Jornal GGN – Relatórios elaborados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e direcionados ao Palácio do Planalto e ministérios mostram um discurso bem diferente do adotado pelo presidente Jair Bolsonaro na pandemia do coronavírus.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, um lote de 47 relatórios diários alertou o governo sobre a necessidade de se adotar o isolamento social para conter o avanço da doença. Em 950 páginas, a Abin também abordou a falta de leitos de UTI no país e a elevada subnotificação de casos de infectados e mortes por falta de testes de diagnóstico.
Tais levantamentos sobre a pandemia são feitos pela Abin desde março, assim como o mapeamento dos casos no exterior – tanto que, no começo de abril, a agência informou o governo que o decreto de uma quarentena rigorosa foi determinante para o achatamento da curva de casos em países como Espanha, Itália, Alemanha e Reino Unido.
As colocações de Abin vão diretamente contra o posicionamento de Bolsonaro: enquanto o presidente estimulava a volta das atividades econômicas e as aglomerações, por afirmar que as quarentenas “não atingiram seu objetivo”, seu gabinete era informado no final de abril sobre o aumento de casos no interior do Amazonas pelo “descumprimento do isolamento social”.
A análise da agência também contraria Bolsonaro no que se refere ao perfil de quem contrai a doença. O presidente mantém um discurso de que a Covid-19 atinge apenas os “mais fracos”, mas os documentos da Abin mostram um avanço de aproximadamente 20% para 35% no número de pacientes sem comorbidades, em um sinal de que “número significativo de pessoas saudáveis é atingido pela doença”.
Nosso presidente tem o seu próprio sistema de informações, o seu próprio termômetro, que lhe diz exatamente a temperatura que ele quer sentir, mandando quebra todos os demais.
abin, em março a situação era de constatação e não de previsão, pqp e pagamos este bando para olhar bola de cristal?