Coronel Helcio Bruno queria facilitar compra de vacinas pelo setor privado

Em seu depoimento, presidente do IFB disse que “grande preocupação” com avanço da pandemia levou a entidade a defender participação privada

Presidente da ONG Instituto Força Brasil, tenente-coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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Jornal GGN – O coronel da reserva Hélcio Bruno, presidente do Instituto Força Brasil, afirmou em depoimento à CPI da Pandemia, que queria facilitar a negociação de vacinas para o setor privado.

“O IFB jamais recebeu qualquer dinheiro público ou de terceiros, sendo integralmente mantido por doações de seus membros”, disse Hélcio Bruno. “E foi assim que, em vista do enorme agravamento da pandemia da covid-19, e da tragédia por ela imposta, surgiu no IFB uma grande preocupação em relação à gestão da crise sanitária”.

De acordo com o presidente do IFB, foi por conta dessa preocupação que a entidade “passou a defender a possibilidade de empresas e entidades privadas passarem a participar do processo de imunização nacional”.

Sobre a reunião ocorrida no Ministério da Saúde, o tenente-coronel afirmou que o IFB solicitou um encontro no Ministério da Saúde “para discutir uma maior regulamentação sobre a forma com que seria operacionalizada a participação do setor privado na vacinação”. Segundo o militar da reserva, “a solicitação da agenda foi feita por via formal, e em um momento que sequer conhecia os senhores Cristiano Carvalho e Luiz Paulo Dominguetti (representantes da Davati Medical Supply”.

De acordo com Helcio Bruno, alguns dias depois o IFB recebeu a confirmação da reunião no Ministério da Saúde com a inclusão do encontro na agenda oficial da Secretaria Executiva do Ministério. “Ressalto que nunca tive relação de amizade ou qualquer proximidade com o coronel Elcio Franco, apenas podendo eventualmente tendo encontrado em alguma solenidade militar que eu não me recordo”.

Reunião com Ministério da Saúde

O militar apresentou à CPI memória da ata da reunião realizada no Ministério da Saúde – documento que foi solicitado pela comissão, mas que até então não havia sido encaminhado.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede), leu a ata durante a reunião. “A reunião foi aberta pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, com a participação de representantes do Instituto Força Brasil, SENAH, Davati e BR MED Saúde Corporativa, para tratar sobre vacinas contra a covid-19”.

“O senhor Cristiano Carvalho registrou que seria representante da Davati, que teria 400 milhões de doses de vacina da AstraZeneca à pronta entrega, que já haviam ofertado para o Ministério da Saúde há 60 dias. Afirmou que o lote de vacinas estaria na França, e disponíveis em 72 horas”, disse Randolfe.

“Essa memória nos traz informações que nós não tínhamos, ou seja, da precisão da formalidade, da oferta das 400 milhões de doses de vacinas da Davati, que segundo informações da memória também estaria disponível para ser entregue em 78 (sic) horas”, disse o relator, senador Renan Calheiros (MDB).

Redação

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