, além de ser um dos pontos que os políticos usam em suas promessas.

O atual governador do Estado de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) não foi diferente e em sua primeira entrevista após tomar posse do cargo em 2023, chegou a declarar por um fim na Cracolândia.

“A gente está conversando com a prefeitura e estaremos alinhados para dar efetividade para, por exemplo, dar habitação, fazer tratamento e tirar as pessoas das ruas dentro de uma lógica de confiança”, afirmou ele.

Meses mais tarde, o governador mudou completamente seu discurso, preferindo “transferir o fluxo” para a região do Bom Retiro, também no Centro, onde fica o Complexo Prates com serviços públicos de atendimento a usuários de drogas.

“Não é simplesmente levar o fluxo e ter cena aberta de uso em outro canto da cidade. Não é isso”, disse. “Eu tenho que levar as pessoas onde eu possa ter uma abordagem mais qualificada, onde eu possa ter mais êxito e tirar mais pessoas da rua. A ideia é levar as pessoas ao local onde eu tenha mais condições de fazer essa abordagem”.

A medida foi deixada de lado após comerciantes e moradores da região realizarem protestos sobre a ação, fazendo o governo desistir. 

A última medida imposta foi em junho de 2024, quando a prefeitura e o governo instalaram grades na Rua dos Protestantes para delimitar o espaço dos usuários de drogas.

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2 Comentários

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  1. E questão de saúde pública pessoas dependente químico! Ou seja tem que haver a construção de Hospitais em regiões estratégicas e a retirada deles das ruas e cada pessoa ser analisada por um médico psiquiátrico e encaminhar a internação e recuperação desta pessoa juntamente com psicólogos e parceira com Igreja evangélica entre outras! Não se pode mais ignorar estas pessoas que estão dominadas pelas drogas e o crime organizado!

    1. Caso se faça tudo isso e não se abra perspectiva para o dependente, ele retornará em pouco tempo.
      Sem estudo, sem lazer, sem diversão, sem trabalho e sem futuro, o ser humano vai fazer o que?
      Caso se dê perspectiva aos dependentes, eles não necessitam de psicólogos e muito menos de “pequenas igrejas, grandes negócios”.

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