Símbolo da ditadura militar, Major Curió morre aos 87 anos

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Símbolo da repressão da ditadura militar na Amazônia, militar combateu a Guerrilha do Araguaia na década de 70

Reprodução/Facebook

Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o Major Curió, morreu aos 87 anos na madrugada desta quarta-feira (17) em hospital particular de Brasília, onde sofreu sepse e falência múltipla de órgãos.

Símbolo da repressão da ditadura militar na Amazônia, Curió foi agente do Centro de Inteligência do Exército (CIE), liderou tropas contra garimpeiros na Serra Pelada (PA) e combateu a Guerrilha do Araguaia (AM) entre os anos 1960 e 1970. A operação deixou 41 mortos.

O agente inclusive nomeou o município que abriga o local explorado por garimpeiros como Curionópolis.

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Anos 1990

Após a redemocratização, Curió protagonizou outro episódio na política brasileira. O Major gravou e divulgou conversas com o empresário Paulo César Farias, envolvendo doações à campanha do então presidente Fernando Collor, em 1990.

Três anos depois, o militar supostamente se envolveu no homicídio do jovem Laércio Xavier da Silva e na lesão corporal de Leonardo Xavier, ocorrido em uma chácara no Distrito Federal. Ele foi absolvido pela Justiça, em um processo tratado como se ele ainda estivesse atuando no rio Araguaia.

Encontro com Bolsonaro

Em maio de 2020, Major Curió se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Na ocasião, a pandemia de covid-19 já era preocupação sanitária global.

Apesar de público, a reunião com o mandatário não constava na agenda oficial e teve tom informal.

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