Pente-fino na Previdência deverá entrar como projeto de urgência

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Diante da pressa do governo federal para aprovar a Reforma da Previdência e a PEC 55, do Teto dos Gastos, outras pautas antes também consideradas prioritárias da agenda Temer para a economia vão sendo prejudicadas. É o caso da Medida Provisória 739, que pretende fazer um pente-fino nos benefícios do INSS.
 
Por conta do feriado de Finados que suspendeu as sessões deliberativas na última semana, a MP não foi votada. Com isso, ela perdeu a validade na sexta-feira (04) e precisará, agora, entrar como Projeto de Lei com o mesmo conteúdo.
 
Isso porque o governo não pode editar medida provisória com teor igual a outra, ainda que vencida. A intenção é que o projeto seja encaminhado em regime de urgência, protocolado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Assim a relatoria é feita diretamente em Plenário, não precisando passar pelas comissões temáticas da Câmara.
 
A urgência da revisão do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez tentará manter, inclusive o bônus de R$ 60 para cada perícia feita por médicos do INSS nas agências de Previdência Social, para os casos de beneficiários por incapacidade que não fizeram perícia há mais de dois anos. A meta é estimular o INSS a realizar o mutirão de revisão. 
 
Entre outras propostas, o novo projeto deverá, assim como a Medida Provisória, garantir a convocação do aposentado por invalidez para avaliar as condições de saúde, além de estabelecer um prazo de duração da concessão e reativação do auxílio-doença. 
 
Apesar de teoricamente o projeto tentar corrigir as falhas do sistema, com a retirada de cidadãos que estão aptos ao trabalho mas seguem recebendo o benefício, os critérios adotados pelo INSS para as perícias é que ainda não são garantidos. Questões como o estabelecimento de metas para o corte de benefícios, investimentos em reabilitações profissionais, entre outros, ainda não estão garantidos.
 
Nesse sentido, a própria Defensoria Pública da União recomendou a suspensão do programa de revisão ao INSS. Isso porque a mobilização de médicos para a revisão está prejudicando a mobilização destes para as perícias de novos beneficiários. 
 
“Isso representa a priorização de medidas restritivas de direitos, em contraposição a ações que promovam o acesso à seguridade social por parte de quem não é beneficiário de nenhuma prestação previdenciária ou assistencial”, disse a Defensoria ao INSS.
 
A DPU levantou que agências da Previdência Social concedem um prazo de 45 para a realização da perícia e até 180 dias após a data do agendamento para os exames. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. revisão

    Pente phino?

    Que tal passar pente fino nos pedidos de revisão motivados por erro de calculo/base de dados em beneficios já concedidos?

    Prejuizo, por óbvio, ao cidadão assegurado.

    Solicitei retificação em 10/2014 e até hoje, nada.

     

     

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