Em dez anos, patrimônio de deputado aumentou de R$ 10 mil para R$ 1,7 milhão fora imóveis que, junto com os dos três filhos políticos, somam R$ 15 milhões em áreas valorizadas do Rio
Jornal GGN – Em dez anos o patrimônio do deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e dos três filhos que exercem mandato político multiplicou sem acompanhar, em lógica, os honorários que vêm recebendo no Legislativo. O levantamento foi feito pela Folha de S.Paulo em cartórios do Rio de Janeiro. Em 1988, quando iniciou a vida política, Bolsonaro declarou que tinha dois lotes de terra em Resende (interior do Rio), uma moto e um Fiat Panorama que davam algo em torno de R$ 10 mil em dinheiro atualizado.
Hoje, como consta na Justiça Eleitoral e em cartórios, os bens do deputado incluem aplicações financeiras, um jet-ski e carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, totalizando R$ 1,7 milhão. Além disso, Bolsonaro e os três filhos políticos são hoje donos de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, boa parte em pontos valorizados do Rio, como Urca e Barra da Tijuca.
O que mais chama atenção é uma casa em condomínio à beira-mar na Barra adquirida pelo deputado com um prejuízo de R$ 180 mil para a ex-proprietária trazendo suspeitas de lavagem de dinheiro, considerando critérios do Coaf (Ministério da Fazenda) e do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci). Acompanhe a matéria a seguir.
RANIER BRAGON
CAMILA MATTOSO
DE BRASÍLIA
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
O deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e seus três filhos que exercem mandato são donos de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, a maioria em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.
Levantamento feito pela Folha em cartórios identificou que os principais apartamentos e casas, comprados nos últimos dez anos, registram preço de aquisição bem abaixo da avaliação da Prefeitura do Rio à época.
Em um dos casos, a ex-proprietária vendeu uma casa em condomínio à beira-mar na Barra a Bolsonaro com prejuízo –pelo menos no papel– de R$ 180 mil em relação ao que havia pago quatro meses antes.
O filho mais velho do presidenciável, Flávio, deputado estadual no Rio de Janeiro, negociou 19 imóveis nos últimos 13 anos.
Os bens dos Bolsonaro incluem ainda carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão, como consta na Justiça Eleitoral e em cartórios.
Quando entrou na política, em 1988, Bolsonaro declarava ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor em Resende, no interior no Rio –valendo pouco mais de R$ 10 mil em dinheiro atual. Desde então, sua única profissão é a política. Já são sete mandatos como deputado federal.
Bolsonaro, 62, tem duas ex-mulheres (está no terceiro casamento) e cinco filhos. Três são políticos: além de Flávio, Carlos (vereador no Rio desde 2001) e Eduardo (deputado federal desde 2015). Ao todo, os quatro disputaram 19 eleições.
Eles apresentam, como o pai, evolução patrimonial acelerada. Com exceção de uma recente sociedade de Flávio em um loja de chocolates, todos se dedicam agora só à atividade política.
Até 2008, a família declarava à Justiça Eleitoral bens em torno de R$ 1 milhão, o que incluía apenas 3 dos atuais 13 imóveis. As principais aquisições ocorreram nos últimos dez anos.
As duas principais casas do patrimônio de Bolsonaro ficam em um condomínio à beira-mar na Barra, na avenida Lúcio Costa, um dos pontos mais valorizados do Rio.
Segundo documentos oficiais, ele adquiriu uma por R$ 400 mil em 2009 e outra por R$ 500 mil em 2012.
Hoje o preço de mercado das duas juntas é de pelo menos R$ 5 milhões, de acordo com cinco escritórios imobiliários da região consultados pela Folha. Ou seja, teriam tido valorização de pelo menos 450% no período.
À época, a prefeitura já avaliava o preço das casas muito acima, no cálculo para o imposto de transmissão de bem. Para a de R$ 400 mil, R$ 1,06 milhão. Para a de R$ 500 mil, R$ 2,23 milhões.
Sem ser informado do caso específico, o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio, Manoel Maia, afirmou que conhece o condomínio de Bolsonaro e que o preço das casas no local não teve variação significativa nos últimos oito anos. “Talvez não tenha valorizado quase nada.”
Já levantamento do Secovi-RJ (sindicato das empresas do ramo imobiliário) aponta que houve valorização, mas muito abaixo de 450% –alta de 63% de 2011 até agora.
SUSPEITA
As transações que resultaram na compra da casa em que Bolsonaro vive, na Barra, têm, em tese, indícios de uma operação suspeita de lavagem de dinheiro, segundo os critérios do Coaf (Ministério da Fazenda) e do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci).
A Comunicativa-2003 Eventos, Promoções e Participações adquiriu a casa em setembro de 2008 por R$ 580 mil. A responsável pela empresa, Marta Xavier Maia, disse à Folha que comprou o imóvel num estado ruim, reformou-o e vendeu-o para o deputado quatro meses depois, com redução de 31%.
Ela afirmou que decidiu ter prejuízo porque precisava dos recursos para adquirir outro imóvel.
O Cofeci aponta que configura ter “sérios indícios” de lavagem de dinheiro operação na qual há “aparente aumento ou diminuição injustificada do valor do imóvel” e “cujo valor em contrato se mostre divergente da base de cálculo do ITBI”, o imposto cobrado pelas prefeituras. Desde 2014, operações do tipo devem ser comunicadas ao Coaf –a unidade que detecta operações irregulares no sistema financeiro.
No mercado, é comum a prática irregular de colocar na escritura valor abaixo do real, com o objetivo de driblar o imposto de lucro imobiliário. Desta forma, registra-se um valor de aquisição menor, com pagamento por fora. Outra intenção da fraude é fazer com que o comprador não oficialize um aumento patrimonial incompatível com seus vencimentos. O Coaf não se pronuncia sobre comunicações recebidas, por questões de sigilo legal.
O presidenciável recebe hoje salário bruto de R$ 33,7 mil como parlamentar (líquido de R$ 24 mil), além de soldo –segundo o Exército, um capitão da reserva na situação de Bolsonaro recebe cerca de R$ 5.600 brutos.
O valor real dos imóveis de toda a família –cinco em nome de Jair Bolsonaro, três de Carlos, dois de Eduardo e três de Flávio –representa cerca do triplo do que a família declarou à Justiça. Não há ilegalidade. A lei exige apenas o informe de bens.
OUTRO LADO
A Folha procurou Bolsonaro e seus três filhos desde a tarde de quinta-feira (4) e encaminhou 32 perguntas para as assessorias dos quatro.
Apenas as de Flávio e Carlos responderam, mas de forma genérica.
Flávio afirmou que estava em viagem ao exterior e que ficaria à disposição quando retornar ao Rio, dia 17.
A assessoria de Carlos disse que seu patrimônio é modesto e igual há vários anos.
A Folha enviou 13 questionamentos a Jair Bolsonaro, entre os quais se ele considera o patrimônio de sua família compatível com os ganhos de quem se dedica exclusivamente à política. O deputado não respondeu.
Em 2015, a Procuradoria-Geral da República recebeu uma denúncia questionando os valores informados por Bolsonaro em relação às suas duas casas da Barra.
Apenas tendo ouvido a defesa do presidenciável, o então procurador-geral, Rodrigo Janot, mandou arquivar o expediente dizendo que valores eram os mesmos do Imposto de Renda. Janot alegou se tratar de denúncia anônima sem “elementos indiciários mínimos” de ilícito.
A advogada Marta Maia, dona da empresa que vendeu com deságio a casa de Bolsonaro, negou irregularidades.
“Foi tudo feito com depósito em conta”, disse. Ela afirmou que revendeu o imóvel com prejuízo de R$ 180 mil porque tinha interesse em outro. “Meu negócio é esse. Pegar uma casa em condições ruins, reformar e revender.”
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Vai ser muito difícil o uol
Vai ser muito difícil o uol ajudar o Alckmin. 90% dos comentários lá à favor do boçalnato e acusando o portal de estar a serviço do PT.
Começa agora a “vir ao caso”?
O Bolsonaro não é pouca coisa, possui um “treze-plex”
Para quem não manja de economia, nada mal. Bolso raso é que não
E é esperto o rapaz. Nos tempos de estouro no valor de imóveis ainda consegue altos descontos nas compras, está perdendo tempo no congresso.
Prezado Mouro
Bom dia
Como
Prezado Mouro
Bom dia
Como escrevi outrora, essa figura não será candidato, o que é uma tragédia, pois eleições sem ele também será uma fraude !!!
Abração
E acho um erro os blogs
E acho um erro os blogs progressistas como este dar moral pra folha replicando este tipo de notícia, que todos nós sabemos só serve pra queimar o filme deste capitão fascista. Escrevo isto pois nós que defendemos a esquerda sabemos exatamente o resultado disto tudo. Golpe, golpe, golpe….
Essa matéria, encomendada, é
Essa matéria, encomendada, é a maior prova de que o verdadeiro candidato da elite paulistana é algum “paulistano”.
O Bolsonaro será “usado”, tão e somente, para tirar votos de Lula. Ele será, no decorrer da campanha, abatido pela própria Direita Brasileira e suas penas amestradas do PIG. Aguardemos!
tem lógica?
“Meu negócio é esse. Pegar uma casa em condições ruins, reformar e revender.”
meu negócio é prejuízo??
Fará isso até quebrar de
Fará isso até quebrar de vez.
depois, viverá do que “lavou” para terceiros.
e as “otoridades” não enxergam um palmo na frente do nariz.
esses – todos – bem que poderiam ser processantes no 4o. de palegre.
haja país de merrecas.
O Fato significativo é a notícia vir da Folha de S Paulo
Os movimentos eleitorais de PSDB e catrefa estão cada vez mais intrigantes ( nos dois sentidos). O PSDB nunca se diz aliado, mas sempre está aliado. E adora se livrar de seus aliados, quando não os acha mais úteis. Assim conviveu até ontem com Temer e com Bolsonaro sem se dizer jamais Bolsonaro. Quando a porta voz do PSDB, (Folha) ataca, isto tem algum significado Mas o PSDB, jamais deixará de estar aliado ao Judiciário. Mas, as entranhas do PSDB também necessitam uma autópsia, pois, Serra não é Alterosa, e Alckmin não é Mercado Publico e FHC é apenas FHC. Dória a quem doer, é também apenas Dória. Mas eu acho que os eleitos serão escolhidos numa reunião no Sirio-Libanês-( o clube não hospital). E por hoje Cassab
Só tem uma explicação: se
Só tem uma explicação: se durante esses 30 anos de parlamentar ele não tenha tocado nos subsidios e sobrevivido só de ventos. E olhe lá!
Atrás de todo moralista sempre há alguma coisa para explicar em termos de imoralidades.
Porque Bolsonaro nem para fascista serve.
Fico impressionado com a leveza e o descompromisso que as pessoas utilizam a palavra fascista para qualificar qualquer tirano ou futuro tirano de tendências criminosas.
Na história da antiguidade vários imperadores, reis ou nobres de qualquer grau apresentaram comportamentos tirânicos e sanguinários e nem por isto qualquer historiador sério (ou mesmo mais ou menos sério) qualificaria estes tiranos de fascistas, não tanto pelo princípio do anacronismo histórico que causaria esta denominação, pois para vencer este erro poderiam se utilizar do termo de protofascista, que apesar de dicionarizado não é uma definição correta e atribuível a qualquer posição sectária e violenta.
Também é possível fazer como o grande mestre italiano, Umberto Eco, criar uma nova denominação o “Ur-Fascismo”, ou “fascismo eterno”, que muitos desavisados confundem com o fascismo. A expressão Ur-fascismo, Humberto Eco, não deixa claro no seu artigo mas parece algo que advém da cidade de Ur, uma das primeiras cidades surgidas na nossa civilização, e talvez (posso estar errado) ele queira caracterizar este tipo de ideologia como algo que sempre existiu.
Na realidade poucos conhecem a estrutura dos movimentos fascistas e ignoram solenemente quais a características dos seus líderes. O movimento fascista, que começa com Mussolini tem características claras que são convenientemente escondidas por muitos para poder, numa preguiça conceitual, empregar a moderna falácia chamada Reductio ad Hitlerum. Esta falácia, sabendo que a figura de Hitler é uma das mais odiadas da história moderna, comparar alguém a um fascista consegue rapidamente a antipatia da imensa maioria dos ouvintes ou leitores.
Porém muitos esquecem que a origem do fascismo, que necessariamente leva a situações odiosas devido as contradições internas da própria ideologia fascista, perpassa meramente a brutalidade e a ideologia do ódio. Fascismo tem alguns elementos básicos, na sua teoria, que alguns deles não são e não podem ser respeitados na prática governante do fascismo, Poderemos enumerá-los:
1) Nacionalismo exacerbado e xenofobia,
2) sistema de partido único e chefe (ou líder) único,
3) uma base popular criada no início por o que se chama o lumpemproletariado,
4) ausência total de uma diretiva jurídica que não seja a criada pelo Líder/partido e, principalmente,
5) o conhecimento da existência da luta de classes, porém a negando como mecanismo de evolução da sociedade e,
6) substituição do Estado na mediação de capital trabalho (eliminação dos sindicatos desvinculados do controle do Estado fascista).
Talvez o maior erro dos que usam vulgarmente o termo fascista é não reconhecerem que a brutalidade do regime, a ode a masculinidade (algo extremamente discutível, pois quem colocou Hitler no poder foi exatamente um homossexual declarado, Ernst Röhm, tem mais influência da estética futurista do que de um machismo ideológico, lembro que o movimento futurista foi iniciado no ano de 1909 pelo poeta italiano Felippo Marinetti.
No manifesto futurista as duas primeiras afirmações do movimento são:
1) Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e do destemor.
2) A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
E a nona proposta ainda mais explícita:
9) Nós queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo – o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.
O fascismo na teoria sempre no início procurou ássar a impressão que era uma ideologia, que com sua intermediação nos conflitos entre empregados e patrão, eliminaria a supremacia dos patrões dobre os empregados e regularia as relações de trabalho. Entretanto o fascismo em todas as suas variáveis conhecidas e identificadas como tal, o fascismo italiano, o alemão, o espanhol, o português ou ainda o curto regime de Vichy na França durante a segunda guerra, nenhum deles sistemas deixaram de reprimir os movimentos reivindicativos dos trabalhadores para satisfazer as oligarquias.
No sentido contrário do que o discurso fascista apregoava, de uma negação ao Liberalismo, o fascismo tendeu mais para um sistema oligárquico em que o domínio da economia era ditado pelos oligarcas associados ao partido único. Os fascistas por uma conveniência política se declaram antiliberais, mas fica claro nas experiências de privatizações de bens públicos italiana e alemã foi utilizada com vigor para bancar os déficits correntes e os esforços de guerra.
Por outro lado, os fascistas se diziam modernos, amantes do novo e se submeteram na Itália ao governo do Rei Vittorio Emanuele III de 1922 até 1945, quando a república italiana é restaurada.
Esta é uma das dezenas de contradições internas da ideologia fascista.
Quanto ao nacionalismo e ao chauvinismo os fascistas alemães levam ao máximo, aliando a estas características o racismo que não é um componente natural e ideológico do fascismo, mas devido as suas outras características mais cedo ou mais tarde chegam a legislações racistas.
Porém o maior efeito destas características é o ânimo belicoso dos governos fascistas, muitos podem achar que era uma característica que o fascismo italiano não possuía, mas o que na realidade não existia era um animo belicoso do povo italiano, pois quando pode Benito Mussolini invadiu alguns países na Europa e África (Albânia, Grécia e Etiópia) e obteve na maior parte dos casos imensas derrotas.
Outra coisa que caracterizavam os principais movimentos fascistas era a presença do Lider, no caso da Itália, Benito Mussolini (Il Duce, traduzido para o português O Líder) e no caso Alemanha Adolf Hitler (Führer, traduzido para o português como condutor, ou guia, ou chefe ou ainda o líder).
Tanto Mussolini como Hitler além de uma oratória que para nós pode parecer ridícula, mas encantavam as massas fascistas, sabiam exatamente que estavam fazendo e montaram suas próprias ideologias, que mais tortuosas e contraditórias que sejam, pareciam fazer sentido para os militantes fascistas. Além disto, temos que chamar a atenção que Mussolini foi durante algum tempo editor do Jornal Socialista e autor de vários textos que baseavam a sua ideologia. Hitler também escreveu o Mein Kampf, uma autobiografia em que colocava claramente seu racismo e suas pretensões hegemônicas para a uma inexistente raça ariana. Ou seja, tanto um como outro estavam longe de serem uns idiotas, mas sim pessoas que poderíamos denominar como maléficas (sem cair em falso moralismo) porém inteligentes e manipuladoras ao extremo.
De posse deste enorme prólogo, vamos ao que nos interessa no momento, as únicas características que aderem Bolsonaro a ideologia fascista são a truculência do mesmo aos líderes, ou seja, pode ser considerado uma criatura maléfica, mas completamente sem muitas luzes e uma oratória que não levaria o mesmo a ser orador da formatura do primeiro grau.
Se analisarmos as outras condições, Bolsonaro não é nem um pouco nacionalista, nem sabe se é liberal ou conservador, e pelo que eu saiba, posso estar errado, ele até hoje só deve ter escrito listas para o supermercado, não tem o mínimo dom da oratória, não tem o mínimo programa político a médio ou longo prazo e não teve a mínima capacidade de formar o seu partido (ou mesmo para permanecer mais de poucos anos no mesmo partido).
Procurar enquadrar Bolsonaro na definição de Ur-fascismo, ou fascismo eterno de Umberto Eco, é extremamente mais simples, pois é mais baseado em aspectos comportamentais a sua definição do que de organização política e econômica, ou seja, segundo o esperto mestre italiano os seguintes configuram o “Ur-fascismo”:
1) Culto a tradição,
2) Rechaço ao modernismo,
3) Culto a ação pela ação,
4) Irracionalismo,
5) Medo da diversidade
6) Privação de identidade social,
7) Sentimento de nacionalidade pelo simples motivo de nascer no mesmo país (resultando no Nacionalismo e na Xenofobia)
8) Inveja dos inimigos externos e internos,
9) Elogio a guerra e desprezo ao pacifismo,
10) Desprezo pelos fracos com consequente elitismo,
11) Elogio aos atos heroicos e a morte gloriosa como um fim,
12) Populismo qualitativo, o que vale é o povo como união e não o indivíduo e
13) Novi língua.
Se analisarmos com cuidado o trabalho de Umberto Eco, várias das características do “Ur-fascismo” são na realidade contraditórias, como se pode ver claramente que há o elogio à procura do fim heroico com o populismo qualitativo que despreza o indivíduo como ser atuante. Para ser mais claro, acho que as características deste “Ur-fascismo” inventado por Eco são de uma sociedade atrasada, como por exemplo um Estado Islâmico ou qualquer reino da antiguidade do que de uma característica de algo que se poderia se assemelhar do fascismo.
Porém, excetuando a denominação, “Ur-fascismo” ou “fascismo eterno”, as características de Bolsonaro e de seus admiradores fecham extremamente bem com esta definição, porém a falta de uma definição econômica ou de organização política, tornam simplesmente este “novo tipo de fascismo” um caso de debilidade mental coletiva capitaneada por outra criatura também de mesmas características (debilidade).
Se após a crítica da nova definição de Umberto Eco, alguém retornar ao início do texto que é uma palestra do autor, se vê que há uma ambiguidade de Eco quanto a sua vivência com o fascismo italiano, que talvez tenha o levado a produzir tal texto.
Resumindo finalmente, a figura de Bolsonaro e sua total falta de qualquer ideologia programática devido a sua dificuldade mental, não permite que ele seja definido como um clássico fascista, mas sim um oportunista que a partir de um discurso violento criou um grupo de simpatizantes ainda mais desorientado do que ele, que será um desastre fantástico em qualquer cargo executivo, pois sua ação será irracional e errática, levando o que ele administrar a uma confusão maior do que passa na sua cabeça.
Esse é político honesto,
Esse é político honesto, segundo Marcelo Freixo.
Um apartamento de 3 quartos
Um apartamento de 3 quartos na Tijuca, que nem é bairro “nobre”, já está custando mais de R$ 1 milhão. O Rio tá cheio de supostos milionários.
Enfim, é uma boa ir atrás dos políticos e de suas transações suspeitas com imóveis. Hora de botar ordem na orgia.
Comentário.
Parece-me que o negócio é tirar o Bronsonazi da jogada pra concentrar votos num candidato à direita mais moderado (sic).
Se Bolsonaro fosse eleito teríamos uma reprodução da ….
Se Bolsonaro fosse eleito teríamos uma reprodução da Noite das Facas Longas (Nacht der langen Messer)?
Bolsonaro poderia ser eleito? Em princípio não, pois como ele é alguém meio destemperado seria um risco a direita oligárquica brasileira e internacional, um risco significativo pois durante um mandato inteiro ele teria crises internas e externas e para debelá-las poderia simplesmente cair em derivas nada ortodoxas que poderiam desestabilizar não só o Brasil, mas como toda a América do Sul.
Porém como a direita não achou até hoje um candidato viável ela pode em último momento, esgotadas todas alternativas de fraudes e golpes dos mais diversos tipos, optar pela aceitação de Bolsonaro como seu presidente.
Porém neste caso, que acho de baixíssima possibilidade de ocorrer, o Bolsonaro teria que ser isolado de seus fãs (Bolsonaro não tem eleitores, tem fãs!) mais exaltados e organizados. E qual a solução histórica que me vem a mente, a solução empregada por Hitler para eliminar o “Strasserismo” e Ernst Röhm as suas SA (Sturmabteilung).
É importante destacar que para assumir o governo Hitler utilizou o que se chamaria a “esquerda” do partido Nazi, e depois de assumir a direção do pessoal foi toda ela morta.
Não que haja um movimento strasserista nos apoiantes de Bolsonaro, mas o discurso anti-liberal existente nos apoios terá que ser eliminado.