
Um dos grandes desperdícios da administração pública brasileira é a pouca flexibilidade de interação entre os diversos setores do Estado. Em geral, cada setor é uma ilha.
Em seu tempo de Ministro da Administração Federal e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser-Pereira tomou algumas decisões relevantes, mas que não tiveram seguimento.
Uma delas foi o Conselho da Reforma do Estado, que não andou. Outra foi a criação do Prêmio de Qualidade do Setor Público, que mobilizou toda a área pública, da Conab às Forças Armadas.
Ele me convidou para ambos. Não aceitei o da Reforma do Estado, aceitei o do Prêmio Qualidade. Lá, havia a presença relevante de Jorge Gerdau que, a partir do programa, conseguiu a criação do Movimento Brasil Competitivo, para levar gestão ao setor público.
Desde aqueles tempos, ficou claro para mim que um dos grandes instrumentos de gestão de políticas públicas seria a ação coordenada dos diversos atores públicos.
Bresser criou a figura do gestor público justamente para permitir a montagem dessas parcerias. A primeira experiência foi no programa Avança Brasil, conduzido por José Silveira, visando criar zonas de crescimento em diversos pontos da fronteira brasileira. Mas o programa esbarrou nas características políticas do Estado. Um gerente não tinha ascendência sobre Ministros. E a implementação de programas interestaduais esbarrava no controle geográfico dos estados pelos governos estaduais.
Naquele período, dava para vislumbrar o enorme potencial dos trabalhos coordenados – especialmente entre organizações públicas de alcance nacional.
Naquele período, o país vivia um estrangulamento externo, pós-Plano Real. Havia a necessidade premente de fortalecer o setor exportador. Ao mesmo tempo, as novas formas de transporte abriram espaço para novos traders, em geral pequenas empresas que saíam a campo prospectando mercados para produtos específicos.
Por aqueles dias, começava a tomar corpo no comércio mundial as empresas de encomendas expressas. A primeira delas, a Fedex, anunciou seu interesse em entrar no Brasil e montar uma parceria com os Correios.
Ocorreu-me, então, montar um projeto que chamei de Exporta Brasil. Consistia em um portal onde haveria salas para gerentes do Banco do Brasil e do BNDES orientando os exportadores.
O primeiro passo seria o Ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, negociar com a Fedex. Em troca da parceria, ela abriria seu banco de dados internacional para a recém-criada Apex (Agência de Promoção das Exportações) e para os Correios.
Caberia ao Banco do Brasil se valer de sua rede nacional para identificar clientes na ponta, pequenas e médias empresas com produtos com potencial exportador. Finalmente, a estratégia seria definida pela Apex.
O BB, através de seu presidente Paulo César Ximenes, topou na hora. Apresentei o projeto para o recém-nomeado diretor da Apex, um diplomata. Um mês depois fui a Brasília para saber se o projeto andou. Ele se limitou a me mostrar um projeto que ELE bolara – que vinha a ser o meu. Mas não deu um passo para concretizar.
Tempos depois, o embaixador Sérgio Amaral assumiu o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e me convidou para um almoço – para me mostrar os projetos da pasta.
Mostrou vários e, finalmente, me falou de um pelo qual ele tinha uma especial predileção. Era o meu projeto. E ele: “E você não sabe a coincidência. Fomos registrar o domínio, e já estava registrado em seu nome”.
O projeto nunca saiu do papel.
Agora, há a possibilidade da montagem de um grande projeto para Pequenas e Médias Empresas, os Arranjos Produtivos Digitais, valendo-se da âncora da distribuição dos Correios.
Basta só imaginação criadora e algum Ministro com iniciativa para chamar a si a coordenação do projeto.
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2022 – Lula eleito, o governo de transição se reunia nas dependências do CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, para montagem dos ministérios, com blocos temáticos para Educação, Saúde, etc. Em jogo, cobiçadíssimos ministérios. E a figueira das vaidades. Briga de foice no escuro, portanto.
Por volta de novembro, A Lili Cantanhede postou no Twitter que se alguém entrasse ali e gritasse Ministro!!, ao menos 30 se levantavam – aqui, chamou, pois não! Errou por 10.
É assombroso como pessoas assumem cargos públicos para os quais não estão minimamente preparadas. Some-se ainda a imposição de abrigar no governo o que há de pior no país, para assegurar a governabilidade. Daí é o que se vê atualmente.
Os escolhidos têm interesses políticos nos SEUS estados (bases eleitorais), exemplo do Paulo Pimenta (RS), Camilo Santana (CE), Ruim Costa (BA), estão em campanha permanente para os seus estados. O país? Ora, que se dane. Não há interesse.
Veja os nomes do passado que o Nassif citou (Bresser, Ximenes) e compare com os atuais. Não pode dar certo, não tem como, a mediocridade – para ser bonzinho – grassa na Esplanada.
“Desde aqueles tempos, ficou claro para mim que um dos grandes instrumentos de gestão de políticas públicas seria a ação coordenada dos diversos atores públicos.”
Acrescente-se a total falta de uma coordenação dos ministros, atribuição que deveria ser exercida pelo Ruim Costa. A CEO do banco que um dia foi público está com a cabeça no reajuste do próprio salário em módicos 100%, para ficar “em linha com O Mercado. “Apoiar MPE? Não sei, do que se trata?”
“Basta só imaginação criadora e algum Ministro com iniciativa para chamar a si a coordenação do projeto.”
O (des)governo de Ximenes e Bresser (e Gustavo Franco, Armínio Fraga, Pérsio Arida, José Serra, Pedros Malan e Parente) produziu recessão em praticamente todos os anos de mandato. Quebrou o país não sei quantas vezes (95, 97, 98, 99, 2001). Pior que ele, só os desgoverno do golpista e do inelegível. Entregou um país quebrado, com inflação crescente (anualizada em 26%), dólar nas alturas e empresas diversas inviabilizadas, como o grupo Globo, o grupo Folha da Manhã e tantos outros que fizeram seus investimentos baseados na paridade do dólar. Rui Costa é péssimo, sem dúvida, mas, ainda assim, é léguas astronômicas superior a qualquer ministro da Casa Civil de BHC, seja Clóvis Carvalho ou Pedro Parente.
https://www.youtube.com/watch?v=W6stbWut_nk
Maiscorreios o marketplace dos Correios voltado para pequenas e micros empresas
https://blog.correios.com.br/tag/mais-correios/
globo
Dia 10 de Abril de 2025
O atual secretário de segurança pública não entende de segurança pública.
Este cara quer câmera.
Eu proibo câmera.
Este cara quer fiscalização eletrônica.
Eu proibo fiscalização eletrônica.
Este cara quer quebra-molas.
Eu proibo quebra-molas.
Redutor de cimento.
Este cara quer favela.
Eu proibo favela.
Círculo
Este cara é terrorista.
É muita instabilidade.
O atual secretário de segurança pública ofende a Razão.
O atual secretário de segurança pública é criminoso.
Polícia militar
O termo militar na polícia é um erro do estado.
O policial militar não é militar.
A polícia militar é simpatizante com o político.
A polícia militar é simpatizante com o favelado.
Foi a escolha que a polícia militar fez.
A nova polícia deverá ter uma graduação.
plano estratégico do rio
autoridades se reúnem com a sociedade civil para discutir propostas
autoridade
sociedade civil
Ironizar
Não sou civil.
Cidadão