Covid-19 – As taxas tornaram a subir: Serão mais 424 mil casos e 3,5 mil mortes até 29/5, por Felipe Costa

Entre 20 países, a taxa de letalidade está agora em 1,1%. A taxa brasileira está em 2,2%, acompanhado de Argentina, 1,4%; e Colômbia, 2,3%.

Covid-19 – As taxas tornaram a subir: Serão mais 424 mil casos e 3,5 mil mortes até 29/5.

Por Felipe A. P. L. Costa [*].

RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia da Covid-19 divulgadas em artigo anterior (aqui). Em escala mundial, já são 514 milhões de casos e 6,24 milhões de mortes. No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento divulgados no naquele artigo. Entre 25/4 e 1/5, os valores ficaram em 0,0494% (casos) e 0,0187% (mortes). A trajetória mudou e as taxas tornaram a subir. É preocupante. No ritmo atual, o país irá contabilizar um total de 30.878.291 casos e 666.992 mortes até 29/5.

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1. UM BALANÇO DA SITUAÇÃO MUNDIAL.

Levando em conta as estatísticas obtidas na noite de ontem (1/5) [1], eis um balanço da situação mundial.

(A) – Em números absolutos, os 20 países [2] mais afetados estão a concentrar 73% dos casos (de um total de 513.770.292) e 66% das mortes (de um total de 6.236.172) [3].

(B) – Entre esses 20 países, a taxa de letalidade está agora em 1,1%. A taxa brasileira está em 2,2%. (Dois países vizinhos que também estão no topo da lista mostram os seguintes valores: Argentina, 1,4%; e Colômbia, 2,3%.)

(C) – Nesses 20 países, 337 milhões de indivíduos receberam alta, o que corresponde a 89% dos casos. Em escala global, 468 milhões de indivíduos já receberam alta [4].

2. O RITMO DA PANDEMIA NO PAÍS.

De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, foram registrados ontem (1/5) em todo o país mais 6.263 casos e 16 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 30.454.499 casos e 663.513 mortes.

Na semana encerrada ontem (25/4-1/5), foram registrados 105.036 novos casos – um aumento de 8% em relação à semana anterior (18-24/4: 96.845).

Entre 25/4 e 1/5, infelizmente, foram registradas ainda 867 mortes – um aumento de 26% em relação ao que foi anotado na semana anterior (18-24/4: 686).

3. TAXAS DE CRESCIMENTO.

Em dois anos (2020-2022) de esforço visando monitorar de perto o ritmo e o rumo da pandemia [5], sigo a usar como guias as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas abandonaram a trajetória decrescente e passaram a escalar (ver a figura que acompanha este artigo).

Vejamos os resultados mais recentes.

A taxa de crescimento no número de casos subiu de 0,0457% (18-24/4) para 0,0494% (25/4-1/5) – interrompendo assim uma série de seis quedas consecutivas [6, 7].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, subiu de 0,0148% (18-24/4) para 0,0187% (25/4-1/5) – interrompendo assim uma série de 10 quedas consecutivas.

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FIGURA. A figura que acompanha este artigo ilustra o comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 12/9/2021 e 1/5/2022. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso.

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4. CODA.

As médias semanais das taxas de crescimento (casos e mortes) deixaram de cair, estancaram e, agora, tornaram a subir (ver a figura que acompanha este artigo).

É preocupante [8]. E de pronto reacende a pergunta do artigo anterior: Já seria a ressaca do Carnaval?

No ritmo atual, o país irá contabilizar um total de 30.878.291 casos e 666.992 mortes até o último domingo de maio (29/5).

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NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização em curso envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço [email protected]. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Vale notar que certos países atualizam suas estatísticas uma única vez ao longo do dia; outros atualizam duas vezes ou mais; e há uns poucos que estão a fazê-lo de modo mais ou menos errático. Acompanho as estatísticas mundiais em dois painéis, Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA) e Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em 10 grupos: (a) Entre 80 e 85 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 40 e 45 milhões – Índia; (c) Entre 30 e 35 milhões – Brasil; (d) Entre 25 e 30 milhões – França; (e) Entre 20 e 25 milhões – Alemanha e Reino Unido; (f) Entre 15 e 20 milhões – Rússia, Coreia do Sul, Itália e Turquia; (g) Entre 10 e 12 milhões – Espanha e Vietnã; (h) Entre 8 e 10 milhões – Argentina e Países Baixos; (i) 6 e 8 milhões – Japão, Irã, Colômbia e Indonésia; e (j) Entre 5,9 e 6 milhões – Polônia e Austrália.

Olhando apenas para as estatísticas (casos e mortes) das últimas quatro semanas, eis um breve resumo da situação atual: (i) em números absolutos, a lista está a ser encabeçada pela Coreia do Sul, com 3,4 milhões de novos casos; (ii) a lista dos cinco primeiros tem ainda os seguintes países: Alemanha (3,26 milhões), França (2,75), Itália (1,67) e Austrália (1,28). O Brasil (453 mil) está na 12ª posição; e (iii) a lista dos países com mais mortes segue sendo encabeçada pelos EUA (11,78 mil); em seguida aparecem Reino Unido (9,38 mil) Rússia (6,31), Coreia do Sul (5,64) e Alemanha (5,47). O Brasil (3,36) está na 8ª posição.

[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver os volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

[4] Como comentei em ocasiões anteriores, fui levado a promover a seguinte mudança metodológica: as estatísticas de casos e mortes continuam a seguir o painel Mapping 2019-nCov, enquanto as de altas estão agora a seguir o painel Worldometer: Coronavirus.

[5] Para capturar e antever a dinâmica de processos populacionais, como é o caso da disseminação de uma doença contagiosa, devemos recorrer a um parâmetro que tenha algum poder preditivo. Não é o caso da média móvel. Mas é o caso da taxa de crescimento. Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver qualquer um dos três primeiros volumes da coletânea mencionada na nota 3.

[6] Entre 27/12/2021 e 1/5/2022 (para as semanas anteriores, ver aqui), as médias semanais exibiram os seguintes valores: (1) casos: 0,0345% (27/12-2/1), 0,1472% (3-9/1), 0,2997% (10-16/1), 0,6359% (17-23/1), 0,7576% (24-30/1), 0,6544% (31/1-6/2), 0,5022% (7-13/2), 0,3744% (14-20/2), 0,2812% (21-27/2), 0,1389% (28/2-6/3), 0,1565% (7-13/3), 0,1268% (14-20/3), 0,1019% (21-27/3), 0,0750% (28/3-3/4), 0,0727% (4-10/4), 0,0474% (11-17/4), 0,0457% (18-24/4) e 0,0494% (25/4-1/5); e (2) mortes: 0,0151% (27/12-2/1), 0,0196% (3-9/1), 0,0245% (10-16/1), 0,0471% (17-23/1), 0,0859% (24-30/1), 0,1212% (31/1-6/2), 0,1388% (7-13/2), 0,1320% (14-20/2), 0,1071% (21-27/2), 0,0661% (28/2-6/3), 0,0642% (7-13/3), 0,0463% (14-20/3), 0,0363% (21-27/3), 0,0275% (28/3-3/4), 0,0240% (4-10/4), 0,0152% (11-17/4), 0,0148% (18-24/4) e 0,0187% (25/4-1/5).

[7] Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver os volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

[8] Como escrevi em ocasiões anteriores, uma saída rápida para a crise (minimizando o número de novos casos e, sobretudo, o de mortes) dependeria de dois fatores: (i) a adoção de medidas efetivas de proteção e confinamento; e (ii) uma massiva e acelerada campanha de vacinação.

Cabe ressaltar que o ritmo da vacinação oscilou muito ao longo da campanha. Levamos 34 dias (24/8-27/9), por exemplo, para ir de 60% a 70% da população com ao menos uma dose da vacina. (Hoje, 2/5, este percentual ainda está em 85,34%.) Antes disso, porém, levamos 25 dias (9/7-3/8) para ir de 40% a 50% e apenas 21 dias (3-24/8) para ir de 50% a 60%. Sobre os percentuais, ver ‘Coronavirus (COVID-19) Vaccinations’ (Our World in Data, Oxford, Inglaterra).

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Redação

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