
A Secretaria de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Casa Civil da Presidência apresentou, na noite desta terça-feira (18), um parecer favorável a um ofício da Câmara dos Deputados, que qualifica os líderes das bancadas como os solicitantes de um lista emendas de comissão, que alteram o destino de parte de um montante de R$ 4,2 bilhões, que já estavam previstos no orçamento 2024.
Na prática, o aval do governo não se opõe à execução dos recursos somente com a assinatura do líder partidário. Contudo, como já visto em casos anteriores, a ação pode fazer com que os reais parlamentares por trás da solicitação fiquem ocultos, o que vai na contramão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) – que determinou mecanismos de transparência e rastreabilidade para a liberação das emendas.
Além disso, a relação de cinco mil indicações de emendas na modalidade RP8 encaminhada ao governo, na semana passada, também indica que ao menos R$ 180 milhões do montante são referentes a “novas indicações”, sendo que cerca de 40% devem ser direcionados ao estado de Alagoas, reduto eleitoral do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Inclusive, no mesmo dia que o ofício foi enviado ao governo federal, Lira suspendeu as reuniões das comissões da Casa, sendo que esta modalidade de emenda em questão necessita ser referendada pelos colegiados, o que não irá ocorrer.
A lista assinada por 17 líderes de bancadas, então, chegou à Casa Civil e à Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Uma consulta foi feita à SAJ, que afirmou que o ofício atende os requisitos necessários para liberação, mas que caberá aos ministérios a análise documental antes de autorizar o pagamento das emendas.
Em relação as exigências do STF, a secretaria argumenta que a “mercê da necessidade de que a execução das emendas parlamentares pressuponha a transparência e ‘a obrigatoriedade da divulgação de informações completas, precisas, claras e sinceras’, não se pode presumir que os parlamentares signatários não sejam os efetivos solicitantes das emendas RP8”.
Vale ressaltar que os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Rui Costa, da Casa Civil, passaram a articular a liberação das emendas mediante aprovação do novo pacote de ajuste fiscal, antes recesso parlamentar do Congresso.
Com informações da Folha de S. Paulo e O Globo.
Leia também:
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
princípios constitucionais da administraçao publica: legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade e eficiêencia. nada mais e é simples, diria Lima Barreto, mas…
… após a farra do orçamento clandestino, oculto, corrupto nos tristes anos com o inelegível…
apenas um exemplo da continuidade destrutiva deixada por aqueles que estiveram nos cargos executivos e legislativos desde 2018. muitos continuam.
Favorecer grupos que são contra o governo para aprovar um projeto contra o povo. Quem questionar e fascista!!
O que é honesto não requer sigilo, e projetos que beneficiam o povo (e com sinceridade, não sei se é o caso do que está em discussão no congresso) não deverão se curvar a chantagens para obter aprovações.
O que me causa espécie, é a dificuldade em identificar aqueles que estão lucrando violentamente (que vai além do lucro financeiro) com esta crise, está serpente, parida pelo último chefe do banco central.