Toma posse como suplente o deputado que Cunha tentou barrar

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Após o aval de Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, e contra a vontade de Eduardo Cunha, tomou posse nesta quarta-feira (06) como suplente o vereador licenciado do Rio de Janeiro, Átila Nunes (PMDB-RJ), aliado do deputado Leonardo Picciani (RJ), da ala peemedebista mais próxima do governo.
 
O presidente da Câmara teve que cumprir na manhã de hoje a decisão liminar do STF. Desde que Picciani se aproximou do Palácio do Planalto, uma disputa interna colocou Cunha contra o líder do PMDB na Casa. Átila entra na cadeira do deputado Ezequiel Teixeira, que saiu da Câmara para assumir a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, a pedido do governador Luiz Fernando Pezão. Com isso, o novo deputado teve direito a assumir a vaga de suplente.
 
Em dezembro do último ano, Nunes recorreu ao STF para assumir o posto, afirmando que o presidente da Câmara estaria se negando a empossá-lo. A justificativa alegada por Cunha para deter o aliado de Picciani era de que o seu mandato de vereador no Rio o impossibilitava de assumir outro cargo público. Eduardo Cunha também argumentou que a posse estaria condicionada à compatibilidade do então vereador ao cargo de deputado.
 
A medida endossou o movimento do presidente da Câmara, no fim do ano passado, para tirar Picciani da liderança do PMDB na Casa e substituí-lo por Leonardo Quintão (MG), nome mais próximo de Cunha. Picciani tentará permanecer como líder da bancada este ano.
 
Lewandowski negou os argumentos de Cunha, no dia 29 de dezembro. “Levando-se em consideração que suplente não é detentor de mandato, que o exerce apenas durante um período da legislatura, aparentemente a ele não se aplicariam algumas das restrições constantes no texto constitucional”, disse o presidente do STF, acrescentando que Átila Nunes deveria ser empossado imediatamente.
 
Na manhã desta quarta, durante mais de uma hora na sala do presidente da Câmara, Cunha deu a posse a Átila, afirmando que a demora “não foi pessoal”.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Estranho…

    Um crime estranhíssimo esse aí, aparentemente “latrocínio” de milícia, mas com a maior cara de que tentaram fazer parecer roubo sem ser… Teve mais cara é de execução por milícia, pela narrativa do repórter, com roubo de uns passarinhos para disfarçar.

    O que chamou a atenção foi o sobrenome desse deputado estadual, que lembra o do atual líder do PMDB. E justamente logo depois da vitória de Átila Nunes no STF…

    Deve ser só coincidência, é claro.

    http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2016-01-06/homem-e-assassinado-dentro-de-casa-na-baixada-fluminense.html

    06/01/2016 08:46:51- Atualizada às 06/01/2016 16:24:08

    Homem é assassinado dentro de casa na Baixada Fluminense

    José Hildo da Silva Marques, que trabalhava no gabinete do deputado estadual Jorge Picciani, foi morto por quatro homens vestidos com uniformes da Polícia Civil

    Diego Valdevino José Hildo da Silva Marques trabalhava desde fevereiro do ano passado no gabinete do presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB)Foto: Reprodução

    Rio – Um homem foi assassinado dentro de casa no final da tarde de terça-feira, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. José Hildo da Silva Marques estava com a esposa, a enteada e o filho dela, quando, por volta das 17p0, quatro homens com a camisa da Polícia Civil chegaram ao local perguntando sobre um determinado dinheiro. A vítima, que trabalhava desde fevereiro do ano passado no gabinete do deputado estadual Jorge Picciani (PMDB), foi levada para fora da residência e foi executada.

    Os criminosos deixaram o local levando uma motocicleta e um pássaro da espécie trinca-ferro. José Hildo iria completar 47 anos na quinta-feira. “Ele estava no quintal da casa recolhendo as gaiolas dos dois passarinhos trinca-ferro. Cada um desses é avaliado em 3 a 4 mil reais. Levaram a moto e o dinheiro que estava no bolso”, diz o eletricista Jadir da Silva Marques, 49 anos, irmão da vítima.

    Jadir disse acreditar que o assassinato de José Hildo, que tinha dois filhos de outro casamento, não teve motivação política. “Todo mundo sabe que ali é área de milícia. Porém, descartamos que tenha sido atentado político. Acreditamos em latrocínio. É mais um caso que vai ficar impune”, afirma.

    Uma testemunha que não quis se identificar, relatou como foi a ação dos criminosos. “Vi dois homens abordando ele no quintal, no momento em que ele estava recolhendo os passarinhos. Eles estavam com a camisa da Polícia Civil e chegaram dizendo: ‘perdeu, perdeu. Não corre e abaixa a cabeça e não olha pra mim’. Ele correu para dentro da casa e foi pego pelos criminosos. Trancaram a família na casa, onde houve muitos gritos. De repente levaram ele para fora da residencia, colocaram ele de joelhos e deram alguns disparos na cabeça”, lembra.

    Testemunhas disseram que José Hildo foi assassinado no quintal de sua casa, em Nova IguaçuFoto: Severino Silva / Agência O Dia

    Outra testemunha afirmou que José Hildo era uma pessoa pacata. “Escutamos muitos tiros. Ele era pacato, porém alegre e falava com todo mundo. Nunca vimos nada de errado”, diz.

    O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Os agentes realizaram a perícia no local e o corpo de José Hildo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu. A esposa da vítima foi ouvida e outros familiares também prestarão depoimento.

    ***

    Há algum tempo, um servidor do gabinete do deputado estadual Marcelo Freixo também foi assassinado: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/11/pm-que-fazia-seguranca-de-marcelo-freixo-e-assassinado-no-rio.html

     

     

  2. Alguém pode me esclarecer uma coisa?

    O Deputado  Ezequiel Teixeira era pró impeatchment ou ficou tudo na mesma e foi trocado 6 por meia dúzia?

    Já vi !!!

    http://noticias.gospelmais.com.br/direitos-humanos-militancia-lgbt-protesta-contra-apostolo-80709.html

    O cara é chamado de “Apostolo”, aiaiaiai !!! 

    Foi bom ter saído do congresso, mas ser nomeado para a Secretaria de Direitos Humanos do Rio foi um preço alto !!!

    É um caso clássico de vitória da homofobia sobre o golpismo!!!

  3. cunha diz que não foi nada

    cunha diz que não foi nada pessoal….

    ckaro, foi em nome do conluio com os golpistas…

     

    o que eu  questiono é esse cara aparecer todo

    dia pautando todo mundo…

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